quarta-feira, 5 de abril de 2023

VAMOS TER CARROS POPULARES NO MERCADO NOVAMENTE

Montadoras negociam com o governo

Foto: Claudio Teixeira/Estadão

Por Cleide Silva – Jornal Estadão

Dirigentes do setor já tiveram reunião no Ministério da Indústria para discutir medidas para baratear carro zero; estudo mostra ociosidade de quase 40% em fábricas

O retorno da produção de carros populares – ou de entrada, como são chamados hoje – é um dos temas que o setor automotivo está levando ao governo Lula. Grupo liderado por montadoras, empresas de autopeças e concessionárias já manteve conversas com representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), comandado por Geraldo Alckmin.

A justificativa atual é a redução das vendas de carros novos como consequência da queda do poder aquisitivo dos consumidores, dos juros elevados e crédito restrito e do alto custo dos modelos com maior índice de tecnologia e segurança – que têm seu público, mas em menor número entre os consumidores.

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), José Andreta Júnior, afirmou que o setor precisa de escala; do contrário, não consegue gerar rentabilidade, o que poderia abrir as portas para demissões no setor. Estudo da consultoria S&P Global mostra que as montadoras operam com quase 40% de ociosidade.

Ao divulgar ontem o balanço de vendas do trimestre, Andreta disse que “o crescimento do setor tem de vir de baixo para cima e atingir o consumidor que, hoje, não consegue mais comprar carro zero”. A Fenabrave tem um banco de dados que será colocado à disposição do governo para “ativar a produção (de carros mais baratos) no Brasil”, afirmou ele.

Atualmente, apenas dois carros à venda são considerados de entrada: o Renault Kwid, que custa R$ 68,2 mil, e o Fiat Mobi, a R$ 69 mil.

Conceito de carro popular

Na semana passada, Antonio Filosa, presidente na América do Sul da Stellantis – dona da Fiat, da Jeep, da Peugeot e da Citroën –, também se mostrou empenhado na volta dos chamados carros populares. Em sua visão, é necessário, primeiro, definir o conceito de carro popular que, para ele, é pequeno, mais simples, com menos equipamentos, mas seguro. Para baratear o preço, defendeu a redução de impostos, definir os itens de segurança essenciais e baratear o crédito.

O conceito de carro popular, criado em 1993, estabeleceu alíquota menor de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros com motor 1.0. “Mas, hoje, até carro com motor turbo ou aspirado tem motor 1.0″, ressaltou o executivo, referindo-se a produtos mais sofisticados.

Renault Kwid e Fiat Mobi são os únicos dois modelos considerados de entrada no País
Renault Kwid e Fiat Mobi são os únicos dois modelos considerados de entrada no País Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Segundo Andreta, a ideia é que cada segmento dê sua contribuição, como ocorreu com o acordo automotivo feito nos anos 90, mas, acrescentou, ainda não há propostas na mesa.

A discussão sobre a retomada do carro popular ocorre num momento em que montadoras começam a suspender a produção e a dar férias coletivas aos trabalhadores por falta de demanda. Hoje, há estoques para 40 dias de vendas.

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O setor apostava na demanda reprimida nos últimos dois anos para resultados melhores em 2023, mas o juro alto, a inadimplência e a restrição de crédito travaram o mercado.

Embora a venda de automóveis e comerciais leves tenha registrado em março alta de 56%, ante fevereiro (que teve menos dias úteis), e de 16,6% no trimestre, com 436,8 mil unidades, Andreta disse que os números “não refletem a realidade, pois estão mascarados pelo fraco desempenho de 2022″.

Setor quer etanol na eletrificação de carros

Montadoras avançam em projetos para que o Brasil seja protagonista na eletrificação de veículos tendo o etanol como vetor da tecnologia de carros híbridos flex (com um motor a combustão e outro elétrico) e, futuramente, com carros a célula de combustível.

Para o presidente da Stellantis, Antonio Filosa, o uso do etanol em carros eletrificados se apresentaria como a solução mais viável, menos custosa e mais eficiente para a descarbonização no País.

Montadoras avançam em projetos para tornar o Brasil protagonista na eletrificação de veículos
Montadoras avançam em projetos para tornar o Brasil protagonista na eletrificação de veículos Foto: Tiago Queiroz/Estadão – 01/12/2022

Ele disse que o próximo ciclo de investimentos do grupo, a partir de 2025, “será maior do que a soma de todos os concorrentes” para produzir carros híbridos flex que poderão usar etanol.

Testes realizados pela empresa mostraram que um carro flex abastecido só com etanol e outro 100% elétrico, com a energia renovável do Brasil, emitiram de 15,2% a 64,6% menos CO2 do que versões a gasolina e com tecnologia 100% elétrica, mas com energia da Europa, de fontes não renováveis.

Pesquisa em conjunto

Já a Toyota anunciou parceria com Shell, Raízen, Hytron, Universidade de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa e Senai Cetiqt em um projeto de pesquisa e desenvolvimento da produção local de hidrogênio renovável a partir do etanol.

A empresa planeja oferecer unidades do Mirai, primeiro carro de série movido a célula de combustível no mundo, para testes de performance com o hidrogênio de etanol.

 

INVENTORES E ENVELHECIMENTO

William Horta – Jornalista

1. O inventor da esteira morreu aos 54 anos.

2. O inventor da ginástica morreu aos 57 anos.

3. O campeão mundial de fisiculturismo morreu aos 41 anos.

4. Maradona, grande jogador de futebol, faleceu aos 60 anos.

5 . Mark Huggues fundador da herbalife morreu aos 44 anos

JÁ…

5. O criador do frango frito KFC (lanche nada saudável) morreu aos 94 anos.

6. O criador da Nutella morreu aos 88.

7. Imagine, o dono dos cigarros Winston morreu aos 102 anos.

8. Aquele que se encarregou de industrializar o ópio? Morreu aos 116 anos em um terremoto.

9. O fundador dos conhaques Hennessy morreu aos 98 anos.

10. Antônio Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda, que pesa 122 quilos e jamais fez qualquer exercício segundo ele mesmo conta, tem atualmente 93 anos e goza de excelente saúde.

Como os médicos concluíram que o exercício prolonga a vida?

Se o coelho está sempre pulando, mas vive apenas 2 anos e a tartaruga que não faz nenhum exercício, vive 100 anos.

Então vá com calma, descanse um pouco, relaxe, mantenha a calma, ame muito, coma bem, tome seu vinho, sua cervejinha.

Beba um whisky ou uma caninha de vez em quando e aproveite a sua vida com prazer!!!

PS.:  Esqueceram do Hugh Hefner (criador da Playboy)? !!

Morreu aos 91 rodeado de garotas 70 anos mais novas !!!

Mas não exagere!

*25 MANEIRAS PARA ENVELHECER BEM*

*01-* Não se meta na vida dos filhos.

*02-* Não interfira na educação dos netos.

*03-* Ame seu genro e Nora, foi seu filho(a) quem fez a escolha.

*04-* Nunca tome partido ou opine no casamento deles.

*05-* Não fique um idoso reclamão.

*06-* Não seja um idoso com pena de si mesmo.

*07-* Não fique falando *NO MEU TEMPO*, ele já passou.

*08-* Tenha planos pro futuro.

*09-* Não fique falando de doenças. Tenha a certeza de que ninguém quer saber.

*10-* Não importa quanto ganhe, poupe todo mês uma quantia.

*11-* Não faça prestação, idoso não deve pagar carnê.

*12-* Tenha um plano de saúde ou guarde dinheiro para despesas médicas.

*13-* Guarde dinheiro pro funeral ou tenha um plano.

*14-* Não deixe “problemas” para os filhos.

*15-* Não fique ligado em noticiário ou política, afinal você não resolverá nada mesmo.

*16-* Só veja TV para se divertir, não pra ficar nervoso.

*17-* Se gostar tenha um bichinho de estimação pra te ocupar.

*18-* Ao se levantar, invente moda: caminhe, cozinhe, costure, faça horta, mas não fique parado esperando a morte.

*19-* Seja um idoso limpinho e cheiroso. Idoso sim, fedido jamais.

*20-* Tenha alegria por ter ficado idoso, muitos já ficaram pelo caminho.

*21-* Tenha uma casa e um modo de vida onde todos queiram ir e não evitar. Isso só depende de você.

*22-* Use a idade como uma ponte para o futuro e, jamais, uma escada para o passado.

Para a ponte do futuro sempre terá companhia.

*23-* Lembre-se: é melhor ir deixando saudades do que deixando alívio.

Finalmente,

*24-* Não deixe “aquele bom vinho” (idosos não devem beber vinho ruim) e nem a cerveja para amanhã, pode ser tarde!🍷🍻.

*25-* Jamais vote no PT. Você é idoso, mas não é burro.

SEJA FELIZ!!!!!!

 

CHATGPT NÃO VAI LHE TIRAR O TRABALHO E SIM QUEM SABE USAR A TECNOLOGIA

 

Sabrina Bezerra – StartSe

Estudo feito pela consultoria PageGroup mostra as profissões que prometem aquecer o mercado de Inteligência Artificial. Confira!

Você não vai perder o seu trabalho para a inteligência artificial, mas sim para quem sabe usar a tecnologia. Tenho visto essa frase com frequência, e concordo. Em uma aula do Cristiano Kruel, sócio e chefe de inovação da StartSe, ele disse que não saber usar a IA será como não saber enviar um e-mail. A analogia faz sentido à medida que a tecnologia avança ― impulsionada principalmente pela chegada do ChatGPT.

“A rápida adesão de usuários a essa ferramenta [ChatGPT] tem provocado interesse por parte das empresas para implantação de sistemas de Inteligência Artificial. Isso pode impactar diretamente o mercado de tecnologia com o aumento da procura por profissionais especializados na área, que possam atuar no desenvolvimento desses softwares e saibam lidar com linguagens de programação”, diz Lucas Oggiam, diretor-executivo do PageGroup, em comunicado enviado à StartSe.

Tudo indica que o ChatGPT tornará o ambiente virtual totalmente novo e favorável a novas oportunidades de trabalho”, completa.

Assim, já era de se esperar as profissões que prometem aquecer o mercado de Inteligência Artificial. Confira quais são com base no estudo feito pelo PageGroup:

QUAL PROFISSÃO TRABALHA COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?

1 – Gerente de Chatbot

O que faz: atua na gerência e no monitoramento da conversação entre o chatbot e o usuário. É responsável pela coleta, análise e melhoria contínua dos dados a fim de aperfeiçoar a experiência do usuário.

Habilidades necessárias: conhecimento técnico em Inteligência Artificial, machine learning e processamento de linguagem natural, experiência em gerenciamento de projetos e boa comunicação.

2 – Desenvolvedor de chatbot

O que faz: responsável por criar, projetar e implementar chatbots para diversos fins. Trabalha na criação de algoritmos de IA para reconhecer corretamente as intenções dos usuários; na integração dos serviços como APIs, armazenamento de dados e interfaces de usuário; em testes para garantir a segurança, performance e qualidade do conteúdo; e na manutenção regular.

Habilidades necessárias: conhecimento em linguagens de programação (Java, Python, Ruby, entre outras), experiência em desenvolvimento de software e habilidade para entender as necessidades do usuário.

3 – Técnico de Chatbot

O que faz: realiza ajustes e a manutenção dos robôs de conversação. Geralmente desenvolve o diálogo do robô, programa suas respostas e ajuda a certificar que a ferramenta responde de forma apropriada as mensagens do usuário.

Habilidades necessárias: conhecimento em tecnologias relacionadas a chatbots (machine learning, IA e processamento de linguagem natural), habilidades em programação, ser curioso e criativo.

4 – Analista de Chatbot

O que faz: responsável por configurar e melhorar sistemas de chatbot para aprimorar a experiência do usuário. Também é encarregado pela análise dos dados gerados pelo chatbot para criar relatórios e detectar oportunidades de melhoria.

Habilidades necessárias: conhecimento técnico em programação e desenvolvimento de chatbots, habilidade para analisar dados dos usuários e identificar padrões para melhorar a experiência do chatbot.

5 – Especialista em Inteligência Artificial

O que faz: desenvolve soluções para aprimorar a capacidade da máquina de aprender e raciocinar com autonomia. Cria, treina e testa sistemas de Inteligência Artificial para resolver problemas complexos. Sua atuação também envolve a concepção de algoritmos, modelos, protótipos e sistemas inteligentes, além do acompanhamento do progresso dos projetos e desenvolvimento de planos de atualização ou otimização dos sistemas.

Habilidades necessárias: conhecimento avançado em linguagem de programação (Python, R, Java, JavaScript), habilidades em matemática, estatística, algoritmos e estruturas de dados.

6 – Designer de experiência do usuário de Chatbot (UX Designer)

O que faz: responsável por desenvolver soluções que melhorem a experiência dos usuários e ajudem os clientes a encontrar a informação que procuram de forma fácil e clara, o que inclui navegação intuitiva, fluxos de conversa claros, recursos visuais e jogos.

Habilidades necessárias: conhecimento em design thinking, capacidade de identificar as necessidades e expectativas dos usuários do chatbot através de métodos de pesquisa e análise de dados.

7 – Consultor de Chatbot

O que faz: ajuda os clientes a desenvolver, implementar e gerenciar bots de chat inteligentes para melhorar a experiência do usuário. Trabalha diretamente com o cliente para compreender suas necessidades, desenvolver processos eficazes e propor soluções para problemas específicos.

Habilidades necessárias: conhecimento profundo das ferramentas e tecnologias necessárias para construir e manter chatbots, capacidade de análise e resolução de problemas.

8 – Engenheiro de Dados para Chatbot

O que faz: trabalha na construção e manutenção de algoritmos e bases de dados que permitem ao chatbot responder as perguntas do usuário. Cria modelos de aprendizado de máquina para otimizar o comportamento do chatbot e melhorar a experiência do usuário. Também extraem, filtram, limpam e treinam dados para chatbots

Habilidades necessárias: conhecimentos em Modelagem de Dados, APIs e integrações, além de experiência em linguagens de programação.

9 – Desenvolvedor de Modelos de Aprendizado de Máquina para Chatbot

 O que faz: cria algoritmos que permitem que os chatbots reconheçam e compreendam o contexto do diálogo entre usuários e robôs. Também é responsável por programar o chatbot para ajustar suas respostas às necessidades de informação dos usuários.

Habilidades necessárias: conhecimento em programação e experiência em Python ou R, estatística e matemática, ciência da computação e engenharia de dados.

10 – Pesquisador de Chatbot

O que faz: responsável por desenvolver e aprimorar os bots existentes, abrangendo coleta de dados, criação de estratégias para interação, estudo das melhores práticas do setor, aplicação de sistemas de Inteligência Artificial, além de avaliação das respostas e comportamentos do bot. Sua missão é criar um software interativo intuitivo que proporcione experiências agradáveis e relevantes aos usuários.

Habilidades necessárias: conhecimento técnico sólido em áreas como Inteligência Artificial, machine learning e linguagem computacional, habilidades analíticas, comunicação clara e didática. 

POR QUE IMPORTA?

À medida que as empresas adotam a Inteligência Artificial, há uma crescente demanda por profissionais que possam criar, desenvolver e gerenciar essas soluções. Assim, é importante entender quais são as profissões que prometem aquecer o mercado para você ficar um passo à frente.

Afinal, uma pesquisa da Gartner 2022 AI in Organizations descobriu que 80% dos executivos acreditam que a automação pode ser aplicada a qualquer decisão de negócios. Além disso, o estudo mostrou como as organizações estão avançando no uso da IA ​​como parte de sua estratégia de automação de longo prazo e estima que o valor comercial da inteligência artificial ​​chegará a US$ 5,1 bilhões até 2025.

Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso

Junior Borneli, co-fundador do StartSe

Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)

Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor

Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe. Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).

É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas, conhecendo culturas diferentes.

Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator entre fracasso e sucesso.

Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo. “Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.

De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi possível para o melhor resultado”, avisa.

Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o empreendedor.

Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso é a superação”, destaca Junior Borneli.

Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes, receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”, afirma.

É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria fica pelo caminho”, diz.

É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.

O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.

Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará valer a pena!,” destaca o empreendedor.

DERROTA TAMBÉM ENSINA

Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá, tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos Estados Unidos”, afirma Junior.

No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.

Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e suportáveis”, salienta.

Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão. Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e siga firme em frente”, afirma.

É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm coragem e disposição para fazer”, completa.

                   O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?                  

Moysés Peruhype Carlech

Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”, sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial da Startup Valeon.

Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?

Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu WhatsApp?

Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.

A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade, durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.

É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e eficiente.  Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e aumentar o engajamento dos seus clientes.

Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. – Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o próximo nível de transformação.

O que funcionava antes não necessariamente funcionará no futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo aquilo que é ineficiente.

Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde queremos estar.

Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que você já sabe.

Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na internet.

Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar você para o próximo nível.

Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.

Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

terça-feira, 4 de abril de 2023

MARINA SILVA NÃO QUER A EXPLORAÇÃO DE PETRÓLEO NA AMAZONAS E O BRASIL PRECISA DELE

 

História por João Pedro Soares • DW

Investida da petroleira na Margem Equatorial, que abrange a Bacia da Foz do Amazonas, será o primeiro grande teste de força da ministra do Meio Ambiente no terceiro mandato de Lula.

Marina já declarou publicamente que© Fernando Frazão/Agência Brasil

Um “passaporte para o futuro”. Foi assim que o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, descreveu o potencial da Margem Equatorial, novo alvo exploratório da Petrobras, que se estende das costas do Amapá até o Rio Grande do Norte.

Não por acaso, mas sobretudo por método, as palavras de Silveira foram as mesmas que saíram da boca do presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2009, quando o petista “vendeu” a promessa do pré-sal– sob a lógica do ministro, afinal, a Margem Equatorial é o “novo pré-sal”, como ele disse.

Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, considera a Margem Equatorial como a maior área exploratória do país depois das descobertas da Bacia de Campos e do pré-sal. Até 2027, a petroleira pretende investir 2,9 bilhões de dólares (cerca de R$ 14,6 bilhões) e perfurar 16 poços naquela região, onde detém seis blocos. O que se espera com a empreitada é repetir o sucesso da ExxonMobil, que já acumula, desde 2015, mais de 30 descobertas no mar territorial da vizinha Guiana, que tem um perfil geológico semelhante.

Em vídeo enviado à imprensa, Prates disse que “com o resultado da fase de investigação e perfuração, a sociedade terá o direito de saber qual é o real potencial dessa área, e a partir daí vamos aprofundar o debate sobre a continuidade ou não do projeto”. Segundo o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a Margem Equatorial tem reservas estimadas em 30 bilhões de barris de petróleo, com potencial de adicionar 1.106 milhão de barris/dia à produção nacional a partir de 2029.

Mas, se depender da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, a Petrobras não terá vida fácil. Ao aventarem a hipótese de exigir uma avaliação ambiental estratégica para licenciar o projeto, a pretensão da estatal em iniciar a perfuração do poço pioneiro Morpho, no litoral do Amapá, a 160 quilômetros da costa e com profundida de 2.800 metros, ficou mais distante. Até então, ela dependia apenas do aval do Ibama para realizar o simulado técnico pré-operacional, etapa prévia à licença.

“Eu estou olhando para esse desafio do petróleo na Foz do Amazonas do mesmo jeito que olhei para Belo Monte. É altamente impactante, e temos instrumentos para lidar com projetos altamente impactantes, que é o instrumento da avaliação ambiental integrada, da avaliação ambiental estratégica. Não pode ser licenciado como um caso isolado, temos que olhar para a bacia”, afirmou Marina à agência Sumaúma.

A Margem Equatorial engloba as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, considera a Margem Equatorial© Roque de Sá/Agência Senado

Multinacionais abrem mão da operação

No leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em 2013, o consórcio formado pela TotalEnergies (40%), Petrobras (30%) e bp Energy (30%) arrematou cinco áreas na Bacia da Foz do Amazonas – FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-127. Além desses blocos, outro consórcio, integrado apenas pela bp (70%) e a Petrobras (30%), adquiriu o FZA-M-59. Nos cinco primeiros, a francesa TotalEnergies era responsável pela execução das atividades de prospecção e produção de óleo e gás, enquanto a britânica bp era a operadora do sexto bloco.

Mas por se tratar de uma região de nova fronteira exploratória que abriga um grande sistema de recife de coral descoberto em 2016 por uma equipe de cientistas, o Ibama não concedeu a licença ambiental para que a TotalEnergies e a bp Energy pudessem iniciar a perfuração de seus respectivos poços. À época, o órgão ambiental alegou que os planos de emergência individual apresentados por elas continham muitas incertezas relacionadas às ações para mitigar os impactos de um eventual derramamento de óleo.

Diante de inúmeras tentativas frustradas e da crescente pressão da organização de defesa do meio ambiente Greenpeace, as petroleiras britânica e francesa jogaram a toalha. A TotalEnergies não apenas transferiu a operação dos cinco blocos para a Petrobras, como também vendeu as suas participações neles para a estatal, que aumentou a sua fatia para 70% – a bp manteve os 30% restantes. A multinacional francesa optou por focar nas descobertas de petróleo que fez no Suriname, que, assim como a Guiana, é vizinho da Margem Equatorial.

Já no segundo consórcio, a bp permanece com 70% de participação contra apenas 30% da Petrobras, mas abriu mão de ser a responsável por operar o bloco FZA-M-59, mesmo sendo a sócia majoritária. A percepção é que o peso institucional da Petrobras, cujo sócio controlador é o governo brasileiro, a torna mais apta do que as demais petroleiras para conseguir a licença junto ao Ibama.

Ao assumir a operação das seis áreas, a Petrobras obteve uma “segunda chance”. Isso porque, em 2011, na última tentativa que fez de perfurar um poço no litoral do Amapá, as fortes correntezas da região arrastaram o navio-sonda responsável pela execução da campanha.

Mais tarde, em 2016, a ANP decidiu extinguir a concessão da petroleira para operar os blocos FZA-M-217 e FZA-M-252 por não cumprimento dos prazos contratuais. Sob alegação de que a demora para obter a licença ambiental tinha atrasado o cronograma, a estatal pediu mais tempo. A agência reguladora, contudo, negou o pedido.

Presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defende a manutenção das atividades de petróleo e gás nos próximos anos© RODRIGO VIANA/AGENCIA SENADO/AFP

Visões conflitantes

Diante da crise climática e dainvasão da Ucrânia pela Rússia, que vem abalando os alicerces da matriz energética global, o Brasil busca retomar o seu prestígio internacional através da agenda verde. Ao convidar Marina Silva para comandar a pasta do Meio Ambiente em seu terceiro mandato, Lula sinalizou o compromisso de reposicionar o país na diplomacia do clima e reconstruir as bases institucionais da política ambiental.

Marina já declarou publicamente que “a Petrobras não pode continuar a ser uma empresa de petróleo”. Sua visão colide com a estratégia de Jean Paul Prates, que defende a manutenção das atividades de petróleo e gás nos próximos anos para impulsionar a transição energética da companhia.

“Não vamos deixar de atuar no pré-sal e na Margem Equatorial”, disse Prates em uma coletiva de imprensa em março.

Marina x Petrobras

Ainda não é possível saber se Marina terá força para bancar a aposta e sair vitoriosa do embate com a Petrobras. Em 2008, na sua primeira passagem pelo ministério, ela pediu demissão do cargo. Em carta enviada à Lula, alegou que encontrava dificuldades “para dar prosseguimento à agenda ambiental federal”. Disse, ainda, que o presidente foi “testemunha das crescentes resistências encontradas por nossa equipe junto a setores importantes do governo e da sociedade”. Na ocasião, a pressão vinha do agronegócio, que insistia na revisão das medidas de combate ao desmatamento na Amazônia.

“Enquanto Marina Silva está tentando reestruturar o MMA [Ministério de Meio Ambiente e Mudança do Clima], os representantes do ‘mercado’ que integram o MME [Ministério de Minas e Energia] querem acelerar a abertura da Foz do Amazonas”, denunciou Marcelo Laterman, ativista sênior do Greenpeace Brasil.

Petrobras pretende investir 2,9 bilhões de dólares e perfurar 16 poços até 2027© Fabio Teixeira/AA/picture alliance

Segundo ele, “uma vez concedida a licença, será aberto um precedente perigoso para as demais petroleiras.

“É a fresta que a Shell, Chevron e todo o resto precisam para entrar no filão”, destacou.

Já o especialista em Conservação da organização WWF-Brasil, Ricardo Fujji, alerta que um eventual acidente poderia causar danos irrecuperáveis à região.

“Se o óleo atingir a costa, há pouco a fazer. Mesmo com planos emergenciais, grande parte do óleo derramado acaba não sendo recuperado”, explica.

Impactos já são sentidos

De acordo com Ricardo Fujji, os impactos da atuação da Petrobras no Oiapoque, no Amapá, já estão sendo sentidos pela população local em terra – e isso antes mesmo do início da exploração de petróleo em alto-mar.

“Já há tráfego de aeronaves e até planos para expansão do aeroporto da região”, disse. “Ali perto, há um lixão que atrai urubus. Como aviões e urubus não combinam, querem mover o lixão para perto da aldeia indígena. Por isso, defendemos a consulta livre, prévia e informada nos termos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o que não foi feito”, argumenta.

A Convenção 169 da OIT é um tratado internacional adotado em 1989, sobre os direitos dos povos indígenas e tribais e as responsabilidades dos governos de proteger esses direitos.

A norma trata da situação de mais de 5 mil povos indígenas, que vivem em mais de 70 países em todas as regiões do mundo, e reconhece os direitos deles à terra e aos recursos naturais, e a definir suas próprias prioridades para o desenvolvimento.

Autor: João Pedro Soares

ARCABOUÇO FISCAL É SINÔNIMO DE GASTOS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Brasília (DF) 30/03/2023 Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do Planejamento, Simone Tebet, durante coletiva sobre a nova regra fiscal. Foto: José Cruz/ Agência Brasil


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante coletiva de apresentação da nova regra fiscal: proposta determina aumento real do gasto entre 0,6% e 2,5% ao ano.| Foto: José Cruz/Agência Brasil

Na semana passada, os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento, apresentaram o plano do governo federal a respeito da política fiscal – que trata da política tributária, sua estrutura e previsão de arrecadação, de um lado, e da estrutura de gastos públicos, seu direcionamento e previsão orçamentária, de outro. A próxima etapa é o envio de um projeto de lei complementar ao Congresso Nacional.

Como já se sabe, o “arcabouço fiscal” que deve substituir a Emenda Constitucional 95/2016 trocou o teto de gastos, que limitava a despesa do governo à correção pela inflação, por um “piso de gastos”, já que o gasto primário anual terá aumento mínimo de 0,6 ponto porcentual acima da inflação ainda que as receitas e o PIB tenham desempenho ruim, embora também limite o crescimento da despesa a um aumento real máximo de 2,5 pontos acima da inflação. Entre este máximo e mínimo, o governo buscará manter a elevação do gasto primário em 70% do crescimento da receita do exercício anterior. O plano ainda prevê que o déficit primário será reduzido para 0,5% do PIB neste ano, será zerado em 2024 e virará um superávit em 2025 e 2026 – e isso será obtido sem criação de novos impostos nem aumento de alíquotas de impostos vigentes, promete Haddad; além disso, com o desempenho citado, a dívida pública ficaria contida no limite de 75% do PIB.

Ou as contas do arcabouço fiscal não fecharão ou, para fazê-las fechar, as promessas feitas não serão cumpridas, especialmente aquelas sobre a carga tributária

As metas e os indicadores referidos justificam pessimismo quanto às propostas do governo, principalmente considerando as declarações do presidente Lula claramente direcionadas para mais gastos públicos e suas promessas de elevar os gastos enquanto houver pobres no país. Alertado sobre o fato de que todas as entidades econômicas – pessoas, empresas, governos e o resto do mundo – têm limites em seus gastos, pois a economia é limitada pela lei da escassez, e que déficits públicos gigantescos terminam sempre em tragédia (recessão, desemprego, inflação, pobreza), Lula afirmou que os livros de economia estão superados – afirmação estranha, porquanto é público e notório que livros não são propriamente especialidade de Lula.

Mas a questão essencial em relação aos números divulgados por Haddad e Tebet é que eles não têm respaldo no desempenho das finanças públicas nos últimos meses. Em fevereiro deste ano, a receita do governo federal foi de R$ 159 bilhões, 1,28% maior que a do mesmo mês do ano passado, já descontada a inflação, e um recorde para fevereiro. Apesar dessa boa receita, no entanto, houve déficit primário de R$ 41 bilhões no mesmo mês – igualmente um recorde para fevereiro. Por sua vez, a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 previu um déficit de R$ 231,5 bilhões neste ano, enquanto Haddad anuncia que seu pacote de medidas pretende aumentar as receitas do governo e rearranjar os gastos de forma a trazer o déficit primário para R$ 100 bilhões em 2023.

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Juntando tudo – os resultados de fevereiro, a previsão de déficit na LDO e a fala do ministro –, a conclusão é de que ou essas contas não fecharão ou, para fazê-las fechar, as promessas feitas não serão cumpridas, principalmente a de que o governo não pretende criar impostos nem elevar alíquotas de impostos (ou contribuições) já existentes. Não se tratar de desejar o pior nem ser contra o Brasil, mas caso o projeto de lei a ser enviado ao Congresso Nacional seja reprodução fiel da apresentação pública dos dois ministros, o choque entre a realidade atual das contas públicas e as propostas será inevitável, mesmo porque, em se tratando de contas públicas, não existe o chamado “orçamento de base zero”, aquele que parte da premissa de que o passado não existe e tudo será calculado a partir de bases formadas no momento em que se elabora o novo orçamento.

No caso do setor público, ocorre o inverso do “orçamento base zero”: a estrutura de todo o setor estatal está dada, e a absoluta maioria de seus gastos está definida pelo que já existe e que vem sendo executado nos anos anteriores. O mesmo raciocínio vale para as receitas tributárias que, em sua maioria, estão dadas na estrutura tributária vigente, que o ministro diz não ter intenção de alterar em sua essência de tributos existentes e alíquotas vigentes. Em resumo: as condições sob as quais os agentes econômicos farão previsões dificultam qualquer previsão, sobretudo aquelas de redução drástica dos déficits fiscais e do controle da dívida pública.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/os-recordes-de-fevereiro-e-o-novo-arcabouco-fiscal/
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CARTEL DO PETRÓLEO OPEP DECIDE DIMINUIR A PRODUÇÃO DE PETRÓLEO

 

Energia
O que esperar após o novo corte na produção de petróleo anunciado pela Opep+
Por
Raquel Hoshino, especial para a Gazeta do Povo


Refinaria de petróleo na cidade de Port Arthur, no Estado americano do Texas: maior economia do mundo poderia aumentar a produção para aliviar impacto do corte anunciado pela Opep+| Foto: David Mark/Pixabay

O mundo foi surpreendido neste domingo (2) com dois anúncios: de que oito países pertencentes à Organização dos Países Exportadores de Petróleo ampliada (Opep+) iriam reduzir a produção de petróleo de maio até o final do ano em 1,16 milhão de barris por dia (bd); e que a Rússia, integrante do grupo que havia reduzido unilateralmente a sua produção em fevereiro em 500 mil barris por dia, também estenderia esse prazo para o final do ano. No total, haverá um corte de 1,66 milhão de bd.

O anúncio foi realizado um dia antes da reunião mensal da entidade. Segundo a agência Reuters, esperava-se que o grupo mantivesse sua decisão anterior de atingir cortes de produção de 2 milhões de bd até dezembro, que havia sido anunciada em outubro.

Em comunicado após a reunião, a Opep+ confirmou o que foi dito no fim de semana e detalhou como serão os cortes: a Arábia Saudita reduzirá seu bombeamento em 500 mil barris por dia; o Iraque, em 211 mil bd; Emirados Árabes Unidos, em 144 mil bd; o Kuwait, em 128 mil bd; o Cazaquistão, em 78 mil bd; a Argélia, em 48 mil bd; Omã, em 40 mil bd e o Gabão em 8 mil bd. Como informou a agência EFE, todas essas reduções “voluntárias”, ou seja, sem um acordo vinculativo e consensual dentro da aliança, serão aplicadas de maio até o final de 2023.

Nesta segunda-feira (3), os mercados reagiram, com os preços do petróleo disparando e subindo mais de 6%. O barril de Brent, principal referência internacional, atingiu seu maior valor desde 7 de março: US$ 86,44.

Reação do mercado
Segundo Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), o anúncio não foi uma surpresa.

“Eu não acho que o mundo foi surpreendido porque é habitual da Arábia Saudita fazer esse tipo de coisa. Na verdade, os produtores de petróleo vêm, nos últimos anos, atuando de uma forma muito especulativa”, afirmou.

De acordo com o ministério de Energia da Arábia Saudita, a redução voluntária foi uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado de petróleo, conforme reportou a agência Reuters.

Feldmann explicou: “Esse é o grande problema quando você tem um cartel. Cartel é uma coisa proibida no mundo inteiro. Não pode ter cartel em nenhum setor da economia, em nenhum país. A única exceção é a Opep+. Porque cartel é uma coisa muito ruim. Eles combinam entre eles o que querem fazer; aumentam o preço, quando querem aumentar; diminuem; aumentam a produção; diminuem a produção, mas eles fazem isso prejudicando a sociedade como um todo, a economia mundial”.

Para o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, a crise bancária ocidental foi uma das razões por trás do corte, bem como a “interferência na dinâmica do mercado”, uma expressão russa para descrever o teto de preço imposto pelo Ocidente ao petróleo do país.

O comunicado da Opep+ acrescentou que “a reunião observou que esta é uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado de petróleo”.

Já os Estados Unidos acreditam “que esses cortes não são recomendados neste momento devido à incerteza do mercado e deixamos isso claro”, segundo afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca. “Estamos focados nos preços, não nos barris”, afirmou a repórteres nesta segunda-feira, acrescentando que os EUA receberam um aviso antes do anúncio.

Impacto
Para João Ricardo da Costa Filho, professor de macroeconomia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais São Paulo ( Ibmec), todos os países vão sofrer com a alta do petróleo.

“Primeiro, você tem combustíveis. Com o petróleo ficando mais caro, seus derivados todos vão ficando mais caros. Isso faz com que você tenha um aumento de custos e este é um aumento de custos global. Isso significa que para todas as economias vai ser mais difícil lidar com a inflação”, destacou.

Segundo ele, “todas as economias, direta ou indiretamente, vão sofrer, porque mesmo os países que são exportadores de petróleo, se o custo do petróleo, que é cotado em mercado internacional, aumenta, isso tudo… Você vai ter custo, por exemplo, de combustíveis, que faz com que aumente o custo dos transportes de bens e serviços.  Então países que dependem de transporte que utilizem uma malha viária, países como o Brasil, por exemplo, em que você transporta muito por rodovias e, ao transportar muito por rodovias, tem o custo do frete muito associado à dinâmica dos combustíveis, é um país que diretamente é afetado por isso, mas indiretamente também, via a dificuldade que os Estados Unidos vão ter para diminuir a inflação”, explicou.

Para Costa Filho, “como a economia dos EUA é uma economia muito grande, é uma economia muito central na arquitetura monetária internacional”, ela impacta todas as outras. “Então, eu acho que a maior parte dos países vai ser afetada dessa maneira. O saldo líquido vai ser negativo”, afirmou.

Segundo Feldmann, o aumento de preços “não vai dar certo”. Para ele, “todo mundo quer ficar independente do petróleo. Eles fizeram uma aposta ‘muito curto-prazista’ para conseguir algum ganho agora, muito rápido. Tudo bem, eles conseguiram subir o preço, amanhã talvez continue o preço alto e depois cai”.

Para Feldmann, “foi uma medida especulativa demais. O mundo já está vacinado contra isso. Não tende a prosperar. Eu acho que daqui a três, quatro dias, ninguém mais vai falar nisso. A tendência é o preço voltar ao normal. Já aconteceu outras vezes”.

Feldmann acrescentou que, em um cenário em que a alta no preço do petróleo persistisse, a China seria o país mais prejudicado. “A China depende muito de petróleo. Não é um grande produtor. Ela tem que importar. A China teria um impacto grande nos preços. Então, o custo dos produtos chineses aumentaria. A China teria dificuldade para colocar seus produtos no mercado internacional porque eles ficariam mais caros”, ressaltou.

Feldmann destacou que outro país que tem pouco petróleo e que sofreria seria o Japão. Já os países europeus, segundo ele, “os mais desenvolvidos teriam algum impacto, não como China e Japão, mas teriam por causa da situação atual da guerra da Ucrânia, porque eles estão evitando comprar petróleo da Rússia. Então, aí poderia ser um problema para eles, porque vão ter talvez buscar outras fontes; vão ter que deixar de comprar da Opep+, ou vão ser obrigados a comprar da Opep+, mas aí o preço vai estar mais alto, então talvez a Europa seja também afetada, mas não todos os países europeus”.

Para Feldmann, a alta do petróleo teria um “efeito de curtíssimo prazo. E aí o mundo se organiza e aumenta essa produção que foi reduzida pelos árabes, de alguma forma. E a produção volta ao normal muito rapidamente e aí o preço volta a cair”. Para ele, países “relativamente independentes da Opep+”, como o Brasil, Noruega e Estados Unidos, poderiam aumentar a produção de petróleo.

Previsões
Para o professor João Ricardo da Costa Filho, do Ibmec São Paulo, ainda é cedo para fazer previsões. “Eu acho que está um pouco cedo ainda, porque precisa entender como é que as outras economias vão responder a esse anúncio; qual vai ser o tamanho, por exemplo, do impacto na atividade econômica de tudo que tem sido feito”, além de como a atividade econômica vai responder e de como será a reabertura da China.

Mas o analista pontuou que “tem uma coisa que a evidência mostra, que a literatura mostra: quando você tem aumento de juros que acontecem de maneira simultânea em várias economias, o impacto líquido no final da história é mais negativo ainda para, por exemplo, PIB, para desemprego, do que pensando em cada uma das economias individualmente. Ou seja, para o mundo todo, se eu subir juros sozinho, tem um impacto na minha economia. Todo mundo subindo juros ao mesmo tempo, tem um impacto maior na minha economia. Então todo mundo deve ter uma desaceleração mais forte. Esse tipo de anúncio faz com que a perspectiva seja de desaceleração ainda mais forte”.

Segundo ele, “a gente precisa saber ainda como a atividade econômica vai responder ao que a política monetária tem feito. Isso é um vetor. E como é que a China vai se comportar nos próximos meses vai ser importante também. Seguramente, o que a gente esperava é que o preço do petróleo para esse ano, agora ele é maior, mas o quão maior vai depender dessas combinações, de desaquecimento, por um lado; a China, por outro. Por isso, eu acho que é um pouco cedo, mas o mercado financeiro precisa precificar. Então, o que a gente vai ver é um aumento do preço agora, maior, então é o que a gente chama de overshoot – o preço vai subir demais –, e depois ele vai corrigir. Cai um pouco até a gente começar a tatear esses vetores que impactam o crescimento da dinâmica dos preços do petróleo”.

Feldmann, da USP, acredita que “cada vez mais o mundo fica cada vez mais preparado para usar outras fontes de energia e esse tipo de medida acaba sendo um estímulo para os países voltarem a pensar seriamente em abandonar o petróleo. Houve uma queda desse esforço, nesses anos, de um ano para cá, por conta da guerra da Ucrânia”.

Segundo o professor da USP, “a guerra da Ucrânia com a Rússia prejudicou o esforço europeu para se livrar do petróleo e do gás natural. Realmente foi um problema voltar a usar coisas que poluem [muito], como o carvão. Muitos países europeus que usavam, antes, gás natural, com a ausência do gás natural — porque era da Rússia —, voltaram a usar o carvão, que é uma coisa muito ruim. Agora eu acho que o mundo está preparado para isso. Está altamente focado, principalmente a Europa, na necessidade de ficar independente do petróleo e dos seus derivados”.


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ARCABOUÇO FISCAL É APENAS UM ANÚNCIO QUE O GOVERNO LULA QUER GASTAR

 

Ideias mortas e conversa fiada para tapear o povo

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo


A ministra do Planejamento, Simone Tebet, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula: novo arcabouço fiscal prega aumento da arrecadação.| Foto: Washington Costa/MF

A equipe econômica, após três meses de conversa, de reuniões e de anúncios variados, apresentou, enfim, o que deve ser o plano financeiro do governo – basicamente, a declaração pública de como as autoridades pretendem que o Estado brasileiro se mantenha em funcionamento durante os próximos anos. É o “arcabouço fiscal” de que se fala; muita gente boa, a começar pelos comunicadores, nunca tinha ouvido até hoje a palavra “arcabouço”, nem sabe o que isso significa, mas a mídia gostou dela e agora faz parte fixa do noticiário.

O plano é um retrato praticamente perfeito do que está na essência do governo Lula – o esforço, em tempo integral, para tapear a população com ideias mortas, conversa fiada e promessas que nunca serão cumpridas. A estrutura que apresentaram para sustentar as contas públicas não sustenta nada. É apenas um anúncio de que o governo quer gastar e vai continuar gastando enquanto estiver por aí; na prática, não há nenhuma outra proposta no “arcabouço”.

Não existe investimento público num governo do PT; o que existe é gasto para manter a máquina do Estado em seu perpétuo regime de engorda.

O plano, no português de ginásio em que foi escrito, diz que a quantia monstruosa de dinheiro que o governo Lula vai consumir com as suas despesas, do Bolsa-Picanha aos jatos da Força Aérea para levar ministros verem exposições de cavalos de raça, virão do “aumento da arrecadação”. Pronto: então está tudo resolvido, não é mesmo? É como o sujeito comprar uma casa agora contando com um aumento de salário que espera receber algum dia no futuro.

O único elemento líquido e certo do “arcabouço fiscal” é a despesa. O “aumento da arrecadação” é unicamente um desejo – e um desejo que nada tem a ver com a realidade objetiva do Brasil no momento. Ao contrário, data-hoje, o que se espera é crescimento nulo ou baixo, e com economia parada a receita não pode aumentar. Não dá para ser diferente. Em três meses de atividade, o governo não foi capaz de esboçar a mais remota medida concreta que possa levar a um 0,00001% de crescimento, ou a um emprego de carteira assinada, ou a 1 real de investimento. (O único investimento que o presidente Lula anunciou até agora foi um gasoduto na Argentina.)

Na verdade, tudo o que os 37 ministérios e o resto da máquina do governo disseram até agora é o oposto de progresso econômico – tem sido, sem parar, um ataque direto à produção, ao mundo do trabalho e à liberdade de empreender. Levam peixes gordos do MST para o que anunciam ser uma fenomenal viagem “de negócios” à China; que “negócio” querem fechar desse jeito – algum investimento chinês na invasão de terras, talvez?

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Querem a volta do imposto sindical. Querem a volta do seguro obrigatório para automóveis. Querem “imposto sobre fortunas”. Não falam em outra coisa que não seja o combate ao racismo, à “direita”, à transfobia, à “discriminação das mulheres”, ao “genocídio dos povos indígenas”, à desigualdade e a tudo o que acham mau e feio neste mundo. Como gerar um emprego com esse palavrório, ou um tostão de investimento verdadeiro? O governo diz que tudo vai ser lindamente resolvido neste país com “investimento público”. Não existe investimento público num governo do PT; o que existe é gasto para manter a máquina do Estado em seu perpétuo regime de engorda.

Lula e o seu Sistema dizem que querem dinheiro “para os pobres”, mas os pobres não vão ver nem sombra dos trilhões e mais trilhões do “arcabouço fiscal”. Tiveram mais de treze anos e quatro vezes seguidas no governo para “acabar com a pobreza”, como dizem. Por que não acabaram? O PT não está interessado em pobre nenhum. Está interessado em empregos de 76 mil reais por mês na diretoria da Itaipu – como o que acaba de ser doado a um “assessor legislativo” da presidente do partido. O resto é material de propaganda para sair no Jornal Nacional.


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GOVERNO LULA VAI MAL E ELE PEDE OTIMISMO AOS MINISTROS

 

Deu no Datafolha

Por
Alexandre Garcia

Brasília (DF), 10/03/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial, no Palácio do Planalto.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial, no Palácio do Planalto.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na segunda-feira o presidente Lula, recuperado da pneumonia, foi para o Palácio do Planalto e já fez uma reunião ministerial. O encontro ocorreu a portas fechadas, mas no início ele fez uma breve alocução aos ministros, pedindo que não se lamentem, que sejam otimistas. Ficamos pensando: o que aconteceu para Lula reconhecer que integrantes do governo estão lamentando e que é necessário sacudi-los para que eles distribuíam otimismo? Otimismo faz parte de propaganda: na tentativa de contaminar as demais pessoas, é preciso passar esse otimismo para os demais.

É que no domingo o Datafolha – que nunca foi contra Lula na campanha eleitoral – mostrou como o otimismo está caindo e o pessimismo está subindo em relação a dezembro do ano passado. Vamos aos números: em dezembro, o pessimismo estava em 20%, e agora já está em 26%. O otimismo estava em 49% e caiu para 46%. Quanto à política econômica, 28% imaginavam que seria a mesma, mas agora muitos estão vendo que não será a mesma, caiu para 26%. Essa avaliação de Lula no primeiro trimestre de governo é a pior dos seus três mandatos. A avaliação positiva neste momento está em 38%; a negativa está em 29%; as pessoas que classificam como “regular”, não sabem exatamente definir, são 30%. É por causa disso que o presidente Lula falou a seus ministros que precisam distribuir otimismo e não ficar se lamentando.

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E por que eles ficariam se lamentando? Saiu o arcabouço fiscal, uma nova marca de fantasia para o fato de o teto de gastos ser furado, desrespeitado. O teto foi uma das grandes leis do período Temer, aprovada pelo Congresso para limitar os gastos públicos. Mas o governo quer gastar. O ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore disse que é uma “licença para gastar”. E que, havendo essa licença, tem de subir a arrecadação, porque do contrário isso não se paga. Pastore disse isso no fim de semana e na segunda-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que será preciso ter mais receita, na ordem de R$ 110 bilhões a 150 bilhões. Traduzindo: o governo pretende cobrar R$ 150 bilhões a mais de impostos de todo mundo. Dá R$ 700 per capita, do bebê ao mais idoso dos brasileiros, R$ 700 de cada um para o governo poder gastar. É por isso que as pessoas estão estranhando, por isso os que aprovaram estão desistindo de aprovar, por isso os que estavam pessimistas agora são em maior número, porque não há definição.

Nessa fala de abertura da reunião ministerial o presidente repetiu que os programas sociais foram todos desmontados no governo passado. Ele repete isso a toda hora na base daquela receita do repita, repita, repita que alguém vai acabar acreditando. Alguém que não se dá ao trabalho de pensar, alguém que está distraído vai acabar acreditando. Mas a pesquisa Datafolha mostra que não é bem assim, que as pessoas estão caindo na real – inclusive os 60 milhões que fizeram com que o Brasil estivesse na situação de agora.

Queria falar mais desse anúncio do arcabouço. Vocês notaram que ocorreu no mesmo dia em que o ex-presidente Bolsonaro chegou a Brasília. É um recurso de propaganda: sempre que não se quer dividir o noticiário, inventa-se alguma coisa. Então o arcabouço foi anunciado assim, apressadamente; e precisava ser anunciado porque pegou um nome, o “fura-teto” de gastos. O governo substituiu o “furar o teto de gastos” por “vem aí um arcabouço fiscal”. Como disse Pastore, é para gastar mais. E a consequência disso, segundo o ex-presidente do Banco Central, é uma brutal carga tributária.


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PROJETOS DE LULA PODEM NÃO AVANÇAR NO CONGRESSO POR FALTA DE MAIORIA

 


Lula depende de rearranjo no Congresso para iniciar governo após a Páscoa
Por
Sílvio Ribas – Gazeta do Povo
Brasília


Presidente Lula conversa com os presidentes da Câmara, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco| Foto: Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom / Agência Brasil / Arquivo

No Brasil, há o ditado popular de que o ano começa de fato após o carnaval. Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), contudo, o início efetivo de seu governo pode ocorrer só depois da Páscoa. Isso porque, para avançar nas suas propostas mais essenciais, o petista ainda precisa contar com uma melhora de contexto partidário no Congresso. Essa situação depende das composições em curso na Câmara, que se seguem a rearranjos recentes no equilíbrio de poder.

Animados com a inesperada formação, na semana passada, do bloco com 142 deputados de PSD, Republicanos, MDB e Podemos (em fusão com PSC), o maior da Câmara e que se descola do Centrão, articuladores políticos do governo se esforçam agora para tirar ainda mais poder do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). O primeiro alvo do assédio em busca de apoio é o Republicanos, ligado à Igreja Universal e de fora da base governista. MDB e PSD, maiores siglas do blocão, já têm ministros na Esplanada.

Ocorre, contudo, que o Republicanos tem uma forte ligação com a sustentação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), juntamente com PL e PP, que continua sobretudo no Senado. Não por acaso, as primeiras falas do ex-presidente ao retornar ao país na quinta-feira (30) foram justamente para reafirmar a unidade das três legendas e, também, incluir o Novo sob a sua influência. Bolsonaro enalteceu o crescimento dessas agremiações na última eleição e estabeleceu metas ousadas para elas nas disputas municipais em 2024.

“O parlamento nos orgulha pelas medidas, pela forma de se comportar, fazendo o que tem que ser feito e mostrando para esse pessoal que eles não vão fazer o que bem querem com o destino da nossa nação”, discursou Bolsonaro. Seu partido, o PL, elegeu a maior bancada da Câmara em 2022, com 99 deputados, e a segunda maior do Senado, com 12 senadores. Para o próximo pleito, o ex-presidente espera que a legenda e outros partidos da direita façam 60% das prefeituras pelo Brasil, preparando o terreno para 2026.

Além do “fator Bolsonaro”, outra condicionante para Lula construir a coalizão mínima no parlamento para aprovar seus projetos mais importantes está na capacidade de Lira reagir à formação do blocão. Nos bastidores sabe-se que o presidente da Câmara busca apoio de legendas até mesmo de esquerda, como PSB e PDT, para alcançar um contraponto. Além dos líderes desses partidos e do seu próprio (PP), ele estaria conversando também com União Brasil, PSDB e Avante. A tarefa não é fácil, mas o atrativo são os postos em comissões e cargos na Casa e poder de barganha com o governo. Tanto no blocão que Lira tentou criar antes, combinando PP com União Brasil, seja agora com outras forças, o PL segue isolado.

Como maior legenda da Câmara, com quase um quinto dos assentos, o PL parece encontrar dificuldades em se articular com outros blocos. Uma das possíveis razões dessa situação seria a sua associação mais direta com Bolsonaro, incluindo alguns dos parlamentares mais fiéis ao ex-presidente. Outro fator é o próprio tamanho expressivo que alcançou no plenário, que já garante poder especial aos seus líderes de bancada, além de conferir vantagens para seus membros nas comissões permanentes e temporárias na Casa.

Segundo estrategistas de partidos cujo apoio é cobiçado por Lula, com a volta de Bolsonaro, os caciques que lhe deram apoio têm mais um motivo para esperar um pouco mais antes de cair no “canto da sereia” dos governistas. Eles vão analisar como o ex-presidente vai se sair no papel de líder da oposição para definir entre uma postura mais distante ou mais próxima do governo federal. Para dificultar a tarefa dos articuladores governistas, o PP, que outrora fazia parte das gestões petistas, na figura de seu presidente, senador Ciro Nogueira (PI), mostra ainda mais resistência.

De acordo com o professor de Ciências Políticas e escritor Antonio Lavareda, a repentina mobilidade de blocos e federações na Câmara, cujo número de cadeiras dos partidos define a fatia de recursos públicos a que têm direito, reflete as imperfeições do sistema eleitoral. “O excessivo fracionamento é muitas vezes maior se levar em conta que cada parlamentar acaba sendo eleito por uma lógica fundamentalmente individualizada. A maioria absoluta das legendas inexiste na mente do eleitor”, disse ele. Lavareda é defensor das candidaturas avulsas, fora do âmbito dos partidos.

Lavareda avalia que Lula buscará uma “segunda fase” no governo, após a Páscoa. Na primeira fase, o presidente priorizou sua agenda social, com medidas como o relançamento do Bolsa Família, aumento do salário-mínimo, campanhas de vacinação e investimentos na educação e meio ambiente. “Agora, ele precisará enfrentar questões econômicas espinhosas, como o arcabouço fiscal, a reforma tributária e a redução da taxa de juros pelo Banco Central. Portanto, é fundamental que Lula estabeleça uma base sólida no Congresso capaz de entregar sua agenda legislativa”, resumiu.

O fato é que o Planalto ainda não conseguiu formar uma base consistente no Congresso para aprovar propostas importantes e já vinha tentando, sem sucesso, atrair votos no varejo, fora da esfera de Arthur Lira, cuja larga dominância sofreu os primeiros abalos recentemente. O presidente da Câmara tenta, ainda, construir um novo bloco para suplantar a combinação que foi montada pelos presidentes do PSD, Gilberto Kassab, e MDB, Baleia Rossi, e que replica na Câmara a aliança de legendas principais na sustentação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Discussão do marco fiscal inaugura jogo político
Arrumar o tabuleiro do xadrez político em razão das suas conveniências é a maior urgência do governo Lula, que submeterá ao Congresso nos próximos dias a primeira matéria de real importância, acerca do marco fiscal. O governo anunciou oficialmente na quinta-feira (30) o novo arcabouço e prevê enviá-lo aos deputados para começar a ser analisado logo após a Páscoa. “Vamos aproveitar esse momento para mandar o texto mais claro”, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na ocasião. Lira já avisou que a proposta, nitidamente dependente de ganhos adicionais com tributos, sofrerá ajustes.

Nos seus dois primeiros governos, Lula foi o protagonista absoluto de sua articulação no Congresso, atraindo e contemplando personagens de vários espectros. Desta vez, apesar de ter saído vitorioso de uma eleição muito apertada, procurou reforçar a aliança com as forças de esquerda que o apoiaram desde o primeiro turno e deixou espaços para oposição e centrão se organizarem. Analistas estão intrigados porque o presidente perdeu tempo precioso nos 100 dias de governo, na chamada de lua de mel.

Antes mesmo da posse, Lula lançou dúvidas sobre o horizonte econômico e deu margem a crises políticas em razão de declarações polêmicas. Ele insistiu na tese de que “não há despesas do governo, só investimentos”, acusou empresários de não trabalhar, chamou o agronegócio de fascista e, para coroar, mandou todos esquecerem os livros de economia.

Após todos esses desgastes, que incluem ataques à independência do Banco Central (BC), o presidente ainda abriu nova frente de crises ao dizer em 21 de março que “só pensava em f…” o senador Sergio Moro (União-PR) e, dois dias depois, quando a Polícia Federal (PF) já havia desbaratado plano do crime organizado para matar o ex-juiz da Lava Jato, ele afirmou que era “visível armação” do próprio Moro. Essa atitude piorou o ambiente político de Lula no Congresso e deu munição para oposicionistas, que intensificam cobranças e até abriram uma série de pedidos de impeachment.

CPIs podem se tornar fator de desestabilização
A governabilidade de Lula depende também do desdobramento de pedidos para abertura de comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMI), sendo a primeira sobre os atos de vandalismo de 8 de janeiro, em Brasília, que já foi protocolada e tem assinaturas suficientes. A outra, envolvendo ataques de facções criminosas, proposta nesta semana, adiciona preocupação para o governo. Há grande chance da primeira, que vai investigar os culpados e os omissos no episódio na Praça dos Três Poderes, seja instalada entre os dias 11 e 14, quando haverá a sessão do Congresso Nacional.

Leandro Gabiati, professor de Ciências Políticas e diretor da Dominium Consultoria, afirmou que as CPIs sempre causam problemas para o governo e, por isso, não são bem-vistas pelos presidentes da República. Ele explicou que, como o governo precisa discutir a reforma tributária, o novo marco fiscal e aprovar medidas provisórias complexas, quaisquer investigações agora seriam grande desperdício de energia.

No entanto, Gabiati acredita que pode haver uma reviravolta na conjuntura política que esvazie a CPMI de 8 de janeiro. Ele argumenta que o governo está concentrando seus esforços em sua agenda econômica e que nem os presidentes das duas casas legislativas querem perder a atenção do plenário para as comissões de inquérito.

Assim, Gabiati entende que os embates acalorados vistos nos últimos dias nas comissões permanentes da Câmara entre governistas e oposicionistas deram uma amostra do tumulto que as CPIs podem gerar. “Essa realidade fará com que os políticos mais moderados costurem acordos e entrem em campo para costurar acordos e evitar que a comissões de inquérito contaminem ainda mais o ambiente político”, disse.


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PROBLEMAS DE TRUMP COM A JUSTIÇA DO EUA

 

Trump será fichado hoje em processo no qual virou réu em NY; entenda os próximos passos do caso

Foto: Joe Cavaretta/via AP

Por Redação

Ex-presidente permanecerá sob custódia da polícia ao longo de audiência, mas deve ser liberado em seguida

O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump comparecerá nesta terça-feira, 4, à Justiça de Nova York para uma audiência preliminar do caso no qual é acusado de subornar a atriz pornô Stormy Daniels com verbas não declaradas, durante a sua campanha pela Casa Branca, em 2016. Na audiência de hoje, Trump deve fornecer suas impressões digitais, fotografia e dados pessoais à Justiça americana e se tornará, de fato, réu no caso.

Trump não deve ser preso nem pagar fiança para deixar o tribunal. Seus advogados negociaram um termo de compromisso com a procuradoria na qual o republicano terá de comparecer à Corte sempre que requisitado. Apesar disso, durante toda a audiência preliminar, o ex-presidente estará sob custódia da polícia e pode até mesmo ser algemado.

Em virtude do fato de ser um ex-presidente americano, Trump contará durante toda a audiência com a companhia de um agente secreto designado para sua proteção. Após a audiência, Trump retornará para a Flórida, onde deve fazer um pronunciamento sobre o caso.

Na semana passada, um júri de NY votou por transformar Trump em réu após as provas apresentadas pelo promotor Alvin Bragg. Pela lei americana, que é inspirada no direito britânico, a procuradoria pode recorrer à votação de um júri para que um suspeito de um crime seja acusado formalmente, em vez de a acusação ser autorizada por um magistrado, como ocorre no Brasil.

Processo penal

A partir da audiência preliminar desta terça-feira, a procuradoria do Estado de NY deve apresentar formalmente as acusações contra o ex-presidente. Como o processo está sob segredo de Justiça, ainda não estão claros por quais nem quantos crimes Trump responderá. Esse sigilo, no entanto, deve cair.

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Denúncia contra Trump

Depois disso, os próximos passos do processo incluem uma série de audiências, onde o juiz do caso deve ouvir as argumentações da defesa e decidir se deve arquivá-lo ou não. Juristas dizem que a base do caso envolve uma interpretação incomum da lei estadual, que vincula um crime na esfera estadual a outro na alçada federal. Essa nova interpretação, acreditam os especialistas, não deve servir para anular o caso, mas o ambiente político carregado da denúncia torna seu desfecho imprevisível. A principal estratégia dos advogados de Trump no caso deve ser convencer o juiz que essa interpretação da promotoria está equivocada.

Caso a acusação contra Trump prossiga, o ex-presidente terá de comparecer a uma audiência na qual se declarará culpado ou inocente das acusações. Nesta etapa, pode ocorrer um acordo com a promotoria com o intuito de evitar o julgamento.

Grupo de pessoas se reúne na frente do tribunal de Manhattan e rezam por paz, em imagem desta segunda-feira, 3. Movimentação de pessoas no tribunal cresceu desde que Donald Trump disse que seria preso
Grupo de pessoas se reúne na frente do tribunal de Manhattan e rezam por paz, em imagem desta segunda-feira, 3. Movimentação de pessoas no tribunal cresceu desde que Donald Trump disse que seria preso Foto: Kena Betancur/Getty Images/via AFP

O último passo é o julgamento. Caberá aos jurados definir se o republicano é ou não culpado das acusações, após a apresentação das provas da acusação e da defesa.

Pena reduzida

A grande questão – se Trump acabará na cadeia ao fim do processo ou não – depende não apenas da acusação, mas também da extensão da condenação. A acusação de não declarar o pagamento pelo silêncio de Stormy Daniels seria, na lei americana, mais ou menos o equivalente a uma contravenção. De acordo com a lei do estado de Nova York, poderia render a Trump até quatro anos de prisão.

Mas as acusações podem ser reduzidas, as sentenças variam caso a caso e, em geral, é incomum que uma pessoa sem antecedentes criminais seja condenada a uma pena de prisão extensa. Além disso, outros atenuantes podem fazer com que Trump passe um dia sequer atrás das grades. Pelo menos no caso Stormy Daniels. /COM NYT E W.POST

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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