quarta-feira, 28 de dezembro de 2022

CARTA DE AGRADECIMENTO AO PRESIDENTE JAIR BOLSONARO

 

do Jornal da Cidade Online

Nossa nação deve a Vossa Excelência uma reverência e uma imensa gratidão.

Tudo o que o senhor nos prometeu, cumpriu!

Foi um Presidente que honrou o cargo, com honestidade e patriotismo históricos. 

Jamais na nossa história republicana um governo foi tão atacado pela estrutura de poder que toma conta do Estado brasileiro desde a Proclamação da República.

Nunca vimos um massacre tão grande de uma mídia sem compromisso com a verdade ou escrúpulos editoriais

Em nenhuma circunstância presenciamos um ativismo judiciário ideológico tão escancarado e atrevido, que implantou a censura e quebrou princípios constitucionais da liberdade de expressão, da imunidade parlamentar e da independência de poderes. 

Os livros vão registrar esses fatos. 

Enfrentou uma pandemia sob acusações de ser um antidemocrata, mas jamais praticou qualquer ato atentatório à Democracia, e se portou o tempo todo dentro das regras da Constituição. 

Foi caluniado noite e dia! 

Foi – e segue sendo – traído por aliados que se acovardaram diante das dificuldades! 

Foi impedido de governar! 

Nunca cedeu às pressões e manteve a coerência da sua formação política e ideológica! 

Contudo, apesar disso, Vossa Excelência nos entrega um país em ordem, sem nenhuma mancha ou mácula de corrupção na sua gestão, com números que são invejados pelo mundo todo.

Prometeu e cumpriu a diminuição da estrutura do Estado brasileiro, com redução de cargos, revogação de legislação burocrática e com eficiência na administração pública. 

Baixou impostos e aumentou a arrecadação, equilibrando as contas públicas com o PIB em crescimento. 

Fez a inflação cair, e a nossa economia crescer ante um mundo em recessão e crise. 

Valorizou nossa moeda frente as mais poderosas do mundo. 

Patrocinou a queda dos índices de criminalidade e combateu a corrupção de forma implacável. 

Reformou a previdência. 

Facilitou o empreendedorismo com legislação da liberdade econômica. 

Concluiu obras públicas e modernizou a estrutura administrativa do Estado brasileiro. 

Atendeu às famílias brasileiras carentes com o maior programa de assistência social da nossa história através do “auxílio Brasil”.

No âmbito internacional promoveu acordos históricos de livre comércio e recolocou o Brasil em lugar de destaque no âmbito da geopolítica. 

No campo político acordou uma Nação adormecida, entorpecida e descrente devolvendo-nos os símbolos e valores cívicos nacionais, com nosso hino e nossa bandeira.

No campo eleitoral foi um líder que criou dezenas de novas lideranças que hão de mudar a condução dos destinos do país.

Despertou em milhões de brasileiros um sentido de patriotismo, juntando a Nação em manifestações cívicas públicas históricas, de forma pacífica e democrática.

Enfrentou um processo eleitoral e adversários que praticaram o jogo sujo, e que – se efetivamente venceram – não puderam comemorar a vitória com a honra da certeza dos seus méritos.

Vossa Excelência enfrentou tudo com imensa resiliência e paciência democrática, ante um Congresso comprometido, fraco, omisso e relapso no cumprimento das suas obrigações. 

Vossa Excelência chega ao fim desse seu primeiro governo com honra de um Estadista que luta como um leão na defesa dos valores cristãos, da Pátria, das famílias e da Liberdade!

A semente foi lançada em terra fértil. 

E está viva e germinada!

Gratidão por tudo e por tanto até aqui, Presidente!

Sua luta não foi e nunca será em vão! 

Quem viver, verá!

Agora, cabe a nós patriotas e conservadores, estarmos preparados para a longa batalha que se aproxima…

Nós do JCO ainda estamos de pé, mesmo censurados e sem receber pelo nosso trabalho há mais de UM ANO.

BOLSONARO ESTÁ CHEIO DE ACUSAÇÕES NO STF POR TER FALADO


STF deixa casos que causariam tensão com Bolsonaro para depois que ele sair do governo

Por
Renan Ramalho – Gazeta do Povo
Brasília


Sessão plenária do STF presidida por Rosa Weber: presidente da Corte adiou julgamentos polêmicos| Foto: Nelson Jr./SCO/STF

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, deixou para 2023 julgamentos importantes que estavam previstos para 2022. Vários poderiam causar nova tensão na relação da Corte com o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente no período eleitoral. Por isso a ministra optou por adiá-los por tempo indefinido. E os casos ficaram para o ano que vem, já com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Presidência da República.

Entre os julgamentos adiados, estão o do marco temporal para demarcação de terras indígenas; o do indulto concedido por Bolsonaro para perdoar a pena do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ); o caso sobre ideologia de gênero nas escolas; e a descriminalização do aborto. Dentro do STF, ministros avaliam que decisões de viés progressista nesses temas tenderiam a criar menos problemas para a Corte durante o governo de Lula.

O adiamento desses casos confirma a disposição de Rosa Weber, desde o início de sua gestão, em setembro, de evitar decisões que colocassem o STF novamente em embate com Bolsonaro. De perfil discreto e sóbrio, Rosa Weber é avessa a dar declarações públicas que podem provocar polêmicas, como costumam fazer alguns de seus colegas do Supremo. A ministra sempre sinalizou que não daria combustível para afrontas à Corte – inclusive na pauta de julgamentos.

Essa postura se refletiu no tempo de elaboração e divulgação da pauta: ao contrário de seus antecessores, que anunciavam as datas dos julgamentos com meses de antecedência, Rosa Weber optou por agendá-los apenas semanas ou dias antes. Isso incomodou parte dos ministros – seja porque passaram a ter prazo menor para elaborar os votos, seja porque sentiram que precisavam de mais tempo para projetar cenários no placar e assim avaliar o impacto de uma decisão numa ou noutra direção.

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Há ainda outros processos que não dependem diretamente de Rosa Weber, mas que poderiam dar dor de cabeça para Bolsonaro e que também ficaram para o ano que vem. É o caso do julgamento de recursos contra decisões de Alexandre de Moraes contra o presidente e vários de seus apoiadores no inquérito das fake news e outras investigações correlatas.

Veja, abaixo, o que envolve e como anda cada um dos casos importantes no STF que ficaram para 2023 e que poderiam afetar a relação da Corte com o governo Bolsonaro.

Marco temporal para demarcação de terras indígenas
O julgamento decidirá se só terão direito a demarcações de terras as tribos indígenas que comprovarem a ocupação daquele território em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Esse critério, conhecido como marco temporal, é contestado pelos indígenas e defendido por agricultores.

A análise da questão começou em agosto de 2021, com um voto contra o marco temporal, de Edson Fachin, e um a favor, de Kassio Nunes Marques. Alexandre de Moraes pediu vista, mas já liberou o caso para retomada do julgamento no plenário. Em junho, Rosa Weber chegou a pautar as ações, mas outros casos mais urgentes passaram na frente e não foi marcada nova data.

Dois meses antes, em abril, Bolsonaro disse, durante evento do agronegócio, que poderia descumprir decisão que acabasse com o marco temporal. “Entregar as chaves para o Supremo ou falar que não vou cumprir. Eu não tenho alternativa”, disse. O governo de Lula, por outro lado, tende a ser mais pró-indígenas. O Ministério dos Povos Originários vai ser criado para dar prioridade às demarcações.

Indulto a Daniel Silveira
O deputado Daniel Silveira foi condenado em abril pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão, acusado de ameaçar e xingar os ministros da Corte. No dia seguinte à condenação, Bolsonaro perdoou a pena com um decreto de indulto presidencial. A oposição, porém, contestou a constitucionalidade da decisão e, até o momento, a questão está pendente no STF. Desde então, o relator da ação contra Silveira, Alexandre de Moraes, já aplicou diversas multas, que ultrapassaram R$ 1 milhão, devido ao fato de ele se recusar a usar tornozeleira eletrônica.

Entre auxiliares de Rosa Weber, muitos já apostavam, antes da eleição, que ela só pautaria a questão em 2023. Com Bolsonaro fora do Palácio do Planalto, fica mais “confortável” para os ministros derrubar um decreto de sua autoria como presidente.

Ideologia de gênero nas escolas
Sob o pretexto de combater o bullying “homotransfóbico” no ambiente escolar, o Psol aguarda há mais de dois anos o julgamento de uma ação proposta pelo partido para forçar as escolas públicas e privadas a ensinar e promover a ideologia de gênero para crianças e adolescentes.

Em novembro de 2020, o então presidente do STF, Luiz Fux, retirou o tema de pauta. Em novembro de 2022, ele foi reinserido na agenda de julgamentos por Rosa Weber. Mas, sem explicação, a ação novamente saiu da previsão de julgamentos.

Descriminalização do aborto
O Psol também é autor de uma ação de 2017 que busca descriminalizar o aborto até a 12.ª semana de gestação. Ela já está instruída e pronta para julgamento no plenário do STF e, como a relatora é a própria Rosa Weber, depende só dela marcar a data de julgamento.

Na atual composição do STF, a tendência é que a ação seja julgada improcedente. Mas Rosa Weber é simpática à ideia de descriminalização – já votou assim num caso individual em 2016. Um julgamento pelo plenário, neste momento, afastaria por um bom tempo qualquer nova tentativa de legalizar o aborto via STF. Por isso, é possível que a ministra deixe a Corte, em outubro, quando se aposenta, sem marcar o julgamento. Com isso, deixaria para quem for escolhido para sucedê-la no Supremo a tarefa de conduzir o processo para julgamento mais à frente.

Inquérito das fake news
O ministro Alexandre de Moraes colocou em julgamento, em agosto, 21 recursos contra decisões que tomou contra Bolsonaro e seus apoiadores em quatro inquéritos. André Mendonça pediu vista e adiou por tempo indeterminado a análise. O ministro sempre se posicionou contra medidas mais drásticas tomadas por Moraes nas investigações e já tentou, internamente, chegar a um acordo para arquivá-los. Mas não teve sucesso.

Num dos recursos, a Advocacia-Geral da União (AGU), que defende Bolsonaro, pediu o arquivamento da investigação sobre a divulgação do inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a invasão hacker nos sistemas informatizados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.

Em outro recurso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) contestou a decisão de Moraes de abrir um novo inquérito contra Bolsonaro a pedido da CPI da Covid, pelo fato de ter dito, durante uma live em 2021, que pessoas vacinadas contra a Covid estariam desenvolvendo Aids mais rápido. Ainda não se sabe se Moraes manterá esses casos sob sua relatoria no âmbito do STF, depois que Bolsonaro deixar a Presidência. Vários outros alvos não têm foro privilegiado, mas mesmo assim são investigados pelo ministro.

Os demais recursos foram apresentados por redes sociais, deputados e empresários pedindo o fim do bloqueio de contas determinado por Moraes. Ele votou contra todos os recursos.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/republica/stf-deixa-casos-que-causariam-tensao-com-bolsonaro-para-depois-que-ele-sair-do-governo/
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INVESTIMENTOS É O MOTOR DA ECONOMIA

 

Por
Gazeta do Povo

Diante da necessidade de elevar as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), como condição para perseguir a meta de dobrar a renda por habitante até 2050, o Brasil vai começar 2023 com uma prioridade impositiva por si mesma: fazer o PIB crescer a taxas superiores à média das duas últimas décadas. Praticamente não há discordância de que essa é a prioridade socioeconômica mais importante, inclusive porque dela dependem as melhorias em áreas sociais como emprego, saúde, educação, saneamento e pobreza. Entre as diversas correntes de pensamento econômico há concordância quase geral que o aumento do PIB é a prioridade maior e que a taxa de crescimento deve ser constante e superior à taxa de aumento da população. Há tendência de que o crescimento populacional se desacelere nas próximas décadas; assim, caso o país consiga bom desempenho na elevação do PIB, a renda per capita será expandida e facilitará a redução da pobreza e a superação da miséria.

A trajetória econômica brasileira foi atropelada pela pandemia mundial, pela crise hídrica longa e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, quadro esse que disseminou recessão em várias partes do mundo. O Brasil tem a difícil missão de encontrar caminhos e políticas capazes de elevar a taxa média de crescimento econômico a partir de 2023, embora essas quatro mazelas citadas, mesmo tendo arrefecido sua incidência, continuem produzindo efeitos negativos e sigam dificultando a recuperação do crescimento não só no Brasil, mas em vários países. É nesse contexto que está posta a questão sobre os caminhos alternativos e as políticas econômicas mais adequadas para colocar a economia na rota de um crescimento expressivo.

A rigor, o Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas dúvidas e incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.

Entre outras, há duas questões colocadas no quadro das opções para promover a expansão da economia: uma é buscar o crescimento por meio da expansão do consumo agregado (consumo das pessoas mais consumo do governo); outra é priorizar o crescimento pela expansão do investimento (investimento das empresas mais investimento do governo). Vale mencionar que a demanda agregada total é a soma do consumo das pessoas, consumo do governo, investimento das empresas, investimento do governo e exportação. A exportação é uma variável que se divide em vendas ao exterior de bens e serviços de consumo e vendas de bens de capital destinados a investimentos no resto do mundo. A metodologia de contabilidade macroeconômica soma tudo na conta de “exportação”. Assim, o crescimento nacional depende da demanda agregada nacional, sobretudo o consumo das pessoas, o investimento das empresas e o investimento do governo.

Em várias crises passadas, o Brasil teve sua política econômica direcionada a promover o aumento do consumo das pessoas como meio de induzir a produção e o emprego. Essa saída, ainda que possa ser importante no curto prazo, é limitada, até porque grande parte do consumo é realizada por meio de compras a crédito, de forma que é impactada fortemente pelo grau de endividamento pessoal e pela taxa de juros ao consumidor, além dos efeitos da inflação na corrosão da renda pessoal.

Como o Brasil deve entrar em 2023 com elevado número de pessoas endividadas, o aumento do consumo que ocorreu com a melhoria do emprego após o fim do isolamento social tem potencial restrito. Segundo dados processados em outubro de 2022, com base nas informações de setembro, havia 68 milhões de brasileiros endividados, com nome restrito, equivalentes a 42,5% da população maior de 18 anos (a população do país está em 215 milhões de habitantes, dos quais 160 milhões acima de 18 anos de idade, que constituem o universo de pessoas que podem fazem dívidas). Os devedores com nome restrito são aqueles inscritos nos cadastros de inadimplência e, portanto, impossibilitados de contrair novas dívidas.

VEJA TAMBÉM:
A inflação desacelera, mas 2023 preocupa
A recuperação contínua do mercado de trabalho
A dívida pública e o autoengano
O novo papel do FMI e do Banco Mundial

Isso posto, e ainda considerando que o Brasil tem elevado déficit de infraestrutura física, o país como um todo – governo, empresas e sociedade – deveria fazer um esforço prioritário e especial para discutir e identificar as políticas econômicas e as leis regulatórias capazes de estimular com ênfase o crescimento do investimento das empresas e o investimento do governo. Além do efeito benéfico no curto prazo em termos de geração de emprego, renda e impostos, no médio e longo prazo a expansão da infraestrutura física e dos investimentos empresariais melhoraria a base estrutural para apoiar taxas de crescimento econômico sustentável, no sentido de crescimento contínuo a taxas superiores às taxas de aumento populacional.

Porém, uma questão importante envolvendo os investimentos é que novos projetos, novas obras, novas máquinas e equipamentos precisam trazer consigo as tecnologias e as inovações que fazem parte da Revolução 4.0, e que o Brasil necessitaria importar em sua maior parte. Isso requer que, ao lado das políticas e leis estimuladoras do investimento, é imperativo atualizar a legislação sobre a importação de tecnologias, regulação da lei de patentes, direitos autorais e parcerias público-privadas. Trata-se de um esforço modernizador para adequar o país à realidade mundial quanto a esses temas, além de outros que travam os investimentos no país. Lamentável é que esses temas não receberam atenção nem debates profundos durante a campanha eleitoral e que continuem pouco explorados e pouco tratados nesta reta final de formação de novos governos estaduais e do novo governo federal. A rigor, o Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas dúvidas e incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-investimento-como-motor-do-crescimento/
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Editorial
O investimento como motor do crescimento
Por
Gazeta do Povo
27/12/2022 18:00
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Imagem ilustrativa.| Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro

Diante da necessidade de elevar as taxas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), como condição para perseguir a meta de dobrar a renda por habitante até 2050, o Brasil vai começar 2023 com uma prioridade impositiva por si mesma: fazer o PIB crescer a taxas superiores à média das duas últimas décadas. Praticamente não há discordância de que essa é a prioridade socioeconômica mais importante, inclusive porque dela dependem as melhorias em áreas sociais como emprego, saúde, educação, saneamento e pobreza. Entre as diversas correntes de pensamento econômico há concordância quase geral que o aumento do PIB é a prioridade maior e que a taxa de crescimento deve ser constante e superior à taxa de aumento da população. Há tendência de que o crescimento populacional se desacelere nas próximas décadas; assim, caso o país consiga bom desempenho na elevação do PIB, a renda per capita será expandida e facilitará a redução da pobreza e a superação da miséria.

A trajetória econômica brasileira foi atropelada pela pandemia mundial, pela crise hídrica longa e pela guerra entre Rússia e Ucrânia, quadro esse que disseminou recessão em várias partes do mundo. O Brasil tem a difícil missão de encontrar caminhos e políticas capazes de elevar a taxa média de crescimento econômico a partir de 2023, embora essas quatro mazelas citadas, mesmo tendo arrefecido sua incidência, continuem produzindo efeitos negativos e sigam dificultando a recuperação do crescimento não só no Brasil, mas em vários países. É nesse contexto que está posta a questão sobre os caminhos alternativos e as políticas econômicas mais adequadas para colocar a economia na rota de um crescimento expressivo.

A rigor, o Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas dúvidas e incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.

Entre outras, há duas questões colocadas no quadro das opções para promover a expansão da economia: uma é buscar o crescimento por meio da expansão do consumo agregado (consumo das pessoas mais consumo do governo); outra é priorizar o crescimento pela expansão do investimento (investimento das empresas mais investimento do governo). Vale mencionar que a demanda agregada total é a soma do consumo das pessoas, consumo do governo, investimento das empresas, investimento do governo e exportação. A exportação é uma variável que se divide em vendas ao exterior de bens e serviços de consumo e vendas de bens de capital destinados a investimentos no resto do mundo. A metodologia de contabilidade macroeconômica soma tudo na conta de “exportação”. Assim, o crescimento nacional depende da demanda agregada nacional, sobretudo o consumo das pessoas, o investimento das empresas e o investimento do governo.

Em várias crises passadas, o Brasil teve sua política econômica direcionada a promover o aumento do consumo das pessoas como meio de induzir a produção e o emprego. Essa saída, ainda que possa ser importante no curto prazo, é limitada, até porque grande parte do consumo é realizada por meio de compras a crédito, de forma que é impactada fortemente pelo grau de endividamento pessoal e pela taxa de juros ao consumidor, além dos efeitos da inflação na corrosão da renda pessoal.

Como o Brasil deve entrar em 2023 com elevado número de pessoas endividadas, o aumento do consumo que ocorreu com a melhoria do emprego após o fim do isolamento social tem potencial restrito. Segundo dados processados em outubro de 2022, com base nas informações de setembro, havia 68 milhões de brasileiros endividados, com nome restrito, equivalentes a 42,5% da população maior de 18 anos (a população do país está em 215 milhões de habitantes, dos quais 160 milhões acima de 18 anos de idade, que constituem o universo de pessoas que podem fazem dívidas). Os devedores com nome restrito são aqueles inscritos nos cadastros de inadimplência e, portanto, impossibilitados de contrair novas dívidas.

VEJA TAMBÉM:
A inflação desacelera, mas 2023 preocupa
A recuperação contínua do mercado de trabalho
A dívida pública e o autoengano
O novo papel do FMI e do Banco Mundial

Isso posto, e ainda considerando que o Brasil tem elevado déficit de infraestrutura física, o país como um todo – governo, empresas e sociedade – deveria fazer um esforço prioritário e especial para discutir e identificar as políticas econômicas e as leis regulatórias capazes de estimular com ênfase o crescimento do investimento das empresas e o investimento do governo. Além do efeito benéfico no curto prazo em termos de geração de emprego, renda e impostos, no médio e longo prazo a expansão da infraestrutura física e dos investimentos empresariais melhoraria a base estrutural para apoiar taxas de crescimento econômico sustentável, no sentido de crescimento contínuo a taxas superiores às taxas de aumento populacional.

Porém, uma questão importante envolvendo os investimentos é que novos projetos, novas obras, novas máquinas e equipamentos precisam trazer consigo as tecnologias e as inovações que fazem parte da Revolução 4.0, e que o Brasil necessitaria importar em sua maior parte. Isso requer que, ao lado das políticas e leis estimuladoras do investimento, é imperativo atualizar a legislação sobre a importação de tecnologias, regulação da lei de patentes, direitos autorais e parcerias público-privadas. Trata-se de um esforço modernizador para adequar o país à realidade mundial quanto a esses temas, além de outros que travam os investimentos no país. Lamentável é que esses temas não receberam atenção nem debates profundos durante a campanha eleitoral e que continuem pouco explorados e pouco tratados nesta reta final de formação de novos governos estaduais e do novo governo federal. A rigor, o Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas dúvidas e incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.


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EQUIPE ECONÔMICA DE LULA NÃO TRAZ MUITA ESPERANÇA

 

Haddad, Mercadante e a volta da esquerda

Por
Paulo Uebel – Gazeta do Povo

Fernando Haddad e Aloizio Mercadante chegam ao gabinete do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil.


Fernando Haddad e Aloizio Mercadante chegam ao gabinete do governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil.| Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e a volta da esquerda: o que podemos esperar da equipe econômica do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT)? O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, declarou voto em Lula no 2º turno, mas revelou este mês que está com medo de seu governo, e acha que o país está num “caminho econômico extremamente perigoso”. Mesmo discordando do voto de Armínio, concordamos que o Brasil está num caminho econômico extremamente perigoso com Lula e sua equipe.

Um dos motivos apontados por Armínio foi a situação fiscal extremamente frágil: para ele, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) fura-teto de Lula deveria ser de, no máximo, R$ 50 bilhões. Mas, como sabemos, desde o início a equipe de transição do presidente eleito almejou R$ 200 bilhões, quatro vezes mais.

Diversas vezes Lula prometeu acabar com o teto de gastos caso fosse eleito para um terceiro mandato. Ele está cumprindo sua promessa.

Na última quarta-feira (21), a Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno a PEC fura-teto de Lula, com ampliação do teto de gastos em R$ 148 bilhões e garantia de outros R$ 23 bilhões em investimentos (provenientes de receitas extraordinárias). Nas redes sociais, o presidente do Instituto Mises Brasil (IMB), Helio Beltrão, denunciou que a “versão da PEC aprovada na Câmara retira o teto de gastos da Constituição. O fato de o teto passar à legislação (que pode ser alterada por maioria simples) tem apenas efeito moral. A regra do jogo, que mora na Constituição, foi abolida. A âncora desaparece.” Não é uma surpresa. Diversas vezes Lula prometeu acabar com o teto de gastos caso fosse eleito para um terceiro mandato. Ele está cumprindo sua promessa. Talvez, seja surpreendente que ele tenha feito isso antes mesmo de assumir a Presidência. Quem votou nele é cúmplice desse crime contra as contas públicas.

Em sua coluna no Metrópoles, o jornalista e escritor Mario Sabino cunha a equipe econômica de Lula de apocalíptica: “Se você acredita em Deus, reze. Se você não acredita em Deus, reze também. Reze muito, porque a equipe econômica que Lula está montando é a dos Cavaleiros do Apocalipse”. Sabino também disse que quem esperava mediocridade agora teme o desastre.

E não é para menos, a começar pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Depois de quase 4 anos de avanços na economia com o ministro Paulo Guedes, um quadro técnico e com conhecimento de mercado, ter um nome partidário poderá significar um grande retrocesso nas políticas econômicas do governo federal. Fernando Haddad pode ser um dos melhores quadros do PT: é ex-ministro da Educação, advogado, professor de Ciência Política, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Pode até ser, mas não se pode esquecer de um “pequeno detalhe”: é um marxista declarado e, em nenhum lugar do mundo, as políticas marxistas deram certo.

Haddad criticou os erros do sistema soviético apenas “para tentar isentar o socialismo como ideia e projeto de toda a desgraça humanitária cometida no século XX.

Haddad foi um dos primeiros filiados ao Partido dos Trabalhadores, tendo ingressado no início dos anos 1980. É um dos mais fiéis petistas até hoje. E se como ministro da Educação Haddad teve vitórias, como a criação do Programa Universidade para Todos (Prouni), que distribui bolsas para alunos pobres estudarem em universidades privadas, como prefeito, a história foi bem diferente — e bem ruim. “Em 2016, quando estava no último ano de mandato e tentava a reeleição, o Datafolha divulgou pesquisa em que Haddad tinha rejeição de 47%, a pior avaliação entre os prefeitos desde 2000, quando o então prefeito Celso Pitta disputou a reeleição e perdeu no primeiro turno. Haddad recebeu apenas 16,70% dos votos válidos (perdendo até para brancos e nulos) e foi derrotado por João Doria”, detalha o cientista político e professor Bruno Garschagen.

É comum que tenhamos “misericórdia” de pessoas jovens e pouco instruídas que são iludidas com o marxismo, o socialismo e o comunismo. Afinal, por que fazer juízo pesado contra quem não teve uma boa (e realista) educação, e nasceu há pouco tempo para se lembrar dos horrores de regimes como a União Soviética? Mas o caso de Haddad é bem diferente. Ele não é um mero aluno enganado por um professor influente. Anos de estudo não foram capazes de abrir seus olhos. Filho da Escola de Frankfurt, um dos mais relevantes (se não o mais) bastiões do socialismo no século 20 até a atualidade, Haddad publicou o livro Em defesa do socialismo: Por ocasião dos 150 anos do Manifesto em 1998. Poucos anos antes ele publicou O Sistema Soviético. E, ao que parece, não mudou suas ideias até hoje.

Haddad criticou os erros do sistema soviético apenas “para tentar isentar o socialismo como ideia e projeto de toda a desgraça humanitária cometida no século XX. Ele pretendia demonstrar teoricamente que o socialismo jamais foi realizado mesmo na Rússia comunista e na União Soviética. (Ou seja, trata-se da surrada e repetitiva tese de que o socialismo falhou porque não foi socialista de verdade)”, explicou Garschagen.

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Desde outubro, Haddad era reconhecido como uma possibilidade para a Fazenda. E já era considerado um dos piores cenários para o mercado financeiro, que ainda tinha esperança de que Lula pudesse indicar alguém mais próximo das reformas liberais, como apurou o Estadão E-Investidor. Apesar de seu mestrado em Economia, Haddad é visto como uma escolha política, não técnica, devido à sua filiação ao PT e seu marxismo (orgulhosamente) assumido. “O nome de Haddad traz alguns questionamentos sobre a ‘autonomia’ que ele pode ter frente ao Lula e se seria capaz de encampar um embate caso seja aconselhado tecnicamente a tentar conter alguns ímpetos do presidente”, disse Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, ao E-Investidor.

Já para Igor Cavaca, head de gestão de investimentos da Warren, o foco da desconfiança está na área fiscal. “O novo ministro assume trazendo uma certa incerteza, decorrente de dois objetivos antagônicos que vem sendo sinalizados pelo governo. De um lado, ampliar gastos com programas sociais; do outro, ficar atento à âncora fiscal e expectativas dos agentes em um ambiente econômico complexo”, disse ele.

Como se um socialista assumindo o comando da Fazenda não fosse suficiente, no último dia 13, Lula fez a Câmara dos Deputados aprovar uma alteração na Lei das Estatais, de modo a permitir que seu colega de partido, o ex-ministro e ex-parlamentar Aloizio Mercadante, pudesse assumir a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Atualmente, a lei exige que indicados com participação na “estruturação e realização de campanha eleitoral” fiquem sob quarentena de 36 meses (3 anos), mas os deputados mudaram o prazo para 30 dias. Mercadante foi coordenador da campanha de Lula nestas eleições e é presidente da Fundação Perseu Abramo, que assessora o PT, por isso não pode assumir o BNDES dentro da atual lei. Ao invés de cumprir a lei, que trouxe avanços inegáveis, Lula quer mudar a lei para tornar o que é imoral e ilegal em “apenas” imoral. O texto agora segue para o Senado e em seguida para a sanção presidencial.

Ao anunciar Mercadante, Lula, por sua vez, garantiu que “vai acabar a privatização no país”. Claro, quanto menos empresas estatais, menos cargos, orçamento e contratos para distribuir para sua turma.

Além de deixar claro que a suposta frente ampla pela democracia é, na verdade, uma frente restrita pelo petismo — diferente da expectativa de um governo mais de centro dos ditos defensores da democracia que votaram no ex-condenado —, a escolha de Mercadante para o comando do BNDES sinaliza que Lula segue não dando a mínima para a segurança jurídica e o combate à corrupção no país. Além de acabar com o teto de gastos, antes de iniciar o governo, Lula quis alterar a Lei das Estatais para iniciar o aparelhamento das estatais, velha prática petista. Se não bastasse, Lula quer que o BNDES volte aos seus dias de “glória” (para os petistas e para os governos socialistas da América Latina, é claro), das políticas falidas como a dos campeões nacionais, que fazia concorrência desleal com o mercado de capitais e favorecia as empresas amigas dos políticos.

A mudança na Lei das Estatais também representa o desdém à independência das estatais. “Por que a independência dos dirigentes importa? Isso deriva do fato que a atividade política naturalmente investe mais no curto prazo que no longo: eleitores julgam políticos muito mais pelo que os afeta nos próximos meses do que nos próximos anos. E os políticos bem sucedidos têm que ser responsivos a isto”, explica o doutor em Economia, ex-conselheiro do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e consultor legislativo da Câmara dos Deputados, César Mattos. Para ele, a destruição da quarentena para assumir as estatais e a consequente captura delas pelos políticos vai na contramão da geração de riqueza e prende o país ao histórico de baixo crescimento.

Antes mesmo de ser anunciado por Lula, Mercadante confidenciou ao Estadão que o BNDES deveria ficar vinculado ao novo ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e que iria fortalecer o financiamento de longo prazo do BNDES. “Somos contra a visão de um BNDES acanhado e sem capacidade de financiamento. O BNDES precisa ser uma fábrica de projetos e estimular startups”, disse Mercadante ao Estadão. Ao anunciar Mercadante, Lula, por sua vez, garantiu que “vai acabar a privatização no país”. Claro, quanto menos empresas estatais, menos cargos, orçamento e contratos para distribuir para sua turma.

O Brasil não pode ficar fadado a suportar marxistas e desenvolvimentistas na condução da economia nos próximos anos: um caminho espinhoso e sufocante que atrasará o enriquecimento da população.

E, como era de se esperar, o nome de Mercadante não foi bem recebido pelo mercado financeiro e pelo setor produtivo. “Desde segunda-feira, investidores davam sinais de nervosismo com a possibilidade de ele assumir o posto. Na terça-feira, a Bolsa, que alternou altas e baixas antes da declaração de Lula em evento de agradecimento aos grupos da transição, fechou em baixa de 1,71%, aos 103.540 pontos, e zerou os ganhos do ano. O dólar subiu 0,05%, a R$ 5,31, na contramão do movimento visto no exterior, de queda da moeda americana após a divulgação de dados de inflação nos EUA. No mercado de juro futuro, houve aumento das taxas para os próximos anos. O contrato do depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 subiu de 13,41% para 13,65%”, publicou, logo após Mercadante ser anunciado, a Agência O Globo.

E Haddad escolheu o economista heterodoxo e professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Guilherme Mello, para ser secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Guilherme Mello fez parte da equipe de transição e defende “a priorização da política social e um Estado com o papel de prover investimentos”. Ele também é crítico da austeridade fiscal e a favor do protecionismo comercial, conforme apurou o Metrópoles. As prioridades de Mello são o fim da regra do teto de gastos e a criação de um novo arcabouço fiscal. Além disso, Mello também critica a reforma trabalhista do governo Michel Temer sob a alegação de que ela “ampliou a precarização” do trabalho, típico discurso sindical. É mais um economista da esquerda regressista que, se tiver sucesso em aplicar suas ideias, levará o Brasil na contramão do crescimento econômico sustentável.

Outros nomes foram anunciados para a equipe econômica, como o do advogado Marcos Barbosa Pinto, que será secretário de Reformas Econômicas. Barbosa Pinto trabalhou com Haddad no Ministério da Educação, onde ajudou a formular o Prouni. Ele também foi diretor de Mercados de Capitais do BNDES no governo de Jair Bolsonaro, onde atuou por um curto período de tempo. O auditor fiscal Rogério Ceron vai comandar a Secretaria do Tesouro. E a Receita Fiscal ficará com o advogado Robinson Barreirinhas. Ambos quadros sérios que amenizam o temor do mercado.

O Brasil não pode ficar fadado a suportar marxistas e desenvolvimentistas na condução da economia nos próximos anos: um caminho espinhoso e sufocante que atrasará o enriquecimento da população. Mas esses problemas não esperaram Lula vestir a faixa presidencial para se materializarem.

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Além do furo do teto de gastos, o aumento dos privilégios da elite do funcionalismo já foi coroado pelos parlamentares: na última terça-feira (20), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de decreto legislativo para aumentar os salários do presidente da República e do vice, de ministros, deputados e senadores entre 2023 e 2025. O projeto estabelece que os membros do Executivo e do Legislativo tenham os mesmos vencimentos pelos próximos três anos. “A partir do dia 1º de janeiro, todos receberão R$ 39.293,32. E, a partir de 1º de abril, os vencimentos serão de R$ 41.650,92. Depois disso, os salários serão reajustados anualmente: R$ 44.008,52 em 2024 e R$ 46.366,19 em 2025”, reportou o jornalista Augusto Fernandes, do R7 de Brasília. Os parlamentares ainda vão receber uma ajuda de custo equivalente ao valor do subsídio no início e no fim do mandato, para compensar gastos com mudança e transporte. Por ser um decreto legislativo, caso aprovado pelo Senado, o projeto dispensa a sanção do presidente da República e vira lei imediatamente.

Para completar a bomba no colo dos brasileiros, a Câmara dos Deputados aprovou também um reajuste de 18% no salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), que passarão a ganhar R$ 46,3 mil. O aumento será dividido em três parcelas e faz parte de um pacote de 11 projetos de uma série de aumentos. O salário dos ministros do STF é o teto do funcionalismo público, então haverá efeito cascata sobre os salários de todos os outros servidores. Só no Judiciário, o efeito cascata custará R$ 13 bilhões aos pagadores de impostos.

Com o aumento das políticas intervencionistas na economia, retrocessos na abertura de mercado, aumento de privilégios e gastos no funcionalismo público de alto escalão, assassinato do teto de gastos (e da responsabilidade fiscal) e paralisação das privatizações, é difícil esperar que os brasileiros tenham um feliz ano novo. Mesmo assim, precisamos contar com a pressão dos cidadãos sobre a equipe econômica de Lula para que as consequências e os retrocessos sejam menores. O Brasil precisa seguir no caminho da abertura de mercado, da responsabilidade fiscal e das privatizações para prosperar de forma sustentável, sem recorrer às velhas práticas políticas que garantiram o nosso atraso até aqui.


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GOVERNADORES NÃO VÃO FAZER OPOSIÇÃO SISTEMATICA AO NOVO GOVERNO

 


Aliados de Bolsonaro recorrem ao pragmatismo para lidar com governo Lula
Por
Jorge de Sousa, especial para a Gazeta do Povo


Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador eleito de SP, deve adotar uma postura pragmática em relação ao presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT)| Foto: Douglas Gomes/Divulgação

Alguns governadores e parlamentares eleitos com o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) têm adotado discursos independentes e com acenos ao diálogo com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Um dos principais exemplos é o governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-ministro da Infraestrutura escolheu o presidente do PSD, Gilberto Kassab, como homem forte da gestão, deixando aliados de Bolsonaro em cargos secundários da equipe de governo – com exceção da pasta de Segurança Pública, que ficará sob o comando do deputado Capitão Derrite (PL).

Entre as nomeações feitas estão os médicos Eleuses Paiva (PSD) para a Secretaria da Saúde) e Esper Kallás para chefiar o Instituto Butantan. Ambos fizeram críticas públicas às medidas adotadas por Bolsonaro durante a pandemia da Covid-19, em especial pelo atraso no início da vacinação contra a Covid-19.

Em entrevista à CNN Brasil, Tarcísio chegou a mencionar que nunca foi um “bolsonarista raiz”, mas que defende temas que também são caros ao presidente. “A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal. Sou cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra cultural”, declarou. Uma das intenções do governador eleito no começo do mandato é tratar com Lula sobre o leilão do Porto de Santos, diante da sinalização do futuro ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França (PSB), de que o maior complexo portuário da América Latina não será concedido à iniciativa privada.

Outro aliado importante de Bolsonaro nos últimos anos, o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também tem admitido uma relação “republicana” com Lula, desde que os interesses do estado sejam respeitados pelo petista.

“Se o presidente eleito propor uma boa reforma tributária, uma boa reforma administrativa, eu vou lá para Brasília apoiá-lo na mesma hora porque o que o Brasil precisa é de reformas”, declarou Zema em entrevista ao Poder360.

Lula também conseguiu se aproximar de governadores aliados de Bolsonaro devido a questões ambientais envolvendo a Floresta Amazônica. Com o auxílio do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB), alguns políticos da região conversaram com o petista durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27). O principal foco das conversas foi fomentar investimentos em desenvolvimento sustentável nos estados com território amazônico.

Dialogaram e levaram propostas a Lula os governadores do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), do Acre, Gladson Cameli (PP), e do Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). “Eu não preciso de alinhamento político, mas preciso de diálogo com o governo federal. O Estado e o governo são estruturas que caminham automaticamente. As coisas não deixam de funcionar e isso é normal no processo democrático”, pontuou Lima ao UOL.

Na região Sul, os governadores do Paraná e Santa Catarina, Ratinho Junior (PSD) e Jorginho Mello (PL), também já sinalizaram publicamente que irão manter diálogo com Lula. Ratinho inclusive apoiou, durante jantar do partido, a ideia de Kassab de integrar a equipe de governo do petista. O governador eleito do Sergipe, Fabio Mitidieri (PSD) também apoiou a decisão. O PSD deve integrar a base de Lula no Congresso e, a princípio, comandar dois ministério do novo governo. As indicações serão oficializadas nesta semana. Os cotados são os senadores Alexandre Silveira, para o ministério das Minas e Energia, e Carlos Fávaro, para a Agricultura.

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PT contou com votos de aliados de Bolsonaro para aprovar PEC fura-teto


A PEC fura-teto foi aprovada no Congresso com ajuda de parlamentares que integram a base do atual governo, inclusive do partido de Bolsonaro, o PL, que prometeu fazer oposição a Lula. Dez deputados e três senadores votaram a favor da proposta, inclusive os deputados Flávia Arruda (DF) e Josimar Maranhãozinho (MA) e os senadores Eduardo Gomes (TO), Wellington Fagundes (MT) e Zequinha Marinho (PA). Outros aliados que votaram a favor da PEC foram o ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e o ex-líder do governo Bolsonaro no Senado Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

A emenda garantiu a expansão do teto de gastos públicos em R$ 169 bilhões em 2023, viabilizando a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600 com um complemento de R$ 150 para cada criança de até seis anos.

A votação na Câmara teve como principal articulador o presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), um dos principais cabos eleitorais de Bolsonaro no Nordeste durante a campanha eleitoral. Lula conversou pessoalmente com Lira nas semanas e dias que antecederam a votação na Câmara, negociando para que a PEC tivesse o número de votos necessário. A postura do deputado é pragmática, já que interessa a ele o apoio da bancada do PT para que seja reeleito presidente da Câmara dos Deputados, em fevereiro de 2023.

O PP, que formou a coligação de apoio a reeleição de Bolsonaro, ainda não informou qual posição adotará em relação ao governo Lula. A tendência é de que declare independência, liberando votos dos deputados e senadores do partido. O ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI) tem defendido que a legenda seja oposição, mas ao menos metade dos deputados eleitos para a próxima legislatura estão alinhados a Lula.

O Republicanos, outro partido que apoiou Bolsonaro nas eleições, também não será oposição e afirmou adotar uma postura independente em relação a Lula. O presidente da legenda, Marcos Pereira, disse que votará com governo petista caso sejam apresentadas propostas “de interesse popular e social”, embora saliente que a legenda votará contra projetos que firam a liberdade econômica, religiosa e que sejam contrárias aos princípios do Republicanos.

Movimentos políticos repetem história

Esses movimentos feitos pelos governadores e parlamentares após uma derrota eleitoral não são inéditos.

“O sistema eleitoral proporcional de lista aberta para a eleição da maioria dos cargos legislativos produz uma grande fragmentação partidária. Nenhum presidente eleito após a redemocratização viu seu partido ter maioria no Congresso Nacional, muito longe disso. A construção de maiorias, de coalizões após as eleições é o efeito imediato, envolvendo, inclusive, partidos que durante o pleito estavam em campos opostos”, pontua o cientista político Rodrigo Horochovski.

Enquanto o futuro político de Bolsonaro é incerto – embora ainda goze de amplo apoio popular – o cenário para Lula, na visão dele, tende a ser favorável em um primeiro momento, em especial pelo canal de diálogo aberto com os governadores.

“Dentro do presidencialismo de coalizão, os governadores têm papel de destaque. Nesse sentido, a aproximação desses nomes do centro e centro-direta favorece, sem dúvida, a governabilidade”, menciona.


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EQUIPE DE LULA TEME ATENTADOS NO DIA DA POSSE

 il e Mundo Posse de Lula - Alckmim

Segurança redobrada para a posse de Lula

Byvaleon

Dez 28, 2022

Cuidado

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

BRA300. BRASILIA (BRASIL), 09/12/2022.- El presidente electo de Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, abandona una conferencia para anunciar los nombres de los nuevos ministros de su futuro gobierno hoy, en Brasilia (Brasil). Lula da Silva, anunció este viernes los nombres de los ministros de Hacienda, Defensa, Relaciones Exteriores, Justicia y Presidencia, los primeros confirmados por el líder progresista para su futuro Gobierno, cuando asuma el cargo el 1 de enero de 2023. EFE/ Andre Borges


Segurança do presidente eleito Lula afirma que não há motivos para se preocupar com a cerimônia de posse| Foto: André Borges/EFE

A organização da posse de Lula está tomando cuidados redobrados. O futuro ministro da Justiça recomendou que seja refeita a programação. O local está todo isolado já, ali na região da Praça dos Três Poderes, a parte final da Esplanada dos Ministérios. Fala-se até em Lula ir de carro blindado.

Acampamentos ameaçados
Tudo isso depois que se descobriu esse George Washington cheio de munição e de armas, inclusive com bombas. Eu vi a audiência de custódia dele em que ele confirma isso. Inclusive, confirma que estava naquela tentativa de invasão da Polícia Federal outro dia e que frequentava o acampamento lá na frente QG, com isso ele respingou sobre o acampamento e querem tirar o acampamento à força a partir do dia 1º de janeiro.

O papel de Bolsonaro e de Lula
Acampamentos e vigílias em todo o país na frente dos quartéis estão mostrando  a realidade, talvez, para o novo governo. O presidente Lula está agindo como se tivesse ganho a eleição por 80 a 20. E o presidente Bolsonaro está agindo como se tivesse perdido a eleição por 80 a 20. E o resultado da eleição, é bom que os dois tenham isso em mente, foi de 50,9% para um e 49,1% para o outro. Então foi praticamente um empate.

Os dois têm que agir como representantes de uma metade do país, um em uma oposição e o outro no governo. E tocar as suas funções. Se não fica errado, não representa a realidade e o povo sabe qual é a realidade. O povo sabe.

Um acerto de Lula

Enquanto isso, um acerto, eu acho que é o primeiro acerto “na mosca” do novo presidente, na escolha do ministro da Agricultura. O senador Carlos Fávaro, de Mato Grosso, que já foi presidente da Pró-Soja, que é a maior entidade do agro, dos produtores de soja e milho, e foi presidente da cooperativa de Lucas do Rio Verde, que também é outra coisa gigantesca.

Foi vice-governador de Mato Grosso, foi secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, apoiou Lula na eleição ao lado de Blairo Maggi, que também foi o governador e foi ministro. E, como ministro, ele tem a mesma cabeça de Tereza Cristina, ex-ministra de Bolsonaro, de Mato Grosso do Sul, que se elegeu senadora. É de tecnologia, de modernidade, não tem mais aquela agricultura da enxada.

Agro em alta  
Ele vai sofrer bastante com a esquerda retrógrada que se autodenomina progressista. Não sei se vai sofrer com o Ministério do Meio Ambiente, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Eu sei que o Roberto Rodrigues, quando foi ministro da Agricultura, de Lula, lá atrás, sofreu bastante por causa do atraso e a agricultura venceu, o agro venceu. Mas Lula está dando agora um sinal para o agro, dizendo “olha aqui o representante de vocês”. Acho que isso é muito importante.

Uma cadeira para Tebet
E acabou também dando lugar para Simone Tebet (MDB), de Mato Grosso do Sul, que está terminando o mandato dela como senadora. Tem mais um mês de mandato. Vai ser ministra do Planejamento. Não precisava ter, tanto que estava dentro de uma Secretaria lá do Paulo Guedes. Mas a Secretaria do Planejamento vai perder alguns programas e algumas gestões. Ela entra já desmuniciada.

Mas, enfim, Lula precisa dizer para os que o apoiaram, que ele está também recebendo no seu governo os outros, embora o cerne, seja petista do novo governo. Mas tem que pensar muito e eu acho que, por exemplo, o ministro da Justiça não está pensando nisso, que foi quase empate, que o país está dividido de Brasília.


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BOLSONARO NÃO VAI DAR POSSE AO LULA

 

Para não passar faixa a Lula e vai para resort onde Trump tem casa

Foto: Alan Santos/ PR – 10/03/2020

Por Felipe Frazão

Presidente avaliava fazer um pronunciamento, mas foi aconselhado a desistir da ideia por risco jurídico em meio à manifestações extremistas, afirmam aliados

BRASÍLIA – A três dias do fim de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro despede-se antecipadamente do País. Bolsonaro viajará nos próximos dias aos Estados Unidos e deverá passar a virada do ano recolhido em um condomínio-resort na região de Orlando, na Flórida.

Aliados de Bolsonaro disseram que o presidente avaliava fazer, antes de decolar, um pronunciamento à nação, ainda incerto. Embora alguns defendessem que ele falasse pela última vez como presidente da República, após a inédita derrota eleitoral no cargo, Bolsonaro foi aconselhado a abortar a ideia, por causa do risco jurídico de incendiar manifestações de extremistas.

Um conselheiro próximo e amigo do presidente avalia que Bolsonaro perdeu o timing e que agora seria melhor deixar para mandar mensagens a seus apoiadores após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo ele, o discurso do presidente pode lhe trazer problemas com a Justiça, se provocar uma mobilização ainda maior de bolsonaristas que contestam a eleição de Lula e cobram um golpe de Estado – parte deles envolveu-se em tentativas de provocar explosões que vem sendo caracterizadas como atos de terrorismo por autoridades do governo do Distrito Federal e ministros de Lula.

Jair Bolsonaro desembarca em Jacksonville, na Flórida, durante viagem oficial em 2020.
Jair Bolsonaro desembarca em Jacksonville, na Flórida, durante viagem oficial em 2020. Foto: Valdenio Vieira/ PR – 10/03/2020

Por outro lado, se optar por um tom ameno, Bolsonaro pode decepcionar e desmobilizar muitos de seus seguidores, pondera esse mesmo auxiliar presidencial.

A viagem à Flórida estava prevista desde a semana passada, segundo auxiliares do presidente, que indicaram que ele viajaria nesta quarta-feira, 28. Na noite de terça, contudo, o presidente negou à emissora CNN que deixaria o País na data indicada ― sem fazer referência a qualquer data futura.

Na viagem, o presidente não deve ser acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Nesta terça-feira, a filha do casal, Laura Bolsonaro, fazia compras normalmente num shopping de Brasília.

Bolsonaro também nomeou os oito servidores a quem tem direito na sua equipe de ex-presidente, com salários custeados pela União. Entre eles, estão militares e atuais assessores na Presidência da República.

Bolsonaro passou o Natal no Palácio da Alvorada em Brasília, sem a presença de seus filhos mais velhos. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro estavam com a mãe deles, Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do presidente. O vereador no Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos) não estava presente.

Bolsonaro deve usar o avião presidencial. A previsão é que ele se hospede em um condomínio fechado, onde o ex-presidente norte-americano Donald Trump também possui uma casa.

A viagem tem sido motivo de críticas. O futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, deputado federal do PT por São Paulo, disse que o presidente “fugiu” do Brasil e se mostrou um “líder de barro”, segundo ele incapaz de liderar a direita.

Para o futuro ministro do Palácio do Planalto, o presidente “incitou hordas bolsonaristas a desrespeitarem a eleição e a constituição e a transformar as frentes de quartéis em verdadeiras em incubadoras de atos violentos”.

Como o Estadão mostrou, aliados do presidente já previam que ele optasse pelo isolamento após a derrota, apesar do capital político e mesmo diante de gestões de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que atuasse na oposição a Lula.

INSENSATEZ POLÍTICA É FAZER ESCOLHAS CONTRÁRIAS AOS INTERESSES DO PAÍS

 

O Reino Unido decidiu sair da União Europeia, a Rússia se imolou ao iniciar a guerra com a Ucrânia e o Brasil dobrou a aposta no populismo

Por Luiz Felipe D’Avila

No seu livro seminal, A Marcha da Insensatez, Barbara W. Tuchman define a insensatez política como a arte de fazer escolhas contrárias aos interesses do país. A sua definição de insensatez compreende três critérios. Primeiro, a decisão precisa ser considerada insensata na época em que foi tomada. Segundo, é necessário que houvesse alternativas plausíveis à escolha insensata. Terceiro, a decisão política não pode ser apenas de um governo, mas de um grupo de cidadãos. Esses critérios revelam como as nações tomam decisões contrárias ao seu próprio interesse. Assim, o Reino Unido resolveu sair da União Europeia por meio de um plebiscito (Brexit), a Rússia se imolou ao iniciar a guerra com a Ucrânia e o Brasil dobrou a aposta no populismo, elegendo Lula da Silva presidente.

A ilusão traz novas desilusões porque a realidade não se enquadra na moldura das nossas fantasias. Aqueles que votaram em Lula pensando que elegeriam o mal menor começam a se arrepender. Descobriram que Lula não aprendeu nada e não esqueceu nada. O discurso de sua diplomação revela a velha retórica do salvador da pátria. A fala do redentor que “salvou” a democracia do autoritarismo, do mal maior e da mentira apenas mostrou a sua mesquinharia, sectarismo e incapacidade de construir pontes, pacificar o País e diminuir a tensão numa nação polarizada. Deixou claro que vai governar como líder da facção, e não como o presidente de todos os brasileiros.

As bravatas de Lula são preocupantes. A ameaça de revisitar marcos consolidados do avanço institucional – como a reforma trabalhista, a Lei das Estatais e o Marco do Saneamento – contribui para aumentar a insegurança jurídica, afugentar investimento privado e ressuscitar o pesadelo do aparelhamento político das estatais e da máquina pública que gerou os escândalos de corrupção como o mensalão e o petrolão.

Seu empenho na manutenção da imoralidade do orçamento secreto retrata o velho PT, que governa loteando cargos e verbas para garantir a “governabilidade”. O repúdio à reforma administrativa e às privatizações são um tiro no pé de uma nação que precisa adotar critérios objetivos para mensurar a eficácia das políticas públicas e melhorar a qualidade do serviço público. Esses sinais revelam que o PT continua aprisionado ao passado tanto nas ideias como nas suas práticas execráveis.

O problema é que a miopia política petista pode nos levar a desperdiçar uma oportunidade única de transformar o Brasil numa potência global. Na era da economia de baixo carbono, o País possui três vantagens comparativas: meio ambiente, energia limpa e agricultura sustentável. O Brasil tem capacidade de capturar metade da emissão de carbono do mundo e se tornar a primeira grande economia carbono zero. Mas esse potencial só será convertido em riqueza, renda e emprego se o governo e o mercado estiverem em sintonia.

O mercado precisa de regras previsíveis para investir no plantio de árvores em terras degradadas e na bioeconomia. Já o governo tem de frear o desmatamento, impondo embargo automático de áreas desmatadas, e combater o crime organizado que domina parte do território brasileiro e controla a indústria da grilagem de terras, da mineração ilegal e da biopirataria.

O espetacular avanço do investimento privado em energias renováveis, como solar e eólica, contribuiu para transformar a nossa matriz energética na mais limpa do mundo. Mas o setor elétrico carece de investimento em geração distribuída e em termelétricas de gás e biodiesel para garantir a estabilidade do fornecimento de energia. O investimento não virá se o governo cultivar sua animosidade ideológica em relação ao mercado e ao setor privado.

O agronegócio brasileiro alimenta o mundo, preserva o meio ambiente e investe em recuperação de pastagens degradadas com programas de integração de pecuária, lavoura e floresta. Mas, para encorajar o agronegócio a produzir bens de maior valor agregado, será preciso assegurar a inviolabilidade da propriedade privada e estimular o investimento em infraestrutura e em pesquisa e desenvolvimento. Um governo que demoniza o agronegócio demonstra o seu descaso com o setor mais competitivo e exportador da economia.

Para evitar os efeitos nefastos da marcha da insensatez, é preciso adotar três atitudes:

1) Não espere nada de um governo presidido por um populista. Imprensa, sociedade civil e governos subnacionais precisam se mobilizar para pressionar o Congresso e o governo a evitar retrocessos institucionais, como é o caso da deformação da Lei das Estatais.

2) Procure trabalhar em parceria com Estados e municípios. Elegemos uma boa safra de governadores. Pragmáticos e realistas, os governadores e prefeitos buscam investimento privado e se empenham para facilitar a vida de investidores que geram renda e emprego locais.

3) Vote bem. Enquanto elegermos governantes populistas, seremos um país condenado ao subdesenvolvimento, ao baixo crescimento econômico e a conviver com uma democracia debilitada. Nós somos fruto das nossas escolhas.

Boas festas!

*

CIENTISTA POLÍTICO, AUTOR DO LIVRO ‘10 MANDAMENTOS – DO BRASIL QUE SOMOS PARA O PAÍS DE QUEREMOS’, FOI CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

EMPRESAS SÃO VISTAS ATRAVÉS DOS DESIGNS

 

Grupo Mostra de Ideias (GMI) – Rodrigo Bernardino, CEO do GMI

CEO ressalta que design é um dos setores de maior importância pois traduz de maneira visual como as empresas são vistas pela sociedade

Muitas empresas estão buscando investir em espaços de criação para agregarem valor a marca. As agências perceberam que o implemento de um setor criativo enriquece as ideias e possibilita transformar problemas em soluções. Por meio dessa área, o profissional responsável atua nos objetivos dos seus clientes, evidenciando a importância de um olhar atento para a qualidade da sua empresa.

De acordo com os dados da SmarTalk, publicada pelo Marketing Digital, cerca de 89% das empresas afirmam que o investimento em design aumentou o faturamento, sendo que 50% desse investimento foi feito em design gráfico. O estudo ainda destacou que uma boa identidade visual pode trazer resultados positivos a uma marca, com vantagens diretas em vendas e em faturamento.

Assim como em outras agências de comunicação, o Grupo Mostra de Ideias (GMI) implementou um setor criativo em sua composição. Por meio de várias frentes de atuação, incluindo comunicação corporativa, audiovisual e imprensa, essas áreas, em conjunto com o design, contribuem para o funcionamento holístico das atividades realizadas aos seus clientes.

“O design é um dos setores dos quais tenho um orgulho muito grande porque, além de ser um dos alicerces da empresa, e responsável por traduzir de maneira visual como o grupo é visto pela sociedade. Além disso, pude acompanhar o seu desenvolvimento do zero, observando de perto toda a evolução, desde os primeiros passos e peças produzidas até chegar no GMILabs, um espaço totalmente personalizado e idealizado para potencializar o processo criativo de nossos colaboradores”, disse Rodrigo Bernardino, CEO do GMI.

O objetivo da agência desde a criação do setor de design é se desenvolver cada vez mais criando peças de maneira positiva e eficiente. Por isso, este mês, pensando em se reinventar por meio da identidade visual do grupo, e modernizando o reconhecimento da marca no mercado, a agência lançou a nova logomarca. O foco da identidade visual é transmitir os valores e as características da empresa para se diferenciar no mercado.

“A nossa empresa está em constante movimento, sempre antenada nas mudanças do mundo e principalmente da sociedade em que atua. Com isso, essa nova identidade evidencia nossa maturidade e o novo momento pelo qual a marca vem passando. Já construímos ao longo dos anos uma história sólida e que traz credibilidade em nossas atividades e projetos e queremos continuar fazendo isso, impactando positivamente os negócios”, destaca Bernardino.

O head de design e criador da identidade visual, David Teixeira, destaca que o desenvolvimento do GMILabs foi essencial para o processo de criação perante os clientes e para a inovação da nova identidade visual. Isso possibilitou à equipe repensar na marca de acordo com o momento atual da empresa.

“A criação do GMILabs foi importante para a empresa por juntar uma unidade criativa dentro de um espaço exclusivo em que o nível da conversa se torna diferente comparado às outras extensões da empresa. Aceitei com muito carinho e respeito o desafio do nosso CEO de construir a nova identidade do GMI e durante meses estudei e mergulhei na história do grupo e no que observei durante os anos de trabalho, buscando trazer a essência desse projeto do qual tenho orgulho de fazer parte”, comenta David.

Dia da Criatividade: como ir além das ideias habituais

 Danielle H. Admoni – Psiquiatra

Celebrado em 17 de novembro, o Dia da Criatividade nos convida ao desafio de ser inusitado 

A criatividade, por definição, é “a originalidade; de quem tem capacidade, inteligência e talento para criar, inventar ou fazer inovações na área em que atua. A capacidade de inventar, de criar, de compor a partir de um propósito”.

“Na realidade, todos somos criativos. A diferença está no quanto cada um exercita e estimula sua mente. Mas, com a rotina atribulada e o consequente estresse diário, fica difícil não ter a mente sempre sobrecarregada. A boa notícia é que há formas de enfrentar o bloqueio criativo e não perder a habilidade de se reinventar”, afirma Claudia Petry, pedagoga e professora no Instituto de Parapsicologia e Ciências Mentais de Joinville (SC).

E como funciona o processo criativo?

De acordo com a psiquiatra Danielle H. Admoni, preceptora na residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria); a criatividade é determinada por processos cerebrais complexos que envolvem a interação entre os dois hemisférios cerebrais.

“Foi quebrado o mito de que hemisfério esquerdo é responsável pelo lógico e realista, e que o hemisfério direito, pelo criativo e intuitivo. Praticamente todas as áreas cerebrais estão envolvidas no processo criativo. Aliás, mais do que as áreas cerebrais envolvidas, são importantes os circuitos que conectam essas diversas áreas e a forma como eles interagem para produzir tudo o que constitui a nossa mente”.

Criatividade é mais do que uma epifania

Há quem pense que o ato criativo surge do “nada”, como um momento súbito de inspiração. Não é bem assim. Segundo Claudia Petry, o ato criativo é o resultado final de um processo que se desenvolve desde a elaboração (consciente e inconsciente) até a realização da ideia.

“Uma pessoa altamente criativa é aquela capaz de trazer algo novo ou inusitado, que foge aos padrões habituais já conhecidos. A criatividade depende, em parte, da inteligência, das habilidades e da bagagem cultural da pessoa. No entanto, para aprofundar sua criatividade, o indivíduo precisa ter um objetivo em mente, um desafio, algo que faça alavancar ideias diferenciadas. Na pandemia, por exemplo, muitos foram obrigados a se reinventar, já que a situação anterior foi toda modificada. Nesse momento, ser criativo se tornou praticamente uma imposição para contornar as adversidades que ninguém estava preparado para enfrentar”, pontua a especialista.

 Segundo um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, publicado no site The Conversation, a criatividade envolve uma interação complexa entre o pensamento espontâneo e o pensamento controlado, ou seja, a capacidade de pensar espontaneamente em ideias e avaliá-las deliberadamente para determinar se elas realmente funcionarão.

O desafio de ser inusitado

A estimulação da criatividade começa já na infância, quando se oferece a chance de desenvolver habilidades de modo amplo, diversificado, dando a liberdade de buscar novos interesses e experimentar novas atividades. “Essa abertura a diversas possibilidades permite ter um desenvolvimento criativo mais amplo em comparação a alguém restrito a atividades comuns, limitadas ou repetitivas”, reforça Danielle Admoni.

Para a psiquiatra, desenvolver criatividade depende da ruptura de possíveis padrões rígidos de pensamento já bem estabelecidos, do desenvolvimento do interesse por outros modos de pensar e experimentar, fugindo daquilo que a pessoa já está acostumada.

“Muitas vezes, esse desenvolvimento depende de um acompanhamento psicoterápico, uma vez que, frequentemente, a pessoa não consegue por si mesma fazer essa ruptura, esse movimento de liberdade. A boa notícia é que estar aberto ao novo já é um importante passo para se livrar do lugar comum”, finaliza Danielle Admoni.

ValeOn UMA STARTUP INOVADORA

A Startup ValeOn um marketplace que tem um site que é uma  Plataforma Comercial e também uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um forte relacionamento com a tecnologia.

Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades do mercado.

Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o mercado já oferece para se destacar ainda mais.

Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.

inovação é a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas pelo mercado.

Nossa startup procura resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.

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terça-feira, 27 de dezembro de 2022

FORÇAS ARMADAS ESTÃO CALADAS E VÃO FALAR NA HORA CERTA

 

David Nasser – Publicado na revista “O Cruzeiro” em

15 de fevereiro de 1964.

“Enganam-se aqueles que veem no Exército Brasileiro – cerne das

Forças Armadas – simples massas de manobra. Mais de uma vez tenho dito

que, no momento certo, o grande mudo falará.

Daí o meu desacordo aos apelos oposicionistas – e quem vos escreve

é maciçamente um homem de oposição – para que os civis democratas se

armem e enfrentem as legiões sindicalistas mobilizadas pelos desordeiros,

os grandes e os pequenos. A aceitar tranquilamente a tese do nobre e lúcido

brasileiro que é o Deputado Bilac Pinto, de que temos que nos armar para a

luta nas cidades, nas ruas, nas fazendas, nas casas – estaríamos retirando

das forças armadas brasileiras o crédito de confiança que elas nunca nos

desmereceram.

É preciso admitir – e aceitar – o fato de que o conceito de legalidade

não é o mesmo para todos. Os militares têm deveres capitulados, muito bem

definidos em regulamentos simples, claros e rígidos. Não se parecem, esses

freios, com as linhas fluidas da legalidade civil – isto é – a legalidade como

nós, civis, a vemos e a interpretamos.

Entendem, os militares, que não compete a eles a dissecação dos atos

governamentais nem o exame de sua constitucionalidade. É tarefa do

Parlamento e o Judiciário e se se omitem ou negociam em face da

inconstitucionalidade de certos atos ou de certas tendências do Executivo, o

Exército não lhes pode tomar a vez. Competiria, em última análise, ao

próprio Parlamento declarar a nulidade destes atos, coibir essas tendências

– e recorrer dramaticamente – numa atitude histórica – ao único remédio

legal. Ante o silêncio de um, não há de estranhar-se a omissão do outro.

O Exército (e como exército se aceite a principal força militar) é o

defensor, o executor e o mantenedor da legalidade, não o seu intérprete, o

seu jurista.

Os democratas brasileiros podem confiar nas Forças Armadas que não

se condicionam à vontade unipessoal de um Ministro, por mais honrado que

ele seja – nem aos caprichos de um Almirante, por mal-intencionado que ele

seja.

Ninguém pode falar em nome do Exército Brasileiro, da marinha

Brasileira, ou da Força Aérea Brasileira – se a sua fala é antidemocrática.

Tenho repetido que os militares são simples civis de uniforme, são cidadãos

da classe média que enfrentam os mesmos problemas, sofrem as mesmas

angústias, sentem as mesmas depressões, os mesmos temores, as

dificuldades iguais às de todos os brasileiros. Dispam, imaginariamente, o

General Jair Dantas Ribeiro do seu uniforme eu o coloquem dentro de um

pijama burguês. Ninguém poderia admitir que um General de longo curso,

vindo de uma carreira de meio século a serviço da Pátria, a pudesse entregar

cegamente aos extremistas. Não deve estar longe dos ouvidos do cabo de

guerra aquela espantosa declaração de Luiz Carlos Prestes de que lutaria ao

lado da União Soviética se esta entrasse em guerra com o Brasil. E hoje são

muitos, entre os civis, os nacionalistas impatrióticos, mas, entre os militares,

constituem uma minoria irrisória, porém, atuante.

Todos nós, democratas, devemos considerar as Forças Armadas como

a base de uma santa aliança contra a invasão comunista do Brasil. Não

importa que se imagine o contrário. Não importa que este ou aquele General,

este ou aquele Coronel, pareçam engajados na mesma aventura de

destruição da nacionalidade. No momento exato, veremos que não será

necessário recorrer ao velho fuzil ou à garrucha enferrujada do civil

assustado, do fazendeiro que defende as terras de seus pais como quem

defende os sete palmos de seu destino. Na hora absoluta da decisão, eles,

os militares, estarão defendendo, contra o comunismo, que não é mais uma

utopia, mas uma realidade brutal, as suas carreiras, pois sabem que, vencidos, serão trocados por milícias operárias ou camponesas, como na terra de Fidel.

O GRANDE mudo – o Exército Brasileiro – a tudo assiste, como um

leão reumático, um velho leão do circo brasileiro, dentro da jaula, onde

prenderam a democracia. Cutucam-no, os Brizolas et caterva. Os falsos

domadores se animam, julgando que o rei perdeu a sua força. Súbito, ele

eriça a juba, o pelo se eletriza e num instante, o corpo de pé, prepara-se

para a reação. E daquele animal soberbo, que parecia emudecido para

sempre, sai um urro de fogo. O urro democrático.

Assim será com a Marinha. Assim será com a FAB. Assim será,

principalmente, com o Exército Brasileiro. O grande mudo. Porque o velho

leão, preso e espezinhado na jaula da legalidade, não está morto, embora

pareça.” (David Nasser – 15/02/1964)

“O Grande Mudo” – Escrito por David Nasser, publicado em 15/02/1964 –

Revista O Cruzeiro.