quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

IDEIAS RETRÓGRADAS DO GOVERNO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva faz pronunciamento em Brasília


Lula e Carlos Lupi: novo ministro assumiu criticando a reforma da Previdência.| Foto: José Cruz / Agência Brasil

“Nós precisamos discutir com profundidade o que foi essa antirreforma da Previdência”, disse o novo ministro da Previdência Social, o pedetista Carlos Lupi. O novo ministro do Trabalho, o petista Luiz Marinho (“novo” em termos, pois já ocupara o mesmo cargo entre 2005 e 2007), já anunciou a intenção de “rever” a reforma trabalhista para “corrigir erros”. E a caneta presidencial, por meio da Medida Provisória 1.154 (que reorganiza o governo federal) e de um decreto sobre a estrutura do Ministério das Cidades, tirou atribuições da Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) e pode colocar em risco a regulamentação do novo marco legal do saneamento básico. São três demonstrações bastante evidentes de que o plano de Lula e de seus ministros para o Brasil não é uma “reconstrução”; é uma marcha a ré, à velocidade máxima.

O maior risco, no momento, é o que atinge o marco legal do saneamento, aprovado em 2019 na Câmara e em 2020 no Senado, sempre com oposição da esquerda. A regra aumenta a concorrência no setor ampliando as possibilidades de participação da iniciativa privada, impõe padrões de governança e proíbe a contratação de estatais sem licitação, tudo com o objetivo de eliminar uma vergonha brasileira: 35 milhões de brasileiros não têm acesso a água tratada, enquanto 100 milhões não têm serviço de coleta de esgoto – e apenas metade do esgoto coletado no país é devidamente tratado. A universalização do serviço até 2033 depende de novos investimentos, feitos por quem tenha a capacidade de realizá-los; mas o “revogaço” lulista, no que diz respeito ao saneamento, privilegia justamente empresas estatais que não puderam comprovar capacidade econômico-financeira para seguir fornecendo o serviço nos padrões estabelecidos pelo novo marco legal. No fim, isso pode se tornar um prêmio a quem não demonstrou ser capaz de proporcionar uma boa cobertura à população até agora.

Sem água, sem esgoto, sem aposentadoria e sem emprego – a julgar pelas promessas dos novos ministros e pelas primeiras canetadas de Lula, é neste perfil que o petismo quer ver muitos brasileiros

Não são menos preocupantes as declarações dos novos ministros de Lula, ainda que sejam manifestação de intenções, e não medidas concretas como a MP e o decreto que afetaram o marco do saneamento. A reforma da Previdência de 2019 certamente não é isenta de críticas, mas não aquelas que Lupi faz a ela – na verdade, o maior problema da reforma foi não ter avançado ainda mais e ter mantido alguns privilégios no setor público, especialmente para certas categorias, em vez de ser mais igualitária, como dizia a proposta original. Desfazer o que foi feito seria recolocar a Previdência Social no caminho da implosão já no médio prazo, e as declarações do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, desautorizando o colega de gabinete não chegam a tranquilizar, dado o histórico petista de ataques à reforma.

Lupi diz querer “discutir com números”, embora sua retórica indique que seu desejo é discutir com os números, quem sabe ressuscitando as falácias contábeis de quem dizia não existir déficit na Previdência ao colocar outros itens no papel para que as contas fechassem – a farsa chegou até a constar no relatório final de uma CPI. A matemática, no entanto, é implacável: o sistema previdenciário brasileiro, no atual sistema de repartição, é inviável no médio e longo prazo, com cada vez menos trabalhadores na ativa bancando cada vez mais aposentados. Este é o problema que precisa ser solucionado para que os brasileiros do futuro ainda possam ter a perspectiva de uma aposentadoria digna.

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Lula espalha fake news sobre a Previdência (editorial de 15 de fevereiro de 2022)
O saneamento básico e a iniciativa privada (editorial de 15 de dezembro de 2019)


Por fim, Marinho diz prometer “diálogo” para “modernizar a legislação” trabalhista, mas o mais provável é que não ocorra nem uma coisa, nem outra. Isso porque o conceito lulopetista de “diálogo” não é o da abertura a opiniões contrárias para que daí surja uma boa proposta de consenso, mas o da construção de caixas de ressonância em que só “dialogue” quem já esteja predisposto a apenas repetir o que o petismo determinar. E também porque todas as declarações anteriores de Lula e outros petistas sobre a reforma trabalhista de 2017 – um avanço que trouxe maior segurança jurídica para as relações de trabalho e criou novos modelos de contratação – apontam não para uma modernização, mas para um “re-engessamento”, desconsiderando todos os fatores atuais que atrapalham a geração de emprego com carteira assinada e ignorando que há outras configurações de relações trabalhistas que são de interesse tanto dos trabalhadores quanto dos empregadores. Apesar de Lula herdar um país com desemprego em queda, uma possível estagnação em 2023 – o desfecho óbvio da política econômica irresponsável que o PT pretende implantar – colocará muitos entraves ao mercado de trabalho; a função do poder público é de removê-los, não o de consolidá-los.

Sem água, sem esgoto, sem aposentadoria e sem emprego – a julgar pelas promessas dos novos ministros e pelas primeiras canetadas de Lula, é neste perfil que o petismo quer ver muitos brasileiros. No entanto, como muitos retrocessos não têm como passar sem o aval do Congresso Nacional, ainda há esperança de que uma oposição numerosa e combativa seja capaz de pisar no freio e, se não for possível recolocar o país no rumo certo, que ao menos impeça o desastre.


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LULA QUER INSTITUIR O MINISTÉRIO DA VERDADE PETISTA

 

Censura às críticas
Oposição tentará impedir criação de novo órgão da AGU comparado ao “Ministério da Verdade”
Por
Ana Carolina Curvello – Gazeta do Povo


Arte publicada na rede social do deputado Kim Kataguiri (União-SP)| Foto: Reprodução/ Redes sociais

O novo departamento da Advocacia-Geral da União (AGU), criado no governo Lula para “combater desinformação sobre políticas públicas”, vem recebendo uma série de críticas pela internet e será alvo de parlamentares de oposição.

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP) informou que entrou com uma representação no Ministério Público e apresentou um Projeto de Decreto Legislativo para impedir a iniciativa do governo petista. Segundo Kataguiri, não cabe ao poder Executivo fazer uma análise do que é ou não é verdade.

“Isso é coisa de um estado autoritário. E é absolutamente inaceitável que o executivo haja como ‘grande irmão’ observando os passos de cada cidadão e os punindo em razão disso”, acrescentou.

Para o parlamentar a iniciativa do governo petista, pode ser comparada ao “ministério da verdade” do livro 1984, de George Owell. No romance distópico, publicado pela 1ª vez em 1949, o órgão era responsável por reescrever documentos e obras literárias, de forma a editar fatos históricos de maneira inverídica.

“Acredito que seja um ministério da verdade, sim porque a gente nunca teve um monitoramento sobre a opinião das pessoas em relação às políticas publicas do governo, para depois processar essas pessoas, caso elas deem um informação que desagrade ao governo”, disse.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) também informou que deve entrar com um PDL para barrar o decreto do governo de Lula. “Quem criticar política pública será processado. Quem vai pagar por isso? Você mesmo com seus impostos. Mais um PDL para entrar”, escreveu o parlamentar carioca.

Qualquer projeto para impedir a criação da Procuradoria precisará ser pautado e aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Portanto, só deve seguir para análise a partir de fevereiro no início dos trabalhos do Legislativo.

Procuradoria na AGU

A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia poderá, entre outras coisas, “representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas”. Isso significa que qualquer membro do poder público terá à sua disposição um órgão da União capaz de representá-lo judicialmente em todo caso que couber no amplo e genérico conceito de “desinformação”, o que facilita a censura por parte do poder público.

No decreto de criação da procuradoria, não consta quais serão os critérios que serão utilizados pela área para a definição do que seria uma informação legítima ou “fake news”. Também não detalha como será a estrutura da nova procuradoria e qual metodologia para monitoramento dos fatos será utilizada.

Um aviso do novo advogado-geral da União, Jorge Messias, durante a cerimônia de sua posse, na segunda-feira (2), dá pistas sobre a utilidade do novo dispositivo: “Ataques a autoridades que presenciamos nos últimos anos não serão mais tolerados”, afirmou.

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Repercussão
A iniciativa do governo petista recebeu duras críticas e questionamentos nas redes sociais. O economista Alexandre Schwartsman perguntou aos seus seguidores no Twitter, com a imagem do decreto: “Qual a diferença entre crítica e desinformação quando tratamos de políticas públicas?”.

A deputada federal Adriana Ventura (Novo-SP) criticou o nome dado à procuradoria em “defesa da democracia”. “Nada abala mais a Democracia do que decretos “em nome” da Democracia. Para defender a República e a Democracia existe a Constituição! Basta cumpri-la sem canetadas”, escreveu a parlamentar.

Para a deputada eleita Sílvia Waiãpi (PL-AP), a iniciativa do governo petista fere o direito a informação e liberdade de expressão. “Ao meu ver, além de ser materialmente inconstitucional, isso vai extrapolar o poder regulamentar que a AGU, por lei não tem”, declarou.

O presidente do Novo, Eduardo Ribeiro, apontou como “retrocesso” a criação de uma procuradoria especial para “monitorar e processar críticos ao governo”. “A primeira semana do governo Lula nem chegou à metade e já ganhamos um pacotão de retrocessos”, escreveu.


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FORÇAS ARMADAS BRASILEIRAS NÃO ACEITAM O COMUNISMO

 

Positivismo

Por
Flávio Gordon – Gazeta do Povo


| Foto: Edvaldo Belitardo

Em 15 de abril de 1964, o general Humberto de Alencar Castello Branco comparecia ao Congresso Nacional para tomar posse como o 26.º presidente da República. A cerimônia ocorria duas semanas após os eventos que culminaram na queda de João Goulart, eventos que os militares da época decidiram batizar de “revolução”; a esquerda, de “golpe”; e parte da nova direita contemporânea – a meu ver, com mais razão –, de “contragolpe”. No discurso inaugural, Castello Branco exaltou o movimento cívico que se levantou em defesa da democracia, movimento por ele descrito como “uma Revolução nascida nos lares, ampliada na opinião pública e nas instituições e, decisivamente, apoiada nas Forças Armadas (…) uma Revolução a assegurar o progresso, sem renegar o passado”.

Em certo trecho do pronunciamento, o então chefe do Estado-Maior do Exército deu vazão à mentalidade tipicamente positivista da instituição militar brasileira. “Caminharemos para a frente, com a segurança de que o remédio para os malefícios da extrema-esquerda não será o nascimento de uma direita reacionária, mas o das reformas que se fizerem necessárias”. E, com efeito, a promessa foi mantida ao longo das duas décadas de regime militar brasileiro, que, embora seja retratado por nossa historiografia politicamente enviesada como uma “ditadura de direita”, tudo fez para impedir a consolidação de uma direita civil no país, previamente rechaçada por estigmas tais como “reacionária”, “extremista” e “radical”. Que boa parte da direita brasileira contemporânea se mostre decepcionada pela indiferença demonstrada pelos comandantes em relação aos manifestantes em frente aos quartéis-generais – bem como pela inação em face da tomada revolucionária do poder pelo socialismo do Foro de São Paulo – revela, talvez, uma má interpretação dos eventos dos anos 1960.

Embora seja retratado por nossa historiografia politicamente enviesada como uma “ditadura de direita”, o regime militar tudo fez para impedir a consolidação de uma direita civil no país, previamente rechaçada por estigmas tais como “reacionária”, “extremista” e “radical”

Antes de tudo, é preciso avaliar corretamente o sentido do positivismo no seio das nossas Forças Armadas. Em primeiro lugar, deve-se compreender o positivismo como uma espécie de movimento cujo gênero poderíamos chamar, grosso modo, de progressismo. Sim, primo próximo de movimentos intelectuais de massa como o marxismo e o liberalismo, o positivismo compartilha com esses outros rebentos do Iluminismo a crença utópica de que, graças ao progresso tecnocientífico, a humanidade atingiria um estágio de desenvolvimento em que a política se tornaria supérflua. De acordo com essa utopia, a mentalidade irracional e ultrapassada que havia caracterizado a humanidade ao longo dos séculos, e sobre a qual se haviam fundado todas as disputas político-ideológicas vigentes, tenderia mais cedo ou mais tarde a ser extinta pelo avanço do conhecimento e pela universalização da razão.

Assim entendido, o progressismo caracteriza-se principalmente por uma concepção teleológica e unilinear da história, que seria dotada de um fim predeterminado para o qual toda a humanidade, independentemente dos respectivos estágios evolutivos dos variados grupos humanos, caminharia necessariamente. Decorre dessa crença uma série de filosofias tripartites da história, começando por iluministas como Condorcet e Turgot, passando por Comte e sua lei dos três estados (teológico, metafísico e positivo), e chegando aos modelos da antropologia evolucionista, a exemplo da divisão entre as fases de selvageria, barbárie e civilização proposta pelo antropólogo americano Henry Lewis Morgan, que tanta influência exerceu sobre Marx e Engels.

Nesse esquema tripartite, concebe-se o último estágio como um “fim da história”, uma época de plenitude, de império da racionalidade e da ciência, na qual o pensamento irracional, supersticioso e mágico terá sido extirpado da mente humana. Em Comte, esse último estágio é chamado de “positivo” ou “científico”. Daí advêm as recorrentes propostas – incluindo as contemporâneas, referentes à gestão de pandemias – de uma sociedade inteiramente administrada pela ciência, na qual a política (a ação de uma vontade subjetiva contra outra) será substituída pela técnica (a ação de um sujeito sobre um objeto).

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Arquipélago Brasil
Nessa etapa da evolução histórica, creem os positivistas e demais progressistas, a política se tornará dispensável, porque todos os homens passarão a compreender a realidade da mesma maneira, ou seja, racional e objetivamente. O corolário é que quem assim não a compreender será tido por algo menos que um homem, no pleno sentido da palavra. Algo como um louco, um criminoso, uma fera, um “negacionista”… Curiosamente, vem do marxismo, e não do positivismo, uma das formulações mais emblemáticas dessa crença. Ela está no Anti-Dühring, no trecho em que Friedrich Engels anuncia a utopia do fim do Estado, que se seguiria à tomada do poder pelos proletários: “Em todos os domínios, a interferência estatal nas relações sociais torna-se supérflua, e acaba por morrer de inanição; o governo das pessoas é substituído pela administração das coisas”.

Os generais brasileiros de 1964 eram positivistas e, portanto, progressistas nesse sentido. Daí que, embora fossem difusamente anticomunistas, sobretudo no enfrentamento à luta armada, mostravam-se, no âmbito da história das ideias, bem mais hostis a conservadores do que a marxistas, com quem partilhavam uma série de premissas filosóficas. Eis por que o regime militar tenha investido muito mais energia contra o conservadorismo que contra o marxismo cultural. Se o primeiro foi simplesmente extirpado do debate público, o segundo floresceu justamente nesse período, sob a proteção e a benevolência do regime.

Embora fossem difusamente anticomunistas, os generais de 1964 mostravam-se, no âmbito da história das ideias, bem mais hostis a conservadores do que a marxistas, com quem partilhavam uma série de premissas filosóficas

Num antigo texto sobre o destino da filosofia brasileira, o intelectual colombiano Ricardo Vélez Rodríguez, ex-ministro de Bolsonaro, dá pistas sobre o desaparecimento geral de uma intelligentsia de direita no país:

“Os artífices dessa façanha (ocorrida nas três últimas décadas do século passado) foram os burocratas da Capes no setor da filosofia, comandados pelo padre jesuíta Henrique Cláudio de Lima Vaz. Os fatos são simples: no período em que o general Ruben Ludwig foi ministro da Educação, ainda no ciclo militar, os antigos ativistas da Ação Popular Marxista-Leninista receberam, à sombra do padre Vaz, a diretoria dos conselhos da Capes e do CNPq, na área mencionada. Especula-se que o motivo da concessão fosse uma negociação política: eles prometiam abandonar a luta armada. A preocupação dos militares residia no fato de que foi esse o único agrupamento da extrema-esquerda que não se organizou explicitamente em partido político. Os grupos da denominada ‘direita’ (conservadores, ultraconservadores, liberais, liberais-sociais etc.), toda essa imensa gama, ficou do lado de fora dos favores oficiais, no período militar e após.”

Portanto, justamente ao contrário do que afirmaram alguns intelectuais de esquerda do período – e penso, por exemplo, em Roberto Schwarz e no seu conhecido ensaio Cultura e Política, 1964-1969 –, a hegemonia cultural da esquerda não surgiu apesar da ditadura de direita, mas justamente por causa dela. Essa hegemonia é um efeito da concepção particularmente autoritária e arrogante da elite fardada sobre a relação entre Estado e sociedade, concepção fundada no fetiche positivista da técnica e da ciência. Num estilo de governo que muitos chamam de “bonapartismo”, o regime militar caracterizou-se pela hipertrofia do Poder Executivo, que, pretendendo pairar tecnocraticamente acima das disputas ideológicas, restringiu a participação política e se afirmou como representante direto e verdadeiro da “nação”. Nesse processo, a direita civil desapareceu do país, e todo o espaço do debate público foi ocupado pelos símbolos, valores e referências da esquerda não armada, para a qual, nesse sentido específico, o regime militar acabou sendo uma mãe. Seguiremos daí no próximo artigo.

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MINISTROS FALAM ALGUMA COISA E DESMENTEM DEPOIS

 

Fogo amigo

Por
Alexandre Garcia


Marina Silva durante sua posse como ministra do Meio Ambiente.| Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Nesta quarta, de certa forma, Marina Silva deu uma resposta a Lula. Ela havia sido ministra de Lula lá atrás, brigou com ele e caiu fora. Agora, foi eleita deputada federal pela Rede, fez as pazes com Lula e assumiu o cargo de ministra do Meio Ambiente no Palácio do Planalto. A resposta foi o maior público que já se viu nas 37 cerimônias de transmissão de cargo. Foram filas e filas para entrar no Planalto, um público enorme; acho que ela fez questão de mostrar a Lula que tem popularidade. Mas quero saber como ela vai se dar com o ministro Carlos Fávaro, da Agricultura, já que o pessoal do agro não morre de amores por Marina, e a recíproca é verdadeira.

A cada declaração, um desmentido
No geral, está uma confusão danada. São 37 ministros, a maioria ainda não conhece a partitura, e aí põe a letra que quer. Carlos Lupi diz que vai haver “antirreforma da Previdência” e foi desmentido. Outro disse que ia mudar as leis trabalhistas, e já desmentiram também. Um terceiro insinuou que o governo federal influenciaria os preços da Petrobras, teve de fazer um esclarecimento. Cada vez que Haddad fala, a bolsa cai e o dólar sobe. Agora, ele falou na tal moeda única do Mercosul, mas vejam só. Um quilo de arroz custa um dólar, ou pouco mais de R$ 5 em moeda brasileira. Em moeda argentina, isso dá 161 pesos. Como vai haver moeda única desse jeito? Vejam a moeda da Venezuela, com inflação de 1000%. A Argentina tem inflação de 100%, não tem como unificar moedas. E o mercado fica preocupado com as bobagens que vão sendo ditas. E mais preocupado ainda deve estar o presidente da República com os seus ministros. Enquanto não chega um novo Congresso, que tem uma maioria de centro-direita, ele já tem oposição dentro do próprio governo, por causa desses disparates.

Governo está mudando o nome de tudo e atropelando até a língua portuguesa
Lula foi buscar outro reforço no passado – o governo está cheio deles. Agora, quem voltou foi Gilberto Carvalho, ex-chefe de gabinete de Lula, ex-secretário-geral de Dilma. Ele vai para o Ministério do Trabalho, para um negócio chamado – não me perguntem o significado disso – Secretaria de Economia Solidária. Nomes bonitos, não? Aliás, estão adorando mudar o nome de tudo. A Funai não é mais Fundação Nacional do Índio, é politicamente incorreto chamar o índio de “índio”, é “dos povos indígenas”.

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Uma declaração pior que a outra
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O maior poder
Outra que só acreditei vendo, porque duvidei quando me disseram, foi que nas transmissões estavam dizendo “bom dia a todos, todas e todes”. O que é isso? Estão desrespeitando o artigo 13 da Constituição, que diz que a língua oficial do país é o português.

Deve ser por tudo isso que a prefeita de Carlinda (MT), Carmelinda Martines Coelho, renunciou. Ela havia prometido que, se Lula ganhasse, ela deixaria o cargo, e cumpriu a promessa. Justificou que não haveria condições de governar por causa do seu “desalinhamento” em relação ao novo presidente, e que isso não faria bem ao município.

Mudança de Lula e Janja está chegando ao Alvorada 
Estão chegando ao Palácio do Alvorada as malas de Lula e de Janja. A Polícia Federal fez uma varredura para ver se não há nenhuma escuta, bomba-relógio, essas coisas. Nas redes sociais alguns dizem que Bolsonaro ainda não tirou os móveis do Alvorada. Mas, se ele fizesse isso, seria acusado de furto, porque os móveis são do Alvorada. Muitos, aliás, voltaram para o Palácio do Catete, no Rio, seu lugar original desde que o Catete virou o Museu da República.


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LULA QUER ACOMODAR TUDO

É muita coisa que Lula pretende conciliar em pouco tempo

Por William Waack

Sharm El Sheikh (Egypt), 17/11/2022.- Brazilian president-elect Luiz Inacio Lula da Silva speaks at a meeting with young activists at the 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), in Sharm El-Sheikh, Egypt, 17 November 2022. The 2022 United Nations Climate Change Conference (COP27), runs from 06-18 November, and is expected to host one of the largest number of participants in the annual global climate conference as over 40,000 estimated attendees, including heads of states and governments, civil society, media and other relevant stakeholders will attend. The events will include a Climate Implementation Summit, thematic days, flagship initiatives, and Green Zone activities engaging with climate and other global challenges. (Brasil, Egipto) EFE/EPA/SEDAT SUNA

O homem parece um pouco mais cansado, mas o velho espírito de acomodação do presidente Lula continua o mesmo. Apesar de muito mais exigido e já de início do terceiro mandato confrontado com a escassa paciência de imensa parte do público em aguardar resultados.

“Quando é que eles saem de lá?”, esbravejou Lula em seu novo/velho gabinete no Planalto ao saber que, passadas 48 horas de início de seu governo, acampamentos de bolsonaristas perduravam em áreas militares diante de quartéis do Exército.

Lula participou da cerimônia de posse de Alckmin como ministro da Indústria e Comércio nesta quarta-feira, 4.
Lula participou da cerimônia de posse de Alckmin como ministro da Indústria e Comércio nesta quarta-feira, 4. Foto: Wilton Junior/Estadão

Foi necessário acomodar o “espírito de pacificação” de seu ministro da Defesa, que qualificou os protestos nos quartéis de democráticos (e achou melhor esperar que eles acabem sozinhos), com o espírito de punição do ministro da Justiça.

Além de influentes vozes da advocacia no entorno do presidente, que já queriam a cabeça do recém-empossado ministro da Defesa. Tido como excessivamente pacificador, tinha conversado com Bolsonaro sobre a nomeação dos comandantes militares do governo Lula.

Esse é um episódio menor se comparado à dificuldade de acalmar o nervosismo de agentes econômicos diante dos fatos da realidade política. É óbvio ululante que Lula desautorizou seu ministro da Fazenda na questão da desoneração dos combustíveis, embora tivesse tentado uma acomodação: prorroga a desoneração por 60 dias para a gasolina, mantém por um ano para o diesel.

O critério político que prevaleceu para a tomada desse tipo de decisão é o mesmo desde sempre. Trata-se de fazer o que for preciso para proteger popularidade no curtíssimo prazo, e aguardar o desenrolar dos fatos para ver como se fará para a próxima acomodação. Ocorre que o tempo assim comprado é preocupantemente pequeno, e cada vez maior o desafio de acomodar.

Na questão da desoneração (temporária?) da gasolina, Lula precisa se acomodar com a ministra do Meio Ambiente, para a qual renúncias fiscais em favor de combustíveis fósseis são contradição insuportável com pautas verdes. Como a guerra da Ucrânia está obrigando também governos europeus a protelar a transição energética, talvez Marina Silva aceite sem grandes percalços a acomodação.

O governo está prometendo para breve como vai acomodar a necessidade de aumentar gastos sociais com a necessidade de controlar gastos públicos. Promete em breve a reforma tributária, até aqui não lograda devido basicamente ao fracasso político de sucessivos governos em conseguir equilibrar a complexidade de interesses antagônicos envolvidos na questão.

Já que para Lula é disso que se trata, haja capacidade de acomodação.

 

VOCAÇÃO AUTORITÁRIA DO GOVERNO LULA

 

Iniciativas do novo governo para punir ‘desinformação’ e para estabelecer a ‘verdade’ sobre o passado revestem-se de boas intenções, mas mal escondem a vocação autoritária

Por Notas & Informações – Jornal Estadão

Levou apenas um par de dias para que o cacoete autoritário do governo lulopetista se manifestasse – revestido, é claro, e como sempre, das melhores intenções.

No dia 2 passado, ao tomar posse como ministro-chefe da AGU, Jorge Rodrigo Messias anunciou a criação de uma tal “Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia”, que tem entre suas competências “representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas”. Trata-se de perigosa formulação, pois nada impede, a não ser escrúpulos éticos, que o governo classifique como “desinformação” o que é mera opinião. Abre-se uma avenida para o constrangimento de críticos do governo, a título de impedir a disseminação de mentiras tendentes a prejudicar o funcionamento do Estado e, no limite, a democracia.

Tudo é ainda mais estupefaciente porque o próprio advogado-geral da União reconheceu que não há lei que defina o que é desinformação. Mesmo assim, Messias achou que era o caso de não apenas criar a Procuradoria Nacional de Defesa da Democracia – como se já não houvesse o Ministério Público para fazê-lo –, mas também de tomar para a AGU a prerrogativa de definir o que é desinformação. Tomem nota: “Mentira voluntária, dolosa, com o objetivo claro de prejudicar a correta execução das políticas públicas com prejuízo à sociedade e com o objetivo de promover ataques deliberados aos membros dos Poderes com mentiras que efetivamente embaracem o exercício de suas funções públicas”. Tudo vago o suficiente para servir de base a qualquer coisa – bem ao gosto de governos arbitrários.

Em outra frente, o secretário de Comunicação Social da Presidência, deputado Paulo Pimenta, anunciou a criação da Secretaria de Políticas Digitais, uma estrutura que funcionará no Palácio do Planalto para “combater a desinformação e o discurso do ódio nas redes sociais”. Ora, não cabe a um governo determinar o que é desinformação, muito menos ter uma estrutura devotada a “combater” o que chama de “discurso de ódio” – nome genérico que os petistas certamente usarão, como já o fazem, para qualificar as críticas de opositores.

É claro que, como de hábito, os petistas prometem que tudo isso será precedido de “amplo debate”, mas já se sabe com quem – a patota de sempre. Se é para valer, essa polícia do pensamento deve começar enquadrando o próprio secretário Paulo Pimenta, que é um adepto da lunática teoria segundo a qual o atentado a faca sofrido por Jair Bolsonaro foi uma armação – uma clássica fake news.

Por sua vez, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, anunciou em seu discurso de posse a criação da Assessoria Especial de Defesa da Democracia, Memória e Verdade. Nada menos. Não há razão para duvidar da boa intenção do ministro, um jurista respeitável e com reconhecido histórico de defesa dos direitos humanos, mas causa apreensão que um governo pretenda estabelecer a “verdade” e a “memória” de um país, pois é exatamente assim que regimes autoritários se consolidam.

Não se sabe o que mais virá por aí, mas apenas esses exemplos bastam para concluir que o lulopetismo parece empenhado em reescrever a história, na qual se destacam os muitos crimes cometidos durante os governos de Lula e de Dilma Rousseff, e em determinar como o novo governo petista será descrito agora e no futuro, criminalizando opiniões contrárias.

Decerto movido pelo rancor de quem se julga injustiçado, o PT arreganha os dentes, sem qualquer gesto de distensão nem, muito menos, de conciliação. Pelo contrário: conforme já era esperado, os petistas, nem bem Lula esquentou a cadeira presidencial, põem em prática sua conhecida estratégia de demonizar os opositores e de reivindicar o monopólio absoluto da verdade. Para o presidente e sua turma, convictos de que encarnam o “povo” em toda a sua “diversidade”, só é válida a opinião de quem reconhece Lula como o redentor dos pobres. Considerem-se avisados: aos que não aceitarem o credo petista, resta a danação.

FILEMS MOSTRAM HISTÓRIAS DE RESILIÊNCIA DE EMPREENDEDORES

 

Por Gabriela Del Carmen, do Startups

INOVAÇÃO

Mais do que entretenimento, o cinema também pode ser uma ótima forma de ganhar repertório

7 filmes que todo empreendedor precisa assistir

A Rede Social (Foto: divulgação)

O fim de semana está chegando e nada melhor do que aproveitar o tempo livre para ver um – ou mais filmes com um balde de pipoca em mãos. Mais do que entretenimento, o cinema também pode ser uma ótima forma de ganhar repertório.

Seja para conhecer uma história de resiliência, entender o mercado ou estudar as estratégias que levaram uma empresa ao sucesso, a sétima arte pode dar aquele empurrãozinho extra para tirar um projeto do papel. Opções para inspirar não faltam, de drama até comédia ou um ótimo enredo biográfico.

Graças ao avanço do streaming, assistir às produções ficou mais fácil. Veja, a seguir, as recomendações do Startups com 7 filmes sobre startups e empreendedorismo que você precisa conhecer:

UPSTARTS

Lançado em 2019, o filme indiano conta a história de 3 amigos universitários que decidem criar uma startup para solucionar alguns dos problemas que afetam a sociedade, levando remédios a lugares distantes e promovendo o acesso à saúde. No entanto, à medida em que encontram um investidor e o negócio floresce, os jovens assumem mais trabalho e as demandas do dia a dia desgastam a amizade do grupo. Disponível na Netflix.

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A REDE SOCIAL

Basicamente, o filme conta a história da fundação do Facebook (ex-Meta) por Mark Zuckerberg, do dormitório na Universidade de Harvard aos primeiros milhões de usuários no que viria se tornar uma rede social global. Mas o longa vai além do sucesso estrondoso, que garante ao empreendedor de 23 anos o título de bilionário mais jovem da história (que só foi ultrapassado em 2019 pela socialite Kylie Jenner). Dirigida por David Fincher, a trama também mostra as complicações que o trabalho e a plataforma causam na vida social, profissional e jurídica de Zuckerberg. Disponível para alugar no NOW.

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STEVE JOBS

Como o nome já diz, o filme estrelado por Michael Fassbender traz os momentos marcantes e decisivos na vida do inventor, empresário e fundador da Apple. O drama biográfico aborda os bastidores do lançamento do computador Macintosh, da empresa NeXT e do iPod, em 2001, além de trazer a tumultuada relação entre Jobs e sua filha Lisa. Disponível na Netflix até 31 de março e (claro) no Apple TV.

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JOY: O NOME DO SUCESSO

Criativa desde a infância, Joy é mãe solteira e vive com os 2 filhos, os pais divorciados, a avó e o ex-marido. Enquanto concilia a vida adulta, as dificuldades financeiras e os cuidados da casa, ela inventa um esfregão de limpeza milagroso, mais prático e seguro, que se torna sucesso de vendas nos Estados Unidos e faz da jovem uma das maiores empreendedoras do país e dona de um império comercial. A trama conta a história real da empreendedora e inventora norte-americana Joy Mangano. Disponível no Star+.

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SOMETHING VENTURED

Bora falar de captação? Este documentário norte-americano acompanha a história de alguns dos primeiros investidores de big techs como Apple, Google, Intel, Cisco e Atari. A partir de entrevistas com executivos – incluindo o investidor e 2º diretor-executivo da Apple Mike Markkula – e arquivos de fotografias e imagens, a obra investiga o surgimento do capital de risco nos Estados Unidos. Disponível no YouTube.

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STARTUPS.COM

Lançado em 2001, nos Estados Unidos, o documentário acompanha a trajetória da govWorks.com, empresa que criou um software para ajudar clientes do governo dos EUA a rastrear contratos e funções de compra. O filme retrata os momentos de maior sucesso da startup, criada em 1998, até chegar em sua falência, em 2001, causada pela explosão da bolha da internet. Disponível no YouTube.

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FOME DE PODER

O filme dirigido por John Lee Hancock conta a história da ascensão do McDonald’s. Na trama, o vendedor Ray Kroc, interpretado por Michael Keaton, adquire uma participação nos negócios da lanchonete dos irmãos Richard e Maurice “Mac” McDonald. O ambicioso comerciante faz de tudo para assumir o controle do fast-food e, livrando-se dos outros sócios, transforma a rede no império alimentício que conhecemos hoje. Disponível no HBO Max.

O que é marketplace e por que investir nessa plataforma

ÚnicaPropaganda e Moysés Peruhype Carlech

Milhares de internautas utilizam o marketplace diariamente para fazer compras virtuais. Mas muitos ainda desconhecem seu conceito e como ele funciona na compra e venda de produtos.

Afinal, o que é marketplace?

O marketplace é um modelo de negócio online que pode ter seu funcionamento comparado ao de um shopping center.

Ao entrar em um shopping com a intenção de comprar um produto específico, você encontra dezenas de lojas, o que lhe permite pesquisar as opções e os preços disponibilizados por cada uma delas. Além de comprar o que você planejou inicialmente, também é possível consumir outros produtos, de diferentes lojas, marcas e segmentos.

Leve isso ao mundo virtual e você entenderá o conceito de marketplace: um lugar que reúne produtos de diversas lojas, marcas e segmentos. A diferença é que no ambiente virtual é mais fácil buscar produtos, e existe a facilidade de comprar todos eles com um pagamento unificado.

Os principais marketplaces do Brasil

A Amazon foi a primeira a popularizar esse modelo de negócio pelo mundo, e até hoje é a maior referência no assunto

No Brasil, o marketplace teve início em 2012. Quem tornou a plataforma mais conhecida foi a CNova, responsável pelas operações digitais da Casas Bahia, Extra, Ponto Frio, entre outras lojas.

Hoje, alguns nomes conhecidos no marketplace B2C são: Americanas, Magazine Luiza, Netshoes, Shoptime, Submarino e Walmart. No modelo C2C, estão nomes como Mercado Livre e OLX. Conheça os resultados de algumas dessas e de outras lojas no comércio eletrônico brasileiro.

Aqui no Vale do Aço temos o marketplace da Startup Valeon que é uma Plataforma Comercial de divulgação de Empresas, Serviços e Profissionais Liberais que surgiu para revolucionar o comércio do Vale do Aço através de sua divulgação online.

Como escolher o marketplace ideal para sua loja

Para ingressar em um marketplace, é preciso cadastrar sua loja, definir os produtos que serão vendidos e iniciar a divulgação. Mas é fundamental levar em consideração alguns pontos importantes antes de decidir onde incluir sua marca:

Forma de cobrança: cada marketplace possui seu modelo de comissão sobre as vendas realizadas, que pode variar de 9,5% a 30%. O que determina isso é a menor ou maior visibilidade que o fornecedor atribuirá a seus produtos. Ou seja, o lojista que quer obter mais anúncios para seus produtos e as melhores posições em pesquisas pagará uma comissão maior.

Na Startup Valeon não cobramos comissão e sim uma pequena mensalidade para a divulgação de seus anúncios.

Público-alvo: ao definir onde cadastrar sua loja, é essencial identificar em quais marketplaces o seu público está mais presente.

Garantimos que na Valeon seu público alvo estará presente.

Concorrentes: avalie também quais são as lojas do mesmo segmento que já fazem parte da plataforma e se os seus produtos têm potencial para competir com os ofertados por elas.

Felizmente não temos concorrentes e disponibilizamos para você cliente e consumidores o melhor marketplace que possa existir.

Reputação: para um marketplace obter tráfego e melhorar seus resultados em vendas precisa contar com parceiros que cumpram suas promessas e atendam aos compradores conforme o esperado. Atrasos na entrega, produtos com qualidade inferior à prometida e atendimento ineficiente são fatores que afastam os usuários que costumam comprar naquele ambiente virtual. Ao ingressar em um marketplace, certifique-se de que a sua loja irá contribuir com a boa reputação da plataforma e pesquise as opiniões de compradores referentes às outras lojas já cadastradas.

Temos uma ótima reputação junto ao mercado e consumidores devido a seriedade que conduzimos o nosso negócio.

Vantagens do marketplace

A plataforma da Valeon oferece vantagens para todos os envolvidos no comércio eletrônico. Confira abaixo algumas delas.

Para o consumidor

Encontrar produtos de diversos segmentos e preços competitivos em um único ambiente;

Efetuar o pagamento pelos produtos de diferentes lojistas em uma única transação.

Para o lojista

Ingressar em um comércio eletrônico bem visitado e com credibilidade, o que eleva a visibilidade de seus produtos;

Fazer parte de uma estrutura completa de atendimento e operação de vendas com um menor investimento, considerando que não será necessário pagar um custo fixo básico, como aconteceria no caso de investir na abertura de uma loja física ou online.

Provas de Benefícios que o nosso site produz e proporciona:

• Fazemos muito mais que aumentar as suas vendas com a utilização das nossas ferramentas de marketing;

• Atraímos visualmente mais clientes;

• Somos mais dinâmicos;

• Somos mais assertivos nas recomendações dos produtos e promoções;

• O nosso site é otimizado para aproveitar todos os visitantes;

• Proporcionamos aumento do tráfego orgânico.

• Fazemos vários investimentos em marketing como anúncios em buscadores, redes sociais e em várias publicidades online para impulsionar o potencial das lojas inscritas no nosso site e aumentar as suas vendas.

Para o Marketplace

Dispor de uma ampla variedade de produtos em sua vitrine virtual, atraindo ainda mais visitantes;

Conquistar credibilidade ao ser reconhecido como um e-commerce que reúne os produtos que os consumidores buscam, o que contribui até mesmo para fidelizar clientes.

Temos nos dedicado com muito afinco em melhorar e proporcionar aos que visitam o Site uma boa avaliação do nosso canal procurando captar e entender o comportamento dos consumidores o que nos ajuda a incrementar as melhorias e campanhas de marketing que realizamos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

EXÉRCITO PROÍBE LULA DE VER DOCUMENTOS DO GENERAL PAZUELLO

 

Jornal Estadão e IstoE

O Exército ignorou uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e decidiu manter em segredo o processo que apurou a participação do general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em um ato político em maio de 2021 sem autorização do comando. No governo Bolsonaro, a Força impôs cem anos de sigilo ao caso sob a alegação de que os documentos tratam apenas da vida privada do general. Lula já determinou à Controladoria-Geral da União (CGU) que revise os sigilos irregularmente determinados pelo antecessor. Entre os casos está o de Pazuello.

Estadão apresentou ao Exército um pedido com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) no início de dezembro de 2022, com Pazuello já na reserva e eleito deputado federal pelo Rio. Em 2021, durante o governo Bolsonaro, foram feitas outras tentativas para obter acesso aos documentos. Todas negadas.

O novo requerimento foi rejeitado duas vezes em um intervalo de menos de 15 dias. No dia 26 de dezembro, foi feito um terceiro recurso à Força militar. O caso teria de ser examinado pelo comandante do Exército. Quatro dias depois, tomou posse no posto o general Júlio Cesar de Arruda, o escolhido pela gestão petista para o cargo e que assumiu antes mesmo de Lula.

Nesta segunda, 2, já com o petista no primeiro dia útil de governo, o comando analisou o caso e manteve a decisão do sigilo. A resposta foi assinada pelo coronel Emílio Ribeiro, subchefe do gabinete do comandante. O oficial se limitou a dizer que ratificava as decisões anteriores e que elas estavam “em conformidade” com a LAI.

Manifestação

Em maio de 2021, Pazuello participou de uma manifestação no Aterro do Flamengo, no Rio, ao lado de Jair Bolsonaro. O ato serviu para o então presidente criticar o uso de máscara e ainda dizer que “seu Exército” jamais iria obrigar as pessoas a ficarem em casa durante a pandemia da covid-19. Como o regulamento do Exército proíbe a participação de militares em atos políticos, foi instaurado um procedimento disciplinar. O general apresentou sua defesa e o caso foi arquivado. O processo tornou-se sigiloso.

O general Pazuello virou ministro da Saúde no auge da pandemia, depois de uma tentativa do governo de colocar profissionais médicos na função. Pazuello seguiu à risca as recomendações de Bolsonaro. Além de editar documento facilitando o uso de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz para a covid, a gestão do general interrompeu as negociações do governo federal com a gestão do tucano João Doria que se preparava para fabricar a primeira vacina no Brasil.

Em live ao lado de Bolsonaro, Pazuello resumiu a linha de atuação: “É simples assim: um manda e o outro obedece”. A gestão do general na Saúde e a atuação do governo Bolsonaro no combate ao coronavírus foram alvo de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado. Pazuello terminou indiciado por crimes cometidos durante a pandemia.

Confronto

Durante a campanha eleitoral, Lula confrontou Bolsonaro com os sigilos do governo, sempre citando o caso de Pazuello. O tema foi levado a debates na TV, ganhou espaço nas promessas de campanha do petista e apareceu até mesmo no discurso de posse. “A partir de hoje, a Lei de Acesso voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público”, disse Lula.

No Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 2, foi publicado um despacho presidencial dando prazo de 30 dias para a CGU rever os sigilos de Bolsonaro. O texto afirma que foi feito levantamento de abuso na alegação de segredo. Segundo integrantes da CGU, o caso de Pazuello pode ser julgado antes do prazo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Exército ignora Lula e proíbe acesso a documentos de Pazuello

Crédito: Marcelo Camargo Agência Brasil

O ex-ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello: no governo Bolsonaro, a Exército impôs cem anos de sigilo ao caso sob a alegação de que os documentos tratam apenas da vida privada do general (Crédito: Marcelo Camargo Agência Brasil)

O Exército ignorou uma promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e decidiu manter em segredo o processo que apurou a participação do general e ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello em um ato político em maio de 2021 sem autorização do comando. No governo Bolsonaro, a Força impôs cem anos de sigilo ao caso sob a alegação de que os documentos tratam apenas da vida privada do general. Lula já determinou à Controladoria-Geral da União (CGU) que revise os sigilos irregularmente determinados pelo antecessor. Entre os casos está o de Pazuello.

Estadão apresentou ao Exército um pedido com base na Lei de Acesso à Informação (LAI) no início de dezembro de 2022, com Pazuello já na reserva e eleito deputado federal pelo Rio. Em 2021, durante o governo Bolsonaro, foram feitas outras tentativas para obter acesso aos documentos. Todas negadas.

Bolsonaro sobre atuação de Pazuello na Saúde: ‘Isso é passado’

O novo requerimento foi rejeitado duas vezes em um intervalo de menos de 15 dias. No dia 26 de dezembro, foi feito um terceiro recurso à Força militar. O caso teria de ser examinado pelo comandante do Exército. Quatro dias depois, tomou posse no posto o general Júlio Cesar de Arruda, o escolhido pela gestão petista para o cargo e que assumiu antes mesmo de Lula.

Nesta segunda, 2, já com o petista no primeiro dia útil de governo, o comando analisou o caso e manteve a decisão do sigilo. A resposta foi assinada pelo coronel Emílio Ribeiro, subchefe do gabinete do comandante. O oficial se limitou a dizer que ratificava as decisões anteriores e que elas estavam “em conformidade” com a LAI.

Manifestação

Em maio de 2021, Pazuello participou de uma manifestação no Aterro do Flamengo, no Rio, ao lado de Jair Bolsonaro. O ato serviu para o então presidente criticar o uso de máscara e ainda dizer que “seu Exército” jamais iria obrigar as pessoas a ficarem em casa durante a pandemia da covid-19. Como o regulamento do Exército proíbe a participação de militares em atos políticos, foi instaurado um procedimento disciplinar. O general apresentou sua defesa e o caso foi arquivado. O processo tornou-se sigiloso.

O general Pazuello virou ministro da Saúde no auge da pandemia, depois de uma tentativa do governo de colocar profissionais médicos na função. Pazuello seguiu à risca as recomendações de Bolsonaro. Além de editar documento facilitando o uso de cloroquina, medicamento comprovadamente ineficaz para a covid, a gestão do general interrompeu as negociações do governo federal com a gestão do tucano João Doria que se preparava para fabricar a primeira vacina no Brasil.

Em live ao lado de Bolsonaro, Pazuello resumiu a linha de atuação: “É simples assim: um manda e o outro obedece”. A gestão do general na Saúde e a atuação do governo Bolsonaro no combate ao coronavírus foram alvo de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) do Senado. Pazuello terminou indiciado por crimes cometidos durante a pandemia.

Confronto

Durante a campanha eleitoral, Lula confrontou Bolsonaro com os sigilos do governo, sempre citando o caso de Pazuello. O tema foi levado a debates na TV, ganhou espaço nas promessas de campanha do petista e apareceu até mesmo no discurso de posse. “A partir de hoje, a Lei de Acesso voltará a ser cumprida, o Portal da Transparência voltará a cumprir seu papel, os controles republicanos voltarão a ser exercidos para defender o interesse público”, disse Lula.

No Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira, 2, foi publicado um despacho presidencial dando prazo de 30 dias para a CGU rever os sigilos de Bolsonaro. O texto afirma que foi feito levantamento de abuso na alegação de segredo. Segundo integrantes da CGU, o caso de Pazuello pode ser julgado antes do prazo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

REVOGAÇO DE LULA E DO JUDICIÁRIO SÃO CENSURAS

 

Governo Lula
Com novos decretos
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília

Palácio do Planalto na Praça dos Três Poderes em Brasília


Palácio do Planalto, a Casa do Executivo, em Brasília.| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil

A censura em nome da defesa da democracia se tornou comum no Judiciário nos últimos quatro anos, com a instauração do inquérito das fake news e todos os seus desdobramentos até as eleições de 2022. Agora, a mesma tendência começa a ser semeada no Executivo, com dois decretos publicados logo no primeiro dia do governo Lula.

Os documentos criam órgãos da União cujos nomes tornam inevitáveis comparações com o romance “1984”, de George Orwell. O artigo 47 do decreto nº 11.328 estabelece dentro da Advocacia Geral da União (AGU) a Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia, e o artigo 24 do decreto nº 11.362 inaugura dentro da Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência da República o Departamento de Promoção da Liberdade de Expressão.

A Procuradoria Nacional da União de Defesa da Democracia poderá, entre outras coisas, “representar a União, judicial e extrajudicialmente, em demandas e procedimentos para resposta e enfrentamento à desinformação sobre políticas públicas”. Isso significa que qualquer membro do poder público terá à sua disposição um órgão da União capaz de representá-lo judicialmente em todo caso que couber no amplo e genérico conceito de “desinformação”, o que facilita a censura por parte do poder público.

Um aviso do novo advogado-geral da União, Jorge Messias, durante a cerimônia de sua posse, na segunda-feira (2), dá pistas sobre a utilidade do novo dispositivo: “Ataques a autoridades que presenciamos nos últimos anos não serão mais tolerados”, afirmou.

Para o professor e advogado Maurício Bunazar, doutor em Direito Civil pela USP, as expectativas “são as piores possíveis”. Ele explica que a AGU “é um órgão voltado fundamentalmente à defesa da União e ao aconselhamento do chefe do Poder Executivo”.

“Quando o decreto atribui à Advocacia-Geral da União a defesa dos poderes em geral, da legitimidade dos poderes e dos seus membros, o que nós acabamos por ter é a constituição de uma advocacia pública que pode ser voltada para interesses privados”, diz.

“A pretexto de se defender a democracia, o que se terá é um órgão voltado diretamente à busca de conformação de discursos. Ou seja, eles decidirão o que é ou não defensável em uma democracia. Se alguma ideia não se conformar com as noções que eles têm de democracia, haverá a possibilidade de medidas judiciais e extrajudiciais, como o próprio decreto autoriza”, complementa.

O especialista dá um exemplo: antes do decreto, se um jornalista da Gazeta do Povo escrevesse uma reportagem pouco favorável a um ministro de Estado, o político poderia acioná-lo judicialmente de forma privada, com recursos próprios, e pedir que o jornalista prestasse esclarecimentos perante a Justiça. “Agora”, diz Bunazar, “eles terão um escritório de advocacia público à disposição deles, com funcionários bem pagos, e um departamento inteiro voltado à defesa de interesses que muitas vezes podem ser privados”.

Agentes públicos ficarão mais protegidos que o cidadão comum contra críticas e terão maior poder de censura
Com a criação da Procuradoria de Defesa da Democracia, autoridades públicas poderão ficar mais protegidas contra críticas do que os próprios cidadãos particulares, o que contraria algo que costuma ser ponto pacífico em democracias. As novas regras facilitam o caminho para que membros de qualquer dos três Poderes deem início a processos de censura.

“O ministro Celso de Mello, recentemente aposentado, dizia que o agente público merece ser criticado, que tem de ser criticado, tem de ser sindicado. Isso não significa que a honra dele não mereça proteção, mas o fato de se ser agente público o coloca em uma situação de ser mais duramente criticado do que um cidadão particular. Isso é indiscutível”, comenta Bunazar.

O foro privilegiado, segundo o especialista, tem como um de seus objetivos justamente “garantir que uma autoridade hierarquicamente inferior não se sinta constrangida ao condenar uma autoridade hierarquicamente superior”. O novo decreto implode essa lógica.

Outra ameaça à liberdade de expressão instaurada por decreto pelo governo Lula é o novo Departamento de Promoção da Liberdade de Expressão, criado dentro da Presidência da República. Um de seus objetivos, segundo o texto que o implementa, é “propor e articular políticas públicas para promoção da liberdade de expressão, do acesso à informação e de enfrentamento à desinformação e ao discurso de ódio na Internet, em articulação com o Ministério da Justiça e Segurança Pública”.

Para Bunazar, a utilização de termos como “desinformação” e “discurso de ódio” em decretos governamentais é preocupante e tende a resultar em censura. “Quando eu uso ‘discurso de ódio’, eu me furto a dizer que leis foram violadas, qual o limite do ordenamento jurídico foi ultrapassado. Basta que eu use esta fórmula mágica, politicamente correta – ‘discurso de ódio’ – para que eu bloqueie o seu discurso e agora possa processá-lo judicialmente, por discurso de ódio”, comenta.

“É um axioma: o discurso é de ódio, logo ele está proibido. E por que ele está proibido? Porque ele é de ódio. E por que é de ódio? Porque está proibido. Agora, quem define o que é ódio ou não é? Antes, cabia ao legislador. Hoje, cabe a um ministério qualquer. Isso é bastante preocupante.”

O especialista afirma que a ideia da liberdade de expressão precisa ser alcançada “a partir de um juízo negativo: tudo aquilo que eu não for proibido de dizer, eu posso dizer”. “Isso é óbvio, mas precisa ser repetido no Brasil”, conclui.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/com-novos-decretos-executivo-se-une-ao-judiciario-no-caminho-da-censura/
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HERANÇA BOA DE BOLSONARO NO MERCADO DE TRABALHO

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Imagem ilustrativa.| Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo / Arquivo

Com o anúncio de que o atraso na coleta de dados do censo levou o IBGE a adiar para 2023 a divulgação dos dados de desemprego referentes ao trimestre móvel encerrado em novembro, o último indicador do mercado de trabalho publicado no fim de mandato de Jair Bolsonaro foi o do Caged, do Ministério do Trabalho e Previdência. O número de novembro foi mais uma vez positivo, com a abertura de 135,5 mil vagas de trabalho com carteira assinada – o Caged mede apenas o emprego formal, ao contrário dos dados do IBGE, que também incluem informais e autônomos. O destaque ficou a cargo do comércio (quase 106 mil novas vagas) e dos serviços (92,2 mil novos postos de trabalho), dando continuidade à recuperação de um setor fortemente prejudicado pelas restrições impostas durante a pandemia de Covid-19.

Com isso, o saldo de 2022 até agora é de quase 2,5 milhões de novos empregos com carteira assinada, pelos números do Caged – é possível que o ano termine com um resultado ligeiramente menor, pois dezembro é tradicionalmente um mês com mais demissões que contratações, independentemente de a economia estar aquecida ou deprimida. Se considerarmos ainda os dados do IBGE até o momento, com o desemprego recuando de 11,1% no trimestre móvel encerrado em dezembro de 2011 para 8,3% no período de agosto a outubro deste ano, é inegável que Bolsonaro entrega a Lula um mercado de trabalho com bons resultados, embora ainda haja muitos desafios a enfrentar.

Infelizmente, toda a retórica petista aponta para a destruição, não para a continuidade do que vem sendo feito

Ao contrário de outros meses em que o Caged trazia saldos positivos em quase todos os setores da economia, os números de novembro mostraram que, na indústria, as demissões superaram as contratações em 25 mil. Já os dados da Pnad Contínua, do IBGE, ainda mostram que o número de informais e subempregados continua alto, embora em queda. E mesmo os 8,3% de desempregados ainda são um contingente significativo de 9 milhões de brasileiros; o sonhado “pleno emprego” exige taxas entre 3% e 6%, algo que hoje só é verificado em alguns estados brasileiros, enquanto outros amargam índices bem maiores que a média nacional.

No início de 2019, Bolsonaro e Paulo Guedes tornaram público o objetivo de colocar o Brasil entre os 50 países com maior facilidade para se fazer negócios segundo o ranking Doing Business, do Banco Mundial. A publicação, no entanto, foi interrompida em 2021 para uma série de revisões internas após denúncias de manipulação de dados. Mas há outro indicador, o Índice de Liberdade Econômica da Heritage Foundation, que mostra o quão difícil tem sido a vida do empreendedor brasileiro. Apesar do salto de dez posições na última edição, continuamos na rabeira, em 133.º lugar, entre os países “majoritariamente não livres”, e ainda mais perto dos países “reprimidos” economicamente que dos países “moderadamente livres”.

VEJA TAMBÉM:
Haddad na Fazenda apenas aumenta as incertezas (editorial de 10 de dezembro de 2022)
A incerteza cobra seu preço nas taxas de juros (editorial de 8 de dezembro de 2022)
A recuperação contínua do mercado de trabalho (editorial de 30 de novembro de 2022)


Isso não significa que nada foi feito – pelo contrário, os governos Bolsonaro e Michel Temer, somados, provavelmente fizeram muito mais pela liberdade econômica, pela desburocratização e pela segurança jurídica nas relações de trabalho que os seus antecessores, ao menos no passado recente. Reforma trabalhista, Lei de Liberdade Econômica, digitalização, redução da burocracia e do intervencionismo, marcos como a nova Lei de Falências e maior facilidade no acesso ao crédito estão entre as medidas positivas dos últimos anos; aquelas adotadas no atual governo foram compiladas em um documento entregue à equipe do presidente que assumiu neste dia 1.º.

Se todo esse novo arcabouço não fez o Brasil avançar tanto assim em termos de liberdade econômica e facilidade de negócios (e, consequentemente, em estímulo à geração de emprego), é porque ainda há muito a fazer, especialmente no campo da tributação: o Brasil ainda onera demais a produção e o consumo, além da carga sobre a folha de pagamento, que tem efeito direto sobre o mercado de trabalho. No mesmo documento da Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia que lista as realizações recentes, os autores incluíram recomendações para que o novo governo possa seguir construindo sobre o que já existe. Infelizmente, toda a retórica petista aponta para a destruição, não para a continuidade do que vem sendo feito. Provavelmente, caberá a governadores e prefeitos que não tenham compromisso ideológico com o atraso analisar as sugestões e implantar aquilo que estiver dentro de sua competência e não dependa de normas ou leis federais, criando “bolsões” de mercado de trabalho forte e mostrando que mais liberdade e menos burocracia e intervencionismo são o caminho para o pleno emprego.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/caged-mercado-de-trabalho-heranca-bendita-bolsonaro/
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COISAS ERRADAS SOBRE O SONO

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