Dirigentes do setor já tiveram reunião no
Ministério da Indústria para discutir medidas para baratear carro zero;
estudo mostra ociosidade de quase 40% em fábricas
O retorno da produção de carros populares – ou de entrada, como são
chamados hoje – é um dos temas que o setor automotivo está levando ao
governo Lula.
Grupo liderado por montadoras, empresas de autopeças e concessionárias
já manteve conversas com representantes do Ministério do
Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), comandado porGeraldo Alckmin.
A justificativa atual é a redução das vendas de carros novos como
consequência da queda do poder aquisitivo dos consumidores, dos juros
elevados e crédito restrito e do alto custo dos modelos com maior índice
de tecnologia e segurança – que têm seu público, mas em menor número
entre os consumidores.
O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos
Automotores (Fenabrave), José Andreta Júnior, afirmou que o setor
precisa de escala; do contrário, não consegue gerar rentabilidade, o que
poderia abrir as portas para demissões no setor. Estudo da consultoria
S&P Global mostra que as montadoras operam com quase 40% de
ociosidade.
Ao divulgar ontem o balanço de vendas do trimestre, Andreta disse que
“o crescimento do setor tem de vir de baixo para cima e atingir o
consumidor que, hoje, não consegue mais comprar carro zero”. A Fenabrave
tem um banco de dados que será colocado à disposição do governo para
“ativar a produção (de carros mais baratos) no Brasil”, afirmou ele.
Atualmente, apenas dois carros à venda são considerados de entrada: o
Renault Kwid, que custa R$ 68,2 mil, e o Fiat Mobi, a R$ 69 mil.
Conceito de carro popular
Na semana passada, Antonio Filosa, presidente na América do Sul da
Stellantis – dona da Fiat, da Jeep, da Peugeot e da Citroën –, também se
mostrou empenhado na volta dos chamados carros populares. Em sua visão,
é necessário, primeiro, definir o conceito de carro popular que, para
ele, é pequeno, mais simples, com menos equipamentos, mas seguro. Para
baratear o preço, defendeu a redução de impostos, definir os itens de
segurança essenciais e baratear o crédito.
O conceito de carro popular, criado em 1993, estabeleceu alíquota
menor de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros com
motor 1.0. “Mas, hoje, até carro com motor turbo ou aspirado tem motor
1.0″, ressaltou o executivo, referindo-se a produtos mais sofisticados.
Renault Kwid e Fiat Mobi são os únicos dois modelos considerados de entrada no País Foto: Daniel Teixeira/Estadão
Segundo Andreta, a ideia é que cada segmento dê sua contribuição,
como ocorreu com o acordo automotivo feito nos anos 90, mas,
acrescentou, ainda não há propostas na mesa.
A discussão sobre a retomada do carro popular ocorre num momento em
que montadoras começam a suspender a produção e a dar férias coletivas
aos trabalhadores por falta de demanda. Hoje, há estoques para 40 dias
de vendas.
O setor apostava na demanda reprimida nos últimos dois anos para
resultados melhores em 2023, mas o juro alto, a inadimplência e a
restrição de crédito travaram o mercado.
Embora a venda de automóveis e comerciais leves tenha registrado em
março alta de 56%, ante fevereiro (que teve menos dias úteis), e de
16,6% no trimestre, com 436,8 mil unidades, Andreta disse que os números
“não refletem a realidade, pois estão mascarados pelo fraco desempenho
de 2022″.
Setor quer etanol na eletrificação de carros
Montadoras avançam em projetos para que o Brasil seja protagonista na
eletrificação de veículos tendo o etanol como vetor da tecnologia de
carros híbridos flex (com um motor a combustão e outro elétrico) e,
futuramente, com carros a célula de combustível.
Para o presidente da Stellantis, Antonio Filosa, o uso do etanol em
carros eletrificados se apresentaria como a solução mais viável, menos
custosa e mais eficiente para a descarbonização no País.
Montadoras
avançam em projetos para tornar o Brasil protagonista na eletrificação
de veículos Foto: Tiago Queiroz/Estadão – 01/12/2022
Ele disse que o próximo ciclo de investimentos do grupo, a partir de
2025, “será maior do que a soma de todos os concorrentes” para produzir
carros híbridos flex que poderão usar etanol.
Testes realizados pela empresa mostraram que um carro flex abastecido
só com etanol e outro 100% elétrico, com a energia renovável do Brasil,
emitiram de 15,2% a 64,6% menos CO2 do que versões a gasolina e com
tecnologia 100% elétrica, mas com energia da Europa, de fontes não
renováveis.
Pesquisa em conjunto
Já a Toyota anunciou parceria com Shell, Raízen, Hytron, Universidade
de São Paulo (USP), Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito
Estufa e Senai Cetiqt em um projeto de pesquisa e desenvolvimento da
produção local de hidrogênio renovável a partir do etanol.
A empresa planeja oferecer unidades do Mirai, primeiro carro de série
movido a célula de combustível no mundo, para testes de performance com
o hidrogênio de etanol.
3. O campeão mundial de fisiculturismo morreu aos 41 anos.
4. Maradona, grande jogador de futebol, faleceu aos 60 anos.
5 . Mark Huggues fundador da herbalife morreu aos 44 anos
JÁ…
5. O criador do frango frito KFC (lanche nada saudável) morreu aos 94 anos.
6. O criador da Nutella morreu aos 88.
7. Imagine, o dono dos cigarros Winston morreu aos 102 anos.
8. Aquele que se encarregou de industrializar o ópio? Morreu aos 116 anos em um terremoto.
9. O fundador dos conhaques Hennessy morreu aos 98 anos.
10. Antônio Delfim Neto, ex-ministro da Fazenda, que pesa 122 quilos e
jamais fez qualquer exercício segundo ele mesmo conta, tem atualmente
93 anos e goza de excelente saúde.
Como os médicos concluíram que o exercício prolonga a vida?
Se o coelho está sempre pulando, mas vive apenas 2 anos e a tartaruga que não faz nenhum exercício, vive 100 anos.
Então vá com calma, descanse um pouco, relaxe, mantenha a calma, ame muito, coma bem, tome seu vinho, sua cervejinha.
Beba um whisky ou uma caninha de vez em quando e aproveite a sua vida com prazer!!!
PS.: Esqueceram do Hugh Hefner (criador da Playboy)? !!
Morreu aos 91 rodeado de garotas 70 anos mais novas !!!
Mas não exagere!
*25 MANEIRAS PARA ENVELHECER BEM*
*01-* Não se meta na vida dos filhos.
*02-* Não interfira na educação dos netos.
*03-* Ame seu genro e Nora, foi seu filho(a) quem fez a escolha.
*04-* Nunca tome partido ou opine no casamento deles.
*05-* Não fique um idoso reclamão.
*06-* Não seja um idoso com pena de si mesmo.
*07-* Não fique falando *NO MEU TEMPO*, ele já passou.
*08-* Tenha planos pro futuro.
*09-* Não fique falando de doenças. Tenha a certeza de que ninguém quer saber.
*10-* Não importa quanto ganhe, poupe todo mês uma quantia.
*11-* Não faça prestação, idoso não deve pagar carnê.
*12-* Tenha um plano de saúde ou guarde dinheiro para despesas médicas.
*13-* Guarde dinheiro pro funeral ou tenha um plano.
*14-* Não deixe “problemas” para os filhos.
*15-* Não fique ligado em noticiário ou política, afinal você não resolverá nada mesmo.
*16-* Só veja TV para se divertir, não pra ficar nervoso.
*17-* Se gostar tenha um bichinho de estimação pra te ocupar.
*18-* Ao se levantar, invente moda: caminhe, cozinhe, costure, faça horta, mas não fique parado esperando a morte.
*19-* Seja um idoso limpinho e cheiroso. Idoso sim, fedido jamais.
*20-* Tenha alegria por ter ficado idoso, muitos já ficaram pelo caminho.
*21-* Tenha uma casa e um modo de vida onde todos queiram ir e não evitar. Isso só depende de você.
*22-* Use a idade como uma ponte para o futuro e, jamais, uma escada para o passado.
Para a ponte do futuro sempre terá companhia.
*23-* Lembre-se: é melhor ir deixando saudades do que deixando alívio.
Finalmente,
*24-* Não deixe “aquele bom vinho” (idosos não devem beber vinho ruim) e nem a cerveja para amanhã, pode ser tarde!🍷🍻.
*25-* Jamais vote no PT. Você é idoso, mas não é burro.
Estudo feito pela consultoria PageGroup mostra as profissões que prometem aquecer o mercado de Inteligência Artificial. Confira!
Você não vai perder o seu trabalho para a inteligência artificial,
mas sim para quem sabe usar a tecnologia. Tenho visto essa frase com
frequência, e concordo. Em uma aula do Cristiano Kruel, sócio e chefe de
inovação da StartSe, ele disse que não saber usar a IA será como não
saber enviar um e-mail. A analogia faz sentido à medida que a tecnologia
avança ― impulsionada principalmente pela chegada do ChatGPT.
“A rápida adesão de usuários a essa ferramenta [ChatGPT] tem
provocado interesse por parte das empresas para implantação de sistemas
de Inteligência Artificial. Isso pode impactar diretamente o mercado de
tecnologia com o aumento da procura por profissionais especializados na
área, que possam atuar no desenvolvimento desses softwares e saibam
lidar com linguagens de programação”, diz Lucas Oggiam,
diretor-executivo do PageGroup, em comunicado enviado à StartSe.
Tudo indica que o ChatGPT tornará o ambiente virtual totalmente novo e favorável a novas oportunidades de trabalho”, completa.
Assim, já era de se esperar as profissões que prometem aquecer o
mercado de Inteligência Artificial. Confira quais são com base no estudo
feito pelo PageGroup:
QUAL PROFISSÃO TRABALHA COM INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL?
1 – Gerente de Chatbot
O que faz: atua na gerência e no monitoramento da conversação entre o
chatbot e o usuário. É responsável pela coleta, análise e melhoria
contínua dos dados a fim de aperfeiçoar a experiência do usuário.
Habilidades necessárias: conhecimento técnico em
Inteligência Artificial, machine learning e processamento de linguagem
natural, experiência em gerenciamento de projetos e boa comunicação.
2 – Desenvolvedor de chatbot
O que faz: responsável por criar, projetar e implementar chatbots
para diversos fins. Trabalha na criação de algoritmos de IA para
reconhecer corretamente as intenções dos usuários; na integração dos
serviços como APIs, armazenamento de dados e interfaces de usuário; em
testes para garantir a segurança, performance e qualidade do conteúdo; e
na manutenção regular.
Habilidades necessárias: conhecimento em linguagens
de programação (Java, Python, Ruby, entre outras), experiência em
desenvolvimento de software e habilidade para entender as necessidades
do usuário.
3 – Técnico de Chatbot
O que faz: realiza ajustes e a manutenção dos robôs de conversação.
Geralmente desenvolve o diálogo do robô, programa suas respostas e ajuda
a certificar que a ferramenta responde de forma apropriada as mensagens
do usuário.
Habilidades necessárias: conhecimento em tecnologias
relacionadas a chatbots (machine learning, IA e processamento de
linguagem natural), habilidades em programação, ser curioso e criativo.
4 – Analista de Chatbot
O que faz: responsável por configurar e melhorar sistemas de chatbot
para aprimorar a experiência do usuário. Também é encarregado pela
análise dos dados gerados pelo chatbot para criar relatórios e detectar
oportunidades de melhoria.
Habilidades necessárias: conhecimento técnico em
programação e desenvolvimento de chatbots, habilidade para analisar
dados dos usuários e identificar padrões para melhorar a experiência do
chatbot.
5 – Especialista em Inteligência Artificial
O que faz: desenvolve soluções para aprimorar a capacidade da máquina
de aprender e raciocinar com autonomia. Cria, treina e testa sistemas
de Inteligência Artificial para resolver problemas complexos. Sua
atuação também envolve a concepção de algoritmos, modelos, protótipos e
sistemas inteligentes, além do acompanhamento do progresso dos projetos e
desenvolvimento de planos de atualização ou otimização dos sistemas.
Habilidades necessárias: conhecimento avançado em
linguagem de programação (Python, R, Java, JavaScript), habilidades em
matemática, estatística, algoritmos e estruturas de dados.
6 – Designer de experiência do usuário de Chatbot (UX Designer)
O que faz: responsável por desenvolver soluções que melhorem a
experiência dos usuários e ajudem os clientes a encontrar a informação
que procuram de forma fácil e clara, o que inclui navegação intuitiva,
fluxos de conversa claros, recursos visuais e jogos.
Habilidades necessárias: conhecimento em design
thinking, capacidade de identificar as necessidades e expectativas dos
usuários do chatbot através de métodos de pesquisa e análise de dados.
7 – Consultor de Chatbot
O que faz: ajuda os clientes a desenvolver, implementar e gerenciar
bots de chat inteligentes para melhorar a experiência do usuário.
Trabalha diretamente com o cliente para compreender suas necessidades,
desenvolver processos eficazes e propor soluções para problemas
específicos.
Habilidades necessárias: conhecimento profundo das
ferramentas e tecnologias necessárias para construir e manter chatbots,
capacidade de análise e resolução de problemas.
8 – Engenheiro de Dados para Chatbot
O que faz: trabalha na construção e manutenção de algoritmos e bases
de dados que permitem ao chatbot responder as perguntas do usuário. Cria
modelos de aprendizado de máquina para otimizar o comportamento do
chatbot e melhorar a experiência do usuário. Também extraem, filtram,
limpam e treinam dados para chatbots
Habilidades necessárias: conhecimentos em Modelagem de Dados, APIs e integrações, além de experiência em linguagens de programação.
9 – Desenvolvedor de Modelos de Aprendizado de Máquina para Chatbot
O que faz: cria algoritmos que permitem que os chatbots reconheçam e
compreendam o contexto do diálogo entre usuários e robôs. Também é
responsável por programar o chatbot para ajustar suas respostas às
necessidades de informação dos usuários.
Habilidades necessárias: conhecimento em programação
e experiência em Python ou R, estatística e matemática, ciência da
computação e engenharia de dados.
10 – Pesquisador de Chatbot
O que faz: responsável por desenvolver e aprimorar os bots
existentes, abrangendo coleta de dados, criação de estratégias para
interação, estudo das melhores práticas do setor, aplicação de sistemas
de Inteligência Artificial, além de avaliação das respostas e
comportamentos do bot. Sua missão é criar um software interativo
intuitivo que proporcione experiências agradáveis e relevantes aos
usuários.
Habilidades necessárias: conhecimento técnico sólido
em áreas como Inteligência Artificial, machine learning e linguagem
computacional, habilidades analíticas, comunicação clara e didática.
POR QUE IMPORTA?
À medida que as empresas adotam a Inteligência Artificial, há uma
crescente demanda por profissionais que possam criar, desenvolver e
gerenciar essas soluções. Assim, é importante entender quais são as
profissões que prometem aquecer o mercado para você ficar um passo à
frente.
Afinal, uma pesquisa da Gartner 2022 AI in Organizations descobriu
que 80% dos executivos acreditam que a automação pode ser aplicada a
qualquer decisão de negócios. Além disso, o estudo mostrou como as
organizações estão avançando no uso da IA como parte de sua estratégia
de automação de longo prazo e estima que o valor comercial da
inteligência artificial chegará a US$ 5,1 bilhões até 2025.
Mindset correto é o que vai fazer você alcançar (ou não) o sucesso
Junior Borneli, co-fundador do StartSe
Mulher negra e sorridente segurando um IPad e olhando para frente (Fonte: Getty Images)
Mindset é a sua programação mental, é como você encara tudo que está ao teu redor
Mindset. Você já ouviu essa palavinha algumas vezes aqui no StartSe.
Ela é importante, talvez uma das coisas mais importantes para “chegar
lá” (seja lá onde for que você quiser chegar).
É sua habilidade de pensar o que você precisa para ter sucesso. E
como a maioria das coisas que você possui dentro de você, ela é uma
espécie de programação do seu ser. Tanto que é possível que você adquira
outro mindset durante a vida, convivendo com as pessoas corretas,
conhecendo culturas diferentes.
Algumas pessoas dizem que é isso das pessoas que faz o Vale do
Silício ser a região mais inovadora do mundo. Eu, pessoalmente, não
duvido. Fato é: você precisa de ter a cabeça no lugar certo, pois a
diferença entre um mindset vencedor e um perdedor é o principal fator
entre fracasso e sucesso.
Para isso, é importante você começar do ponto inicial: um objetivo.
“Todo empreendedor precisa ter um objetivo. Acordar todos os dias e
manter-se firme no propósito de fazer o máximo possível para chegar lá é
fundamental”, diz Junior Borneli, co-fundador do StartSe e uma das
pessoas mais entendidas de mindset no ecossistema brasileiro.
De lá, é importante você fazer o máximo que puder e não perder o
foco, mantendo-se firme. “Não importa se no final do dia deu tudo certo
ou errado. O importante é ter a certeza de que você fez tudo o que foi
possível para o melhor resultado”, avisa.
Com a atitude certa, é capaz que você sempre consiga canalizar as
coisas como positivas. “Você sempre tem duas formas de olhar um a mesma
situação: aquela em que você se coloca como um derrotado e a outra onde
você vê os desafios como oportunidades. Escolha sempre o melhor lado das
coisas, isso fará com que sua jornada seja mais leve”, alerta o
empreendedor.
Esses tipo de sentimento abre espaço para uma característica
importantíssima dos principais empreendedores: saber lidar com grandes
adversidades. “Um ponto em comum na maioria os empreendedores de sucesso
é a superação”, destaca Junior Borneli.
Saber lidar com essas adversidades vai impedir que você pare no
primeiro problema (ou falência) que aparecer na sua frente. “São muito
comuns as histórias de grandes empresários que faliram várias vezes,
receberam diversos ‘nãos’ e só venceram porque foram persistentes”,
afirma.
É importante ter esse mindset resiliente, pois, nem sempre tudo será
fácil para você – na verdade, quase nunca será. “Empreender é, na maior
parte do tempo, algo muito doloroso. Até conseguir algum resultado
expressivo o empreendedor passa por muitos perrengues. A imensa maioria
fica pelo caminho”, diz.
É como uma luta de boxe, onde muitas vezes, para ganhar, você terá
que apanhar e apanhar e apanhar até conseguir desferir o golpe (ou a
sequência) certo. “Na minha opinião, não há melhor frase que defina a
trajetória de um empreendedor de sucesso do que aquela dita por Rocky
Balboa, no cinema: ‘não importa o quanto você bate, mas sim o quanto
aguenta apanhar e continuar. É assim que se ganha’”, ilustra.
O problema talvez seja que alguns aspectos do empreendedorismo tenham
glamour demais. “Empreender não é simplesmente ter uma mesa com
super-heróis e uma parede cheia de post-its coloridos. Você vive numa
espécie de montanha russa de emoções, onde de manhã você é ‘o cara’ e à
tarde não tem dinheiro pro café”, salienta.
Vale a pena, porém, perseverar neste caminho. “Para aqueles que são
persistentes e têm foco, a jornada será difícil, mas o retorno fará
valer a pena!,” destaca o empreendedor.
DERROTA TAMBÉM ENSINA
Um ponto importante do sucesso é saber lidar com o fracasso e, de lá,
tomar algumas lições para sair mais forte ainda. “Toda derrota nos
ensina algumas lições e assim nos tornamos mais fortes a cada nova
tentativa. A cultura do fracasso, aqui no Brasil, é muito diferente dos
Estados Unidos”, afirma Junior.
No Vale do Silício, falhar é encarado algo bom, na verdade – e
aumenta suas chances de sucesso futuro. “Por lá, empreendedor que já
falhou tem mais chances de receber investimentos porque mostrou
capacidade de reação e aprendeu com os erros”, conta o empreendedor.
Mas ao pensar sobre fracasso, você precisa ter o filtro correto para
não deixar a ideia escapar. “Encarar os erros como ensinamentos e
entender que falhar é parte do jogo torna as coisas mais fáceis e
suportáveis”, salienta.
Foco é a palavra de ordem para você conseguir alcançar os objetivos
traçados no caminho, mesmo que em alguns momentos pareça que está tudo
dando errado. “Por fim, buscar o equilíbrio mental e o foco são
fundamentais. Nas vitórias, tendemos a nos render à vaidade e ao
orgulho. E nas derrotas nos entregamos ao desânimo e a depressão.
Mentalize seus objetivos, foque nos caminhos que vão leva-lo até eles e
siga firme em frente”, afirma.
É importante que você tenha noção de que para ser uma exceção, você
não pode pensar da maneira comodista que a maior parte das pessoas. “Se
você quer chegar onde poucos chegaram, precisará fazer o que poucos têm
coragem e disposição para fazer”, completa.
O “não” do cliente a uma proposta. Por quê?
Moysés Peruhype Carlech
Fiquei pensando e ao mesmo tempo preocupado com o seu “não”,
sem nenhuma explicação, à nossa proposta de divulgação da sua loja e de
resto todas as lojas dessa cidade no Site da nossa Plataforma Comercial
da Startup Valeon.
Esse “não” quer dizer, estou cheio de compromissos para fazer
pagamentos mensais, não estou faturando o suficiente para cobrir as
minhas despesas, a minha loja está vendendo pouco e ainda me vem mais
uma “despesa” de publicidade da Startup Valeon?
Pergunto: como vou comprar na sua loja? Se não sei qual é a
sua localização aí no seu domicílio? Quais os produtos que você
comercializa? Se tem preços competitivos? Qual a sua interação online
com os seus clientes? Qual o seu telefone de contato? Qual é o seu
WhatsApp?
Hoje em dia, os compradores não têm tempo suficiente para
ficarem passeando pelos Bairros e Centros da Cidade, vendo loja por loja
e depois fazendo a decisão de compra, como antigamente.
A pandemia do Covid-19 trouxe consigo muitas mudanças ao
mundo dos negócios. Os empresários precisaram lutar e se adaptar para
sobreviver a um momento tão delicado como esse. Para muitos, vender em
Marketplace como o da Startup Valeon se mostrou uma saída lucrativa para
enfrentar a crise. Com o fechamento do comércio durante as medidas de
isolamento social da pandemia, muitos consumidores adotaram novos
hábitos para poder continuar efetuando suas compras. Em vez de andar
pelos corredores dos shoppings centers, bairros e centros da cidade,
durante a crise maior da pandemia, os consumidores passaram a navegar
por lojas virtuais como a Plataforma Comercial Valeon. Mesmo aqueles que
tinham receio de comprar online, se viram obrigados a enfrentar essa
barreira. Se os consumidores estão na internet, é onde seu negócio
também precisa estar para sobreviver à crise e continuar prosperando.
É importante você divulgar a sua loja na internet com a ajuda
do Site da Startup Valeon, que no caso não é uma despesa a mais e sim
um investimento para alavancar as suas vendas. Desse modo, o seu
processo de vendas fica muito mais profissional, automatizado e
eficiente. Além disso, é possível a captação de potenciais compradores e
aumentar o engajamento dos seus clientes.
Não adianta pensar dessa forma: “Eu faço assim há anos e deu
certo, porque eu deveria fazer diferente? Eu sei o que preciso fazer”. –
Se você ainda pensa assim, essa forma de pensar pode representar um
grande obstáculo para o crescimento do seu negócio, porque o que trouxe
você até aqui é o que você já sabe e não será o que levará você para o
próximo nível de transformação.
O que funcionava antes não necessariamente funcionará no
futuro, porque o contesto está mudando cada vez mais rápido, as formas
como os negócios estão acontecendo são diferentes, os comportamentos dos
consumidores está se alterando, sem contar que estão surgindo novas
tecnologias, como a da Startup Valeon, que vão deixar para trás tudo
aquilo que é ineficiente.
Aqui, na Startup Valeon, nós sempre questionamos as formas de
pensar e nunca estamos totalmente satisfeitos com o que sabemos
justamente por entender que precisamos estar sempre dispostos a conhecer
e aprender com o novo, porque ele será capaz de nos levar para onde
queremos estar.
Mas, para isso acontecer, você precisa estar disposto a
absorver novas formas de pensar também e não ficar amarrado só ao que
você já sabe.
Se este for seu caso, convido você a realizar seu novo começo
por meio da nossa forma de anunciar e propagar a sua empresa na
internet.
Todos eles foram idealizados para você ver o seu negócio e a
sua carreira de uma forma completamente diferente, possibilitando levar
você para o próximo nível.
Aproveite essa oportunidade para promover a sua próxima transformação de vendas através do nosso site.
Então, espero que o seu “não” seja uma provocação dizendo para nós da Startup Valeon – “convença-me”.
Investida da petroleira na Margem Equatorial, que abrange a
Bacia da Foz do Amazonas, será o primeiro grande teste de força da
ministra do Meio Ambiente no terceiro mandato de Lula.
Um “passaporte para o futuro”. Foi assim que o ministro de Minas e
Energia, Alexandre Silveira, descreveu o potencial da Margem Equatorial,
novo alvo exploratório da Petrobras, que se estende das costas do Amapá até o Rio Grande do Norte.
Não por acaso, mas sobretudo por método, as palavras de Silveira
foram as mesmas que saíram da boca do presidente, Luiz Inácio Lula da
Silva, em 2009, quando o petista “vendeu” a promessa do pré-sal– sob a lógica do ministro, afinal, a Margem Equatorial é o “novo pré-sal”, como ele disse.
Já o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, considera a Margem
Equatorial como a maior área exploratória do país depois das descobertas
da Bacia de Campos e do pré-sal. Até 2027, a petroleira pretende
investir 2,9 bilhões de dólares (cerca de R$ 14,6 bilhões) e perfurar 16
poços naquela região, onde detém seis blocos. O que se espera com a
empreitada é repetir o sucesso da ExxonMobil,
que já acumula, desde 2015, mais de 30 descobertas no mar territorial
da vizinha Guiana, que tem um perfil geológico semelhante.
Em vídeo enviado à imprensa, Prates disse que “com o resultado da
fase de investigação e perfuração, a sociedade terá o direito de saber
qual é o real potencial dessa área, e a partir daí vamos aprofundar o
debate sobre a continuidade ou não do projeto”. Segundo o Centro
Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), a Margem Equatorial tem reservas
estimadas em 30 bilhões de barris de petróleo, com potencial de
adicionar 1.106 milhão de barris/dia à produção nacional a partir de
2029.
Mas, se depender da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva,
e do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama), Rodrigo Agostinho, a Petrobras não terá
vida fácil. Ao aventarem a hipótese de exigir uma avaliação ambiental
estratégica para licenciar o projeto, a pretensão da estatal em iniciar a
perfuração do poço pioneiro Morpho, no litoral do Amapá, a 160
quilômetros da costa e com profundida de 2.800 metros, ficou mais
distante. Até então, ela dependia apenas do aval do Ibama para realizar o
simulado técnico pré-operacional, etapa prévia à licença.
“Eu estou olhando para esse desafio do petróleo na Foz do Amazonas do
mesmo jeito que olhei para Belo Monte. É altamente impactante, e temos
instrumentos para lidar com projetos altamente impactantes, que é o
instrumento da avaliação ambiental integrada, da avaliação ambiental
estratégica. Não pode ser licenciado como um caso isolado, temos que
olhar para a bacia”, afirmou Marina à agência Sumaúma.
A Margem Equatorial engloba as bacias da Foz do Amazonas, Pará-Maranhão, Barreirinhas, Ceará e Potiguar.
No leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) em 2013, o consórcio formado pela TotalEnergies
(40%), Petrobras (30%) e bp Energy (30%) arrematou cinco áreas na Bacia
da Foz do Amazonas – FZA-M-57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e
FZA-M-127. Além desses blocos, outro consórcio, integrado apenas pela bp
(70%) e a Petrobras (30%), adquiriu o FZA-M-59. Nos cinco primeiros, a
francesa TotalEnergies era responsável pela execução das atividades de
prospecção e produção de óleo e gás, enquanto a britânica bp era a
operadora do sexto bloco.
Mas por se tratar de uma região de nova fronteira exploratória que
abriga um grande sistema de recife de coral descoberto em 2016 por uma
equipe de cientistas, o Ibama não concedeu a licença ambiental para que a
TotalEnergies e a bp Energy pudessem iniciar a perfuração de seus
respectivos poços. À época, o órgão ambiental alegou que os planos de
emergência individual apresentados por elas continham muitas incertezas
relacionadas às ações para mitigar os impactos de um eventual
derramamento de óleo.
Diante de inúmeras tentativas frustradas e da crescente pressão da organização de defesa do meio ambiente Greenpeace,
as petroleiras britânica e francesa jogaram a toalha. A TotalEnergies
não apenas transferiu a operação dos cinco blocos para a Petrobras, como
também vendeu as suas participações neles para a estatal, que aumentou a
sua fatia para 70% – a bp manteve os 30% restantes. A multinacional
francesa optou por focar nas descobertas de petróleo que fez no
Suriname, que, assim como a Guiana, é vizinho da Margem Equatorial.
Já no segundo consórcio, a bp permanece com 70% de participação
contra apenas 30% da Petrobras, mas abriu mão de ser a responsável por
operar o bloco FZA-M-59, mesmo sendo a sócia majoritária. A percepção é
que o peso institucional da Petrobras, cujo sócio controlador é o
governo brasileiro, a torna mais apta do que as demais petroleiras para
conseguir a licença junto ao Ibama.
Ao assumir a operação das seis áreas, a Petrobras obteve uma “segunda
chance”. Isso porque, em 2011, na última tentativa que fez de perfurar
um poço no litoral do Amapá, as fortes correntezas da região arrastaram o
navio-sonda responsável pela execução da campanha.
Mais tarde, em 2016, a ANP decidiu extinguir a concessão da
petroleira para operar os blocos FZA-M-217 e FZA-M-252 por não
cumprimento dos prazos contratuais. Sob alegação de que a demora para
obter a licença ambiental tinha atrasado o cronograma, a estatal pediu
mais tempo. A agência reguladora, contudo, negou o pedido.
Diante da crise climática e dainvasão da Ucrânia pela Rússia, que vem
abalando os alicerces da matriz energética global, o Brasil busca
retomar o seu prestígio internacional através da agenda verde. Ao
convidar Marina Silva para comandar a pasta do Meio Ambiente em seu
terceiro mandato, Lula sinalizou o compromisso de reposicionar o país na
diplomacia do clima e reconstruir as bases institucionais da política
ambiental.
Marina já declarou publicamente que “a Petrobras não pode continuar a
ser uma empresa de petróleo”. Sua visão colide com a estratégia de Jean
Paul Prates, que defende a manutenção das atividades de petróleo e gás
nos próximos anos para impulsionar a transição energética da companhia.
“Não vamos deixar de atuar no pré-sal e na Margem Equatorial”, disse Prates em uma coletiva de imprensa em março.
Marina x Petrobras
Ainda não é possível saber se Marina terá força para bancar a aposta e
sair vitoriosa do embate com a Petrobras. Em 2008, na sua primeira
passagem pelo ministério, ela pediu demissão do cargo. Em carta enviada à
Lula, alegou que encontrava dificuldades “para dar prosseguimento à
agenda ambiental federal”. Disse, ainda, que o presidente foi
“testemunha das crescentes resistências encontradas por nossa equipe
junto a setores importantes do governo e da sociedade”. Na ocasião, a
pressão vinha do agronegócio, que insistia na revisão das medidas de
combate ao desmatamento na Amazônia.
“Enquanto Marina Silva está tentando reestruturar o MMA [Ministério
de Meio Ambiente e Mudança do Clima], os representantes do ‘mercado’ que
integram o MME [Ministério de Minas e Energia] querem acelerar a
abertura da Foz do Amazonas”, denunciou Marcelo Laterman, ativista
sênior do Greenpeace Brasil.
Segundo ele, “uma vez concedida a licença, será aberto um precedente perigoso para as demais petroleiras.
“É a fresta que a Shell, Chevron e todo o resto precisam para entrar no filão”, destacou.
Já o especialista em Conservação da organização WWF-Brasil, Ricardo
Fujji, alerta que um eventual acidente poderia causar danos
irrecuperáveis à região.
“Se o óleo atingir a costa, há pouco a fazer. Mesmo com planos
emergenciais, grande parte do óleo derramado acaba não sendo
recuperado”, explica.
Impactos já são sentidos
De acordo com Ricardo Fujji, os impactos da atuação da Petrobras no
Oiapoque, no Amapá, já estão sendo sentidos pela população local em
terra – e isso antes mesmo do início da exploração de petróleo em
alto-mar.
“Já há tráfego de aeronaves e até planos para expansão do aeroporto
da região”, disse. “Ali perto, há um lixão que atrai urubus. Como aviões
e urubus não combinam, querem mover o lixão para perto da aldeia
indígena. Por isso, defendemos a consulta livre, prévia e informada nos
termos da Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o
que não foi feito”, argumenta.
A Convenção 169 da OIT é um tratado internacional adotado em 1989,
sobre os direitos dos povos indígenas e tribais e as responsabilidades
dos governos de proteger esses direitos.
A norma trata da situação de mais de 5 mil povos indígenas, que vivem
em mais de 70 países em todas as regiões do mundo, e reconhece os
direitos deles à terra e aos recursos naturais, e a definir suas
próprias prioridades para o desenvolvimento.
Brasília
(DF) 30/03/2023 Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad e do
Planejamento, Simone Tebet, durante coletiva sobre a nova regra fiscal.
Foto: José Cruz/ Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante coletiva de
apresentação da nova regra fiscal: proposta determina aumento real do
gasto entre 0,6% e 2,5% ao ano.| Foto: José Cruz/Agência Brasil
Na semana passada, os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone
Tebet, do Planejamento, apresentaram o plano do governo federal a
respeito da política fiscal – que trata da política tributária, sua
estrutura e previsão de arrecadação, de um lado, e da estrutura de
gastos públicos, seu direcionamento e previsão orçamentária, de outro. A
próxima etapa é o envio de um projeto de lei complementar ao Congresso
Nacional.
Como já se sabe, o “arcabouço fiscal” que deve substituir a Emenda
Constitucional 95/2016 trocou o teto de gastos, que limitava a despesa
do governo à correção pela inflação, por um “piso de gastos”, já que o
gasto primário anual terá aumento mínimo de 0,6 ponto porcentual acima
da inflação ainda que as receitas e o PIB tenham desempenho ruim, embora
também limite o crescimento da despesa a um aumento real máximo de 2,5
pontos acima da inflação. Entre este máximo e mínimo, o governo buscará
manter a elevação do gasto primário em 70% do crescimento da receita do
exercício anterior. O plano ainda prevê que o déficit primário será
reduzido para 0,5% do PIB neste ano, será zerado em 2024 e virará um
superávit em 2025 e 2026 – e isso será obtido sem criação de novos
impostos nem aumento de alíquotas de impostos vigentes, promete Haddad;
além disso, com o desempenho citado, a dívida pública ficaria contida no
limite de 75% do PIB.
Ou as contas do arcabouço fiscal não fecharão ou, para fazê-las
fechar, as promessas feitas não serão cumpridas, especialmente aquelas
sobre a carga tributária
As metas e os indicadores referidos justificam pessimismo quanto às
propostas do governo, principalmente considerando as declarações do
presidente Lula claramente direcionadas para mais gastos públicos e suas
promessas de elevar os gastos enquanto houver pobres no país. Alertado
sobre o fato de que todas as entidades econômicas – pessoas, empresas,
governos e o resto do mundo – têm limites em seus gastos, pois a
economia é limitada pela lei da escassez, e que déficits públicos
gigantescos terminam sempre em tragédia (recessão, desemprego, inflação,
pobreza), Lula afirmou que os livros de economia estão superados –
afirmação estranha, porquanto é público e notório que livros não são
propriamente especialidade de Lula.
Mas a questão essencial em relação aos números divulgados por Haddad e
Tebet é que eles não têm respaldo no desempenho das finanças públicas
nos últimos meses. Em fevereiro deste ano, a receita do governo federal
foi de R$ 159 bilhões, 1,28% maior que a do mesmo mês do ano passado, já
descontada a inflação, e um recorde para fevereiro. Apesar dessa boa
receita, no entanto, houve déficit primário de R$ 41 bilhões no mesmo
mês – igualmente um recorde para fevereiro. Por sua vez, a Lei de
Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2023 previu um déficit de R$ 231,5
bilhões neste ano, enquanto Haddad anuncia que seu pacote de medidas
pretende aumentar as receitas do governo e rearranjar os gastos de forma
a trazer o déficit primário para R$ 100 bilhões em 2023.
VEJA TAMBÉM: Arcabouço fiscal ainda deixa muitas incertezas (editorial de 30 de março de 2023) Guzzo: Ideias mortas e conversa fiada para enganar o povo A ameaça do desemprego (editorial de 1.º de abril de 2023)
Juntando tudo – os resultados de fevereiro, a previsão de déficit
na LDO e a fala do ministro –, a conclusão é de que ou essas contas não
fecharão ou, para fazê-las fechar, as promessas feitas não serão
cumpridas, principalmente a de que o governo não pretende criar impostos
nem elevar alíquotas de impostos (ou contribuições) já existentes. Não
se tratar de desejar o pior nem ser contra o Brasil, mas caso o projeto
de lei a ser enviado ao Congresso Nacional seja reprodução fiel da
apresentação pública dos dois ministros, o choque entre a realidade
atual das contas públicas e as propostas será inevitável, mesmo porque,
em se tratando de contas públicas, não existe o chamado “orçamento de
base zero”, aquele que parte da premissa de que o passado não existe e
tudo será calculado a partir de bases formadas no momento em que se
elabora o novo orçamento.
No caso do setor público, ocorre o inverso do “orçamento base zero”: a
estrutura de todo o setor estatal está dada, e a absoluta maioria de
seus gastos está definida pelo que já existe e que vem sendo executado
nos anos anteriores. O mesmo raciocínio vale para as receitas
tributárias que, em sua maioria, estão dadas na estrutura tributária
vigente, que o ministro diz não ter intenção de alterar em sua essência
de tributos existentes e alíquotas vigentes. Em resumo: as condições sob
as quais os agentes econômicos farão previsões dificultam qualquer
previsão, sobretudo aquelas de redução drástica dos déficits fiscais e
do controle da dívida pública.
Energia O que esperar após o novo corte na produção de petróleo anunciado pela Opep+ Por Raquel Hoshino, especial para a Gazeta do Povo
Refinaria de petróleo na cidade de Port Arthur, no Estado
americano do Texas: maior economia do mundo poderia aumentar a produção
para aliviar impacto do corte anunciado pela Opep+| Foto: David
Mark/Pixabay
O mundo foi surpreendido neste domingo (2) com dois
anúncios: de que oito países pertencentes à Organização dos Países
Exportadores de Petróleo ampliada (Opep+) iriam reduzir a produção de
petróleo de maio até o final do ano em 1,16 milhão de barris por dia
(bd); e que a Rússia, integrante do grupo que havia reduzido
unilateralmente a sua produção em fevereiro em 500 mil barris por dia,
também estenderia esse prazo para o final do ano. No total, haverá um
corte de 1,66 milhão de bd.
O anúncio foi realizado um dia antes da reunião mensal da entidade.
Segundo a agência Reuters, esperava-se que o grupo mantivesse sua
decisão anterior de atingir cortes de produção de 2 milhões de bd até
dezembro, que havia sido anunciada em outubro.
Em comunicado após a reunião, a Opep+ confirmou o que foi dito no fim
de semana e detalhou como serão os cortes: a Arábia Saudita reduzirá
seu bombeamento em 500 mil barris por dia; o Iraque, em 211 mil bd;
Emirados Árabes Unidos, em 144 mil bd; o Kuwait, em 128 mil bd; o
Cazaquistão, em 78 mil bd; a Argélia, em 48 mil bd; Omã, em 40 mil bd e o
Gabão em 8 mil bd. Como informou a agência EFE, todas essas reduções
“voluntárias”, ou seja, sem um acordo vinculativo e consensual dentro da
aliança, serão aplicadas de maio até o final de 2023.
Nesta segunda-feira (3), os mercados reagiram, com os preços do
petróleo disparando e subindo mais de 6%. O barril de Brent, principal
referência internacional, atingiu seu maior valor desde 7 de março: US$
86,44.
Reação do mercado Segundo Paulo Feldmann, professor de economia da Universidade de São Paulo (USP), o anúncio não foi uma surpresa.
“Eu não acho que o mundo foi surpreendido porque é habitual da Arábia
Saudita fazer esse tipo de coisa. Na verdade, os produtores de petróleo
vêm, nos últimos anos, atuando de uma forma muito especulativa”,
afirmou.
De acordo com o ministério de Energia da Arábia Saudita, a redução
voluntária foi uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade
do mercado de petróleo, conforme reportou a agência Reuters.
Feldmann explicou: “Esse é o grande problema quando você tem um
cartel. Cartel é uma coisa proibida no mundo inteiro. Não pode ter
cartel em nenhum setor da economia, em nenhum país. A única exceção é a
Opep+. Porque cartel é uma coisa muito ruim. Eles combinam entre eles o
que querem fazer; aumentam o preço, quando querem aumentar; diminuem;
aumentam a produção; diminuem a produção, mas eles fazem isso
prejudicando a sociedade como um todo, a economia mundial”.
Para o vice-primeiro-ministro russo, Alexander Novak, a crise
bancária ocidental foi uma das razões por trás do corte, bem como a
“interferência na dinâmica do mercado”, uma expressão russa para
descrever o teto de preço imposto pelo Ocidente ao petróleo do país.
O comunicado da Opep+ acrescentou que “a reunião observou que esta é
uma medida de precaução destinada a apoiar a estabilidade do mercado de
petróleo”.
Já os Estados Unidos acreditam “que esses cortes não são recomendados
neste momento devido à incerteza do mercado e deixamos isso claro”,
segundo afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança da Casa
Branca. “Estamos focados nos preços, não nos barris”, afirmou a
repórteres nesta segunda-feira, acrescentando que os EUA receberam um
aviso antes do anúncio.
Impacto Para João Ricardo da Costa Filho, professor de
macroeconomia do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais São Paulo (
Ibmec), todos os países vão sofrer com a alta do petróleo.
“Primeiro, você tem combustíveis. Com o petróleo ficando mais caro,
seus derivados todos vão ficando mais caros. Isso faz com que você tenha
um aumento de custos e este é um aumento de custos global. Isso
significa que para todas as economias vai ser mais difícil lidar com a
inflação”, destacou.
Segundo ele, “todas as economias, direta ou indiretamente, vão
sofrer, porque mesmo os países que são exportadores de petróleo, se o
custo do petróleo, que é cotado em mercado internacional, aumenta, isso
tudo… Você vai ter custo, por exemplo, de combustíveis, que faz com que
aumente o custo dos transportes de bens e serviços. Então países que
dependem de transporte que utilizem uma malha viária, países como o
Brasil, por exemplo, em que você transporta muito por rodovias e, ao
transportar muito por rodovias, tem o custo do frete muito associado à
dinâmica dos combustíveis, é um país que diretamente é afetado por isso,
mas indiretamente também, via a dificuldade que os Estados Unidos vão
ter para diminuir a inflação”, explicou.
Para Costa Filho, “como a economia dos EUA é uma economia muito
grande, é uma economia muito central na arquitetura monetária
internacional”, ela impacta todas as outras. “Então, eu acho que a maior
parte dos países vai ser afetada dessa maneira. O saldo líquido vai ser
negativo”, afirmou.
Segundo Feldmann, o aumento de preços “não vai dar certo”. Para ele,
“todo mundo quer ficar independente do petróleo. Eles fizeram uma aposta
‘muito curto-prazista’ para conseguir algum ganho agora, muito rápido.
Tudo bem, eles conseguiram subir o preço, amanhã talvez continue o preço
alto e depois cai”.
Para Feldmann, “foi uma medida especulativa demais. O mundo já está
vacinado contra isso. Não tende a prosperar. Eu acho que daqui a três,
quatro dias, ninguém mais vai falar nisso. A tendência é o preço voltar
ao normal. Já aconteceu outras vezes”.
Feldmann acrescentou que, em um cenário em que a alta no preço do
petróleo persistisse, a China seria o país mais prejudicado. “A China
depende muito de petróleo. Não é um grande produtor. Ela tem que
importar. A China teria um impacto grande nos preços. Então, o custo dos
produtos chineses aumentaria. A China teria dificuldade para colocar
seus produtos no mercado internacional porque eles ficariam mais caros”,
ressaltou.
Feldmann destacou que outro país que tem pouco petróleo e que
sofreria seria o Japão. Já os países europeus, segundo ele, “os mais
desenvolvidos teriam algum impacto, não como China e Japão, mas teriam
por causa da situação atual da guerra da Ucrânia, porque eles estão
evitando comprar petróleo da Rússia. Então, aí poderia ser um problema
para eles, porque vão ter talvez buscar outras fontes; vão ter que
deixar de comprar da Opep+, ou vão ser obrigados a comprar da Opep+, mas
aí o preço vai estar mais alto, então talvez a Europa seja também
afetada, mas não todos os países europeus”.
Para Feldmann, a alta do petróleo teria um “efeito de curtíssimo
prazo. E aí o mundo se organiza e aumenta essa produção que foi reduzida
pelos árabes, de alguma forma. E a produção volta ao normal muito
rapidamente e aí o preço volta a cair”. Para ele, países “relativamente
independentes da Opep+”, como o Brasil, Noruega e Estados Unidos,
poderiam aumentar a produção de petróleo.
Previsões Para o professor João Ricardo da Costa Filho, do Ibmec
São Paulo, ainda é cedo para fazer previsões. “Eu acho que está um pouco
cedo ainda, porque precisa entender como é que as outras economias vão
responder a esse anúncio; qual vai ser o tamanho, por exemplo, do
impacto na atividade econômica de tudo que tem sido feito”, além de como
a atividade econômica vai responder e de como será a reabertura da
China.
Mas o analista pontuou que “tem uma coisa que a evidência mostra, que
a literatura mostra: quando você tem aumento de juros que acontecem de
maneira simultânea em várias economias, o impacto líquido no final da
história é mais negativo ainda para, por exemplo, PIB, para desemprego,
do que pensando em cada uma das economias individualmente. Ou seja, para
o mundo todo, se eu subir juros sozinho, tem um impacto na minha
economia. Todo mundo subindo juros ao mesmo tempo, tem um impacto maior
na minha economia. Então todo mundo deve ter uma desaceleração mais
forte. Esse tipo de anúncio faz com que a perspectiva seja de
desaceleração ainda mais forte”.
Segundo ele, “a gente precisa saber ainda como a atividade econômica
vai responder ao que a política monetária tem feito. Isso é um vetor. E
como é que a China vai se comportar nos próximos meses vai ser
importante também. Seguramente, o que a gente esperava é que o preço do
petróleo para esse ano, agora ele é maior, mas o quão maior vai depender
dessas combinações, de desaquecimento, por um lado; a China, por outro.
Por isso, eu acho que é um pouco cedo, mas o mercado financeiro precisa
precificar. Então, o que a gente vai ver é um aumento do preço agora,
maior, então é o que a gente chama de overshoot – o preço vai subir
demais –, e depois ele vai corrigir. Cai um pouco até a gente começar a
tatear esses vetores que impactam o crescimento da dinâmica dos preços
do petróleo”.
Feldmann, da USP, acredita que “cada vez mais o mundo fica cada vez
mais preparado para usar outras fontes de energia e esse tipo de medida
acaba sendo um estímulo para os países voltarem a pensar seriamente em
abandonar o petróleo. Houve uma queda desse esforço, nesses anos, de um
ano para cá, por conta da guerra da Ucrânia”.
Segundo o professor da USP, “a guerra da Ucrânia com a Rússia
prejudicou o esforço europeu para se livrar do petróleo e do gás
natural. Realmente foi um problema voltar a usar coisas que poluem
[muito], como o carvão. Muitos países europeus que usavam, antes, gás
natural, com a ausência do gás natural — porque era da Rússia —,
voltaram a usar o carvão, que é uma coisa muito ruim. Agora eu acho que o
mundo está preparado para isso. Está altamente focado, principalmente a
Europa, na necessidade de ficar independente do petróleo e dos seus
derivados”.
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, e o presidente Lula: novo arcabouço fiscal prega
aumento da arrecadação.| Foto: Washington Costa/MF
A equipe
econômica, após três meses de conversa, de reuniões e de anúncios
variados, apresentou, enfim, o que deve ser o plano financeiro do
governo – basicamente, a declaração pública de como as autoridades
pretendem que o Estado brasileiro se mantenha em funcionamento durante
os próximos anos. É o “arcabouço fiscal” de que se fala; muita gente
boa, a começar pelos comunicadores, nunca tinha ouvido até hoje a
palavra “arcabouço”, nem sabe o que isso significa, mas a mídia gostou
dela e agora faz parte fixa do noticiário.
O plano é um retrato praticamente perfeito do que está na essência do
governo Lula – o esforço, em tempo integral, para tapear a população
com ideias mortas, conversa fiada e promessas que nunca serão cumpridas.
A estrutura que apresentaram para sustentar as contas públicas não
sustenta nada. É apenas um anúncio de que o governo quer gastar e vai
continuar gastando enquanto estiver por aí; na prática, não há nenhuma
outra proposta no “arcabouço”.
Não existe investimento público num governo do PT; o que existe é
gasto para manter a máquina do Estado em seu perpétuo regime de engorda.
O plano, no português de ginásio em que foi escrito, diz que a
quantia monstruosa de dinheiro que o governo Lula vai consumir com as
suas despesas, do Bolsa-Picanha aos jatos da Força Aérea para levar
ministros verem exposições de cavalos de raça, virão do “aumento da
arrecadação”. Pronto: então está tudo resolvido, não é mesmo? É como o
sujeito comprar uma casa agora contando com um aumento de salário que
espera receber algum dia no futuro.
O único elemento líquido e certo do “arcabouço fiscal” é a despesa. O
“aumento da arrecadação” é unicamente um desejo – e um desejo que nada
tem a ver com a realidade objetiva do Brasil no momento. Ao contrário,
data-hoje, o que se espera é crescimento nulo ou baixo, e com economia
parada a receita não pode aumentar. Não dá para ser diferente. Em três
meses de atividade, o governo não foi capaz de esboçar a mais remota
medida concreta que possa levar a um 0,00001% de crescimento, ou a um
emprego de carteira assinada, ou a 1 real de investimento. (O único
investimento que o presidente Lula anunciou até agora foi um gasoduto na
Argentina.)
Na verdade, tudo o que os 37 ministérios e o resto da máquina do
governo disseram até agora é o oposto de progresso econômico – tem sido,
sem parar, um ataque direto à produção, ao mundo do trabalho e à
liberdade de empreender. Levam peixes gordos do MST para o que anunciam
ser uma fenomenal viagem “de negócios” à China; que “negócio” querem
fechar desse jeito – algum investimento chinês na invasão de terras,
talvez?
VEJA TAMBÉM: Sem barulho, mas vivo e disposto a ir à luta: a volta de Bolsonaro ao Brasil A economia do Brasil vai mal? Para Lula, a culpa é dos livros – que ele não leu Deputados e senadores passaram a ser cúmplices da bandidagem
Querem a volta do imposto sindical. Querem a volta do seguro
obrigatório para automóveis. Querem “imposto sobre fortunas”. Não falam
em outra coisa que não seja o combate ao racismo, à “direita”, à
transfobia, à “discriminação das mulheres”, ao “genocídio dos povos
indígenas”, à desigualdade e a tudo o que acham mau e feio neste mundo.
Como gerar um emprego com esse palavrório, ou um tostão de investimento
verdadeiro? O governo diz que tudo vai ser lindamente resolvido neste
país com “investimento público”. Não existe investimento público num
governo do PT; o que existe é gasto para manter a máquina do Estado em
seu perpétuo regime de engorda.
Lula e o seu Sistema dizem que querem dinheiro “para os pobres”, mas
os pobres não vão ver nem sombra dos trilhões e mais trilhões do
“arcabouço fiscal”. Tiveram mais de treze anos e quatro vezes seguidas
no governo para “acabar com a pobreza”, como dizem. Por que não
acabaram? O PT não está interessado em pobre nenhum. Está interessado em
empregos de 76 mil reais por mês na diretoria da Itaipu – como o que
acaba de ser doado a um “assessor legislativo” da presidente do partido.
O resto é material de propaganda para sair no Jornal Nacional.
Brasília (DF), 10/03/2023 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião ministerial, no Palácio do Planalto.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante reunião
ministerial, no Palácio do Planalto.| Foto: Marcelo Camargo/Agência
Brasil
Na segunda-feira o presidente Lula, recuperado da pneumonia, foi para
o Palácio do Planalto e já fez uma reunião ministerial. O encontro
ocorreu a portas fechadas, mas no início ele fez uma breve alocução aos
ministros, pedindo que não se lamentem, que sejam otimistas. Ficamos
pensando: o que aconteceu para Lula reconhecer que integrantes do
governo estão lamentando e que é necessário sacudi-los para que eles
distribuíam otimismo? Otimismo faz parte de propaganda: na tentativa de
contaminar as demais pessoas, é preciso passar esse otimismo para os
demais.
É que no domingo o Datafolha – que nunca foi contra Lula na campanha
eleitoral – mostrou como o otimismo está caindo e o pessimismo está
subindo em relação a dezembro do ano passado. Vamos aos números: em
dezembro, o pessimismo estava em 20%, e agora já está em 26%. O otimismo
estava em 49% e caiu para 46%. Quanto à política econômica, 28%
imaginavam que seria a mesma, mas agora muitos estão vendo que não será a
mesma, caiu para 26%. Essa avaliação de Lula no primeiro trimestre de
governo é a pior dos seus três mandatos. A avaliação positiva neste
momento está em 38%; a negativa está em 29%; as pessoas que classificam
como “regular”, não sabem exatamente definir, são 30%. É por causa disso
que o presidente Lula falou a seus ministros que precisam distribuir
otimismo e não ficar se lamentando.
VEJA TAMBÉM: Ex-governador petista sabota o agro na China Reforma tributária não vai reduzir impostos Lula não perde uma chance de mostrar que não entende nada de economia
E por que eles ficariam se lamentando? Saiu o arcabouço fiscal, uma
nova marca de fantasia para o fato de o teto de gastos ser furado,
desrespeitado. O teto foi uma das grandes leis do período Temer,
aprovada pelo Congresso para limitar os gastos públicos. Mas o governo
quer gastar. O ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore
disse que é uma “licença para gastar”. E que, havendo essa licença, tem
de subir a arrecadação, porque do contrário isso não se paga. Pastore
disse isso no fim de semana e na segunda-feira o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, confirmou que será preciso ter mais receita, na ordem
de R$ 110 bilhões a 150 bilhões. Traduzindo: o governo pretende cobrar
R$ 150 bilhões a mais de impostos de todo mundo. Dá R$ 700 per capita,
do bebê ao mais idoso dos brasileiros, R$ 700 de cada um para o governo
poder gastar. É por isso que as pessoas estão estranhando, por isso os
que aprovaram estão desistindo de aprovar, por isso os que estavam
pessimistas agora são em maior número, porque não há definição.
Nessa fala de abertura da reunião ministerial o presidente repetiu
que os programas sociais foram todos desmontados no governo passado. Ele
repete isso a toda hora na base daquela receita do repita, repita,
repita que alguém vai acabar acreditando. Alguém que não se dá ao
trabalho de pensar, alguém que está distraído vai acabar acreditando.
Mas a pesquisa Datafolha mostra que não é bem assim, que as pessoas
estão caindo na real – inclusive os 60 milhões que fizeram com que o
Brasil estivesse na situação de agora.
Queria falar mais desse anúncio do arcabouço. Vocês notaram que
ocorreu no mesmo dia em que o ex-presidente Bolsonaro chegou a Brasília.
É um recurso de propaganda: sempre que não se quer dividir o
noticiário, inventa-se alguma coisa. Então o arcabouço foi anunciado
assim, apressadamente; e precisava ser anunciado porque pegou um nome, o
“fura-teto” de gastos. O governo substituiu o “furar o teto de gastos”
por “vem aí um arcabouço fiscal”. Como disse Pastore, é para gastar
mais. E a consequência disso, segundo o ex-presidente do Banco Central, é
uma brutal carga tributária.
Lula depende de rearranjo no Congresso para iniciar governo após a Páscoa Por Sílvio Ribas – Gazeta do Povo Brasília
Presidente Lula conversa com os presidentes da Câmara, Arthur
Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco| Foto: Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom
/ Agência Brasil / Arquivo
No Brasil, há o ditado popular de que
o ano começa de fato após o carnaval. Para o presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT), contudo, o início efetivo de seu governo pode
ocorrer só depois da Páscoa. Isso porque, para avançar nas suas
propostas mais essenciais, o petista ainda precisa contar com uma
melhora de contexto partidário no Congresso. Essa situação depende das
composições em curso na Câmara, que se seguem a rearranjos recentes no
equilíbrio de poder.
Animados com a inesperada formação, na semana passada, do bloco com
142 deputados de PSD, Republicanos, MDB e Podemos (em fusão com PSC), o
maior da Câmara e que se descola do Centrão, articuladores políticos do
governo se esforçam agora para tirar ainda mais poder do presidente da
Casa, Arthur Lira (PP-AL). O primeiro alvo do assédio em busca de apoio é
o Republicanos, ligado à Igreja Universal e de fora da base governista.
MDB e PSD, maiores siglas do blocão, já têm ministros na Esplanada.
Ocorre, contudo, que o Republicanos tem uma forte ligação com a
sustentação do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), juntamente
com PL e PP, que continua sobretudo no Senado. Não por acaso, as
primeiras falas do ex-presidente ao retornar ao país na quinta-feira
(30) foram justamente para reafirmar a unidade das três legendas e,
também, incluir o Novo sob a sua influência. Bolsonaro enalteceu o
crescimento dessas agremiações na última eleição e estabeleceu metas
ousadas para elas nas disputas municipais em 2024.
“O parlamento nos orgulha pelas medidas, pela forma de se comportar,
fazendo o que tem que ser feito e mostrando para esse pessoal que eles
não vão fazer o que bem querem com o destino da nossa nação”, discursou
Bolsonaro. Seu partido, o PL, elegeu a maior bancada da Câmara em 2022,
com 99 deputados, e a segunda maior do Senado, com 12 senadores. Para o
próximo pleito, o ex-presidente espera que a legenda e outros partidos
da direita façam 60% das prefeituras pelo Brasil, preparando o terreno
para 2026.
Além do “fator Bolsonaro”, outra condicionante para Lula construir a
coalizão mínima no parlamento para aprovar seus projetos mais
importantes está na capacidade de Lira reagir à formação do blocão. Nos
bastidores sabe-se que o presidente da Câmara busca apoio de legendas
até mesmo de esquerda, como PSB e PDT, para alcançar um contraponto.
Além dos líderes desses partidos e do seu próprio (PP), ele estaria
conversando também com União Brasil, PSDB e Avante. A tarefa não é
fácil, mas o atrativo são os postos em comissões e cargos na Casa e
poder de barganha com o governo. Tanto no blocão que Lira tentou criar
antes, combinando PP com União Brasil, seja agora com outras forças, o
PL segue isolado.
Como maior legenda da Câmara, com quase um quinto dos assentos, o PL
parece encontrar dificuldades em se articular com outros blocos. Uma das
possíveis razões dessa situação seria a sua associação mais direta com
Bolsonaro, incluindo alguns dos parlamentares mais fiéis ao
ex-presidente. Outro fator é o próprio tamanho expressivo que alcançou
no plenário, que já garante poder especial aos seus líderes de bancada,
além de conferir vantagens para seus membros nas comissões permanentes e
temporárias na Casa.
Segundo estrategistas de partidos cujo apoio é cobiçado por Lula, com
a volta de Bolsonaro, os caciques que lhe deram apoio têm mais um
motivo para esperar um pouco mais antes de cair no “canto da sereia” dos
governistas. Eles vão analisar como o ex-presidente vai se sair no
papel de líder da oposição para definir entre uma postura mais distante
ou mais próxima do governo federal. Para dificultar a tarefa dos
articuladores governistas, o PP, que outrora fazia parte das gestões
petistas, na figura de seu presidente, senador Ciro Nogueira (PI),
mostra ainda mais resistência.
De acordo com o professor de Ciências Políticas e escritor Antonio
Lavareda, a repentina mobilidade de blocos e federações na Câmara, cujo
número de cadeiras dos partidos define a fatia de recursos públicos a
que têm direito, reflete as imperfeições do sistema eleitoral. “O
excessivo fracionamento é muitas vezes maior se levar em conta que cada
parlamentar acaba sendo eleito por uma lógica fundamentalmente
individualizada. A maioria absoluta das legendas inexiste na mente do
eleitor”, disse ele. Lavareda é defensor das candidaturas avulsas, fora
do âmbito dos partidos.
Lavareda avalia que Lula buscará uma “segunda fase” no governo, após a
Páscoa. Na primeira fase, o presidente priorizou sua agenda social, com
medidas como o relançamento do Bolsa Família, aumento do
salário-mínimo, campanhas de vacinação e investimentos na educação e
meio ambiente. “Agora, ele precisará enfrentar questões econômicas
espinhosas, como o arcabouço fiscal, a reforma tributária e a redução da
taxa de juros pelo Banco Central. Portanto, é fundamental que Lula
estabeleça uma base sólida no Congresso capaz de entregar sua agenda
legislativa”, resumiu.
O fato é que o Planalto ainda não conseguiu formar uma base
consistente no Congresso para aprovar propostas importantes e já vinha
tentando, sem sucesso, atrair votos no varejo, fora da esfera de Arthur
Lira, cuja larga dominância sofreu os primeiros abalos recentemente. O
presidente da Câmara tenta, ainda, construir um novo bloco para
suplantar a combinação que foi montada pelos presidentes do PSD,
Gilberto Kassab, e MDB, Baleia Rossi, e que replica na Câmara a aliança
de legendas principais na sustentação do governador de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos).
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Discussão do marco fiscal inaugura jogo político Arrumar o
tabuleiro do xadrez político em razão das suas conveniências é a maior
urgência do governo Lula, que submeterá ao Congresso nos próximos dias a
primeira matéria de real importância, acerca do marco fiscal. O governo
anunciou oficialmente na quinta-feira (30) o novo arcabouço e prevê
enviá-lo aos deputados para começar a ser analisado logo após a Páscoa.
“Vamos aproveitar esse momento para mandar o texto mais claro”, afirmou o
ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na ocasião. Lira já avisou que a
proposta, nitidamente dependente de ganhos adicionais com tributos,
sofrerá ajustes.
Nos seus dois primeiros governos, Lula foi o protagonista absoluto de
sua articulação no Congresso, atraindo e contemplando personagens de
vários espectros. Desta vez, apesar de ter saído vitorioso de uma
eleição muito apertada, procurou reforçar a aliança com as forças de
esquerda que o apoiaram desde o primeiro turno e deixou espaços para
oposição e centrão se organizarem. Analistas estão intrigados porque o
presidente perdeu tempo precioso nos 100 dias de governo, na chamada de
lua de mel.
Antes mesmo da posse, Lula lançou dúvidas sobre o horizonte econômico
e deu margem a crises políticas em razão de declarações polêmicas. Ele
insistiu na tese de que “não há despesas do governo, só investimentos”,
acusou empresários de não trabalhar, chamou o agronegócio de fascista e,
para coroar, mandou todos esquecerem os livros de economia.
Após todos esses desgastes, que incluem ataques à independência do
Banco Central (BC), o presidente ainda abriu nova frente de crises ao
dizer em 21 de março que “só pensava em f…” o senador Sergio Moro
(União-PR) e, dois dias depois, quando a Polícia Federal (PF) já havia
desbaratado plano do crime organizado para matar o ex-juiz da Lava Jato,
ele afirmou que era “visível armação” do próprio Moro. Essa atitude
piorou o ambiente político de Lula no Congresso e deu munição para
oposicionistas, que intensificam cobranças e até abriram uma série de
pedidos de impeachment.
CPIs podem se tornar fator de desestabilização A governabilidade
de Lula depende também do desdobramento de pedidos para abertura de
comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMI), sendo a primeira
sobre os atos de vandalismo de 8 de janeiro, em Brasília, que já foi
protocolada e tem assinaturas suficientes. A outra, envolvendo ataques
de facções criminosas, proposta nesta semana, adiciona preocupação para o
governo. Há grande chance da primeira, que vai investigar os culpados e
os omissos no episódio na Praça dos Três Poderes, seja instalada entre
os dias 11 e 14, quando haverá a sessão do Congresso Nacional.
Leandro Gabiati, professor de Ciências Políticas e diretor da
Dominium Consultoria, afirmou que as CPIs sempre causam problemas para o
governo e, por isso, não são bem-vistas pelos presidentes da República.
Ele explicou que, como o governo precisa discutir a reforma tributária,
o novo marco fiscal e aprovar medidas provisórias complexas, quaisquer
investigações agora seriam grande desperdício de energia.
No entanto, Gabiati acredita que pode haver uma reviravolta na
conjuntura política que esvazie a CPMI de 8 de janeiro. Ele argumenta
que o governo está concentrando seus esforços em sua agenda econômica e
que nem os presidentes das duas casas legislativas querem perder a
atenção do plenário para as comissões de inquérito.
Assim, Gabiati entende que os embates acalorados vistos nos últimos
dias nas comissões permanentes da Câmara entre governistas e
oposicionistas deram uma amostra do tumulto que as CPIs podem gerar.
“Essa realidade fará com que os políticos mais moderados costurem
acordos e entrem em campo para costurar acordos e evitar que a comissões
de inquérito contaminem ainda mais o ambiente político”, disse.
Trump será fichado hoje em processo no qual virou réu em NY; entenda os próximos passos do caso
Foto: Joe Cavaretta/via AP
Por Redação
Ex-presidente permanecerá sob custódia da polícia ao longo de audiência, mas deve ser liberado em seguida
O ex-presidente dos Estados UnidosDonald Trump comparecerá nesta terça-feira, 4, à Justiça de Nova York para uma audiência preliminar do caso no qual é acusado de subornar a atriz pornô Stormy Daniels com
verbas não declaradas, durante a sua campanha pela Casa Branca, em
2016. Na audiência de hoje, Trump deve fornecer suas impressões
digitais, fotografia e dados pessoais à Justiça americana e se tornará,
de fato, réu no caso.
Trump não deve ser preso nem pagar fiança para deixar o tribunal.
Seus advogados negociaram um termo de compromisso com a procuradoria na
qual o republicano terá de comparecer à Corte sempre que requisitado.
Apesar disso, durante toda a audiência preliminar, o ex-presidente
estará sob custódia da polícia e pode até mesmo ser algemado.
Em virtude do fato de ser um ex-presidente americano, Trump contará
durante toda a audiência com a companhia de um agente secreto designado
para sua proteção. Após a audiência, Trump retornará para a Flórida,
onde deve fazer um pronunciamento sobre o caso.
Na semana passada, um júri de NY votou por transformar Trump em réu
após as provas apresentadas pelo promotor Alvin Bragg. Pela lei
americana, que é inspirada no direito britânico, a procuradoria pode
recorrer à votação de um júri para que um suspeito de um crime seja
acusado formalmente, em vez de a acusação ser autorizada por um
magistrado, como ocorre no Brasil.
Processo penal
A partir da audiência preliminar desta terça-feira, a procuradoria do
Estado de NY deve apresentar formalmente as acusações contra o
ex-presidente. Como o processo está sob segredo de Justiça, ainda não
estão claros por quais nem quantos crimes Trump responderá. Esse sigilo,
no entanto, deve cair.
Depois disso, os próximos passos do processo incluem uma série de
audiências, onde o juiz do caso deve ouvir as argumentações da defesa e
decidir se deve arquivá-lo ou não. Juristas dizem que a base do caso
envolve uma interpretação incomum da lei estadual, que vincula um crime
na esfera estadual a outro na alçada federal. Essa nova interpretação,
acreditam os especialistas, não deve servir para anular o caso, mas o
ambiente político carregado da denúncia torna seu desfecho imprevisível.
A principal estratégia dos advogados de Trump no caso deve ser
convencer o juiz que essa interpretação da promotoria está equivocada.
Caso a acusação contra Trump prossiga, o ex-presidente terá de
comparecer a uma audiência na qual se declarará culpado ou inocente das
acusações. Nesta etapa, pode ocorrer um acordo com a promotoria com o
intuito de evitar o julgamento.
Grupo
de pessoas se reúne na frente do tribunal de Manhattan e rezam por paz,
em imagem desta segunda-feira, 3. Movimentação de pessoas no tribunal
cresceu desde que Donald Trump disse que seria preso Foto: Kena
Betancur/Getty Images/via AFP
O último passo é o julgamento. Caberá aos jurados definir se o
republicano é ou não culpado das acusações, após a apresentação das
provas da acusação e da defesa.
Pena reduzida
A grande questão – se Trump acabará na cadeia ao fim do processo ou
não – depende não apenas da acusação, mas também da extensão da
condenação. A acusação de não declarar o pagamento pelo silêncio de
Stormy Daniels seria, na lei americana, mais ou menos o equivalente a
uma contravenção. De acordo com a lei do estado de Nova York, poderia
render a Trump até quatro anos de prisão.
Mas as acusações podem ser reduzidas, as sentenças variam caso a caso
e, em geral, é incomum que uma pessoa sem antecedentes criminais seja
condenada a uma pena de prisão extensa. Além disso, outros atenuantes
podem fazer com que Trump passe um dia sequer atrás das grades. Pelo
menos no caso Stormy Daniels. /COM NYT E W.POST