sábado, 4 de março de 2023

MARCA PESSOAL DOS COLABORADORES COM A MARCA CORPORATIVA É O IDEAL

 

Lideranças empresariais revelam o que pensam sobre Personal Branding

Karen Novochadlo

 Apostar no alinhamento da marca pessoal dos colaboradores com a marca corporativa é uma estratégia de crescimento de mercado, válido tanto para a carreira de um profissional, quanto para os negócios empresariais. Assunto é tema de livro inédito publicado recentemente no Brasil: Personal Branding nas Empresas – Como valorizar a empresa posicionando suas pessoas-chave.

Profissionais necessitam entregar valor, saber projetar “o seu valor” e diferenciais se posicionando adequadamente no mercado, com uma imagem condizente com suas posições nas organizações, para manterem-se competitivos e elevar seu nível de empregabilidade. Do outro lado, as organizações buscam otimização de processos, atração e retenção dos melhores talentos e aumento da lucratividade e do valor de sua marca. O trabalho de gerenciamento da marca pessoal se chama Personal Branding (PB), metodologia que tem auxiliado profissionais de diversos segmentos pelo mundo a se posicionarem adequadamente (dentro e fora de suas organizações) objetivando mais resultados para suas carreiras e para os negócios das empresas em que trabalham.

Recentemente, foi lançado no Brasil o livro “Personal Branding nas Empresas – Como valorizar a empresa posicionando suas pessoas-chave”, que traz o Personal Branding aplicado às corporações. A publicação foi escrita em parceria pela brasileira Daniela Viek e os italianos Luigi Centenaro e Silvia Zanella. Daniela Viek é especialista em Personal Branding, com 19 anos de carreira, e tem sólida atuação internacional na área. A obra faz um balanço da aplicação da Marca Pessoal na empresa, ilustrando as vantagens para as organizações, figuras gerenciais e profissionais envolvidos e o alinhamento entre as marcas pessoais e a marca corporativa, como este processo deve acontecer.

Uma agenda de lançamentos presenciais da obra será realizada pelo Brasil com noite de autógrafos em Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro nos próximos meses, assim como, na sequência, na Europa. O livro também já está disponível em formato impresso, digital e epub (kindle) através do site oficial personalbrandingnasempresas.com, e nos principais marketplaces brasileiros como Amazon, Magazine Luiza, Mercado Livre, Submarino, Casa Bahia e Americanas.com entre outros, também disponível nos EUA na Barnes & Noble’s online.

Entrevistamos uma série de líderes para saber o que pensam sobre Personal Branding e como a gestão das marcas pessoais influenciam em empresas.

Claudia Lemos – LDI Consulting

Claudia Lemos tem mais de 20 anos de experiência na área de RH, como executiva da área em empresas multinacionais de diversos ramos de negócio, tanto no Brasil, como em países como Chile e Argentina. Com a experiência e expertise em desenvolvimento do capital humano e em desenvolvimento organizacional,criou a LDI Consulting que atua tanto na área corporativa, abrangendo todas as áreas de RH, como também em desenvolvimento de carreira e Personal Branding (PB) para clientes individuais.

Importância do Personal Branding em cargos de liderança

A importância do PB para a liderança é a chave para que a empresa cumpra a promessa que faz ao cliente, através da definição de que liderança precisa para atingir os resultados que cumpram o que promete. Através da definição do Leadership Branding, a empresa deixa claro, além dos resultados que precisa atingir, como quer atingi-los e que valores quer que sua liderança siga.

Favorecer um profissional em sua carreira

O PB é tomar conta de sua marca pessoal e ser o protagonista de sua carreira e sua reputação. Ser dono da narrativa sobre ele e seguir o que prega sendo genuíno e com isso se diferenciando. Uma marca pessoal bem trabalhada foca o profissional no que importa em sua carreira, e atrai o tipo de pessoas que ele precisa e com quem quer conviver e abre um leque de oportunidades.

Promoções e resultados financeiros na carreira

Ter o domínio e gerenciamento de sua marca proporciona ao profissional traçar planos baseados no que ele deseja profissionalmente e no que acredita, passando uma imagem real e verdadeira e aprimorando os pontos que precisa desenvolver. Com isso, a possibilidade de se tornar atraente para o mercado e os benefícios para sua carreira são muitos. A responsabilidade pela carreira é do profissional e o PB o ajuda a definir uma estratégia para ir em busca disso.

Contribuição do PB ao Planejamento Estratégico da Corporação

A organização tem o desafio de colocar o líder certo no lugar certo e o PB, através do que eu chamo de Leadership Branding, pode definir estrategicamente como atrair e desenvolver essa liderança que vai trazer os resultados esperados, desenvolver pessoas que vão perpetuar o negócio e fazê-lo crescer.

Influência do PB na percepção da imagem corporativa

Eu acredito que o PB influencia diretamente a imagem corporativa e a organização pode e deve estabelecer seu Leadership Branding de maneira a ter líderes que realmente representem a marca organizacional e tragam os resultados esperados. O PB aplicado ao Talent Management se torna uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento de talentos e de definição do futuro da empresa.

Yunare Marinho Targino – M. Dias Branco

Yunare Marinho Targino é gerente corporativo de processos industriais na M. Dias Branco,, com mais de 30 anos de carreira. É cidadão luso-brasileiro, com mestrado em Concepção, Mecânica e Meio Ambiente na França. Também é coautor do livro “Desenvolvendo Organizações: Uma Abordagem Transpessoal” e autor do livro “Alto Desempenho com Propósito Protagonizando a Alta Performance”. Desde 1998, desenvolve e aplica metodologias TPM, WCM, LEAN para excelência das organizações através da melhoria contínua no Brasil e Europa. A M. Dias, líder nacional na produção de massas e biscoitos, tem 17 indústrias ou complexos industriais. São 28 centros de distribuição, estrategicamente instalados em diferentes estados. A marca está presente em todo o Brasil e exporta para mais de 40 países.

Importância do Personal Branding em cargos de liderança

O PB possibilita, fortalece e promove o protagonismo pessoal e profissional através do propósito pessoal conectado ao negócio.

Favorecer um profissional em sua carreira

Entendo que é uma jornada de autoconhecimento através aplicação de ferramentas (identidade, imagem, reputação) e os estímulos durante o processo de Personal Branding, que nos fazem identificar, conectar com os nossos desafios e assegurar ações para nossa carreira.

Promoções e resultados financeiros na carreira

Sempre que conectamos nossos propósitos pessoais e profissionais com a estratégica do negócio onde estamos inseridos, esta engrenagem e processo possibilita um efeito: crescimento na carreira.

Contribuição ao Planejamento Estratégico da Corporação

Fortalecendo o propósito (proposta) da estratégia da corporação com as pessoas (talentos) que fazem as organizações crescerem.

Influência do PB na percepção da imagem corporativa

As pessoas empoderadas e conectadas no pensamento (racional), sensações (desejos), traduzem em ações (trabalhos) tangentes a nossa imagem = orgulho de pertencer.

Definição de marca pessoal

A sua imagem conectada com a sua missão e valores = propósito

André Streppel – WK JobHub

André Streppel foi velejador profissional até os 26 anos de idade, conquistou títulos como campeão brasileiro, sul-americano, vice-campeão mundial. Foi integrante da equipe olímpica do Brasil. Publicou o livro “Uma Vida de Futuro”, em que conta os aprendizados no esporte. Atua na área de RH para tecnologia há 15 anos. Atualmente, é CEO da WK JobHub, uma consultoria de RH para a área de Tecnologia.

A empresa completa dez anos este ano e emprega 60 profissionais 100% dedicados. Atua em oito estados brasileiros e Portugal, além de ter em sua cartela clientes nos EUA. A sede da empresa fica em um dos maiores centros de inovação do Brasil, o Instituto Caldeira, em Porto Alegre.

Importância do Personal Branding em cargos de liderança

 A grande vantagem do PB para uma liderança dentro de uma organização é o líder ter controle do que ele está comunicando à empresa. Não apenas verbalmente, mas com suas ações e imagem. Com o PB o líder consegue medir os efeitos das suas ações e ter mais gestão sobre a sua função. Fora que, um líder atento aos PB, é naturalmente alguém que se preocupa com o seu próprio desenvolvimento, então as chances de sucesso na carreira são muito maiores.

Favorecer um profissional em sua carreira

Muitas vezes um profissional tem diversas qualidades que o mercado precisa, mas que o profissional não sabe de que forma mostrar. Eventualmente, ele nem reconhece certas habilidades/qualidades em si próprio. O profissional que passa pelo processo de PB, aprende muito sobre si, enxerga o que ele tem a agregar ao mercado de forma mais estratégica e desenvolve metodologias para oferecer ao mercado as qualidades que ele possui.

Promoções e resultados financeiros

Uma empresa é o somatório de todos que trabalham nela. Se juntarmos apenas as habilidades que a empresa enxerga como necessárias, criamos um limitador para o profissional. Com o PB, o profissional tem maior capacidade de trazer para a empresa seus conhecimentos e habilidades que podem agregar muito valor ao negócio. O PB gera mais visibilidade para o profissional e como aquela máxima diz “quem não é visto, não é lembrado”. Então as possibilidades aumentam muito para quem dá atenção à sua marca pessoal.

Contribuição ao Planejamento Estratégico da Corporação

Todas as ações criadas em um planejamento estratégico passam por pessoas (funcionários). E são estas pessoas que precisam mostrar ao mercado o valor que possuem, para então ter maior facilidade de atingir os objetivos estratégicos da empresa. Por exemplo: em 2022 uma colaboradora da WK JobHub virou sócia da empresa e se mudou para Portugal para ampliar nossa participação naquele mercado. É muito importante ela conseguir traduzir suas ações/conhecimento/experiência em valor para aquele mercado, para que o objetivo estratégico da WK JobHub seja concluído com sucesso.

Influência do PB na percepção da imagem corporativa

Tenho consciência de que o somatório da imagem de cada colaborador é imensamente maior e mais potente que a imagem da empresa. Por isso é muito importante ter na equipe profissionais com valores similares aos da empresa. Com ideias, pensamento e formação diversos também, mas valores são inegociáveis.

Definição de Marca Pessoal?

Marca pessoal é composta por toda a mensagem que uma pessoa transmite. Isso inclui imagem pessoal, imagem online, atitudes, características, opiniões, história e tudo mais que gera alguma conexão com a percepção que o mercado tem do profissional (até uma curtida em uma foto gera percepção sobre alguém). A marca pessoal precisa ser planejada e gerenciada constantemente.

Sérgio Lenzi – K&L Laboratórios de Metrologia

Sérgio Lenzi é especialista em Metrologia, com 44 anos de experiência, engenheiro industrial e pós em Gestão de Negócios. É referência nacional em Metrologia. Tem e concluídas e em andamento várias patentes registradas na área. Tem uma pequena ONG, cujo foco é auxiliar orfanatos e asilos. Criou a K&L Laboratórios de Metrologia, que é uma empresa especializada em Metrologia no Brasil, realizando serviços de manutenção, calibração e ensaios em instrumentos de medição.

Importância do Personal Branding em cargos de liderança

Para mim, ao investir em PB, o resultado é uma melhora no foco, atitude. A tomada de decisão se torna mais fácil, sem dar justificativas ou se sentir culpado e com maior tranquilidade.

Influência do PB na percepção da imagem corporativa

Acredito que influencia muito. A sociedade e pessoas de negócios observam suas ações e atitudes para gerar confiabilidade, respeito e assim proporcionar relação ou negócios.

Definição de Marca Pessoal

Você se apresenta para seu público-alvo, pessoal ou negócios, onde obtenha resultados gerados pela expectativa das pessoas ou superá-las em todos os aspectos. Assim você sempre será referência.

Sobre o Personal Branding

O Personal Branding é uma área que completa 26 anos em 2023. O conceito criado nos EUA tem crescido em todo o mundo. Cada vez mais empresas, universidades, editoras, associações, imprensa e profissionais de diversos segmentos de mercado têm dado importância ao tema, abrindo oportunidades, expandindo as discussões e práticas, e como, os resultados têm impactado carreiras e negócios pelo Brasil e mundo.

O Personal Branding trabalha a identidade, a imagem e a reputação, tripé essencial para a gestão de qualquer profissional, inclusive dentro das organizações, onde trabalha-se o alinhamento da marca pessoal com a marca corporativa.

Os autores do livro – Personal Branding nas Empresas – Como valorizar a empresa posicionando suas pessoas-chave

Daniela Viek – Um dos principais nomes do mercado do Personal Branding. Relações Públicas, especialista em Marketing, Comunicação Corporativa e Personal Branding com formações nos EUA e Europa. Sócia-fundadora da Youbrand.Company, empresa com clientes e casos de sucesso em mais de 20 países.

Luigi Centenaro – Sócio-diretor e fundador da BigName.pro, especialista em inovação de pessoas e equipes, Luigi atua como instrutor e palestrante em Personal Branding e Inovação Profissional. Autor e curador de várias publicações sobre Personal Branding e desenvolvedor líder do Personal Branding Canvas incluído no Career Innovation Toolkit.

Silvia Zanella – Silvia visa projetar um futuro de trabalho que funcione para todos. Ela é uma gestora internacional focada em Employer Branding e Employee Experience Leader. É palestrante e autora de vários livros, premiada como “Linkedin Top Voice” no campo do trabalho.

NOSSA MARCA. NOSSO ESTILO!

COMPARTILHAMOS CONHECIMENTO PARA EXECUTARMOS COM SUCESSO NOSSA ESTRATÉGIA PARA REVOLUCIONAR O MODO DE FAZER PROPAGANDA DAS EMPRESAS DO VALE DO AÇO.

 

O desejo de mudar, de transformar, de acreditar, são fundamentais para irmos além. São agentes propulsores da realização de sonhos. Já o empreendedorismo está presente no DNA dos brasileiros e nossa história trouxa essa capacidade que temos de nos reinventar e de nos conectarmos com você internauta e empresários que são a nossa razão de existir.

E todos esses elementos combinados e levados ao território da internet, torna o que era bom ainda melhor. Na internet e através do Site da Valeon, podemos proporcionar o início do “virar de chaves” das empresas da região para incrementar as suas vendas.

Assim, com inovação e resiliência, fomos em busca das mudanças necessárias, testamos, erramos, adquirimos conhecimento, desenhamos estratégias que deram certo para atingirmos o sucesso, mas nada disso valeria se não pudéssemos compartilhar com vocês essa fórmula.

Portanto, cá estamos! Na Plataforma Comercial Marketplace da VALEON para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos e serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada dos nossos serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e público.

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos. Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual.

 

O Site desenvolvido pela Startup Valeon, focou nas necessidades do mercado e na falta de um Marketplace para resolver alguns problemas desse mercado e em especial viemos para ser mais um complemento na divulgação de suas Empresas e durante esses três anos de nosso funcionamento procuramos preencher as lacunas do mercado com tecnologia, inovação com soluções tecnológicas que facilitam a rotina das empresas. Temos a missão de surpreender constantemente, antecipar tendências, inovar. Precisamos estar em constante evolução para nos manter alinhados com os desejos do consumidor. Por isso, pensamos em como fazer a diferença buscando estar sempre um passo à frente.

 

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Colocamos todo esse potencial criativo para a decisão dos senhores donos das empresas e os consumidores.

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sexta-feira, 3 de março de 2023

NAVIOS DE GUERRA IRANIANOS APORTAM NO RIO CONTRA VONTADE DOS EUA

EUA dizem que decisão do Brasil sobre navios iranianos é ‘errada’ e única na região

Foto: Pedro Kirilos/Estadão

Por Beatriz Bulla e Renata Tranches – Jornal Estadão

Porta-voz do Departamento de Estado americano afirma que País ‘hospeda embarcações de um regime que fornece armas para a Rússia usar contra a Ucrânia’

O governo dos Estados Unidos tem deixado claro o incômodo gerado em Washington com a permissão dada por Brasília para navios iranianos atracarem no Rio de Janeiro nesta semana. Em resposta a questionamento do Estadão, um porta-voz do Departamento de Estado americano afirmou que a decisão brasileira foi “errada”, assim como passa uma mensagem “errada”, destacando ainda que o País é o único da região a adotar uma medida desse tipo.

“Nós não discutiremos conversas diplomáticas, exceto para dizer que deixamos claro para países relevantes que esses navios não devem atracar em nenhum lugar”, afirmou o porta-voz. “O Brasil é um país soberano que pode tomar sua própria decisão sobre como se relacionar com o Irã. Até o momento, o Brasil é o único país do nosso hemisfério que aceitou um pedido de atração”, destacou o porta-voz do Departamento de Estado americano.

O tom severo das declarações da diplomacia americana indica o nível do incômodo com a decisão do governo Lula de permitir que as embarcações Iris Makran e Iris Dena, que pertencem à frota de guerra iraniana, atracassem no porto do Rio de Janeiro no dia 26. Os navios devem ficar na Baía de Guanabara até sábado, 4.

Embarcações Iris Makran e Iris Dena, pertencentes à frota de guerra iraniana, estão ancoradas no porto do Rio
Embarcações Iris Makran e Iris Dena, pertencentes à frota de guerra iraniana, estão ancoradas no porto do Rio Foto: PEDRO KIRILOS/ESTADÃO

Os navios já tinham recebido, em 13 de janeiro, uma autorização para aportar entre os dias 23 e 30 daquele mês, pouco antes da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 9 de fevereiro, a Washington a convite de Joe Biden. A atracação dos navios foi adiada em razão da sensibilidade diplomática do movimento e uma nova autorização foi emitida pela Marinha do Brasil e publicada pelo Diário Oficial da União no dia 23.

Os governos Lula e Biden deram um pontapé amistoso na nova relação bilateral neste ano, diante de interesses políticos comuns, mas os EUA esperavam que o Brasil não permitisse a chegada das duas embarcações.

Também em resposta ao Estadão, um porta-voz do departamento de Estado americano afirmou que “hospedar embarcações iranianas pertencentes a um regime que está reprimindo brutalmente seu próprio povo no país, fornecendo armas para a Rússia usar em sua guerra de agressão contra a Ucrânia, e engajando em terrorismo e desestabilizando a proliferação de armas pelo mundo envia uma mensagem errada e é uma decisão errada”.

O encontro entre o secretário de Estado, Antony Blinken, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, nesta quinta-feira, 2, havia sido entendido pelo Itamaraty como um sinal de que os EUA não intensificarão a pressão a respeito do tema. A questão dos navios iranianos, segundo fontes envolvidas no encontro, não foi levantada por Blinken.

No Itamaraty, a leitura feita é de que, a despeito da pressão, os americanos “entenderam o recado” enviado por Brasília de que a questão envolve o Brasil como um país soberano e sua relação com outro país soberano, o Irã.

Parlamentares republicanos pressionam o governo Biden a, inclusive, adotar sanções contra o Brasil. O Departamento de Estado não mencionou sanções e também não comentou qual a posição dos EUA sobre o pleito de republicanos.

Em nota, no dia 27, o presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, onde os republicanos têm maioria, Michael McCaul, avaliou como “totalmente inaceitável” a decisão do governo Lula. No dia seguinte, o senador Ted Cruz, que integra a mesma comissão no Senado, onde a maioria é democrata, disse que ela “ameaça” a segurança dos americanos e pediu que Biden aplique sanções ao Brasil. Os dois legisladores são republicanos do Texas.

No último dia 15, a nova embaixadora dos EUA enviada por Biden a Brasília, Elizabeth Bagley, foi enfática sobre a posição do país em declaração pública, quando disse que os navios “não deveriam atracar em nenhum lugar”. Na ocasião, ela negou que o assunto tenha sido discutido entre Lula e Biden na Casa Branca, mas confirmou que o Departamento de Estado levou a questão para análise do governo brasileiro, por meio do Itamaraty.

Diplomatas brasileiros consideram, no entanto, que o Brasil acertou ao não atender pedido dos EUA para negar o pedido do Irã a respeito dos navios. O ex-embaixador do Brasil nos EUA Rubens Barbosa afirma que a posição do Brasil está correta e não deve sofrer nenhuma repreensão ou punição política ou econômica de Washington.

Segundo ele, em um cenário de intensas divisões globais, o País age corretamente ao se manter equidistante das tensões. “O Brasil aceita imposição de sanções desde que sejam aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU. Sanções unilaterais, do ponto de vista do Brasil, são ilegais, sejam comerciais, sejam políticas”, afirma Barbosa, presidente do Instituto de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Irice). O Irã está sob duras sanções econômicas unilaterais dos EUA.

 

MST RESSUSCITA E PROMOVE INVASÕES DE TERRA NA BAHIA

 

As recentes invasões são caso de polícia, mas também de política. O País demanda que o presidente as condene como o que são: atentados contra o setor mais produtivo da economia

Por Notas & Informações

Como se sabe, a narrativa conjurada por Lula da Silva nas eleições de 2022 é de que ele seria a única alternativa para salvar a democracia do autoritarismo. Ele e seu partido seriam menos os chefes do que abnegados servos de uma “frente ampla democrática” destinada a conciliar uma sociedade profundamente dividida.

Traduzido para o campo, esse discurso implicava um rebranding do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Ele já não seria um aparelho revolucionário socialista guiado pelo lema “ocupação é a única solução”, mas um conglomerado pacífico de cooperativas, repetidamente celebrado como “o maior produtor de arroz orgânico desse país”. Mentiras deslavadas, como quando Lula disse em um dos debates eleitorais que o MST nunca invadiu uma propriedade produtiva, foram descontadas como peças de retórica toleráveis em nome da redenção da democracia.

Mas as fissuras na narrativa estavam lá para quem quisesse ver. A desconfiança do agronegócio era tratada como mero preconceito de classe. Nos cercadinhos de Lula, pululavam referências ao agro como vilão ambiental. De vez em quando, o conciliador deixava transpirar velhos cacoetes. O “capiau” paulista seria “ignorantão” e “chucro” – mas, como o insulto aludia a Jair Bolsonaro, foi contemporizado. Falando sobre o agronegócio ao Jornal Nacional, escapou um “fascista e direitista” – mas seria só “um setor”.

Já no poder, a narrativa começou a ruir, com o desmembramento esquizofrênico da pasta da Agricultura em um Ministério da Agricultura e outro do Desenvolvimento Agrário. Agora, as fissuras ameaçam abrir-se em crateras.

Nesta semana, 1,7 mil militantes do MST invadiram três fazendas de eucaliptos na Bahia. De improdutivas, nada têm. Pelos dados da proprietária, a Suzano, só na região ela gera 7 mil empregos e beneficia 37 mil pessoas pelo efeito renda. Mas, como deixou transparecer a líder do MST na Bahia, Eliane Oliveira, o objetivo não era mesmo denunciar latifúndios improdutivos, mas só chantagear o governo para ocupar cargos no poder: “O MST acendeu o alerta amarelo diante da demora do governo federal em nomear a presidência do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)”.

Nos governos Temer e Bolsonaro, e a rigor já no governo Dilma, o Incra vinha se dedicando cada vez menos a aumentar o número de assentamentos e cada vez mais a melhorar as condições de vida das famílias, transformando os assentamentos em comunidades capazes de alcançar mais produção e renda, por meio de programas de capacitação, ofertas de insumos e melhorias de infraestrutura e moradia. Essas medidas vinham combinadas a políticas de titularização, que só nos últimos 4 anos emitiram o dobro dos 200 mil títulos emitidos em 13 anos da gestão lulopetista.

Com a titularização, os assentados tornam-se agricultores familiares, capazes de decidir os rumos de sua propriedade e colher os frutos de seu trabalho. Mas, com isso, deixam de ser massa de manobra do MST e objeto de tutela política do PT. Um Incra autônomo, por sua vez, já não serve para rotular automaticamente toda terra invadida pelo MST como “latifúndio improdutivo”.

A invasão é, antes de tudo, um caso de polícia – a ver se o governo petista da Bahia agirá prontamente para restabelecer os direitos de propriedade violentados. Mas é também um caso de política. O PT tem uma inegável ligação umbilical com o MST. Foi o “exército do Stédile”, referindo-se ao chefão do MST, João Pedro Stédile, que Lula ameaçou botar na rua quando contrariado com o impeachment de Dilma Rousseff; e foi esse exército que ergueu barracas ao redor da carceragem da Polícia Federal de Curitiba, onde se hospedou Lula por 500 e tantos dias. O Brasil tem pressa de saber se seu presidente, o autodeclarado líder da “frente ampla democrática”, condenará, sem adversativas, as manobras do MST como aquilo que são – crimes contra o setor mais dinâmico e produtivo da economia nacional – ou se passará a mão na cabeça dos arruaceiros, seja omitindo-se, seja apelando para justificativas que ofendem a inteligência alheia.

É mais um teste que se coloca ao figurino democrático do PT. Será uma surpresa se o partido passar.

Lula está espremido entre esquerda, com PT e MST, e direita, com União Brasil trazendo problemas

Não dá para o presidente confiar nessa ‘base aliada’, embolada e desleal

Por Eliane Cantanhêde

A política externa avança, com o áudio do presidente Lula com o ucraniano Zelenski e o encontro do chanceler Mauro Vieira com o ministro russo Serguei Lavrov, mas a política interna vai aos trancos e barrancos. Lula está espremido entre esquerda, com PT e MST no ataque; e direita, com o União Brasil trazendo muitos problemas e nenhuma solução.

Qual o objetivo do MST ao invadir três fazendas produtivas da Suzano Papel e Celulose na Bahia, quando o governo mal completa dois meses? Enfraquecer Lula? E fortalecer a guerra ideológica que desaguou na ação terrorista de 8/1 contra os três Poderes?

E quem imaginou um movimento combinado nos ataques da presidente do PT, Gleisi Hoffmann, ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se enganou. Ela bombardeou em público o fim da desoneração dos combustíveis, considera os dividendos da Petrobras “indecentes” e quer porque quer mudar a política de preços da companhia. Com termos duros.

Lula enfrenta desafios com a base aliada neste início de governo
Lula enfrenta desafios com a base aliada neste início de governo Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO

“É mais fácil aguentar o Congresso do que a Gleisi”, dizem aliados de Haddad, que Lula escolheu como candidato à Presidência em 2018 em detrimento de Gleisi e virou o principal ministro, enquanto ela ficou fora, no PT. A crise dos combustíveis não foi a primeira nem será a última entre eles.

Na outra ponta, a “frente ampla” inclui a direita do toma lá, dá cá. Exemplo: União Brasil. No “toma lá”, Lula pôs três enrolados no Ministério: os deputados Juscelino Filho, nas Comunicações, Daniela Carneiro, no Turismo, e o ex-governador Waldez Góes (este indicado, mas não filiado ao UB), no Desenvolvimento Regional. E o “dá cá” não rolou. Dos 59 deputados do partido, 28 apoiaram a CPI do golpe, proposta por um bolsonarista do PL e rechaçada por Lula. Que governo quer saber de CPI?

Juscelino é um festival de problemas, como informa o Estadão. Deputado, destinou emendas parlamentares para uma estrada na sua fazenda e, em 2022, só apresentou um projeto, o do Dia do Cavalo. Candidato, escondeu do TSE R$ 2 milhões em cavalos de raça. Ministro, usou avião da FAB e diárias para ir a leilões de cavalos em São Paulo. Não bastasse, nomeou para a Diretoria de Radiodifusão o sócio de dono de rádios no seu Estado, o Maranhão. Lula não falou nada, não fez nada.

Não dá para confiar nessa “base aliada”, embolada e desleal, para a aprovação da MP dos combustíveis. Haddad finge que está tranquilo, porque MPs entram em vigor automaticamente, por 120 dias, mas já tem um plano B: empurrar com a barriga. Se o Congresso não aprovar até julho, volta tudo: desoneração, guerra com Gleisi e perplexidade. Aliás, não só no “mercado”.

BOLSONARO QUER FAZER ALIANÇA DO PL COM O PARTIDO REPUBLICANO DE TRUMP

 

Maior evento conservador do mundo

Por
Rodolfo Costa – Gazeta do Povo
Brasília


Trump e Bolsonaro participam da CPAC, maior evento conservador do mundo| Foto: Alan Santos/PR/Arquivo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vai se encontrar no próximo sábado (4) com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump, na edição de 2023 da Conferência Anual de Ação Política Conservadora (CPAC, na sigla em inglês), o maior evento conservador do mundo. O brasileiro tenta montar uma estrutura política internacional e criar uma aliança entre o PL e o Partido Republicano dos EUA.

Segundo um aliado próximo de Bolsonaro, que pediu para não ter o nome revelado, o objetivo é absorver boas práticas político-partidárias do Partido Republicano e replicá-las no Brasil. Esse seria o primeiro passo de um projeto de buscar experiências positivas em legendas de direita das principais democracias do mundo.

Assim, para além do PL, a conexão com o Partido Republicano serviria para a direita estabelecer uma “rede internacional de apoio mútuo”, comenta o ex-secretário de Cultura da gestão de Bolsonaro, André Porciuncula. “A esquerda faz muito bem isso, já passou da hora de começarmos a fazer”, destaca.

A ideia de Bolsonaro seria montar uma estrutura política internacional que permita manter engajada a militância conservadora no Brasil. Esse sistema operaria fora da jurisprudência nacional. Assim, em tese, a estrutura ficaria menos sujeita à insegurança jurídica que vem sendo provocada por tribunais superiores brasileiros dentro do país.

Mas, o trabalho seria feito sem “tanto barulho” e “holofotes” nas redes sociais. O foco seria atuar de maneira estratégica e organizada para dar suporte e fortalecer o movimento conservador no Brasil, segundo o aliado do ex-presidente ouvido pela reportagem.

A ideia geral de Bolsonaro e aliados filiados ao PL é promover uma aproximação do eleitor conservador ao partido. O presidente nacional da legenda, Valdemar Costa Neto, não faz objeção em investir na “base” e tem a meta de consolidar a sigla como a maior sigla da direita no Brasil. Para isso, ele até promoveu alterações ao programa partidário.

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Alinhamento entre Trump, conservadores dos EUA e Bolsonaro divide PL

A proximidade entre Bolsonaro, Trump e o movimento conservador dos Estados Unidos divide o PL. Algumas lideranças e dirigentes são críticos, outros são indiferentes e outros favoráveis. O partido está dividido em três alas: uma mais pragmática e “municipalista”, que é favorável a uma relação de neutralidade com Lula; uma conservadora, mas moderada e independente de Bolsonaro; e outra que deseja manter vivo o legado do ex-presidente.

Os mais críticos entendem que não é um alinhamento bem vindo para um partido que se propõe à construção de uma “oposição democrática” a Lula e seu governo. O argumento é de que a relação alimenta um nicho mais ideológico e minoritário do eleitorado conservador, e não o eleitor mediano, que é conservador, mas menos ideológico.

A ala mais moderada entre os conservadores se posiciona de maneira indiferente, embora defenda um estrito pragmatismo na relação com Trump e a direita nos Estados Unidos. Valdemar Costa Neto, por exemplo, entende que o movimento conservador é permanente e precisa ser estrategicamente explorado, desde que de maneira equilibrada e sem radicalismos.

Já os mais próximos do ex-presidente são, naturalmente, os mais entusiastas do alinhamento com Trump. O grupo avalia que o ex-presidente dos Estados Unidos ainda tem uma força política e popular expressiva e equiparável à de Bolsonaro. Esse capital político pode ser importante para a organização da estrutura política internacional planejada.

Discurso de Bolsonaro na CPAC terá a liberdade como tema
A conferência CPAC começou na quarta-feira (1º) em Washington, nos Estados Unidos, e vai até sábado (4). O discurso de Bolsonaro está previsto para o último dia do evento, às 15h10 (horário de Brasília, 13h10 em Washington), e deve durar cerca de 15 minutos.

Após sua fala, Bolsonaro vai permanecer no evento, onde irá se encontrar com o ex-presidente norte-americano Donald Trump, que faz o discurso de encerramento.

O encontro entre os dois ex-presidentes, bem como a presença e o espaço para o discurso de Bolsonaro, foram articulados pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele também vai participar, como debatedor, de um painel intitulado “A ameaça vermelha chega às Américas” junto com o fundador do Movimento Viva México, Eduardo Verastegui, e com a coanfitriã da CPAC, Mercedes Schlapp.

A participação de Bolsonaro é comemorada com entusiasmo por aliados ouvidos pela Gazeta do Povo. A análise feita é de que a agenda reforça o ex-presidente como o “grande líder” da direita no Brasil. O encontro com Trump, por sinal, é fruto de uma articulação internacional para mostrar que a direita segue “viva e forte”. Eles querem mostrar que continuarão representando os interesses do eleitorado conservador e não desistirão de seus países.

Ex-secretário especial de Cultura na gestão de Bolsonaro, André Porciuncula diz que o ex-presidente sempre ressalta a importância da liberdade em discursos. Ele diz acreditar que esse é, sem dúvidas, o tema mais importante e esperado na fala. “Vivemos uma era de graves violações às liberdades individuais, sempre enfeitadas por slogans vazios e palavras de ordem que a extrema-esquerda costuma repetir mimeticamente”, comenta.

Porciuncula destaca, ainda, que o ex-presidente sempre foi uma “barreira institucional” contra as violações às liberdades. “Acredito que ele continuará reforçando esse ideal de liberdade como o ponto principal de qualquer política humana minimamente civilizada. Em tempos de duplipensar e novilíngua, dizer o óbvio é um ato de bravura. O presidente paga um preço muito caro por ser um defensor ferrenho da nossa liberdade”, diz o ex-secretário fazendo referências à obra do escritor George Orwell.

CPAC oferece importante palanque para Bolsonaro como líder da direita
Um aliado diz que Bolsonaro seguirá “lutando” e “militando” pelas causas conservadoras, que participar da CPAC é um prestígio e prova que ele permanece como a grande liderança da direita. Em condição reservada, ele avalia que o discurso, a reunião com Trump e a presença no evento são oportunidades para recuperar o capital político, embora admita que não há, hoje, garantias de que ele será o candidato da direita nas eleições de 2026.

Outro aliado diz que é cedo para afirmar se Bolsonaro será ou não candidato às próximas eleições presidenciais. Mas, em condição de anonimato, pondera que o ex-presidente terá papel preponderante para a organização da direita e para a viabilização de candidatura de oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já Porciuncula entende que a presença de Bolsonaro no maior evento conservador do mundo reforça que o ex-presidente é o líder político da direita nacional. “Afasta de vez essa conversa fiada de que ele será substituído em 2026. O encontro dele com o Trump será importante, os dois são os maiores representantes mundiais da direita. Os dois maiores estadistas de nossa época”, opina.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) já adotou movimentos para lançar o pai à Presidência em 2026, como forma de consolidar o capital político atual. Mas, o próprio ex-presidente não negou a hipótese de apoiar algum candidato, caso se torne inelegível para a disputa das próximas eleições presidenciais. Ele até avalizou a construção de conversas nesse sentido.

O PL tem o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), como um potencial “plano B” para a disputa presidencial em 2026. Em caso de inelegibilidade, Bolsonaro não descartaria dar seu apoio, desde que ele participe do processo de construção e organização da direita, como almeja o presidente nacional de seu partido, Valdemar Costa Neto.

Ex-presidente pode voltar ao Brasil em março ou abril

A agenda de Bolsonaro na CPAC pode não ser a última nos Estados Unidos. Ele segue com compromissos até pelo menos o fim de março. Assim que concluir a programação, a promessa do ex-presidente é retornar ao Brasil, segundo disse para aliados no Congresso e para Valdemar Costa Neto.

A hipótese de os compromissos se estenderem até abril, porém, não está descartada. Segundo apurou a Gazeta do Povo, existe a possibilidade de uma agenda com o governador do Texas, Greg Abbott, com o senador Ted Cruz, e com outros membros do Partido Republicano e lideranças conservadoras.

Costa Neto admite a possibilidade de o ex-presidente retornar no próximo mês. “Eu acho que o Bolsonaro entra no ritmo daqui, no máximo, um mês ou um mês e meio. Acho que ele já vai estar aqui em abril, na minha opinião”, declarou na quarta-feira (1º) a jornalistas após deixar uma reunião com a bancada do PL na Câmara dos Deputados.

Além disso, o jornal Orlando Sentinel informou na quarta-feira (1º) que Bolsonaro planeja fazer de Orlando sua base por pelo menos mais algumas semanas, enquanto o governo dos Estados Unidos processa seu pedido de visto. O advogado do ex-presidente, Felipe Alexandre, disse à reportagem que ele se mudou da casa onde estava, perto de Kissimmee, para um local não revelado.

Já a agência Bloomberg informou na segunda-feira (27) que o governo Lula deu até abril para o retorno de Bolsonaro ao Brasil e destaca que o ex-presidente enfrentará “muitos” processos judiciais em seu retorno dos EUA. Ele é investigado no inquérito que apura os responsáveis pelos atos de vandalismo em 8 de janeiro e no que apura suposto crime de genocídio contra o povo yanomami.


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LULA TEM SIDO TOLERANTE COM MINISTROS ENCRENCADOS

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Lula escolheu Juscelino Filho para o ministério das Comunicações para atrair o apoio do União Brasil.| Foto: Ricardo Stuckert/Palácio do Planalto

Com apenas dois meses de mandato, o governo Lula já tem material suficiente para fazer uma pequena faxina ministerial. A ministra do Turismo, Daniela do Waguinho, tem notórias ligações com um chefe miliciano preso desde 2009; o novo secretário especial de Assuntos Federativos da Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República, André Ceciliano, teve seu gabinete apontado como o campeão das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro anos atrás. Mas a bola da vez é o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, que recebeu diárias pagas com dinheiro público e voou em jato da Força Aérea Brasileira para cuidar de seu hobby, a criação de cavalos da raça Quarto de Milha.

Segundo apuração do jornal O Estado de S.Paulo, o ministro partiu de Brasília para São Paulo em 26 de janeiro, uma quinta-feira, usando jato da FAB; passou algumas poucas horas (mais precisamente, duas horas e meia) em compromissos realmente de caráter oficial, em visitas a Claro, Telebrás e Anatel; e dali foi para o interior de São Paulo, para cuidar do que realmente lhe interessava: recebeu prêmio de uma associação de criadores, prestou assessoria a compradores em leilões e até inaugurou praça em homenagem ao cavalo de um de seus sócios, retornando à capital federal apenas na segunda-feira, 30 de janeiro. Nada disso, é claro, constava da agenda oficial, nem justificava a “urgência” alegada por Juscelino para o uso da aeronave e o pagamento de 4,5 diárias.

O critério do petismo para suas críticas não é a irregularidade ou o crime em si, mas se quem o comete é “dos nossos” ou “dos deles”

O jornal paulista ainda revelou que o ministro, apesar de amar tanto seus cavalos, não fez questão de exibi-los na hora de declarar seus bens à Justiça Eleitoral. Ao registrar sua candidatura a deputado federal no ano passado, Juscelino teria omitido pelo menos 12 animais, que valeriam R$ 2,2 milhões, em sua declaração de bens. Os cavalos ainda têm relação com o primeiro escândalo envolvendo o ministro, divulgado no fim de janeiro: eles são criados em um haras na cidade de Vitorino Freire (MA), governada pela irmã de Juscelino, Luanna Rezende, e que recebeu R$ 5 milhões do “orçamento secreto” para obras de asfaltamento – em uma dessas incríveis coincidências tipicamente brasileiras, a estrada que ganhou pavimentação passava pelas propriedades do ministro. Como se não bastasse, a licitação para a execução da obra tinha um único concorrente, cujo verdadeiro dono seria um amigo da família, preso em julho de 2021, acusado de subornar servidores para conseguir contratos.

Diz a lenda que o imperador romano Calígula pretendia nomear seu cavalo favorito como cônsul, para escarnecer do Senado de sua época. Se a história do cavalo de Calígula é falsa, a dos cavalos de Juscelino é bem verdadeira, é com ela o ministro escarnece do brasileiro pagador de impostos, recentemente obrigado a tirar ainda mais do seu bolso porque, afinal de contas, alguém precisa sustentar o Estado inchado que autoridades como Juscelino acreditam lhes pertencer. Pois esta é a essência de um dos grandes males da política brasileira, o patrimonialismo: o bem público é tratado como se privado fosse, e sendo assim a autoridade pode dispor dele como bem entender.


A faxina, no entanto, ainda não veio: Juscelino Filho segue no cargo, ainda que questionado, e também Daniela do Waguinho e André Ceciliano continuam no governo. Como ligações com milícias e “rachadinhas” haviam sido bastante exploradas pelo petismo quando se tratava do ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, alguém até poderia pensar que o PT considerava esses dois comportamentos absurdos e inaceitáveis, mas apenas os mais incautos e os desmemoriados – que não se lembram de como o petismo celebrava os seus envolvidos no mensalão e no petrolão – não sabem que o critério do petismo não é a irregularidade ou o crime em si, mas se quem o comete é “dos nossos” ou “dos deles”.

“Quem fizer errado sabe que tem só um jeito: a pessoa será, simplesmente, da forma mais educada possível, convidada a deixar o governo”, prometeu Lula em sua primeira reunião ministerial. Acreditou quem quis; Juscelino Filho pode até cair em breve, mas para isso a situação precisará ficar realmente insustentável. A tolerância de Lula com casos como os de seus dois ministros e seu secretário mostra que o mais provável (faltando a Juscelino e Daniela apenas a carta de filiação ao PT) é que, um dia, eles acabem aclamados como “guerreiros do povo brasileiro”.


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