terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

LOGÍSTICA REVERSA NAS VENDAS

Caio Reina, CEO e fundador da RoutEasy

Manter o cliente informado com agilidade, analisar os impactos financeiros e ferramentas de otimização de entrega estão entre elas

A logística reversa é um processo logístico de retorno de um produto do ponto de consumo até o ponto de distribuição, como por exemplo, produtos que retornam ao depósito após uma tentativa de entrega malsucedida ou o processo de devolução de um produto para a loja.

Nos últimos anos, com o aumento das vendas no e-commerce, a logística reversa passou a desempenhar um papel ainda mais estratégico nas operações. Segundo uma pesquisa realizada pela Invesp, aproximadamente 30% dos produtos comprados online em todo o mundo acabam sendo devolvidos ou trocados. Isso pode ocorrer por diversos motivos, como o fato de o cliente não ter contato com o produto antes da compra e esperar características diferentes, seja na aparência, tamanho ou funcionalidades.

Sendo assim, criar uma boa estratégia de logística reversa é essencial para qualquer negócio que queira oferecer um melhor serviço de troca ou devolução de mercadorias ou diminuir a porcentagem de mercadorias que voltam após tentativas de entrega malsucedidas. Por isso, é importante se atentar a algumas dicas que ajudam a otimizar a área de logística reversa.

Quando a logística reversa é utilizada?

A logística reversa se tornou ainda mais importante com a chegada da era do comércio eletrônico. Entretanto, existem diversos outros motivos para que ela seja necessária. São alguns exemplos:

Devolução do cliente:

Esse caso ocorre principalmente com compras feitas a partir de e-commerce. Em compras online, como a escolha é feita através de fotos, muitas vezes o produto não é do jeito que o cliente esperava e por isso ele solicita a devolução.

Entregas malsucedidas:

A entrega pode não acontecer por diversos motivos, por exemplo, endereço errado ou o cliente pode não estar em casa para receber o produto no momento. Assim, a encomenda precisa retornar ao ponto de origem

Motorista devolvendo peças ou produtos danificados:

Na hora da entrega pode ser que o cliente ou entregador verifique que o produto se encontra danificado, nesse caso, é preciso sinalizar as condições e devolvê-lo.

Devoluções B2B:

Os produtos não vendidos podem ser devolvidos aos centros de distribuição ou ao distribuidor para que ele consiga realizar uma revenda.

Como otimizar a logística reversa?

Oferecer dois tipos de operação reversa:

O processo de troca ou devolução de um produto precisa ser prático para o cliente. Um dos primeiros passos é oferecer diferentes opções para que esse processo seja realizado, assim, o cliente pode escolher o que é melhor para ele. São algumas opções:

– Consumidor realizar a postagem do produto

– Transportador faz a retirada do produto com ou sem custo adicional

Investir em uma política para trocas e devoluções:

É preciso explicar para o cliente como funciona a política da empresa em relação aos processos de devolução. É importante informar todos os prazos, o passo a passo para devolver a mercadoria, o prazo para estorno e as condições para a troca ou devolução (como o produto estar em embalagem original, sem uso etc.). Deixar todas essas informações explícitas garante mais confiança para o cliente e segurança para a negociação.

Manter o cliente informado:

É importante manter o cliente ciente de todo o andamento dos processos de envio e devolução de pedidos. Envie atualizações constantes sobre o andamento da compra e status da entrega ou coleta. A transparência no processo evita que o cliente precise entrar em contato com a empresa diversas vezes para tirar dúvidas ou pedir novas informações.

Analisar os impactos financeiros:

Uma estratégia de logística reversa eficiente ajuda a empresa a reduzir custos e despesas com transporte e armazenagem. Para que o custo de entrega seja otimizado, é preciso levar em conta fatores como: as rotas de entrega adotadas; a frequência de coleta; a estimativa de custos da operação; a quantidade e o peso dos materiais e a necessidade de veículos dedicados. Dessa forma, será possível encontrar a melhor forma de entrega para a empresa e para os clientes.

Agilidade é essencial:

Após o processo de devolução o cliente tem a possibilidade de avaliar a loja. Se o processo foi resolvido de forma fácil e rápida, existem mais chances de que ele avalie a loja de forma positiva, recomende para conhecidos e volte a fazer negócio no futuro.

Ferramentas de otimização de entrega:

Para auxiliar na entrega e acelerar o processo, o uso de uma ferramenta de otimização de transporte pode ser essencial. Por meio dela, é possível gerenciar tentativas de coleta malsucedidas, calcular rotas e acompanhar todo o transporte de mercadorias.

Fidelização do cliente: a importância de uma logística reversa positiva

Em caso de uma experiência de logística reversa ruim, é natural que o cliente fique inseguro de voltar a fazer negócio com medo de que tenha o mesmo problema novamente, por isso, é importante investir em um processo bom de devolução de produtos. Na pesquisa realizada pela Invesp, entre os consumidores entrevistados, cerca de 92% disseram que não desistem de comprar em uma loja se o processo de devolução for simples e 79% querem que esse processo não gere mais gastos.

Além disso, uma boa experiência também vai garantir que esse cliente recomende a loja e produtos para outras pessoas, ajudando também a construir uma imagem positiva da empresa.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON


1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.
  • Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (App)
  • E-MAIL: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

 

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2023

ARTISTAS AGORA PODEM CAPTAR RECURSOS DE EMPRESAS PELA LEI ROUANET

Cultura
No primeiro mês
Gabriel de Arruda Castro, especial para a Gazeta do Povo


Ministra da Cultura, Margareth Menezes, e presidente Lula (PT)| Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação PT

Em algumas áreas o governo Lula teve um começo lento. Não é o caso do fomento à cultura: no primeiro mês do ano, e apenas com a Lei Rouanet, a nova gestão deu andamento a 597 projetos de captação de recursos que, juntos, totalizam R$ 610 milhões.

A aprovação dos projetos não significa que os recursos estão garantidos. A lei prevê que os responsáveis pelas propostas agora busquem captar os recursos junto ao setor privado por meio de doações ou patrocínios, e que as empresas que contribuírem recebam abatimentos no Imposto de Renda. Ou seja: o dinheiro não sai diretamente dos cofres públicos, mas, com a renúncia fiscal, esses valores deixam de entrar neles.

Até agora, o maior valor aprovado para captação de recursos pela Lei Rouanet neste ano foi o da reforma do palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, que corresponde a R$ 37,1 milhões. O menor valor (R$22,4 mil) tem a ver com a publicação de um livro sobre lendas do Rio Grande do Sul, com tiragem de mil exemplares. O valor médio dos projetos aprovados em 2023 foi de pouco mais de R$ 1 milhão.

As medidas de homologação de novos projetos foram anunciadas pelo Ministério da Cultura em quatro portarias publicadas no Diário Oficial da União entre 18 e 23 de janeiro. Na primeira delas, aproximadamente 457 propostas foram homologadas. O primeiro item da lista tem o título de “Danças da Diáspora africana legados e tradições e Danças de orixá”. A iniciativa, cujo valor é de R$ 582 milhões, é descrita como “um espetáculo de dança da diáspora afro-brasileira com rodas de conversas no intuito de oportunizar um espaço capaz de possibilitar fricções e construções de ideias no campo das artes/dança da diáspora africana.”

Nesta leva também foram incluídos um espetáculo produzido e encenado pela atriz Cláudia Raia, no valor de R$ 5 milhões – para apresentar “duas emocionantes histórias selecionadas com base em importante pesquisa” – e o financiamento da Casa Fiat de Cultura, em Belo Horizonte (R$ 6,4 milhões). O valor total aprovado nessa portaria foi de R$ 441, 6 milhões.

No dia 19, a pasta homologou mais 14 projetos (total de R$ 11, 8 milhões). No dia seguinte, outros 93 projetos receberam o carimbo do Ministério da Cultura, acrescentando R$ 80,6 milhões. Neste grupo estão projetos como “Disney on Ice” (R$ 3,5 milhões) e Disney Magia e Sinfonia (R$ 4,8 milhões). Por fim, em 23 de janeiro, a pasta aprovou a captação de 33 projetos, que somam R$75, 8 milhões.

De forma geral, a distribuição dos recursos não parece seguir um padrão específico: a lista de projetos contemplados inclui artistas gospel, circos, eventos de cultura regional e alguns projetos de apelo comercial. Como a adesão à Lei Rouanet envolve uma preparação relativamente complexa, é provável que todos os projetos homologados no governo Lula até aqui tenham sido apresentados ainda na gestão de Jair Bolsonaro. Por isso, será preciso tempo até que as prioridades do novo governo no fomento da cultura se tornem mais claras.

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Recursos da Lei Rouanet vão financiar até projetos da Disney
Prorrogações
Além de aprovar novos projetos por meio da Lei Rouanet, a nova gestão ampliou o prazo de captação de recursos para milhares de projetos que já haviam sido autorizados a buscar as verbas anteriormente.

No dia 17 de janeiro, saiu a primeira portaria tratando do assunto. De uma vez, 5.186 projetos tiveram prorrogado o prazo para a captação dos recursos. A lista inclui escolas de samba como a Mancha Verde, ligada a uma torcida do Palmeiras, e a Vai Vai. Outros projetos que obtiveram extensão de prazo são o da obra do anexo do Museu do Ipiranga, em São Paulo, e o projeto “As Aventuras de Luccas Neto”, que tem como estrela o youtuber irmão do (também youtuber) Felipe Neto. Nesses casos, os valores não foram citados.

Ainda neste ano, o Ministério da Cultura homologou pequenas mudanças de valor em alguns projetos que já haviam sido aprovados. A lista inclui a restauração do Cristo Redentor (R$ 9 milhões) e o festival de humor Risorama (R$5, 2 milhões), organizado pelo humorista Diogo Portugal.

Oportunidade perdida
Para o cineasta Josias Teófilo, o início acelerado do governo Lula nesse quesito demonstra que a política de contenção de despesas adotada pelo governo Jair Bolsonaro na área da Cultura foi contraproducente. “O governo Bolsonaro errou. O que ele economizou agora vai ser usado no governo Lula. Foi uma burrice”, diz ele, para quem a posição política dos artistas beneficiados pelas leis de fomento não deve ser levada em conta por governo algum.

Na opinião do cineasta, o governo anterior perdeu uma oportunidade de deixar uma marca na cultura. “Aconteceu o bicentenário da Independência, e muitos filmes poderiam ter sido feitos sobre o tema. O presidente Bolsonaro poderia ter lançado um edital” exemplifica. Para Teófilo, a Lei Rouanet, de forma geral, é boa. “O financiamento da cultura tem que continuar independentemente do governo. No geral a lei é muito boa e funciona muito bem”, diz.

Presidente da Biblioteca Nacional na reta final do governo Bolsonaro, Luiz Carlos Ramiro afirma que o enxugamento dos recursos destinados à cultura atendeu a um apelo popular. “Foi aplicada uma estratégia, especialmente a partir da gestão do secretário Mário Frias, de moralização das leis de incentivo”, afirma, em referência ao então Secretário de Cultura do governo federal. “E isso cumpria uma demanda eleitoral”, prossegue.

Ramiro diz que o fomento à cultura deve ser feito com base nas experiências bem-sucedidas.

“Uma política de fomento cultural conservadora precisaria recuperar um histórico dos principais momentos de fomento à cultura no Brasil”. Ele cita como exemplo o Instituto Nacional do Livro, que foi capaz de impulsionar obras culturais importantes e de levá-las aos rincões do país. A entidade foi criada em 1937 e hoje está incorporada à Biblioteca Nacional.

O ex-presidente da Biblioteca Nacional também concorda que o governo anterior perdeu a oportunidade de deixar seu marco no bicentenário da Independência. “Foi um dos maiores desperdícios que um governo já teve. Faltou uma coordenação mais calibrada para isso”, diz. Na opinião de Ramiro, o corte de algumas despesas com a Cultura deveria ter sido acompanhado de uma agenda propositiva e de um reforço nas políticas estratégicas para esse setor.

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Descrença compreensível, mas injustificável


O pianista Álvaro Siviero, um dos mais respeitados do país, acredita que a descrença de parte da população com a política de fomento da cultura é, de certa forma, compreensível. “Em grande parte toda a demonização da Lei Rouanet veio porque as pessoas perceberam que havia brechas para desvios de dinheiro”, diz ele, que complementa: “Outro motivo de revolta é que algumas vezes as pessoas responsáveis pela aprovação do projeto veem como manifestação cultural aquilo que é embrutecimento do ser humano, pornografia, avacalhação.”

Ainda assim, afirma Siviero, a injeção de recursos públicos na cultura é essencial. “Investir em cultura não é despesa. É uma necessidade das pessoas. Se não houvesse a Lei Rouanet, a vida cultural do país estaria muito mais atrasada”, afirma. Na opinião do pianista, a falta de atenção devida à promoção da cultura é um erro. “Precisamente a falta de acesso à cultura é o que faz com que as pessoas confundam o belo com o gosto pessoal”, explica.

Como funciona a Lei Rouanet
Em vigor desde 1991, a Lei Rouanet (Lei 8.313/91) permite que produtores culturais e artistas busquem doações ou patrocínios no setor privado. Em contrapartida, há abatimento de impostos para aqueles que contribuirem. As empresas podem abater do Imposto de Renda 40% das doações e 30% dos patrocínios. Já as pessoas físicas – que, em tese, também podem contribuir – têm o direito de abater 80% das doações e 60% dos patrocínios.

Em fevereiro de 2022, o governo Bolsonaro editou uma Instrução Normativa que reduziu os limites para alguns projetos. As normas continuam em vigor. O limite de captação foi definido em R$ 6 milhões e, em alguns casos, menos. A exceção são os projetos de “tipicidade especial”, a categoria na qual a reforma do Theatro Municipal do Rio de Janeiro foi colocada. Além disso, o prazo de captação caiu de três para dois anos. O cachê de artistas solo não pode ultrapassar os R$ 3.000 (antes, era de R$ 45.000).

A Gazeta do Povo procurou o Ministério da Cultura para questionar sobre eventuais projetos de mudança nos critérios da Lei Rouanet, mas ainda não recebeu resposta.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/no-primeiro-mes-governo-lula-aprovou-610-milhoes-projetos-lei-rouanet/
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CENSURA NA DEMOCRACIA É INADMISSÍVEL

Artigo
Censura à vista
Por
Adib Kassouf Sad – Gazeta do Povo


O presidente Lula.| Foto: André Borges/EFE

Mais censura à vista. Tenta-se, e não é de hoje, confundir a opinião pública. Claro está que a desinformação deve ser combatida, principalmente na sua forma mais vil – as fake news, mentiras forjadas para destruir reputações e governos. À luz do Direito, há leis para punir caluniadores e, caso as normas sejam insuficientes, cabe ao Legislativo reescrevê-las. À luz da história, não são poucos os casos em que se disfarçou a censura com as roupas da defesa da democracia. É preciso atenção.

A criação da Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia no âmbito da Advocacia Geral da União, pelo Decreto 11.328/2023, transparece antigo desejo de um grupo político de se legitimar como dono da verdade. Os argumentos que embasam a criação do órgão policialesco, por mais que assim não se assuma, seriam ponderáveis não fossem seus criadores velhos conhecidos.

Lidar com desinformação é missão complexa, requer debate com toda a sociedade e com instituições acreditadas e não dominadas por ideologias.

Recordar é viver, portanto, lembremos que em 2004 o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretendeu expulsar do país o jornalista Larry Rhoter, correspondente do New York Times. Como se sabe, foi desencorajado pelo ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, cioso de que a medida comprometeria a imagem da nossa democracia. Rhoter escrevera uma matéria para o jornal americano sobre o suposto – ou notório? – hábito etílico do presidente brasileiro.

A já criticada Procuradoria de Defesa da Democracia brota do desconhecimento jurídico – por ora, não cogitemos má-fé. Em nota, a AGU afirmou que “desinformação e mentira são diferentes do sagrado benefício da liberdade de expressão” e que “não há a menor possibilidade” de que o órgão venha a atuar contra a livre opinião. Não poderia dizer diferente.

Como bem ressaltou Floriano de Azevedo Marques, professor de Direito Público da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, a desinformação deve ser combatida a partir de dois eixos: a desinformação dolosa, as fake news, pelo Ministério Público e pela Justiça, inclusive a penal; e a desinformação involuntária, por meio de muita informação correta. O nobre papel institucional da AGU não alcança nenhum dos dois eixos.

Qual é, no ordenamento jurídico brasileiro, o conceito de desinformação? Não existe, e o governo parece chamar para si a tarefa de defini-lo.

No artigo 47 do decreto que cria o órgão, consta que a PDD terá por finalidade, entre outros itens, “representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas”. Mas, qual é, no ordenamento jurídico brasileiro, o conceito de desinformação? Não existe, e o governo parece chamar para si a tarefa de defini-lo. Um perigo, especialmente ao pretender excluir a matéria do debate popular e a definição pelo Legislador, como representante e legitimador da fonte do poder.

De todo modo, eventuais crimes no campo da informação devem ser denunciados pelo Ministério Público ao Judiciário. Restaria à PDD, depreende-se, a singela tarefa de apontar o que é verdade e o que é mentira, no entender do governo.

Não é dessa forma que se derrotará a avalanche de desinformação que assola o Brasil e o mundo. Talvez – e aqui chamo ao debate construtivo – seja necessário repensar a decisão do Supremo Tribunal Federal de 2009, que extinguiu a Lei de Imprensa, medida que ganhou aplausos da Associação Nacional de Jornais e da Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão e o repúdio da Federação Nacional dos Jornalistas. Temos um vácuo legal nessa área? A quem será atribuído o poder de dizer o que é a verdade no país, cerceando a liberdade de expressão?

VEJA TAMBÉM:
Editorial: A verdade segundo o governo Lula
Não é só o Alexandre de Moraes: também gostaríamos de poder censurar os outros
Desinformação não pode ser pretexto para censura


Recordemos o escândalo do jornal britânico News of the World, em 2007. A questão envolveu grampos ilegais, portanto formas de se obter informação, não se tratando de disseminação de fake news, mas mobilizou o Reino Unido, e o inquérito, conduzido pelo juiz Brian Leveson, resultou em um verdadeiro tratado sobre o papel da imprensa. Leveson não propôs regulação autoritária nem censura prévia, mas mecanismos que garantissem qualidade e ética aos veículos de comunicação.

Lidar com desinformação é missão complexa, requer debate com toda a sociedade e com instituições acreditadas e não dominadas por ideologias. Trata-se de algo sério demais para ficar nas mãos exclusivas do governo. De qualquer governo.

Adib Kassouf Sad é advogado, vice-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo. É membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas. Foi conselheiro secional e presidente da Comissão de Direito Administrativo da OAB SP.


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BRASIL PAÍS DO ATRASO E DA POBREZA E MISÉRIA

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Imagem ilustrativa.| Foto: Marcello Casal/Agência Brasil

Os cadastros sociais do governo federal foram atualizados em 2020 e 2021, e passaram a apresentar dados melhores e mais confiáveis em comparação aos anos anteriores. Em função da tragédia provocada pela pandemia – especialmente o isolamento social, o desemprego e a perda de renda de parte da população – o governo implantou o Auxílio Emergencial, cuja execução revelou que o Brasil tem 54 milhões de pessoas classificadas como pobres, segundo critério do Banco Mundial, equivalendo a 25% da população, entre as quais, 14 milhões que podem ser classificados como miseráveis. Como há outros tantos que estão um pouco acima da linha da pobreza, com padrão de renda e bem-estar muito próximo dos pobres, a pobreza real no país é maior e bastante elevada.

A velha pergunta sobre por que um país tão rico de recursos naturais não consegue vencer a barreira do subdesenvolvimento econômico e ingressar no grupo dos países desenvolvidos é uma questão intrigante. O sonhado país do futuro, desenvolvido e sem miséria, parece cada vez mais distante ou até mesmo um sonho que nunca se realizará.

Uma questão que se coloca é saber se o país caminhará para continuar sendo exatamente o que é, ou seja, pobre e cheio de mazelas sociais, ou se há a mínima chance de uma reviravolta.

Essa velha questão deve continuar na agenda nacional como a principal prioridade a ser debatida, pois a persistência da pobreza e da miséria é uma chaga social que impõe sofrimento a expressiva parcela da população, e é uma tragédia humanitária que governo e sociedade não deviam aceitar principalmente porque o país tem todas as condições naturais para vencer o atraso.

No início dos anos 1980, o Brasil sofria as feridas de um longo e enorme processo inflacionário, que emperrava o crescimento econômico e agravava o quadro de pobreza, e assistia ao esgotamento do governo militar que estava no último mandato presidencial daquele regime (de fato, o general João Figueiredo foi o último presidente do período militar, cujo mandato for de março de 1979 a março de 1985).

Na época, muito se falava em um tal “pacto nacional”, que tinha como entusiasta o deputado Ulisses Guimarães, político de oposição ao governo militar e líder do MDB, que foi presidente da Câmara dos Deputados de 1985 a 1989 e presidente da Assembleia Nacional Constituinte no período 1987-1988 que culminou com a aprovação da atual Constituição Federal. Ulisses passou boa parte de sua vida de líder político falando que o Brasil precisava de um pacto nacional para resgatar a democracia, as liberdades individuais e a superar a pobreza e a miséria.

O Brasil atual está como aquela família que continua brigando na estação por causa dos mesmos velhos problemas, e perde o trem que está partindo rumo ao futuro.

Retomando agora o tema, pode-se indagar se existe a possibilidade de, em algum momento, o país aprovar um pacto nacional para, em duas ou três décadas, tirar de uma vez por todas este país do atraso e do eterno estado de pobreza e miséria. Infelizmente, no quadro atual da política brasileira, agravado pelo esgarçamento das relações sociais, o enferrujamento das institucionais nacionais e a miséria moral e intelectual das estruturas políticas e das instituições estatais, parece difícil a construção de um pacto digno do nome. Parece faltar competência e grandeza do sistema político e das lideranças nacionais para uma tarefa como essa.

A deterioração institucional, a baixa qualidade das leis, o mau funcionamento do sistema judicial, a piora das instituições sociais básicas formam um quadro de ineficiência, desperdício, inchaço e corrupção, ladeado pelo fracasso do sistema educacional em todos os níveis, pela violência social e pela descrença da população nas instituições, tudo isso explica por que o país segue chafurdando em miséria, pobreza e subdesenvolvimento.

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Como o novo governo atrapalha as expectativas econômicas
Um país em marcha a ré


Diante de uma realidade econômica, social e política como essa – que não é mera impressão decorrente de um pessimismo gratuito, mas expressada pelos fatos e pela vida social – uma questão que se coloca é saber se o país caminhará para continuar sendo exatamente o que é, ou seja, pobre e cheio de mazelas sociais, ou se há a mínima chance de uma reviravolta que transforme o Brasil numa nação desenvolvida.

O Brasil realiza eleições a cada quatro anos nos três níveis da Federação e embora fosse de esperar que, a cada eleição e troca de governantes, as estruturas políticas e o sistema estatal avançassem e melhorassem, o observador atento poderá perceber que não é isso o que acontece. Se em alguns momentos, há avanços institucionais, não raro há momentos seguintes em que há retrocesso e o país do futuro nunca chega. A história é farta em mostrar que revoluções gloriosas e mudanças expressivas positivas trazem sempre o componente da “mobilização popular”.

Sem a mobilização do povo e a pressão sobre o sistema e a superestrutura governante – de forma pacífica e com o uso dos instrumentos democráticos da opinião, do voto e das eleições –, as mudanças e as reformas não vêm ou, quando vêm, demoram e são insuficientes para provocar a evolução. O Brasil atual está como aquela família que continua brigando na estação por causa dos mesmos velhos problemas, e perde o trem que está partindo rumo ao futuro.


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SOCIALISMO É UMA UTOPIA NÃO DEU CERTO EM PAÍS NENHUM

 

Falhas inerentes
Um recorde de fracassos

Por
Bruna Komarchesqui – Gazeta do Povo


Desabastecimento e fila por alimentos básicos são cenas comuns na comunista Cuba| Foto: EFE/Ernesto Mastrascusa

O argumento é sempre o mesmo: toda vez que se aponta uma experiência socialista fracassada, os socialistas reagem irritados, como se estivessem diante de um espantalho “não era socialismo de verdade”. A história mostra que, depois de “mais de duas dúzias de tentativas”, não se pode “argumentar contra o recorde de 100% de fracasso do socialismo”, reforça Kristian Niemietz, autor do livro ‘Socialism: The Failed Idea That Never Dies’ [Socialismo: a ideia fracassada que nunca morre].

“Enquanto o sistema está em seu apogeu, quase ninguém afirma que não é ‘realmente’ socialista. Durante esse ‘período de lua-de-mel’, aquele período de sucesso inicial de curta duração, os sistemas socialistas são amplamente elogiados pelos intelectuais ocidentais. Quando suas falhas não podem mais ser negadas, os intelectuais ocidentais começam a dar desculpas para eles. E, depois de um tempo, eles simplesmente dizem que esses sistemas nunca foram socialistas de verdade”, aponta o autor.

Dar o controle da economia ao “povo” não é uma ideia inovadora dos socialistas contemporâneos, pelo contrário, sempre foi a aspiração e promessa do socialismo. Em nenhuma das experiências, a intenção expressa era uma sociedade estratificada, liderada por uma elite tecnocrática. Na década de 1940, no entanto, o economista austro-britânico Friedrich Hayek já apontava que essa ideia de controle democrático era ilusória e que o socialismo sempre leva à concentração extrema do poder na mão do Estado.

“Como ‘o povo’ administraria ‘sua’ economia em conjunto? Iríamos todos nos reunir na praça e debater quantas escovas de dentes e quantas chaves de fenda deveríamos produzir? Como decidiríamos quem fica com o quê? Como decidiríamos quem faz o quê? E se descobrirmos que não concordamos muito?”, exemplifica Niemietz.

As falhas dos regimes anteriores não são luzes para o que precisa ser melhorado nas próximas tentativas, são, pelo contrário, uma amostra de que as falhas são inerentes ao socialismo. “O socialismo não pode ser melhorado. Uma vez que um socialista tenha aprendido as lições certas, ele não pode mais ser um socialista”, assegura o escritor.

Confira sete países que tentaram implantar o socialismo e falharam:

País onde o socialismo foi tentado: Chile

Período: 1970-1973

A proposta: Primeiro governo socialista democraticamente eleito na história, o marxista Salvador Allende chegou ao poder no Chile em 1970, com 36% dos votos. Sua proposta da “via chilena para o socialismo” era socializar a economia, por meio de reforma agrária, nacionalização do cobre (principal produto de exportação do país), dos bancos e indústrias. Na posse, Allende assinou um juramento em que prometia “respeitar o

Estado de Direito, o profissionalismo das forças armadas, a liberdade de opinião, a pluralidade sindical, a autonomia das universidades e a obrigação de indenizar as expropriações previstas no programa de governo”, conta o livro ‘Guia politicamente incorreto da América Latina’, de Leandro Narloch e Duda Teixeira (Leya, 2011).

Como deu errado: Como revelou em uma entrevista, no ano seguinte, Allende só assinou o documento pela “necessidade tática” de tomar o poder. Suas medidas, desde o início, foram drásticas e violentas. Logo começaram as “tomas”, como eram chamadas as apropriações armadas de fazendas e fábricas. A consequência foi queda na produção de alimentos e bens, trazendo escassez e inflação. A resistência dos grupos de direita resultou em conflitos violentos, com pelo menos uma morte por semana em confrontos políticos.

Salvador Allende também reprimiu a imprensa, tomando o controle de jornais e rádios, por meio de compra ou de invasão e imposição de programação pró-governo. Suas políticas ainda incluíam um projeto de doutrinação socialista nas escolas. A ideia era que a Escola Nacional Unificada (ENU), criasse o “homem novo… livre para se desenvolver integralmente em uma sociedade não capitalista”.

Em 1973, o desemprego aumentava, a moeda caía, a inflação chegava a 381% e não havia produtos básicos nas prateleiras. “Para quem vê nos noticiários as filas que hoje os venezuelanos têm que enfrentar, não imagina as filas que todos os chilenos tinham que enfrentar para conseguir qualquer coisa. Era comum entrar numa fila sem saber para o que era aquela fila, tamanha a necessidade de produtos básicos”, conta a chilena Amoris Valencia, nascida pouco depois do período.

Com a economia em frangalhos, grupos terroristas promovendo atentados e a população sendo intimidada pela guarda pessoal do presidente, o descontentamento popular crescia. Mulheres batiam panelas em protesto nas ruas, caminhoneiros organizaram uma greve nacional, e outras classes profissionais e estudantes se juntavam às mobilizações. “Eu não sou presidente de todos os chilenos, mas apenas dos que apoiam a Unidade Popular”, dizia o socialista.

Com o caos instalado, Allende planejava com seus companheiros “um autogolpe, que instalaria a ditadura do proletariado e sepultaria de vez a oposição democrática”, contam Narloch e Teixeira. O desfecho, porém, foi um golpe militar, liderado por Augusto Pinochet, em 11 de setembro de 1973, e o suicídio de Salvador Allende.

“O fato de ter sido substituído pela cruel ditadura de Augusto Pinochet, que durou 17 anos, fez com que ganhasse a aura de defensor heroico da democracia, dos menos favorecidos, da liberdade de expressão”, recordam os autores. O que, certamente, Allende nunca foi.

País onde o socialismo foi tentado: Alemanha Oriental

Período: 1949-1990

A proposta: Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha foi dividida, junto com sua capital Berlim, em quatro zonas, cada uma delas controlada por uma das potências vencedoras do conflito: URSS, Reino Unido, França e Estados Unidos. Enquanto as três potências ocidentais unificaram suas áreas, estabelecendo uma democracia parlamentar a Leste do país, o lado soviético fundou, em 7 de outubro de 1949, a República Democrática Alemã (RDA). Em 1961, a capital seria dividida ao meio, com a construção do Muro de Berlim, “proteção antifascista” para a ditadura socialista.  

Como deu errado: Quando as duas Alemanhas foram reunificadas, após a Guerra Fria, o PIB per capita da Oriental era apenas um terço do nível registrado pela Ocidental. As lacunas eram semelhantes em outros indicadores, como produtividade, desenvolvimento tecnológico e até em expectativa de vida (havia uma diferença de três anos nos diferentes lados). Um dos símbolos do fracasso econômico do socialismo alemão era o Trabant, veículo fabricado na RDA e considerado “o pior carro de todos os tempos”.

Embora nem seja o pior exemplo de socialismo, do ponto de vista econômico, se comparada às várias tentativas feitas no Leste Europeu, sob a famosa Cortina de Ferro, a Alemanha Oriental tinha dificuldade em convencer seus cidadãos a permanecer em seu território. Entre a fundação da RDA e a construção do Muro, mais de 2,7 milhões de alemães fugiram da Alemanha Oriental para a Ocidental.

Kristian Niemietz analisa que “a RDA simplesmente não poderia ter funcionado sem os controles de emigração”. Nesse sentido, o Muro de Berlim e a vigilância extrema, com a força policial autorizada a atirar em quem tentasse cruzar a fronteira, tiveram papel fundamental para manter a força de trabalho no lado socialista.

A política repressiva incluía censura, prisão de dissidentes e espionagem por parte da polícia secreta, a Stasi. A organização comandava sabotagens, tortura psicológica e revistas nas casas, como forma de isolar e desacreditar cidadãos descontentes, sem precisar encher as prisões ou transformar em mártires os perseguidos pelo regime. Quem concordasse em denunciar comportamentos suspeitos no trabalho, na escola ou até mesmo em casa recebia bonificações em dinheiro e gozava de privilégios, como viagens ao exterior. A abertura dos arquivos secretos da Stasi revelou situações em que o próprio marido delatava a esposa ao longo de anos.

Na década de 1980, a forte crise econômica do bloco comunista (na Alemanha Oriental indústria e infraestrutura estavam à beira do colapso) e o autoritarismo do governo fazia crescer a insatisfação popular, que passou a originar movimentos de oposição. A situação foi se tornando insustentável com a abertura de outros países, como Hungria e Polônia. Até que em 9 de novembro de 1989, Günter Schabowski, porta-voz da Alemanha Oriental, anunciou o fim das restrições de mobilidade entre os dois lados do país, decretando a queda do Muro de Berlim.

País onde o socialismo foi tentado: Coreia do Norte

Período: 1948-atual

A proposta: Em 1945, as forças soviéticas tomaram o norte do território da Coreia e as americanas o sul. Em 1948, é proclamada a República Popular Democrática da Coreia, sob a liderança de Kim Il-sung, que lutava contra a ocupação japonesa no território. O nascente regime comunista lançava suas bases na noção de autossuficiência do país, culto à personalidade do líder e centralismo político e econômico. Quando Kim Il-sung morreu, em 1994, o poder passou para seu filho, Kim Jong-il, e posteriormente para seu neto, Kim Jong-un, em 2011.

Como deu errado: A Coreia do Norte é uma das sociedades mais isoladas e misteriosas do mundo. Estagnação econômica, violação de direitos humanos e das liberdades individuais, presença mínima de internet e controle da informação (aparelhos de rádio e TV são programados para transmitir as propagandas do governo) são algumas das tintas que pintam o cenário nacional. O país também aparece no topo do ranking mundial de perseguição aos cristãos.

Por meio de uma agência estatal, a Coreia do Norte informou no fim do ano passado que o ditador Kim Jong-un planeja construir a força nuclear “mais poderosa do mundo”, fazendo do país uma potência nuclear “sem precedentes no século”. Por seu potencial bélico, o país está na lista das principais ameaças aos Estados Unidos.

A situação econômica da Coreia do Norte é desconhecida, uma vez que o país não divulga dados detalhados. Estima-se que um trabalhador médio ganhe menos de 2 mil dólares por ano (o equivalente a R$10 mil — para efeito de comparação, o PIB per capita brasileiro registrado pelo IBGE em 2022 foi de R$ 42.625) e que mais de 40% da população seja subnutrida. O antecessor do atual ditador, Kim Jong-il, chegou a gastar mais de 800 mil dólares anuais em conhaque Hennessy, tendo sido o maior comprador mundial da bebida durante dois anos, na década de 1990.

Tentativas de fuga dos cidadãos são tidas como traição e reprimidas em um sistema prisional brutal, que inclui espancamentos, estupros e assassinato de recém-nascidos. As penas também são impostas a quem tenta se relacionar com o exterior, inclusive por meio de séries e filmes.

A diferença entre as Coreias é fisicamente mensurável: um sul-coreano médio é de três a oito centímetros mais alto que um norte-coreano, e vive mais de uma década a mais.

País onde o socialismo foi tentado: Venezuela

Período: 1999-atual

A proposta: Depois de ser eleito e assumir o governo venezuelano em 1999, o militar Hugo Chávez, um crítico do liberalismo e da política externa norte-americana, liderou a Revolução Bolivariana no país, prometendo redistribuir a riqueza para os mais pobres.  

Como deu errado: Pai do que chamou de “socialismo do século XXI”, Chávez mergulhou o país mais rico da América Latina (graças ao petróleo) na pior recessão de sua história. De 2001 a 2017, o governo ocupou quase 4 milhões de hectares de propriedade privada, tornando a maior parte dela improdutiva.

O aumento do desemprego e a queda dos salários levou a um disparo na criminalidade. Em 2016, o índice de homicídios chegava a 70,1 por cem mil habitantes (o dobro do Brasil, que já é um dos países mais violentos do mundo), colocando a nação em segundo lugar no ranking mundial. O fenômeno migratório também é uma consequência do “socialismo bolivariano”. Nos 18 anos após a ascensão de Chávez, calcula-se que 5,4 milhões de pessoas tenham fugido do país, de acordo com a Agência da ONU para Refugiados.

Em 2022, a inflação bateu os 300%, mas chegou a ultrapassar 1.000.000% ao ano em 2018. O controle de preços imposto pelo governo gerou desabastecimento e fome extrema. Em apenas um ano, a perda média de peso dos venezuelanos pela fome foi de 8,7 quilos.

Neste mês de fevereiro, uma ONG venezuelana denunciou ao Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH) a existência de cerca de 100 presos políticos em condições precárias no país. Dias antes a ONU disse que vai manter representantes por mais dois anos na Venezuela, para acompanhar investigações sobre acusações de tortura e promover os direitos humanos.

País onde o socialismo foi tentado: URSS

Período: 1922-1991

A proposta: Criada em 1922, fruto da Revolução Bolchevique de 1917, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) congregava 16 nações, sendo a maior delas a Rússia. Juntas, essas repúblicas eram o centro do comunismo mundial e irradiavam a ideologia, por meio de partidos ou de facções revolucionárias.

Como deu errado: O colapso da URSS ocorreu no final dos anos 1980, com a falência do modelo socioeconômico socialista. Paralelamente ao clamor dos russos por abertura política, outros países do bloco iam conquistando sua independência do poder central, como República Tcheca, Hungria e Alemanha Oriental.

Secretário geral do Partido Comunista da União Soviética e chefe de Estado de 1985 até 1991, Mikhail Gorbachev implantou as políticas glasnost (“abertura”), permitindo o aumento da liberdade de expressão e de imprensa na União Soviética, e perestroika (“reestruturação”), trazendo a descentralização das decisões econômicas.

A história coleciona páginas e mais páginas de episódios de horror promovidos pelos soviéticos. A ascensão de Josef Stalin marcou o início de um violento regime totalitário, baseado no culto à personalidade do ditador, censura, perseguição e assassinato cruel de inimigos e dissidentes.

Às vésperas da Segunda Guerra, Stalin comandou o Grande Expurgo, episódio de perseguição generalizada que matou pelo menos 750 mil pessoas, entre camponeses relativamente ricos (os kulaks), minorias étnicas, funcionários do governo e lideranças do Exército Vermelho. As motivações eram suspeitas da existência de sabotadores e contrarrevolucionários.

As políticas agrícolas desastrosas de Stalin também resultaram em uma profunda crise de abastecimento, que arrasou a Ucrânia entre 1932 e 1933. Calculam-se 2 milhões de mortos, número que chega a 12 milhões, levando em conta os nascimentos de desnutridos e com baixa imunidade, que morreram depois. O episódio ficou conhecido como Holodomor, “matar de fome” em ucraniano. O massacre poderia ter sido evitado, mas o ditador se recusou a recuar ou a aceitar ajuda humanitária. Ainda hoje se debate se Stalin comandou um genocídio ou um crime contra a humanidade. A disputa semântica, contudo, não apaga a crueldade do mortífero regime só igualado por outras ditaduras comunistas.

País onde o socialismo foi tentado: China

Período: 1949-atual

A proposta: A República Popular da China foi inaugurada em 1º de outubro de 1949, sob a liderança de Mao Tsé-tung. De 1946 a 1949, a China viveu sua segunda guerra civil, em que o Partido Comunista (criado sob influência da Revolução Russa) impôs seu domínio sobre o interior do país, reduzindo o poder dos nacionalistas. A promessa de Mao era a construção de um paraíso comunista através da revolução.

Como deu errado: Ambicioso e cruel, Mao Tsé-tung foi responsável pela morte de mais de 70 milhões de chineses, além de alguns estrangeiros e desafetos pessoais. Em uma China já no limite da pobreza, Mao impôs planos econômicos desastrosos, e, para ampliar o controle do Estado, perseguiu e eliminou opositores. Suas medidas, somadas a confiscos de terras, execuções sumárias e prisões em larga escala, resultaram em milhares de cadáveres, fome e até canibalismo.

Em 1958, durante o chamado Grande Salto à Frente, o ditador acabou de destruir o que restava da produção de alimentos. Na tentativa de desenvolver o país, ele obrigou os camponeses a trocarem a atividade agrícola pela fabricação de aço em fornalhas no fundo dos quintais, usando suas próprias ferramentas e até os móveis de casa como lenha.

As políticas maoístas levaram os chineses a níveis extremos de fome: calcula-se que 45 milhões tenham morrido entre 1958 e 1962, vítimas de inanição, espancamento ou trabalho excessivo. Historiadores afirmam que as políticas do brutal líder chinês mataram mais pessoas que o Holocausto.

Se antes de Mao a agricultura chinesa era uma das mais produtivas do mundo, depois dele nunca se recuperou totalmente. A China só começou a se erguer da ruína em 1978, quando Deng Xiaoping promoveu uma abertura do país ao capitalismo de mercado. Dois anos após a morte de Tsé-tung, o novo líder permitiu o ressurgimento do setor privado e a descentralização do

poder. Embora seja uma das maiores economias do mundo, a China ainda sofre com tortura e cerceamento de liberdades, protagonizando episódios como a repressão dos uigures e uma danosa política de Covid-zero.

País onde o socialismo foi tentado: Cuba

Período: 1959-atual

A proposta: Comandada por Fidel Castro, com a ajuda de seu irmão Raul e de Che Guevara, a Revolução Cubana tomou o poder das mãos do ditador militar Fulgêncio Batista e assumiu o governo da ilha. Apoiado financeiramente pela União Soviética, Castro se valia de slogans como redistribuição de riquezas, ajuda aos pobres e libertação nacional do domínio americano.

Como deu errado: Com a desapropriação de terras e a estatização de empresas, Cuba passou de um dos maiores produtores e exportadores de açúcar do mundo a uma situação de insuficiência do produto para consumo interno, necessitando de importação. Se até 1990 o regime cubano vivia financiado pela União Soviética, após a queda da URSS Cuba viveu uma das piores décadas de sua história. A ilha ainda se valeu do petróleo venezuelano, depois que Fidel apoiou a chegada de Hugo Chávez ao poder, mas quando o socialismo fracassou na Venezuela, Cuba foi novamente envolta em crise, com milhões de cidadãos em pobreza extrema.

Antes da revolução, nos anos 1950, Cuba era um polo turístico promissor, recebendo investimentos e turistas americanos. Atualmente o cenário é de miséria, desigualdade, fome, estagnação, má qualidade de serviços essenciais, além de escassez de liberdade econômica e individual. As longas filas por alimentos e as ruas com carros ultrapassados são um ícone mundialmente conhecido da ilha, depois que suas relações comerciais com os Estados Unidos foram cortadas.

Em 2021, mais de 70% das famílias cubanas viviam com menos de 3,80 dólares por dia (menos de 20 reais) por dia, valor considerado abaixo da linha de pobreza pelo Banco Mundial. O acesso a medicamentos também é um desafio da população, além das interrupções no fornecimento de energia. Durante o ano, quase metade dos cubanos disseram ter que abrir mão de pelo menos uma refeição e 73% acreditam que a alimentação familiar é insuficiente.

O regime também é acusado de manter profissionais fora do país em condições análogas à escravidão. Uma ação movida por quatro médicos cubanos aponta que o governo socialista embolsava 85% do salário dos profissionais que atuavam no programa Mais Médicos, criado pelo PT, no Brasil. Eles contam que tinham seus documentos confiscados e recebiam ameaças, estendidas aos familiares, caso abandonassem a missão.

Bônus: Suécia e países nórdicos

Uma busca no Google sobre lugares em que o socialismo foi bem-sucedido pode levar equivocadamente a Suécia, Finlândia, Noruega e Dinamarca. Embora esses países nórdicos tenham diminuído a distância entre ricos e pobres, por meio de um Estado de bem-estar social, o mérito não é do socialismo, mas do livre mercado.

“A Suécia não é socialista – porque o governo não possui os meios de produção. Para ver isso, você precisa ir à Venezuela, a Cuba ou à Coreia do Norte”, afirma o historiador sueco Johan Norberg, em um de seus documentários. “Nós tivemos, isso sim, em um período entre as décadas de 1970 e 1980, algo que se parecia com o socialismo: um governo graúdo que taxava e gastava bastante. E esse é o período da história sueca em que a nossa economia despencou”, acrescenta.

Depois de amargar a queda do PIB per capita e de ver a inflação e os impostos nas alturas, a Suécia reduziu o papel do governo. Cortou gastos públicos, privatizou ferrovias, parte da previdência e grandes empresas, como a fabricante da vodka Absolut, aboliu monopólios estatais, eliminou impostos sobre herança e instituiu um sistema de livre escolha de escolas por meio de vouchers – o que obriga as instituições de ensino a melhorar em qualidade para competir pelo recurso recebido pelos pais.

Com isso, a “nação camponesa empobrecida se desenvolveu e se tornou um dos países mais ricos do mundo”, avalia Norberg, acrescentando que, embora a política de bem-estar sueca seja maior que a dos EUA e os impostos mais altos, “quando o assunto são os livres mercados, a competitividade e o livre comércio, a Suécia na verdade tem mais livre mercado que os Estados Unidos”.

O que financia o bem-estar na Suécia, portanto, é o livre mercado, que não é sobrecarregado por regulamentações excessivas, nem subsídios localizados. “Hoje nossos impostos custeiam a Previdência Social, licenças-parentais de 18 meses, creches para famílias que precisam deixar os filhos em algum lugar enquanto trabalham”, diz Norberg, reforçando que não é o governo sueco que administra todos esses programas.

Kristian Niemietz acrescenta que o modelo nórdico não é facilmente replicável para outros lugares. “Os países nórdicos também são virtualmente livres de corrupção, por isso as pessoas estão preparadas para pagar impostos mais altos, porque confiam que seu dinheiro será bem gasto. Essas também são sociedades com altos níveis de confiança social, o que significa que os contribuintes estão menos preocupados com o uso excessivo do sistema de bem-estar social”, pondera.


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QUEM MANDA NO GOVERNO É O LULA

 

Navio militar
Porta-aviões afundado

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Ministra Marina Silva foi contra afundamento do porta-aviões na costa brasileira por causa da presença de material tóxico na embarcação| Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil..

O Brasil acaba de afundar o porta-aviões São Paulo. Não teve outro jeito. Ele foi afundado, propositadamente, a 350 quilômetros da costa do Recife, a 5 mil metros de profundidade. O navio militar já estava com alguns buracos no casco, não tinha mais o que fazer, e agora vai servir de casa para corais e animais marinhos.

O porta-aviões tinha sido vendido como sucata para Turquia por R$ 11 milhões. Havia sido comprado da França por 12 milhões de dólares, e já não servia mais para nada. Um rebocador holandês chegou a tentar levá-lo para Turquia para ser desmontado, mas o Greenpeace, com apoio da ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, não deixou que o navio entrasse no Mar Mediterrâneo. O motivo é que o porta-aviões tinha partes em amianto, mas tinha só um restinho, e agora foi afundado, não vai acontecer nada.

O São Paulo foi rebocado de volta para o Brasil, mas não chegou a ancorar. Aí veio uma decisão da Justiça que deu ganho de causa para Marinha, autorizando que a embarcação fosse afundada. A ministra Marina não gostou, mas o presidente Lula apoiou a Marinha e o navio agora repousa no fundo do mar.

Porto de Paranaguá
Eu queria saber o que está acontecendo no Porto de Paranaguá. No último sábado (4), havia 22 navios parados lá. Isso é preocupante porque o Porto de Paranaguá é muito importante para o escoamento das nossas produções, que garantem a nossa balança comercial.

Hotel do Lula
E por falar em dinheiro, o deputado federal Nikolas Ferreira (PL) e o senador Cleitinho (PSC), de Minas Gerais, gravaram um vídeo protesto em frente ao hotel em Brasília onde Lula e a primeira-dama Janja continuam hospedados. Eles disseram que vão pedir informações para Presidência da República para saber porque Lula ainda está morado na suíte presidencial de um hotel que custa R$ 6,5 mil por dia.

O Palácio da Alvorada tem sete suítes. Não é uma só, são sete. Se Lula não quiser dormir na mesma suíte onde dormiu Bolsonaro, ele pode escolher outra. Se não quiser ficar onde dormiu com a ex-primeira-dama Marisa Letícia, já falecida, é só escolher outra suíte. Não dá para entender porque essa demora, que custa caro.

Inclusive, houve agora um pedido de compra emergencial, sem licitação, no valor de R$ 379 mil em três lojas de móveis em Brasília. Para ser emergencial tem que ser pronta entrega, para o casal presidencial se mudar logo, ou seja, ter um motivo para se mudar logo.

Ouro ilegal
Lá em Roraima, eu vi imagens, os garimpeiros estão saindo da reserva indígena a pé e de canoa. Interessante que eu vi escrito num jornal que, em 2021, a Suíça comprou 24.500 quilos de ouro brasileiro ilegal. E o Canadá comprou mais do que isso. Temos uma fuga de ouro do Brasil? Isso precisa ser esclarecido.

Alerta para o Nordeste
Agora, um alerta. A gente fala muito do grande potencial de energia eólica no Nordeste, mas é bom prestar atenção no que está acontecendo em outras partes do mundo. Essas imensas turbinas ou hélices que geram energia a partir da força dos ventos estão caindo e causando acidentes. Aconteceu, nos Estados Unidos, na Suécia, na Dinamarca e na Lituânia. Na Alemanha caiu uma torre de 240 metros de altura.

A suspeita é que essas estruturas estão ficando muito grandes para serem mais rentáveis economicamente. E não é brincadeira: tem hélice do tamanho de um campo de futebol americano, que dá 91 metros. A expansão dessa atividade tem sido enorme. Em 2007, a capacidade de geração era de 100 gigawatts; agora são 840 GW. Por isso, é importante olhar com atenção para a construção dos grandes parques eólicos do Nordeste para evitar que isso aconteça aqui, no Brasil.

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JUÍZES DEVEM SER MAIS EFICIENTES E DISCRETOS

 

Alexandre de Moraes voltou a falar de casos sob sua jurisdição – alguns deles que correm em segredo de Justiça. Juiz fala apenas nos autos. O País precisa de um STF eficiente e discreto

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

Em evento empresarial do qual participaram mais três integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes voltou a falar de casos sob sua jurisdição, alguns deles que correm em segredo de Justiça. “As investigações da Polícia Federal continuarão e vamos analisar a responsabilidade de todos aqueles que se envolveram na tentativa de golpe (de 8 de janeiro). Temos informações adiantadíssimas sobre os financiadores, desde o ano passado”, disse o magistrado.

No evento, Alexandre de Moraes comentou sobre a história contada pelo senador Marcos do Val, a respeito de suposta articulação golpista envolvendo o ex-deputado Daniel Silveira e o ex-presidente Jair Bolsonaro. “A ideia genial que tiveram foi colocar escuta no senador. (…) Para que o senador pudesse me gravar e, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos”, disse. “Foi exatamente esta a tentativa de uma operação Tabajara que mostra o quão ridículo nós chegamos à tentativa de um golpe no Brasil.”

É absolutamente inconveniente, para dizer o mínimo, que um ministro do STF se considere autorizado a tecer comentários a respeito de casos sob sua jurisdição, avaliando se a manobra golpista era factível, se estava bem estruturada, se foi bem pensada. Ao que se sabe, as investigações ainda estão em andamento. No entanto, o relator considera-se habilitado a manifestar publicamente sua visão dos fatos.

Esse protagonismo fora dos autos de ministros do Supremo não faz bem ao País. Fora dos limites da lei não há caminho saudável. Não há construção de soluções. A Lei Orgânica da Magistratura é cristalina. “É vedado ao magistrado manifestar, por qualquer meio de comunicação, opinião sobre processo pendente de julgamento, seu ou de outrem, ou juízo depreciativo sobre despachos, votos ou sentenças, de órgãos judiciais, ressalvada a crítica nos autos e em obras técnicas ou no exercício do magistério” (art. 36, III).

A necessária defesa da democracia por parte do Judiciário é feita nos autos. Isso não é uma limitação ocasional, fruto de circunstâncias excepcionais. Trata-se do reconhecimento do papel e do âmbito de funcionamento da Justiça: a magistratura exerce sua função nos autos. Não há outro modo de atuar. Como afirmou o próprio Alexandre de Moraes, ao falar de uma suposta acusação que o senador Marcos do Val lhe teria feito oralmente – mas que não a colocou por escrito –, “o que não é oficial, para mim, não existe”.

A contribuição do Judiciário não se dá por meio de entrevistas, muito menos com participação em eventos de empresários. É claro que, como quaisquer cidadãos, os ministros do Supremo têm direito à própria opinião, mas, enquanto integrantes do tribunal que dá a última palavra no Judiciário, esses magistrados fazem bem quando guardam suas opiniões para si mesmos ou as compartilham somente com amigos e parentes. O País não precisa que ministros debatam publicamente sobre a vida nacional; precisa, sim, que eles exerçam seu trabalho de modo silencioso, eficiente, dentro dos prazos e cumprindo as regras de competência.

Ademais, não é prudente que ministros do Supremo aceitem participar de eventos privados em que figuram como estrelas, de quem se espera, justamente por isso, ouvir informações e comentários que forneçam pistas sobre suas inclinações no julgamento de casos de grande repercussão. E não só isso: é igualmente imprudente participar de eventos com empresários que não raro têm interesse em processos que tramitam no Supremo. Não se trata aqui de duvidar do caráter deste ou daquele ministro; trata-se de lembrar das razões pelas quais a Justiça é retratada como uma senhora vendada.

É tempo de maturidade. Assim como a liberdade de crítica não dá direito de ameaçar os integrantes do Supremo, o reconhecimento de eventuais equívocos por parte de ministros, com a consequente e necessária mudança de atitude pública, não significa anuência com os detratores do STF. É antes a melhor defesa da Corte. O compromisso é com a Constituição, não com os erros.

ESCOLAS ADOTAM A APRENDIZAGEM CRIATIVA PARA A EVOLUÇÃO DOS ALUNOS

 

Educação
O que é e como está mudando o processo de ensino em escolas do Brasil

Por
Fabio Calsavara – Gazeta do Povo


Estudante da rede municipal de Educação de Branquinha (AL) monta uma maquete em atividade de Educação Criativa| Foto: Divulgação/Prefeitura de Branquinha

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) foi estabelecida pela Constituição de 1988 e é um documento com o propósito de definir um conjunto de competências e aprendizagens a que todos os alunos do país devem ter direito de acesso, entre outros pontos. Todavia, mesmo tendo sido idealizada há quase cinco décadas, foi apenas em 2015 que ocorreram as primeiras discussões acerca de seu conteúdo.

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Na versão final, homologada pelo governo federal em 2017, a BNCC traz, entre as competências necessárias aos estudantes, o “exercício da curiosidade intelectual, incluindo a investigação, a imaginação e a criatividade para investigar causas, testar hipóteses, resolver problemas e criar soluções com base nos conhecimentos das diferentes áreas”. E esta é primordialmente uma das frentes de atuação da Aprendizagem Criativa, uma nova abordagem pedagógica na Educação que vem mostrando resultados promissores nas redes de ensino onde vem sendo aplicada.

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Pensamento computacional x Artes: contraponto entre disciplinas gera debate na educação

No Brasil, uma parceria entre a Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa (RBAC), o Instituto Lehmann e a Fundação Lego, da Dinamarca, resultou na criação do programa Escolas Criativas, uma iniciativa que está levando essas práticas e conceitos a redes públicas de ensino ao redor do país. A princípio, foram escolhidas para participarem do programa escolas da rede estadual do Rio Grande do Sul e as redes municipais de Educação das cidades de Branquinha (AL), Caruaru (PE), Curitiba (PR), Jaguariúna (SP), Recife (PE), Ribeirão das Neves (MG), São Bernardo do Campo (SP), São Luís (MA) e Vinhedo (SP).

Proposta da Aprendizagem Criativa representa uma evolução no processo educacional
À Gazeta do Povo, a coordenadora da área de Adoção Sistêmica da RBAC, Verônica Gomes dos Santos, deu mais detalhes sobre o funcionamento do programa. A ideia, de acordo com ela, é provocar alunos e professores a modificarem a forma como os conteúdos são passados em sala de aula. O objetivo, assim, é fazer com que os assuntos saiam das páginas de livros e apostilas e se transformem em problemas e soluções práticos a serem abordados pelos estudantes.

E a forma como isso se dá, disse Verônica, é colocando literalmente a mão na massa. Esta, aliás, é uma das características principais da Aprendizagem Criativa. “Uma turma que está estudando, por exemplo, o ciclo da água, pode ser provocada sobre uma forma de esse conteúdo ter um impacto direto na sociedade em que esses estudantes vivem. Isso não precisa ser feito só dessa maneira tecnológica, dessa forma digital. Pode ser um cartaz, pode ser uma letra de música, pode ser uma animação no YouTube, um vídeo no TikTok, um aplicativo de celular ou até mesmo uma redação. São várias as formas de devolver respostas práticas ao desafio que o professor lançou em sala de aula”, comentou.

Curitiba é pioneira na adoção de tecnologia na Educação
Em Curitiba, um dos marcos da adoção da tecnologia na educação – uma das vertentes da Aprendizagem Criativa – foi a criação, em 2017, dos Faróis do Saber e Inovação. As estruturas, que já eram reconhecidas no cenário da capital paranaense, foram atualizadas com a instalação de Espaços Maker, onde as crianças do Ensino Fundamental têm acesso à prototipagem e sistemas de impressão em 3D. O pioneirismo chamou a atenção da RBAC, e em 2018 Curitiba sediou seu primeiro Festival de Inovação e Criatividade.

Estudantes da rede pública de Curitiba acompanham processo de impressão em 3D em um Farol do Saber e Inovação.| Pedro Ribas / SMCS Curitiba
Uma vez dento do programa Escolas Criativas, como explicou a secretária de Educação de Curitiba, Maria Sílvia Bacila, era natural que Curitiba fosse a primeira cidade a receber a comitiva da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa. Em entrevista à Gazeta do Povo, a secretária comentou que as práticas realizadas na rede municipal de Educação de Curitiba foram levadas a um encontro sobre o assunto no Massachussets Institute of Technology (MIT), em Boston (EUA), um dos berços da abordagem da Aprendizagem Criativa no mundo.

“A pergunta que eu mais ouvia era ‘como vocês fazem tudo isso? Como Curitiba consegue ter esse processo de mão na massa tão internalizado?’. Isso aqui se deu por uma série de fatores. A transformação dos Faróis do Saber ajudou muito nessa compreensão da aprendizagem Criativa. Eles foram reformados e reconfigurados para o século XXI, e cada um deles funciona como um polo de devolução de conhecimento para a comunidade e o entorno onde estão instalados”, avaliou.

Todas as ações, explicou a secretária, foram pequenos passos dados no sentido de criar e reforçar aos poucos a cultura criativa dentro da rede pública de ensino. Com o tempo, os profissionais envolvidos foram cada vez mais “se encantando” com o processo como um todo, comentou Bacila. “Foi se tornando uma demanda natural da sociedade, da comunidade escolar, e não uma imposição. E isso é o mais importante nessa jornada”, completou.

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Em Jaguariúna, crianças aprenderam a ler com software de programação

Depois do período que tiveram que ficar em casa por conta da interrupção das aulas presenciais provocada pela pandemia de Covid-19, alguns estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental de Jaguariúna, a cerca de 125 quilômetros da capital São Paulo, ainda não estavam lendo e escrevendo, como era de se esperar. Para atacar o problema, a professora Luciene Mara de Lima resolveu, em vez de utilizar práticas convencionais, como o ditado, provocar os estudantes de outra forma, usando um software de programação de computadores.

O programa se chama Scratch, uma linguagem gratuita de programação em blocos com o intuito de criar animações e jogos, entre outros. Essa foi a opção escolhida, como ela contou à Gazeta do Povo, em virtude de um feedback recebido dos alunos: ficar sentado, lendo ou ouvindo o ditado, era muito chato.

“Os alunos ficaram encantados com o programa, mas eles não estavam sabendo usar a ferramenta, porque para dar as instruções ao programa era preciso saber ler e escrever. Dessa forma, foi proposto a eles um desafio de aprender a ler e escrever com o propósito de poderem usar o Scratch. O resultado foi excelente, porque essas crianças resolveram um problema real que elas tinham, que era a vontade de aprender a usar o Scratch, com o uso do conhecimento de leitura e escrita, aprendido de uma forma diferente daquela que a gente estava acostumado”, disse.

Estudante da rede pública de Curitiba utilizando a linguagem de programação Scratch.| Valdecir Galor / Arquivo SMCS

O município está fazendo um levantamento que deve ser concluído em março. De forma preliminar, a professora revelou à reportagem que o índice de frequência dos alunos nas escolas participantes do programa Escola Criativa aumentou substancialmente. “As próprias crianças descobriram que aprender é algo gostoso”, comentou Luciene. “Aquele cenário de os pais tendo que tirar os filhos da cama e praticamente empurrando as crianças para a escola já não existe mais. Agora é a criança que provoca os pais para que eles não percam a hora da aula”, comemorou.

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Em Branquinha, Aprendizagem Criativa ajudou na recuperação de alunos no pós-pandemia
A cidade alagoana de Branquinha, distante cerca de 66 quilômetros da capital Maceió, tem cerca de 10,5 mil habitantes. A rede municipal de Educação tem 17 escolas, e em todas elas, os estudantes estão colocando em prática os preceitos da Aprendizagem Criativa. A princípio, o foco era nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e em um segundo momento, o programa foi estendido aos anos finais, nas turmas do 6º ao 9º anos. A meta agora é estender o processo à Educação Infantil.

A participação no programa teve impacto direto principalmente na recuperação de estudantes que sofreram um forte impacto negativo no aprendizado durante a pandemia. O secretário municipal de Educação, Ednaldo Firmino, explicou à Gazeta do Povo que grupos específicos foram criados para trabalhar de forma mais direta com esses estudantes.

“São os grupos de recomposição da aprendizagem. Graças ao programa, que torna o estudante mais participativo dentro do processo de ensino e aprendizagem, estamos conseguindo bom resultados. Isso também se deve a professores mais engajados, que fazem com que esses alunos façam atividades mais lúdicas, mais dinâmicas, que têm mantido essas crianças na escola, diminuindo a evasão”, avaliou.

Assim como na rede de Jaguariúna, parte das atividades desenvolvidas em Branquinha é feita com o auxílio do Scratch. Mas por lá, a criatividade extrapolou o uso do programa nos computadores, como revelou o secretário. “Nós estamos desenvolvendo estratégias em que o mesmo pensamento utilizado no programa está sendo adaptado para tabuleiros de xadrez. Os professores vêm propondo esses desafios aos estudantes, que estão usando os conceitos aprendidos no computador fora do ambiente virtual”, pontuou.

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Em São Luís, professores “embaixadores” inspiram colegas a aderirem ao programa
Motivar os professores para se engajarem no programa é uma das estratégias adotadas pela rede municipal de Educação de São Luís (MA) para garantir o sucesso do programa. Inicialmente, das 159 escolas da rede municipal, 10 foram escolhidas para entrarem no Escolas Criativas. O resultado foi tão positivo que, para 2023, a meta foi ampliada com o propósito de levar as práticas a toda a rede.

Em cada uma dessas escolas, há a figura do embaixador. Segundo Sandreliza Mota, formadora Mestre do Programa Escolas Criativas e coordenadora do Centro de Altas Habilidades ou Superdotação (CAAHS) da Secretaria de Educação de São Luís, esses embaixadores são principalmente professores que já realizam atividades diferenciadas dentro de sala de aula. Em entrevista à Gazeta do Povo, Sandreliza explicou que eles trabalham como multiplicadores do programa.

“Eles são exemplos que acabam inspirando os colegas. São professores inovadores, que têm esse perfil de convidar os outros e levá-los a mudar o jeito de pensar e de preparar as aulas, o que não é uma tarefa fácil. O foco deles é internalizar esse processo de inovação, mas sempre com base na BNCC, uma vez que tudo tem que sempre ter um propósito. A Aprendizagem Criativa se baseia nos chamados ‘4Ps’: projetos, parcerias, paixão e pensar brincando. Esses professores conseguem trabalhar com um quinto P, que é o de ‘propósito’. Isso faz com que os outros docentes entrem no programa não por terem sido convencidos, mas por terem se deixado inspirar e terem desenvolvido essa vontade de pensar diferente”, disse ela.


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LOJAS AMERICANAS EM RECUPERAÇÃO JUDICIAL

 

*Vincent Baron

Há cerca de 15 dias, o Brasil acompanhou a renúncia do novo CEO da varejista Americanas, Sergio Rial, após a descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões na contabilidade da empresa, até então, uma das mais consolidadas do setor, com mais de 90 anos de atuação. Segundo comunicado divulgado ao mercado, foram encontradas inconsistências financeiras em balanços anteriores, que abrangem pelos menos os últimos quatro anos. Desde o anúncio, a Americanas já perdeu mais de R$ 9 bilhões em valor de mercado, foi notificada pelo Governo Federal e entrou em recuperação judicial, com dívidas estimadas em R$ 43 bilhões.

O descontrole financeiro é bastante comum em empresas de todos os portes.  Sabemos que ter clareza sobre recebimentos e despesas, além de dívidas bancárias, é fundamental para uma gestão empresarial eficiente. Porém, nem sempre é tarefa fácil. Mesmo com diversos mecanismos e procedimentos disponíveis, a quantidade de falhas em informações rotineiras e dados operacionais, bem como erro humano, é alarmante no meio corporativo.

Não se sabe ainda exatamente o tipo de falha que levou a Americanas a registrar um desfalque desta magnitude. É possível que credores e bancos estivessem sendo pagos em dia, o que não despertou desconfianças sobre o caixa da empresa.

É fato que o impacto de uma crise financeira como esta pode ser maior ou menor, a depender do segmento de atividade da empresa. Se para um banco ou companhia aérea uma crise desta ordem pode levar a problemas maiores devido a perda de confiança, como perda imediata de clientes, uma crise no setor de bens de consumo pode não representar um impacto direto à marca. Ou seja, consumidores continuarão comprando pelo site e canais físicos.

Reverter o problema de ordem financeiro é possível, assim como evitá-lo, e é teoricamente simples e cabe a qualquer organização que visa o lucro: é preciso contar com um plano robusto de controle e governança e sistemas de alertas. Não se trata de inventar a roda, mas de ter auditorias internas e externas, processos separados de aprovação de compras e pagamentos com vários níveis de alçadas, para garantir a lisura do processo. Por exemplo, quando um comprador realiza um pedido de matéria-prima, o superior deve aprovar, o responsável pelo estoque confirmar a necessidade e o setor financeiro revisar o pedido e validar a aderência entre a disponibilidade de caixa e as condições de pagamento, antes que validar o pedido.

Quanto à governança, estabelecer vários níveis de tomada de decisão permite um processo de controle eficiente, que dá segurança à gestão e confiança a sócios, conselheiros e investidores.

Mas para além da crise financeira, há um outro prejuízo, relacionado à crise de confiança. Os três sócios controladores da empresa, Jorge Paulo Lemman, Marcel Telles e Carlos Albertto Sicupira, estão entre os maiores empresários do país, possuindo outras empresas como Ambev e Heinz, renomadas internacionalmente, trazendo reputação positiva aos investidores. Os executivos já se pronunciaram ao mercado, a fim de reiterar o compromisso com a transparência e com as marcas, seus investidores e consumidores.

Porém, a confiança em torno não só da Americanas, mas também de outras marcas do grupo, já foi arranhada. E o caso levanta novamente o tema da independência das auditorias conduzidas, já que a empresa de auditoria é paga por quem ela controla, mas deve fornecer informações confiáveis para os stakeholders.

No caso da Americanas, além de uma nova injeção de capital e de muita transparência, a empresa pode precisar de uma equipe de gestão de crise com comunicação aberta ao mercado, e leia-se aqui todos os públicos envolvidos. Seria válido selecionar com critério um presidente com perfil gestor direcionado à crise, algo muito diferente do perfil tradicional de CEO, que tem a missão de buscar crescimento para a empresa.

Na crise, o gestor deve ter postura de planejamento, com gestão e preservação de caixa, foco em redução de custos, postergação de pagamentos, renegociação, enfim, uma correção total de rota. Uma equipe trazida de fora da empresa, com especialistas experientes, pode ajudar a acalmar os ânimos e atuar ainda na crise relacionada à reputação.

Por ora, a Americanas optou pelo pedido de recuperação judicial, para evitar que bancos e demais credores corram às portas da empresa, em um efeito “bola de neve”. Trata-se de uma decisão técnica, um mecanismo de proteção que suspende execuções por um prazo definido, para permitir que a empresa se reorganize para honrar seus compromissos.

Uma empresa do porte da Americanas deve ter recursos e mecanismos para reverter a crise. Mas não é o caso de todas as empresas, algumas podendo não sobreviver a uma crise de grande impacto. Isso chama atenção para trazer mais controles, governança e profissionalização no ambiente empresarial.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

O SUPREMO DELEGADO FEDERAL DO STF

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