Nossa nação deve a Vossa Excelência uma reverência e uma imensa gratidão.
Tudo o que o senhor nos prometeu, cumpriu!
Foi um Presidente que honrou o cargo, com honestidade e patriotismo históricos.
Jamais na nossa história republicana um governo foi tão atacado pela
estrutura de poder que toma conta do Estado brasileiro desde a
Proclamação da República.
Nunca vimos um massacre tão grande de uma mídia sem compromisso com a verdade ou escrúpulos editoriais
Em nenhuma circunstância presenciamos um ativismo judiciário
ideológico tão escancarado e atrevido, que implantou a censura e quebrou
princípios constitucionais da liberdade de expressão, da imunidade
parlamentar e da independência de poderes.
Os livros vão registrar esses fatos.
Enfrentou uma pandemia sob acusações de ser um antidemocrata, mas
jamais praticou qualquer ato atentatório à Democracia, e se portou o
tempo todo dentro das regras da Constituição.
Foi caluniado noite e dia!
Foi – e segue sendo – traído por aliados que se acovardaram diante das dificuldades!
Foi impedido de governar!
Nunca cedeu às pressões e manteve a coerência da sua formação política e ideológica!
Contudo, apesar disso, Vossa Excelência nos entrega um país em ordem,
sem nenhuma mancha ou mácula de corrupção na sua gestão, com números
que são invejados pelo mundo todo.
Prometeu e cumpriu a diminuição da estrutura do Estado brasileiro,
com redução de cargos, revogação de legislação burocrática e com
eficiência na administração pública.
Baixou impostos e aumentou a arrecadação, equilibrando as contas públicas com o PIB em crescimento.
Fez a inflação cair, e a nossa economia crescer ante um mundo em recessão e crise.
Valorizou nossa moeda frente as mais poderosas do mundo.
Patrocinou a queda dos índices de criminalidade e combateu a corrupção de forma implacável.
Reformou a previdência.
Facilitou o empreendedorismo com legislação da liberdade econômica.
Concluiu obras públicas e modernizou a estrutura administrativa do Estado brasileiro.
Atendeu às famílias brasileiras carentes com o maior programa de
assistência social da nossa história através do “auxílio Brasil”.
No âmbito internacional promoveu acordos históricos de livre comércio
e recolocou o Brasil em lugar de destaque no âmbito da geopolítica.
No campo político acordou uma Nação adormecida, entorpecida e
descrente devolvendo-nos os símbolos e valores cívicos nacionais, com
nosso hino e nossa bandeira.
No campo eleitoral foi um líder que criou dezenas de novas lideranças que hão de mudar a condução dos destinos do país.
Despertou em milhões de brasileiros um sentido de patriotismo,
juntando a Nação em manifestações cívicas públicas históricas, de forma
pacífica e democrática.
Enfrentou um processo eleitoral e adversários que praticaram o jogo
sujo, e que – se efetivamente venceram – não puderam comemorar a vitória
com a honra da certeza dos seus méritos.
Vossa Excelência enfrentou tudo com imensa resiliência e paciência
democrática, ante um Congresso comprometido, fraco, omisso e relapso no
cumprimento das suas obrigações.
Vossa Excelência chega ao fim desse seu primeiro governo com honra de
um Estadista que luta como um leão na defesa dos valores cristãos, da
Pátria, das famílias e da Liberdade!
A semente foi lançada em terra fértil.
E está viva e germinada!
Gratidão por tudo e por tanto até aqui, Presidente!
Sua luta não foi e nunca será em vão!
Quem viver, verá!
Agora, cabe a nós patriotas e conservadores, estarmos preparados para a longa batalha que se aproxima…
Nós do JCO ainda estamos de pé, mesmo censurados e sem receber pelo nosso trabalho há mais de UM ANO.
STF deixa casos que causariam tensão com Bolsonaro para depois que ele sair do governo
Por Renan Ramalho – Gazeta do Povo Brasília
Sessão plenária do STF presidida por Rosa Weber: presidente da Corte adiou julgamentos polêmicos| Foto: Nelson Jr./SCO/STF
A
presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber, deixou para
2023 julgamentos importantes que estavam previstos para 2022. Vários
poderiam causar nova tensão na relação da Corte com o governo do
presidente Jair Bolsonaro (PL), especialmente no período eleitoral. Por
isso a ministra optou por adiá-los por tempo indefinido. E os casos
ficaram para o ano que vem, já com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na
Presidência da República.
Entre os julgamentos adiados, estão o do marco temporal para
demarcação de terras indígenas; o do indulto concedido por Bolsonaro
para perdoar a pena do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ); o caso sobre
ideologia de gênero nas escolas; e a descriminalização do aborto. Dentro
do STF, ministros avaliam que decisões de viés progressista nesses
temas tenderiam a criar menos problemas para a Corte durante o governo
de Lula.
O adiamento desses casos confirma a disposição de Rosa Weber, desde o
início de sua gestão, em setembro, de evitar decisões que colocassem o
STF novamente em embate com Bolsonaro. De perfil discreto e sóbrio, Rosa
Weber é avessa a dar declarações públicas que podem provocar polêmicas,
como costumam fazer alguns de seus colegas do Supremo. A ministra
sempre sinalizou que não daria combustível para afrontas à Corte –
inclusive na pauta de julgamentos.
Essa postura se refletiu no tempo de elaboração e divulgação da
pauta: ao contrário de seus antecessores, que anunciavam as datas dos
julgamentos com meses de antecedência, Rosa Weber optou por agendá-los
apenas semanas ou dias antes. Isso incomodou parte dos ministros – seja
porque passaram a ter prazo menor para elaborar os votos, seja porque
sentiram que precisavam de mais tempo para projetar cenários no placar e
assim avaliar o impacto de uma decisão numa ou noutra direção.
VEJA TAMBÉM: Qual será o futuro da direita após Bolsonaro deixar de ser presidente Diante do silêncio de Bolsonaro, Valdemar se “bolsonariza” para unir militância e PL PL se divide sobre apoio a Lira na eleição para presidência da Câmara e pode ter candidato avulso
Há ainda outros processos que não dependem diretamente de Rosa
Weber, mas que poderiam dar dor de cabeça para Bolsonaro e que também
ficaram para o ano que vem. É o caso do julgamento de recursos contra
decisões de Alexandre de Moraes contra o presidente e vários de seus
apoiadores no inquérito das fake news e outras investigações correlatas.
Veja, abaixo, o que envolve e como anda cada um dos casos importantes
no STF que ficaram para 2023 e que poderiam afetar a relação da Corte
com o governo Bolsonaro.
Marco temporal para demarcação de terras indígenas O julgamento
decidirá se só terão direito a demarcações de terras as tribos indígenas
que comprovarem a ocupação daquele território em 5 de outubro de 1988,
data da promulgação da Constituição. Esse critério, conhecido como marco
temporal, é contestado pelos indígenas e defendido por agricultores.
A análise da questão começou em agosto de 2021, com um voto contra o
marco temporal, de Edson Fachin, e um a favor, de Kassio Nunes Marques.
Alexandre de Moraes pediu vista, mas já liberou o caso para retomada do
julgamento no plenário. Em junho, Rosa Weber chegou a pautar as ações,
mas outros casos mais urgentes passaram na frente e não foi marcada nova
data.
Dois meses antes, em abril, Bolsonaro disse, durante evento do
agronegócio, que poderia descumprir decisão que acabasse com o marco
temporal. “Entregar as chaves para o Supremo ou falar que não vou
cumprir. Eu não tenho alternativa”, disse. O governo de Lula, por outro
lado, tende a ser mais pró-indígenas. O Ministério dos Povos Originários
vai ser criado para dar prioridade às demarcações.
Indulto a Daniel Silveira O deputado Daniel Silveira foi condenado
em abril pelo STF a 8 anos e 9 meses de prisão, acusado de ameaçar e
xingar os ministros da Corte. No dia seguinte à condenação, Bolsonaro
perdoou a pena com um decreto de indulto presidencial. A oposição,
porém, contestou a constitucionalidade da decisão e, até o momento, a
questão está pendente no STF. Desde então, o relator da ação contra
Silveira, Alexandre de Moraes, já aplicou diversas multas, que
ultrapassaram R$ 1 milhão, devido ao fato de ele se recusar a usar
tornozeleira eletrônica.
Entre auxiliares de Rosa Weber, muitos já apostavam, antes da
eleição, que ela só pautaria a questão em 2023. Com Bolsonaro fora do
Palácio do Planalto, fica mais “confortável” para os ministros derrubar
um decreto de sua autoria como presidente.
Ideologia de gênero nas escolas Sob o pretexto de combater o
bullying “homotransfóbico” no ambiente escolar, o Psol aguarda há mais
de dois anos o julgamento de uma ação proposta pelo partido para forçar
as escolas públicas e privadas a ensinar e promover a ideologia de
gênero para crianças e adolescentes.
Em novembro de 2020, o então presidente do STF, Luiz Fux, retirou o
tema de pauta. Em novembro de 2022, ele foi reinserido na agenda de
julgamentos por Rosa Weber. Mas, sem explicação, a ação novamente saiu
da previsão de julgamentos.
Descriminalização do aborto O Psol também é autor de uma ação de
2017 que busca descriminalizar o aborto até a 12.ª semana de gestação.
Ela já está instruída e pronta para julgamento no plenário do STF e,
como a relatora é a própria Rosa Weber, depende só dela marcar a data de
julgamento.
Na atual composição do STF, a tendência é que a ação seja julgada
improcedente. Mas Rosa Weber é simpática à ideia de descriminalização –
já votou assim num caso individual em 2016. Um julgamento pelo plenário,
neste momento, afastaria por um bom tempo qualquer nova tentativa de
legalizar o aborto via STF. Por isso, é possível que a ministra deixe a
Corte, em outubro, quando se aposenta, sem marcar o julgamento. Com
isso, deixaria para quem for escolhido para sucedê-la no Supremo a
tarefa de conduzir o processo para julgamento mais à frente.
Inquérito das fake news O ministro Alexandre de Moraes colocou em
julgamento, em agosto, 21 recursos contra decisões que tomou contra
Bolsonaro e seus apoiadores em quatro inquéritos. André Mendonça pediu
vista e adiou por tempo indeterminado a análise. O ministro sempre se
posicionou contra medidas mais drásticas tomadas por Moraes nas
investigações e já tentou, internamente, chegar a um acordo para
arquivá-los. Mas não teve sucesso.
Num dos recursos, a Advocacia-Geral da União (AGU), que defende
Bolsonaro, pediu o arquivamento da investigação sobre a divulgação do
inquérito da Polícia Federal (PF) sobre a invasão hacker nos sistemas
informatizados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018.
Em outro recurso, a Procuradoria-Geral da República (PGR) contestou a
decisão de Moraes de abrir um novo inquérito contra Bolsonaro a pedido
da CPI da Covid, pelo fato de ter dito, durante uma live em 2021, que
pessoas vacinadas contra a Covid estariam desenvolvendo Aids mais
rápido. Ainda não se sabe se Moraes manterá esses casos sob sua
relatoria no âmbito do STF, depois que Bolsonaro deixar a Presidência.
Vários outros alvos não têm foro privilegiado, mas mesmo assim são
investigados pelo ministro.
Os demais recursos foram apresentados por redes sociais, deputados e
empresários pedindo o fim do bloqueio de contas determinado por Moraes.
Ele votou contra todos os recursos.
Diante da necessidade de elevar as taxas de crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB), como condição para perseguir a meta de dobrar a
renda por habitante até 2050, o Brasil vai começar 2023 com uma
prioridade impositiva por si mesma: fazer o PIB crescer a taxas
superiores à média das duas últimas décadas. Praticamente não há
discordância de que essa é a prioridade socioeconômica mais importante,
inclusive porque dela dependem as melhorias em áreas sociais como
emprego, saúde, educação, saneamento e pobreza. Entre as diversas
correntes de pensamento econômico há concordância quase geral que o
aumento do PIB é a prioridade maior e que a taxa de crescimento deve ser
constante e superior à taxa de aumento da população. Há tendência de
que o crescimento populacional se desacelere nas próximas décadas;
assim, caso o país consiga bom desempenho na elevação do PIB, a renda
per capita será expandida e facilitará a redução da pobreza e a
superação da miséria.
A trajetória econômica brasileira foi atropelada pela pandemia
mundial, pela crise hídrica longa e pela guerra entre Rússia e Ucrânia,
quadro esse que disseminou recessão em várias partes do mundo. O Brasil
tem a difícil missão de encontrar caminhos e políticas capazes de elevar
a taxa média de crescimento econômico a partir de 2023, embora essas
quatro mazelas citadas, mesmo tendo arrefecido sua incidência, continuem
produzindo efeitos negativos e sigam dificultando a recuperação do
crescimento não só no Brasil, mas em vários países. É nesse contexto que
está posta a questão sobre os caminhos alternativos e as políticas
econômicas mais adequadas para colocar a economia na rota de um
crescimento expressivo.
A rigor, o Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas
dúvidas e incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.
Entre outras, há duas questões colocadas no quadro das opções para
promover a expansão da economia: uma é buscar o crescimento por meio da
expansão do consumo agregado (consumo das pessoas mais consumo do
governo); outra é priorizar o crescimento pela expansão do investimento
(investimento das empresas mais investimento do governo). Vale mencionar
que a demanda agregada total é a soma do consumo das pessoas, consumo
do governo, investimento das empresas, investimento do governo e
exportação. A exportação é uma variável que se divide em vendas ao
exterior de bens e serviços de consumo e vendas de bens de capital
destinados a investimentos no resto do mundo. A metodologia de
contabilidade macroeconômica soma tudo na conta de “exportação”. Assim, o
crescimento nacional depende da demanda agregada nacional, sobretudo o
consumo das pessoas, o investimento das empresas e o investimento do
governo.
Em várias crises passadas, o Brasil teve sua política econômica
direcionada a promover o aumento do consumo das pessoas como meio de
induzir a produção e o emprego. Essa saída, ainda que possa ser
importante no curto prazo, é limitada, até porque grande parte do
consumo é realizada por meio de compras a crédito, de forma que é
impactada fortemente pelo grau de endividamento pessoal e pela taxa de
juros ao consumidor, além dos efeitos da inflação na corrosão da renda
pessoal.
Como o Brasil deve entrar em 2023 com elevado número de pessoas
endividadas, o aumento do consumo que ocorreu com a melhoria do emprego
após o fim do isolamento social tem potencial restrito. Segundo dados
processados em outubro de 2022, com base nas informações de setembro,
havia 68 milhões de brasileiros endividados, com nome restrito,
equivalentes a 42,5% da população maior de 18 anos (a população do país
está em 215 milhões de habitantes, dos quais 160 milhões acima de 18
anos de idade, que constituem o universo de pessoas que podem fazem
dívidas). Os devedores com nome restrito são aqueles inscritos nos
cadastros de inadimplência e, portanto, impossibilitados de contrair
novas dívidas.
VEJA TAMBÉM: A inflação desacelera, mas 2023 preocupa A recuperação contínua do mercado de trabalho A dívida pública e o autoengano O novo papel do FMI e do Banco Mundial
Isso posto, e ainda considerando que o Brasil tem elevado déficit de
infraestrutura física, o país como um todo – governo, empresas e
sociedade – deveria fazer um esforço prioritário e especial para
discutir e identificar as políticas econômicas e as leis regulatórias
capazes de estimular com ênfase o crescimento do investimento das
empresas e o investimento do governo. Além do efeito benéfico no curto
prazo em termos de geração de emprego, renda e impostos, no médio e
longo prazo a expansão da infraestrutura física e dos investimentos
empresariais melhoraria a base estrutural para apoiar taxas de
crescimento econômico sustentável, no sentido de crescimento contínuo a
taxas superiores às taxas de aumento populacional.
Porém, uma questão importante envolvendo os investimentos é que novos
projetos, novas obras, novas máquinas e equipamentos precisam trazer
consigo as tecnologias e as inovações que fazem parte da Revolução 4.0, e
que o Brasil necessitaria importar em sua maior parte. Isso requer que,
ao lado das políticas e leis estimuladoras do investimento, é
imperativo atualizar a legislação sobre a importação de tecnologias,
regulação da lei de patentes, direitos autorais e parcerias
público-privadas. Trata-se de um esforço modernizador para adequar o
país à realidade mundial quanto a esses temas, além de outros que travam
os investimentos no país. Lamentável é que esses temas não receberam
atenção nem debates profundos durante a campanha eleitoral e que
continuem pouco explorados e pouco tratados nesta reta final de formação
de novos governos estaduais e do novo governo federal. A rigor, o
Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas dúvidas e
incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.
Editorial O investimento como motor do crescimento Por Gazeta do Povo 27/12/2022 18:00 1 Imagem ilustrativa.| Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro
Diante da necessidade de elevar as taxas de crescimento do Produto
Interno Bruto (PIB), como condição para perseguir a meta de dobrar a
renda por habitante até 2050, o Brasil vai começar 2023 com uma
prioridade impositiva por si mesma: fazer o PIB crescer a taxas
superiores à média das duas últimas décadas. Praticamente não há
discordância de que essa é a prioridade socioeconômica mais importante,
inclusive porque dela dependem as melhorias em áreas sociais como
emprego, saúde, educação, saneamento e pobreza. Entre as diversas
correntes de pensamento econômico há concordância quase geral que o
aumento do PIB é a prioridade maior e que a taxa de crescimento deve ser
constante e superior à taxa de aumento da população. Há tendência de
que o crescimento populacional se desacelere nas próximas décadas;
assim, caso o país consiga bom desempenho na elevação do PIB, a renda
per capita será expandida e facilitará a redução da pobreza e a
superação da miséria.
A trajetória econômica brasileira foi atropelada pela pandemia
mundial, pela crise hídrica longa e pela guerra entre Rússia e Ucrânia,
quadro esse que disseminou recessão em várias partes do mundo. O Brasil
tem a difícil missão de encontrar caminhos e políticas capazes de elevar
a taxa média de crescimento econômico a partir de 2023, embora essas
quatro mazelas citadas, mesmo tendo arrefecido sua incidência, continuem
produzindo efeitos negativos e sigam dificultando a recuperação do
crescimento não só no Brasil, mas em vários países. É nesse contexto que
está posta a questão sobre os caminhos alternativos e as políticas
econômicas mais adequadas para colocar a economia na rota de um
crescimento expressivo.
A rigor, o Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas
dúvidas e incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.
Entre outras, há duas questões colocadas no quadro das opções para
promover a expansão da economia: uma é buscar o crescimento por meio da
expansão do consumo agregado (consumo das pessoas mais consumo do
governo); outra é priorizar o crescimento pela expansão do investimento
(investimento das empresas mais investimento do governo). Vale mencionar
que a demanda agregada total é a soma do consumo das pessoas, consumo
do governo, investimento das empresas, investimento do governo e
exportação. A exportação é uma variável que se divide em vendas ao
exterior de bens e serviços de consumo e vendas de bens de capital
destinados a investimentos no resto do mundo. A metodologia de
contabilidade macroeconômica soma tudo na conta de “exportação”. Assim, o
crescimento nacional depende da demanda agregada nacional, sobretudo o
consumo das pessoas, o investimento das empresas e o investimento do
governo.
Em várias crises passadas, o Brasil teve sua política econômica
direcionada a promover o aumento do consumo das pessoas como meio de
induzir a produção e o emprego. Essa saída, ainda que possa ser
importante no curto prazo, é limitada, até porque grande parte do
consumo é realizada por meio de compras a crédito, de forma que é
impactada fortemente pelo grau de endividamento pessoal e pela taxa de
juros ao consumidor, além dos efeitos da inflação na corrosão da renda
pessoal.
Como o Brasil deve entrar em 2023 com elevado número de pessoas
endividadas, o aumento do consumo que ocorreu com a melhoria do emprego
após o fim do isolamento social tem potencial restrito. Segundo dados
processados em outubro de 2022, com base nas informações de setembro,
havia 68 milhões de brasileiros endividados, com nome restrito,
equivalentes a 42,5% da população maior de 18 anos (a população do país
está em 215 milhões de habitantes, dos quais 160 milhões acima de 18
anos de idade, que constituem o universo de pessoas que podem fazem
dívidas). Os devedores com nome restrito são aqueles inscritos nos
cadastros de inadimplência e, portanto, impossibilitados de contrair
novas dívidas.
VEJA TAMBÉM: A inflação desacelera, mas 2023 preocupa A recuperação contínua do mercado de trabalho A dívida pública e o autoengano O novo papel do FMI e do Banco Mundial
Isso posto, e ainda considerando que o Brasil tem elevado déficit de
infraestrutura física, o país como um todo – governo, empresas e
sociedade – deveria fazer um esforço prioritário e especial para
discutir e identificar as políticas econômicas e as leis regulatórias
capazes de estimular com ênfase o crescimento do investimento das
empresas e o investimento do governo. Além do efeito benéfico no curto
prazo em termos de geração de emprego, renda e impostos, no médio e
longo prazo a expansão da infraestrutura física e dos investimentos
empresariais melhoraria a base estrutural para apoiar taxas de
crescimento econômico sustentável, no sentido de crescimento contínuo a
taxas superiores às taxas de aumento populacional.
Porém, uma questão importante envolvendo os investimentos é que novos
projetos, novas obras, novas máquinas e equipamentos precisam trazer
consigo as tecnologias e as inovações que fazem parte da Revolução 4.0, e
que o Brasil necessitaria importar em sua maior parte. Isso requer que,
ao lado das políticas e leis estimuladoras do investimento, é
imperativo atualizar a legislação sobre a importação de tecnologias,
regulação da lei de patentes, direitos autorais e parcerias
público-privadas. Trata-se de um esforço modernizador para adequar o
país à realidade mundial quanto a esses temas, além de outros que travam
os investimentos no país. Lamentável é que esses temas não receberam
atenção nem debates profundos durante a campanha eleitoral e que
continuem pouco explorados e pouco tratados nesta reta final de formação
de novos governos estaduais e do novo governo federal. A rigor, o
Brasil entra o novo ano com novos governantes e com muitas dúvidas e
incertezas sobre o grande tema dos investimentos produtivos.
Fernando Haddad e Aloizio Mercadante chegam ao gabinete do
governo de transição no Centro Cultural Banco do Brasil.| Foto: Marcelo
Camargo/Agência Brasil
Fernando Haddad, Aloizio Mercadante e a
volta da esquerda: o que podemos esperar da equipe econômica do
presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos
Trabalhadores (PT)? O ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga,
declarou voto em Lula no 2º turno, mas revelou este mês que está com
medo de seu governo, e acha que o país está num “caminho econômico
extremamente perigoso”. Mesmo discordando do voto de Armínio,
concordamos que o Brasil está num caminho econômico extremamente
perigoso com Lula e sua equipe.
Um dos motivos apontados por Armínio foi a situação fiscal
extremamente frágil: para ele, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição)
fura-teto de Lula deveria ser de, no máximo, R$ 50 bilhões. Mas, como
sabemos, desde o início a equipe de transição do presidente eleito
almejou R$ 200 bilhões, quatro vezes mais.
Diversas vezes Lula prometeu acabar com o teto de gastos caso fosse
eleito para um terceiro mandato. Ele está cumprindo sua promessa.
Na última quarta-feira (21), a Câmara dos Deputados aprovou em
segundo turno a PEC fura-teto de Lula, com ampliação do teto de gastos
em R$ 148 bilhões e garantia de outros R$ 23 bilhões em investimentos
(provenientes de receitas extraordinárias). Nas redes sociais, o
presidente do Instituto Mises Brasil (IMB), Helio Beltrão, denunciou que
a “versão da PEC aprovada na Câmara retira o teto de gastos da
Constituição. O fato de o teto passar à legislação (que pode ser
alterada por maioria simples) tem apenas efeito moral. A regra do jogo,
que mora na Constituição, foi abolida. A âncora desaparece.” Não é uma
surpresa. Diversas vezes Lula prometeu acabar com o teto de gastos caso
fosse eleito para um terceiro mandato. Ele está cumprindo sua promessa.
Talvez, seja surpreendente que ele tenha feito isso antes mesmo de
assumir a Presidência. Quem votou nele é cúmplice desse crime contra as
contas públicas.
Em sua coluna no Metrópoles, o jornalista e escritor Mario Sabino
cunha a equipe econômica de Lula de apocalíptica: “Se você acredita em
Deus, reze. Se você não acredita em Deus, reze também. Reze muito,
porque a equipe econômica que Lula está montando é a dos Cavaleiros do
Apocalipse”. Sabino também disse que quem esperava mediocridade agora
teme o desastre.
E não é para menos, a começar pelo ministro da Fazenda, Fernando
Haddad. Depois de quase 4 anos de avanços na economia com o ministro
Paulo Guedes, um quadro técnico e com conhecimento de mercado, ter um
nome partidário poderá significar um grande retrocesso nas políticas
econômicas do governo federal. Fernando Haddad pode ser um dos melhores
quadros do PT: é ex-ministro da Educação, advogado, professor de Ciência
Política, mestre em Economia e doutor em Filosofia. Pode até ser, mas
não se pode esquecer de um “pequeno detalhe”: é um marxista declarado e,
em nenhum lugar do mundo, as políticas marxistas deram certo.
Haddad criticou os erros do sistema soviético apenas “para tentar
isentar o socialismo como ideia e projeto de toda a desgraça humanitária
cometida no século XX.
Haddad foi um dos primeiros filiados ao Partido dos Trabalhadores,
tendo ingressado no início dos anos 1980. É um dos mais fiéis petistas
até hoje. E se como ministro da Educação Haddad teve vitórias, como a
criação do Programa Universidade para Todos (Prouni), que distribui
bolsas para alunos pobres estudarem em universidades privadas, como
prefeito, a história foi bem diferente — e bem ruim. “Em 2016, quando
estava no último ano de mandato e tentava a reeleição, o Datafolha
divulgou pesquisa em que Haddad tinha rejeição de 47%, a pior avaliação
entre os prefeitos desde 2000, quando o então prefeito Celso Pitta
disputou a reeleição e perdeu no primeiro turno. Haddad recebeu apenas
16,70% dos votos válidos (perdendo até para brancos e nulos) e foi
derrotado por João Doria”, detalha o cientista político e professor
Bruno Garschagen.
É comum que tenhamos “misericórdia” de pessoas jovens e pouco
instruídas que são iludidas com o marxismo, o socialismo e o comunismo.
Afinal, por que fazer juízo pesado contra quem não teve uma boa (e
realista) educação, e nasceu há pouco tempo para se lembrar dos horrores
de regimes como a União Soviética? Mas o caso de Haddad é bem
diferente. Ele não é um mero aluno enganado por um professor influente.
Anos de estudo não foram capazes de abrir seus olhos. Filho da Escola de
Frankfurt, um dos mais relevantes (se não o mais) bastiões do
socialismo no século 20 até a atualidade, Haddad publicou o livro Em
defesa do socialismo: Por ocasião dos 150 anos do Manifesto em 1998.
Poucos anos antes ele publicou O Sistema Soviético. E, ao que parece,
não mudou suas ideias até hoje.
Haddad criticou os erros do sistema soviético apenas “para tentar
isentar o socialismo como ideia e projeto de toda a desgraça humanitária
cometida no século XX. Ele pretendia demonstrar teoricamente que o
socialismo jamais foi realizado mesmo na Rússia comunista e na União
Soviética. (Ou seja, trata-se da surrada e repetitiva tese de que o
socialismo falhou porque não foi socialista de verdade)”, explicou
Garschagen.
VEJA TAMBÉM: Lula presidente: hora do protagonismo dos governadores Os 7 principais riscos do governo Lula para os brasileiros PEC fura-teto de Lula: cheque em branco para petistas torrarem seu dinheiro
Desde outubro, Haddad era reconhecido como uma possibilidade para
a Fazenda. E já era considerado um dos piores cenários para o mercado
financeiro, que ainda tinha esperança de que Lula pudesse indicar alguém
mais próximo das reformas liberais, como apurou o Estadão E-Investidor.
Apesar de seu mestrado em Economia, Haddad é visto como uma escolha
política, não técnica, devido à sua filiação ao PT e seu marxismo
(orgulhosamente) assumido. “O nome de Haddad traz alguns questionamentos
sobre a ‘autonomia’ que ele pode ter frente ao Lula e se seria capaz de
encampar um embate caso seja aconselhado tecnicamente a tentar conter
alguns ímpetos do presidente”, disse Étore Sanchez, economista-chefe da
Ativa Investimentos, ao E-Investidor.
Já para Igor Cavaca, head de gestão de investimentos da Warren, o
foco da desconfiança está na área fiscal. “O novo ministro assume
trazendo uma certa incerteza, decorrente de dois objetivos antagônicos
que vem sendo sinalizados pelo governo. De um lado, ampliar gastos com
programas sociais; do outro, ficar atento à âncora fiscal e expectativas
dos agentes em um ambiente econômico complexo”, disse ele.
Como se um socialista assumindo o comando da Fazenda não fosse
suficiente, no último dia 13, Lula fez a Câmara dos Deputados aprovar
uma alteração na Lei das Estatais, de modo a permitir que seu colega de
partido, o ex-ministro e ex-parlamentar Aloizio Mercadante, pudesse
assumir a presidência do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social). Atualmente, a lei exige que indicados com
participação na “estruturação e realização de campanha eleitoral” fiquem
sob quarentena de 36 meses (3 anos), mas os deputados mudaram o prazo
para 30 dias. Mercadante foi coordenador da campanha de Lula nestas
eleições e é presidente da Fundação Perseu Abramo, que assessora o PT,
por isso não pode assumir o BNDES dentro da atual lei. Ao invés de
cumprir a lei, que trouxe avanços inegáveis, Lula quer mudar a lei para
tornar o que é imoral e ilegal em “apenas” imoral. O texto agora segue
para o Senado e em seguida para a sanção presidencial.
Ao anunciar Mercadante, Lula, por sua vez, garantiu que “vai acabar a
privatização no país”. Claro, quanto menos empresas estatais, menos
cargos, orçamento e contratos para distribuir para sua turma.
Além de deixar claro que a suposta frente ampla pela democracia é, na
verdade, uma frente restrita pelo petismo — diferente da expectativa de
um governo mais de centro dos ditos defensores da democracia que
votaram no ex-condenado —, a escolha de Mercadante para o comando do
BNDES sinaliza que Lula segue não dando a mínima para a segurança
jurídica e o combate à corrupção no país. Além de acabar com o teto de
gastos, antes de iniciar o governo, Lula quis alterar a Lei das Estatais
para iniciar o aparelhamento das estatais, velha prática petista. Se
não bastasse, Lula quer que o BNDES volte aos seus dias de “glória”
(para os petistas e para os governos socialistas da América Latina, é
claro), das políticas falidas como a dos campeões nacionais, que fazia
concorrência desleal com o mercado de capitais e favorecia as empresas
amigas dos políticos.
A mudança na Lei das Estatais também representa o desdém à
independência das estatais. “Por que a independência dos dirigentes
importa? Isso deriva do fato que a atividade política naturalmente
investe mais no curto prazo que no longo: eleitores julgam políticos
muito mais pelo que os afeta nos próximos meses do que nos próximos
anos. E os políticos bem sucedidos têm que ser responsivos a isto”,
explica o doutor em Economia, ex-conselheiro do Cade (Conselho
Administrativo de Defesa Econômica) e consultor legislativo da Câmara
dos Deputados, César Mattos. Para ele, a destruição da quarentena para
assumir as estatais e a consequente captura delas pelos políticos vai na
contramão da geração de riqueza e prende o país ao histórico de baixo
crescimento.
Antes mesmo de ser anunciado por Lula, Mercadante confidenciou ao
Estadão que o BNDES deveria ficar vinculado ao novo ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e que iria fortalecer o
financiamento de longo prazo do BNDES. “Somos contra a visão de um BNDES
acanhado e sem capacidade de financiamento. O BNDES precisa ser uma
fábrica de projetos e estimular startups”, disse Mercadante ao Estadão.
Ao anunciar Mercadante, Lula, por sua vez, garantiu que “vai acabar a
privatização no país”. Claro, quanto menos empresas estatais, menos
cargos, orçamento e contratos para distribuir para sua turma.
O Brasil não pode ficar fadado a suportar marxistas e
desenvolvimentistas na condução da economia nos próximos anos: um
caminho espinhoso e sufocante que atrasará o enriquecimento da
população.
E, como era de se esperar, o nome de Mercadante não foi bem recebido
pelo mercado financeiro e pelo setor produtivo. “Desde segunda-feira,
investidores davam sinais de nervosismo com a possibilidade de ele
assumir o posto. Na terça-feira, a Bolsa, que alternou altas e baixas
antes da declaração de Lula em evento de agradecimento aos grupos da
transição, fechou em baixa de 1,71%, aos 103.540 pontos, e zerou os
ganhos do ano. O dólar subiu 0,05%, a R$ 5,31, na contramão do movimento
visto no exterior, de queda da moeda americana após a divulgação de
dados de inflação nos EUA. No mercado de juro futuro, houve aumento das
taxas para os próximos anos. O contrato do depósito interfinanceiro (DI)
para janeiro de 2025 subiu de 13,41% para 13,65%”, publicou, logo após
Mercadante ser anunciado, a Agência O Globo.
E Haddad escolheu o economista heterodoxo e professor da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas), Guilherme Mello, para ser
secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Guilherme
Mello fez parte da equipe de transição e defende “a priorização da
política social e um Estado com o papel de prover investimentos”. Ele
também é crítico da austeridade fiscal e a favor do protecionismo
comercial, conforme apurou o Metrópoles. As prioridades de Mello são o
fim da regra do teto de gastos e a criação de um novo arcabouço fiscal.
Além disso, Mello também critica a reforma trabalhista do governo Michel
Temer sob a alegação de que ela “ampliou a precarização” do trabalho,
típico discurso sindical. É mais um economista da esquerda regressista
que, se tiver sucesso em aplicar suas ideias, levará o Brasil na
contramão do crescimento econômico sustentável.
Outros nomes foram anunciados para a equipe econômica, como o do
advogado Marcos Barbosa Pinto, que será secretário de Reformas
Econômicas. Barbosa Pinto trabalhou com Haddad no Ministério da
Educação, onde ajudou a formular o Prouni. Ele também foi diretor de
Mercados de Capitais do BNDES no governo de Jair Bolsonaro, onde atuou
por um curto período de tempo. O auditor fiscal Rogério Ceron vai
comandar a Secretaria do Tesouro. E a Receita Fiscal ficará com o
advogado Robinson Barreirinhas. Ambos quadros sérios que amenizam o
temor do mercado.
O Brasil não pode ficar fadado a suportar marxistas e
desenvolvimentistas na condução da economia nos próximos anos: um
caminho espinhoso e sufocante que atrasará o enriquecimento da
população. Mas esses problemas não esperaram Lula vestir a faixa
presidencial para se materializarem.
VEJA TAMBÉM: Brasil precisa superar desvios que faziam do BNDES um Robin Hood às avessas O caminho da prosperidade: o grande legado de Paulo Guedes Estados mais competitivos, serviços mais eficientes, cidadãos mais satisfeitos!
Além do furo do teto de gastos, o aumento dos privilégios da elite do
funcionalismo já foi coroado pelos parlamentares: na última terça-feira
(20), a Câmara dos Deputados aprovou um projeto de decreto legislativo
para aumentar os salários do presidente da República e do vice, de
ministros, deputados e senadores entre 2023 e 2025. O projeto estabelece
que os membros do Executivo e do Legislativo tenham os mesmos
vencimentos pelos próximos três anos. “A partir do dia 1º de janeiro,
todos receberão R$ 39.293,32. E, a partir de 1º de abril, os vencimentos
serão de R$ 41.650,92. Depois disso, os salários serão reajustados
anualmente: R$ 44.008,52 em 2024 e R$ 46.366,19 em 2025”, reportou o
jornalista Augusto Fernandes, do R7 de Brasília. Os parlamentares ainda
vão receber uma ajuda de custo equivalente ao valor do subsídio no
início e no fim do mandato, para compensar gastos com mudança e
transporte. Por ser um decreto legislativo, caso aprovado pelo Senado, o
projeto dispensa a sanção do presidente da República e vira lei
imediatamente.
Para completar a bomba no colo dos brasileiros, a Câmara dos
Deputados aprovou também um reajuste de 18% no salário dos ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF), que passarão a ganhar R$ 46,3 mil. O
aumento será dividido em três parcelas e faz parte de um pacote de 11
projetos de uma série de aumentos. O salário dos ministros do STF é o
teto do funcionalismo público, então haverá efeito cascata sobre os
salários de todos os outros servidores. Só no Judiciário, o efeito
cascata custará R$ 13 bilhões aos pagadores de impostos.
Com o aumento das políticas intervencionistas na economia,
retrocessos na abertura de mercado, aumento de privilégios e gastos no
funcionalismo público de alto escalão, assassinato do teto de gastos (e
da responsabilidade fiscal) e paralisação das privatizações, é difícil
esperar que os brasileiros tenham um feliz ano novo. Mesmo assim,
precisamos contar com a pressão dos cidadãos sobre a equipe econômica de
Lula para que as consequências e os retrocessos sejam menores. O Brasil
precisa seguir no caminho da abertura de mercado, da responsabilidade
fiscal e das privatizações para prosperar de forma sustentável, sem
recorrer às velhas práticas políticas que garantiram o nosso atraso até
aqui.
Aliados de Bolsonaro recorrem ao pragmatismo para lidar com governo Lula Por Jorge de Sousa, especial para a Gazeta do Povo
Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador eleito de SP, deve
adotar uma postura pragmática em relação ao presidente eleito Luiz
Inácio Lula da Silva (PT)| Foto: Douglas Gomes/Divulgação
Alguns
governadores e parlamentares eleitos com o apoio do presidente Jair
Bolsonaro (PL) têm adotado discursos independentes e com acenos ao
diálogo com o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Um dos principais exemplos é o governador eleito de São Paulo,
Tarcísio de Freitas (Republicanos). O ex-ministro da Infraestrutura
escolheu o presidente do PSD, Gilberto Kassab, como homem forte da
gestão, deixando aliados de Bolsonaro em cargos secundários da equipe de
governo – com exceção da pasta de Segurança Pública, que ficará sob o
comando do deputado Capitão Derrite (PL).
Entre as nomeações feitas estão os médicos Eleuses Paiva (PSD) para a
Secretaria da Saúde) e Esper Kallás para chefiar o Instituto Butantan.
Ambos fizeram críticas públicas às medidas adotadas por Bolsonaro
durante a pandemia da Covid-19, em especial pelo atraso no início da
vacinação contra a Covid-19.
Em entrevista à CNN Brasil, Tarcísio chegou a mencionar que nunca foi
um “bolsonarista raiz”, mas que defende temas que também são caros ao
presidente. “A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao
empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal. Sou
cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar
em guerra cultural”, declarou. Uma das intenções do governador eleito no
começo do mandato é tratar com Lula sobre o leilão do Porto de Santos,
diante da sinalização do futuro ministro de Portos e Aeroportos, Márcio
França (PSB), de que o maior complexo portuário da América Latina não
será concedido à iniciativa privada.
Outro aliado importante de Bolsonaro nos últimos anos, o governador
reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), também tem admitido uma
relação “republicana” com Lula, desde que os interesses do estado sejam
respeitados pelo petista.
“Se o presidente eleito propor uma boa reforma tributária, uma boa
reforma administrativa, eu vou lá para Brasília apoiá-lo na mesma hora
porque o que o Brasil precisa é de reformas”, declarou Zema em
entrevista ao Poder360.
Lula também conseguiu se aproximar de governadores aliados de
Bolsonaro devido a questões ambientais envolvendo a Floresta Amazônica.
Com o auxílio do governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB),
alguns políticos da região conversaram com o petista durante a
Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2022 (COP
27). O principal foco das conversas foi fomentar investimentos em
desenvolvimento sustentável nos estados com território amazônico.
Dialogaram e levaram propostas a Lula os governadores do Amazonas,
Wilson Lima (União Brasil), do Acre, Gladson Cameli (PP), e do Mato
Grosso, Mauro Mendes (União Brasil). “Eu não preciso de alinhamento
político, mas preciso de diálogo com o governo federal. O Estado e o
governo são estruturas que caminham automaticamente. As coisas não
deixam de funcionar e isso é normal no processo democrático”, pontuou
Lima ao UOL.
Na região Sul, os governadores do Paraná e Santa Catarina, Ratinho
Junior (PSD) e Jorginho Mello (PL), também já sinalizaram publicamente
que irão manter diálogo com Lula. Ratinho inclusive apoiou, durante
jantar do partido, a ideia de Kassab de integrar a equipe de governo do
petista. O governador eleito do Sergipe, Fabio Mitidieri (PSD) também
apoiou a decisão. O PSD deve integrar a base de Lula no Congresso e, a
princípio, comandar dois ministério do novo governo. As indicações serão
oficializadas nesta semana. Os cotados são os senadores Alexandre
Silveira, para o ministério das Minas e Energia, e Carlos Fávaro, para a
Agricultura.
VEJA TAMBÉM: O que Tarcísio pretende ao se distanciar do “bolsonarismo raiz” e quais as implicações disso Editorial: O ideal petista de “direitos humanos” ameaça a sociedade PT contou com votos de aliados de Bolsonaro para aprovar PEC fura-teto
A PEC fura-teto foi aprovada no Congresso com ajuda de
parlamentares que integram a base do atual governo, inclusive do partido
de Bolsonaro, o PL, que prometeu fazer oposição a Lula. Dez deputados e
três senadores votaram a favor da proposta, inclusive os deputados
Flávia Arruda (DF) e Josimar Maranhãozinho (MA) e os senadores Eduardo
Gomes (TO), Wellington Fagundes (MT) e Zequinha Marinho (PA). Outros
aliados que votaram a favor da PEC foram o ex-presidente Fernando Collor
de Mello (PTB-AL) e o ex-líder do governo Bolsonaro no Senado Fernando
Bezerra Coelho (MDB-PE).
A emenda garantiu a expansão do teto de gastos públicos em R$ 169
bilhões em 2023, viabilizando a manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600
com um complemento de R$ 150 para cada criança de até seis anos.
A votação na Câmara teve como principal articulador o presidente da
Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), um dos principais cabos eleitorais
de Bolsonaro no Nordeste durante a campanha eleitoral. Lula conversou
pessoalmente com Lira nas semanas e dias que antecederam a votação na
Câmara, negociando para que a PEC tivesse o número de votos necessário. A
postura do deputado é pragmática, já que interessa a ele o apoio da
bancada do PT para que seja reeleito presidente da Câmara dos Deputados,
em fevereiro de 2023.
O PP, que formou a coligação de apoio a reeleição de Bolsonaro, ainda
não informou qual posição adotará em relação ao governo Lula. A
tendência é de que declare independência, liberando votos dos deputados e
senadores do partido. O ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (PP-PI)
tem defendido que a legenda seja oposição, mas ao menos metade dos
deputados eleitos para a próxima legislatura estão alinhados a Lula.
O Republicanos, outro partido que apoiou Bolsonaro nas eleições,
também não será oposição e afirmou adotar uma postura independente em
relação a Lula. O presidente da legenda, Marcos Pereira, disse que
votará com governo petista caso sejam apresentadas propostas “de
interesse popular e social”, embora saliente que a legenda votará contra
projetos que firam a liberdade econômica, religiosa e que sejam
contrárias aos princípios do Republicanos.
Movimentos políticos repetem história
Esses movimentos feitos pelos governadores e parlamentares após uma derrota eleitoral não são inéditos.
“O sistema eleitoral proporcional de lista aberta para a eleição da
maioria dos cargos legislativos produz uma grande fragmentação
partidária. Nenhum presidente eleito após a redemocratização viu seu
partido ter maioria no Congresso Nacional, muito longe disso. A
construção de maiorias, de coalizões após as eleições é o efeito
imediato, envolvendo, inclusive, partidos que durante o pleito estavam
em campos opostos”, pontua o cientista político Rodrigo Horochovski.
Enquanto o futuro político de Bolsonaro é incerto – embora ainda goze
de amplo apoio popular – o cenário para Lula, na visão dele, tende a
ser favorável em um primeiro momento, em especial pelo canal de diálogo
aberto com os governadores.
“Dentro do presidencialismo de coalizão, os governadores têm papel de
destaque. Nesse sentido, a aproximação desses nomes do centro e
centro-direta favorece, sem dúvida, a governabilidade”, menciona.
Segurança do presidente eleito Lula afirma que não há motivos para se preocupar com a cerimônia de posse| Foto: André Borges/EFE
A organização da posse de Lula está tomando cuidados redobrados.
O futuro ministro da Justiça recomendou que seja refeita a programação. O
local está todo isolado já, ali na região da Praça dos Três Poderes,
a parte final da Esplanada dos Ministérios. Fala-se até em Lula ir de
carro blindado.
Acampamentos ameaçados Tudo isso depois que se descobriu esse
George Washington cheio de munição e de armas, inclusive com bombas. Eu
vi a audiência de custódia dele em que ele confirma isso. Inclusive,
confirma que estava naquela tentativa de invasão da Polícia Federal
outro dia e que frequentava o acampamento lá na frente QG, com isso ele
respingou sobre o acampamento e querem tirar o acampamento à força a
partir do dia 1º de janeiro.
O papel de Bolsonaro e de Lula Acampamentos e vigílias em todo o
país na frente dos quartéis estão mostrando a realidade, talvez, para o
novo governo. O presidente Lula está agindo como se tivesse ganho a
eleição por 80 a 20. E o presidente Bolsonaro está agindo como se
tivesse perdido a eleição por 80 a 20. E o resultado da eleição, é bom
que os dois tenham isso em mente, foi de 50,9% para um e 49,1% para o
outro. Então foi praticamente um empate.
Os dois têm que agir como representantes de uma metade do país, um em
uma oposição e o outro no governo. E tocar as suas funções. Se não fica
errado, não representa a realidade e o povo sabe qual é a realidade. O
povo sabe.
Um acerto de Lula
Enquanto isso, um acerto, eu acho que é o primeiro acerto “na mosca”
do novo presidente, na escolha do ministro da Agricultura. O senador
Carlos Fávaro, de Mato Grosso, que já foi presidente da Pró-Soja, que é a
maior entidade do agro, dos produtores de soja e milho, e foi
presidente da cooperativa de Lucas do Rio Verde, que também é outra
coisa gigantesca.
Foi vice-governador de Mato Grosso, foi secretário de Meio Ambiente
de Mato Grosso, apoiou Lula na eleição ao lado de Blairo Maggi, que
também foi o governador e foi ministro. E, como ministro, ele tem a
mesma cabeça de Tereza Cristina, ex-ministra de Bolsonaro, de Mato
Grosso do Sul, que se elegeu senadora. É de tecnologia, de modernidade,
não tem mais aquela agricultura da enxada.
Agro em alta Ele vai sofrer bastante com a esquerda retrógrada
que se autodenomina progressista. Não sei se vai sofrer com o Ministério
do Meio Ambiente, com o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Eu sei
que o Roberto Rodrigues, quando foi ministro da Agricultura, de Lula, lá
atrás, sofreu bastante por causa do atraso e a agricultura venceu, o
agro venceu. Mas Lula está dando agora um sinal para o agro, dizendo
“olha aqui o representante de vocês”. Acho que isso é muito importante.
Uma cadeira para Tebet E acabou também dando lugar para Simone
Tebet (MDB), de Mato Grosso do Sul, que está terminando o mandato dela
como senadora. Tem mais um mês de mandato. Vai ser ministra do
Planejamento. Não precisava ter, tanto que estava dentro de uma
Secretaria lá do Paulo Guedes. Mas a Secretaria do Planejamento vai
perder alguns programas e algumas gestões. Ela entra já desmuniciada.
Mas, enfim, Lula precisa dizer para os que o apoiaram, que ele está
também recebendo no seu governo os outros, embora o cerne, seja petista
do novo governo. Mas tem que pensar muito e eu acho que, por exemplo, o
ministro da Justiça não está pensando nisso, que foi quase empate, que o
país está dividido de Brasília.
Para não passar faixa a Lula e vai para resort onde Trump tem casa
Foto: Alan Santos/ PR – 10/03/2020
Por Felipe Frazão
Presidente avaliava fazer um pronunciamento, mas foi aconselhado a
desistir da ideia por risco jurídico em meio à manifestações
extremistas, afirmam aliados
BRASÍLIA – A três dias do fim de seu mandato, o presidente Jair Bolsonaro despede-se antecipadamente do País. Bolsonaro viajará nos próximos dias aos Estados Unidos e deverá passar a virada do ano recolhido em um condomínio-resort na região de Orlando, na Flórida.
Aliados de Bolsonaro disseram que o presidente avaliava fazer, antes
de decolar, um pronunciamento à nação, ainda incerto. Embora alguns
defendessem que ele falasse pela última vez como presidente da
República, após a inédita derrota eleitoral no cargo, Bolsonaro foi
aconselhado a abortar a ideia, por causa do risco jurídico de incendiar
manifestações de extremistas.
Um conselheiro próximo e amigo do presidente avalia que Bolsonaro
perdeu o timing e que agora seria melhor deixar para mandar mensagens a
seus apoiadores após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo ele, o discurso do presidente pode lhe trazer problemas com a
Justiça, se provocar uma mobilização ainda maior de bolsonaristas que
contestam a eleição de Lula e cobram um golpe de Estado – parte deles
envolveu-se em tentativas de provocar explosões que vem sendo
caracterizadas como atos de terrorismo por autoridades do governo do
Distrito Federal e ministros de Lula.
Por outro lado, se optar por um tom ameno, Bolsonaro pode decepcionar
e desmobilizar muitos de seus seguidores, pondera esse mesmo auxiliar
presidencial.
A viagem à Flórida estava prevista desde a semana passada, segundo
auxiliares do presidente, que indicaram que ele viajaria nesta
quarta-feira, 28. Na noite de terça, contudo, o presidente negou à
emissora CNN que deixaria o País na data indicada ― sem fazer referência
a qualquer data futura.
Na viagem, o presidente não deve ser acompanhado da primeira-dama Michelle Bolsonaro. Nesta terça-feira, a filha do casal, Laura Bolsonaro, fazia compras normalmente num shopping de Brasília.
Bolsonaro também nomeou os oito servidores a quem tem direito na sua
equipe de ex-presidente, com salários custeados pela União. Entre eles,
estão militares e atuais assessores na Presidência da República.
Bolsonaro passou o Natal no Palácio da Alvorada em Brasília, sem a presença de seus filhos mais velhos. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado Eduardo Bolsonaro estavam com a mãe deles, Rogéria Bolsonaro, ex-mulher do presidente. O vereador no Rio Carlos Bolsonaro(Republicanos) não estava presente.
Bolsonaro deve usar o avião presidencial. A previsão é que ele se
hospede em um condomínio fechado, onde o ex-presidente norte-americano Donald Trump também possui uma casa.
A viagem tem sido motivo de críticas. O futuro ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha,
deputado federal do PT por São Paulo, disse que o presidente “fugiu” do
Brasil e se mostrou um “líder de barro”, segundo ele incapaz de liderar
a direita.
Para o futuro ministro do Palácio do Planalto, o presidente “incitou
hordas bolsonaristas a desrespeitarem a eleição e a constituição e a
transformar as frentes de quartéis em verdadeiras em incubadoras de atos
violentos”.
Como o Estadão mostrou, aliados do presidente já
previam que ele optasse pelo isolamento após a derrota, apesar do
capital político e mesmo diante de gestões de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, para que atuasse na oposição a Lula.
O Reino Unido decidiu sair da União Europeia, a Rússia se imolou ao
iniciar a guerra com a Ucrânia e o Brasil dobrou a aposta no populismo
Por Luiz Felipe D’Avila
No seu livro seminal, A Marcha da Insensatez, Barbara W.
Tuchman define a insensatez política como a arte de fazer escolhas
contrárias aos interesses do país. A sua definição de insensatez
compreende três critérios. Primeiro, a decisão precisa ser considerada
insensata na época em que foi tomada. Segundo, é necessário que houvesse
alternativas plausíveis à escolha insensata. Terceiro, a decisão
política não pode ser apenas de um governo, mas de um grupo de cidadãos.
Esses critérios revelam como as nações tomam decisões contrárias ao seu
próprio interesse. Assim, o Reino Unido resolveu sair da União Europeia
por meio de um plebiscito (Brexit), a Rússia se imolou ao iniciar a
guerra com a Ucrânia e o Brasil dobrou a aposta no populismo, elegendo
Lula da Silva presidente.
A ilusão traz novas desilusões porque a realidade não se enquadra na
moldura das nossas fantasias. Aqueles que votaram em Lula pensando que
elegeriam o mal menor começam a se arrepender. Descobriram que Lula não
aprendeu nada e não esqueceu nada. O discurso de sua diplomação revela a
velha retórica do salvador da pátria. A fala do redentor que “salvou” a
democracia do autoritarismo, do mal maior e da mentira apenas mostrou a
sua mesquinharia, sectarismo e incapacidade de construir pontes,
pacificar o País e diminuir a tensão numa nação polarizada. Deixou claro
que vai governar como líder da facção, e não como o presidente de todos
os brasileiros.
As bravatas de Lula são preocupantes. A ameaça de revisitar marcos
consolidados do avanço institucional – como a reforma trabalhista, a Lei
das Estatais e o Marco do Saneamento – contribui para aumentar a
insegurança jurídica, afugentar investimento privado e ressuscitar o
pesadelo do aparelhamento político das estatais e da máquina pública que
gerou os escândalos de corrupção como o mensalão e o petrolão.
Seu empenho na manutenção da imoralidade do orçamento secreto retrata
o velho PT, que governa loteando cargos e verbas para garantir a
“governabilidade”. O repúdio à reforma administrativa e às privatizações
são um tiro no pé de uma nação que precisa adotar critérios objetivos
para mensurar a eficácia das políticas públicas e melhorar a qualidade
do serviço público. Esses sinais revelam que o PT continua aprisionado
ao passado tanto nas ideias como nas suas práticas execráveis.
O problema é que a miopia política petista pode nos levar a
desperdiçar uma oportunidade única de transformar o Brasil numa potência
global. Na era da economia de baixo carbono, o País possui três
vantagens comparativas: meio ambiente, energia limpa e agricultura
sustentável. O Brasil tem capacidade de capturar metade da emissão de
carbono do mundo e se tornar a primeira grande economia carbono zero.
Mas esse potencial só será convertido em riqueza, renda e emprego se o
governo e o mercado estiverem em sintonia.
O mercado precisa de regras previsíveis para investir no plantio de
árvores em terras degradadas e na bioeconomia. Já o governo tem de frear
o desmatamento, impondo embargo automático de áreas desmatadas, e
combater o crime organizado que domina parte do território brasileiro e
controla a indústria da grilagem de terras, da mineração ilegal e da
biopirataria.
O espetacular avanço do investimento privado em energias renováveis,
como solar e eólica, contribuiu para transformar a nossa matriz
energética na mais limpa do mundo. Mas o setor elétrico carece de
investimento em geração distribuída e em termelétricas de gás e
biodiesel para garantir a estabilidade do fornecimento de energia. O
investimento não virá se o governo cultivar sua animosidade ideológica
em relação ao mercado e ao setor privado.
O agronegócio brasileiro alimenta o mundo, preserva o meio ambiente e
investe em recuperação de pastagens degradadas com programas de
integração de pecuária, lavoura e floresta. Mas, para encorajar o
agronegócio a produzir bens de maior valor agregado, será preciso
assegurar a inviolabilidade da propriedade privada e estimular o
investimento em infraestrutura e em pesquisa e desenvolvimento. Um
governo que demoniza o agronegócio demonstra o seu descaso com o setor
mais competitivo e exportador da economia.
Para evitar os efeitos nefastos da marcha da insensatez, é preciso adotar três atitudes:
1) Não espere nada de um governo presidido por um populista.
Imprensa, sociedade civil e governos subnacionais precisam se mobilizar
para pressionar o Congresso e o governo a evitar retrocessos
institucionais, como é o caso da deformação da Lei das Estatais.
2) Procure trabalhar em parceria com Estados e municípios. Elegemos
uma boa safra de governadores. Pragmáticos e realistas, os governadores e
prefeitos buscam investimento privado e se empenham para facilitar a
vida de investidores que geram renda e emprego locais.
3) Vote bem. Enquanto elegermos governantes populistas, seremos um
país condenado ao subdesenvolvimento, ao baixo crescimento econômico e a
conviver com uma democracia debilitada. Nós somos fruto das nossas
escolhas.
Boas festas!
*
CIENTISTA POLÍTICO, AUTOR DO LIVRO ‘10 MANDAMENTOS – DO BRASIL QUE
SOMOS PARA O PAÍS DE QUEREMOS’, FOI CANDIDATO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
Grupo Mostra de Ideias (GMI) – Rodrigo Bernardino, CEO do GMI
CEO ressalta que design é um dos setores de maior importância pois
traduz de maneira visual como as empresas são vistas pela sociedade
Muitas empresas estão buscando investir em espaços de criação para
agregarem valor a marca. As agências perceberam que o implemento de um
setor criativo enriquece as ideias e possibilita transformar problemas
em soluções. Por meio dessa área, o profissional responsável atua nos
objetivos dos seus clientes, evidenciando a importância de um olhar
atento para a qualidade da sua empresa.
De acordo com os dados da SmarTalk, publicada pelo Marketing Digital,
cerca de 89% das empresas afirmam que o investimento em design aumentou
o faturamento, sendo que 50% desse investimento foi feito em design
gráfico. O estudo ainda destacou que uma boa identidade visual pode
trazer resultados positivos a uma marca, com vantagens diretas em vendas
e em faturamento.
Assim como em outras agências de comunicação, o Grupo Mostra de
Ideias (GMI) implementou um setor criativo em sua composição. Por meio
de várias frentes de atuação, incluindo comunicação corporativa,
audiovisual e imprensa, essas áreas, em conjunto com o design,
contribuem para o funcionamento holístico das atividades realizadas aos
seus clientes.
“O design é um dos setores dos quais tenho um orgulho muito grande
porque, além de ser um dos alicerces da empresa, e responsável por
traduzir de maneira visual como o grupo é visto pela sociedade. Além
disso, pude acompanhar o seu desenvolvimento do zero, observando de
perto toda a evolução, desde os primeiros passos e peças produzidas até
chegar no GMILabs, um espaço totalmente personalizado e idealizado para
potencializar o processo criativo de nossos colaboradores”, disse
Rodrigo Bernardino, CEO do GMI.
O objetivo da agência desde a criação do setor de design é se
desenvolver cada vez mais criando peças de maneira positiva e eficiente.
Por isso, este mês, pensando em se reinventar por meio da identidade
visual do grupo, e modernizando o reconhecimento da marca no mercado, a
agência lançou a nova logomarca. O foco da identidade visual é
transmitir os valores e as características da empresa para se
diferenciar no mercado.
“A nossa empresa está em constante movimento, sempre antenada nas
mudanças do mundo e principalmente da sociedade em que atua. Com isso,
essa nova identidade evidencia nossa maturidade e o novo momento pelo
qual a marca vem passando. Já construímos ao longo dos anos uma história
sólida e que traz credibilidade em nossas atividades e projetos e
queremos continuar fazendo isso, impactando positivamente os negócios”,
destaca Bernardino.
O head de design e criador da identidade visual, David Teixeira,
destaca que o desenvolvimento do GMILabs foi essencial para o processo
de criação perante os clientes e para a inovação da nova identidade
visual. Isso possibilitou à equipe repensar na marca de acordo com o
momento atual da empresa.
“A criação do GMILabs foi importante para a empresa por juntar uma
unidade criativa dentro de um espaço exclusivo em que o nível da
conversa se torna diferente comparado às outras extensões da empresa.
Aceitei com muito carinho e respeito o desafio do nosso CEO de construir
a nova identidade do GMI e durante meses estudei e mergulhei na
história do grupo e no que observei durante os anos de trabalho,
buscando trazer a essência desse projeto do qual tenho orgulho de fazer
parte”, comenta David.
Dia da Criatividade: como ir além das ideias habituais
Danielle H. Admoni – Psiquiatra
Celebrado em 17 de novembro, o Dia da Criatividade nos convida ao desafio de ser inusitado
A criatividade, por definição, é “a originalidade; de quem tem
capacidade, inteligência e talento para criar, inventar ou fazer
inovações na área em que atua. A capacidade de inventar, de criar, de
compor a partir de um propósito”.
“Na realidade, todos somos criativos. A diferença está no quanto cada
um exercita e estimula sua mente. Mas, com a rotina atribulada e o
consequente estresse diário, fica difícil não ter a mente sempre
sobrecarregada. A boa notícia é que há formas de enfrentar o bloqueio
criativo e não perder a habilidade de se reinventar”, afirma Claudia
Petry, pedagoga e professora no Instituto de Parapsicologia e Ciências
Mentais de Joinville (SC).
E como funciona o processo criativo?
De acordo com a psiquiatra Danielle H. Admoni, preceptora na
residência da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP/EPM) e
especialista pela ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria); a
criatividade é determinada por processos cerebrais complexos que
envolvem a interação entre os dois hemisférios cerebrais.
“Foi quebrado o mito de que hemisfério esquerdo é responsável pelo
lógico e realista, e que o hemisfério direito, pelo criativo e
intuitivo. Praticamente todas as áreas cerebrais estão envolvidas no
processo criativo. Aliás, mais do que as áreas cerebrais envolvidas, são
importantes os circuitos que conectam essas diversas áreas e a forma
como eles interagem para produzir tudo o que constitui a nossa mente”.
Criatividade é mais do que uma epifania
Há quem pense que o ato criativo surge do “nada”, como um momento
súbito de inspiração. Não é bem assim. Segundo Claudia Petry, o ato
criativo é o resultado final de um processo que se desenvolve desde a
elaboração (consciente e inconsciente) até a realização da ideia.
“Uma pessoa altamente criativa é aquela capaz de trazer algo novo ou
inusitado, que foge aos padrões habituais já conhecidos. A criatividade
depende, em parte, da inteligência, das habilidades e da bagagem
cultural da pessoa. No entanto, para aprofundar sua criatividade, o
indivíduo precisa ter um objetivo em mente, um desafio, algo que faça
alavancar ideias diferenciadas. Na pandemia, por exemplo, muitos foram
obrigados a se reinventar, já que a situação anterior foi toda
modificada. Nesse momento, ser criativo se tornou praticamente uma
imposição para contornar as adversidades que ninguém estava preparado
para enfrentar”, pontua a especialista.
Segundo um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos,
publicado no site The Conversation, a criatividade envolve uma interação
complexa entre o pensamento espontâneo e o pensamento controlado, ou
seja, a capacidade de pensar espontaneamente em ideias e avaliá-las
deliberadamente para determinar se elas realmente funcionarão.
O desafio de ser inusitado
A estimulação da criatividade começa já na infância, quando se
oferece a chance de desenvolver habilidades de modo amplo,
diversificado, dando a liberdade de buscar novos interesses e
experimentar novas atividades. “Essa abertura a diversas possibilidades
permite ter um desenvolvimento criativo mais amplo em comparação a
alguém restrito a atividades comuns, limitadas ou repetitivas”, reforça
Danielle Admoni.
Para a psiquiatra, desenvolver criatividade depende da ruptura de
possíveis padrões rígidos de pensamento já bem estabelecidos, do
desenvolvimento do interesse por outros modos de pensar e experimentar,
fugindo daquilo que a pessoa já está acostumada.
“Muitas vezes, esse desenvolvimento depende de um acompanhamento
psicoterápico, uma vez que, frequentemente, a pessoa não consegue por si
mesma fazer essa ruptura, esse movimento de liberdade. A boa notícia é
que estar aberto ao novo já é um importante passo para se livrar do
lugar comum”, finaliza Danielle Admoni.
A Startup ValeOn um marketplace que tem um site que é uma Plataforma
Comercial e também uma nova empresa da região do Vale do Aço que tem um
forte relacionamento com a tecnologia.
Nossa Startup caracteriza por ser um negócio com ideias muito
inovadoras e grande disposição para inovar e satisfazer as necessidades
do mercado.
Nos destacamos nas formas de atendimento, na precificação ou até no
modo como o serviço é entregue, a nossa startup busca fugir do que o
mercado já oferece para se destacar ainda mais.
Muitos acreditam que desenvolver um projeto de inovação demanda uma
ideia 100% nova no mercado. É preciso desmistificar esse conceito, pois a
inovação pode ser reconhecida em outros aspectos importantes como a
concepção ou melhoria de um produto, a agregação de novas
funcionalidades ou características a um produto já existente, ou até
mesmo, um processo que implique em melhorias incrementais e efetivo
ganho de qualidade ou produtividade ao negócio.
A inovação é
a palavra-chave da nossa startup. Nossa empresa busca oferecer soluções
criativas para demandas que sempre existiram, mas não eram aproveitadas
pelo mercado.
Nossa startup procura resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado.
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
David Nasser – Publicado na revista “O Cruzeiro” em
15 de fevereiro de 1964.
“Enganam-se aqueles que veem no Exército Brasileiro – cerne das
Forças Armadas – simples massas de manobra. Mais de uma vez tenho dito
que, no momento certo, o grande mudo falará.
Daí o meu desacordo aos apelos oposicionistas – e quem vos escreve
é maciçamente um homem de oposição – para que os civis democratas se
armem e enfrentem as legiões sindicalistas mobilizadas pelos desordeiros,
os grandes e os pequenos. A aceitar tranquilamente a tese do nobre e lúcido
brasileiro que é o Deputado Bilac Pinto, de que temos que nos armar para a
luta nas cidades, nas ruas, nas fazendas, nas casas – estaríamos retirando
das forças armadas brasileiras o crédito de confiança que elas nunca nos
desmereceram.
É preciso admitir – e aceitar – o fato de que o conceito de legalidade
não é o mesmo para todos. Os militares têm deveres capitulados, muito bem
definidos em regulamentos simples, claros e rígidos. Não se parecem, esses
freios, com as linhas fluidas da legalidade civil – isto é – a legalidade como
nós, civis, a vemos e a interpretamos.
Entendem, os militares, que não compete a eles a dissecação dos atos
governamentais nem o exame de sua constitucionalidade. É tarefa do
Parlamento e o Judiciário e se se omitem ou negociam em face da
inconstitucionalidade de certos atos ou de certas tendências do Executivo, o
Exército não lhes pode tomar a vez. Competiria, em última análise, ao
próprio Parlamento declarar a nulidade destes atos, coibir essas tendências
– e recorrer dramaticamente – numa atitude histórica – ao único remédio
legal. Ante o silêncio de um, não há de estranhar-se a omissão do outro.
O Exército (e como exército se aceite a principal força militar) é o
defensor, o executor e o mantenedor da legalidade, não o seu intérprete, o
seu jurista.
Os democratas brasileiros podem confiar nas Forças Armadas que não
se condicionam à vontade unipessoal de um Ministro, por mais honrado que
ele seja – nem aos caprichos de um Almirante, por mal-intencionado que ele
seja.
Ninguém pode falar em nome do Exército Brasileiro, da marinha
Brasileira, ou da Força Aérea Brasileira – se a sua fala é antidemocrática.
Tenho repetido que os militares são simples civis de uniforme, são cidadãos
da classe média que enfrentam os mesmos problemas, sofrem as mesmas
angústias, sentem as mesmas depressões, os mesmos temores, as
dificuldades iguais às de todos os brasileiros. Dispam, imaginariamente, o
General Jair Dantas Ribeiro do seu uniforme eu o coloquem dentro de um
pijama burguês. Ninguém poderia admitir que um General de longo curso,
vindo de uma carreira de meio século a serviço da Pátria, a pudesse entregar
cegamente aos extremistas. Não deve estar longe dos ouvidos do cabo de
guerra aquela espantosa declaração de Luiz Carlos Prestes de que lutaria ao
lado da União Soviética se esta entrasse em guerra com o Brasil. E hoje são
muitos, entre os civis, os nacionalistas impatrióticos, mas, entre os militares,
constituem uma minoria irrisória, porém, atuante.
Todos nós, democratas, devemos considerar as Forças Armadas como
a base de uma santa aliança contra a invasão comunista do Brasil. Não
importa que se imagine o contrário. Não importa que este ou aquele General,
este ou aquele Coronel, pareçam engajados na mesma aventura de
destruição da nacionalidade. No momento exato, veremos que não será
necessário recorrer ao velho fuzil ou à garrucha enferrujada do civil
assustado, do fazendeiro que defende as terras de seus pais como quem
defende os sete palmos de seu destino. Na hora absoluta da decisão, eles,
os militares, estarão defendendo, contra o comunismo, que não é mais uma
utopia, mas uma realidade brutal, as suas carreiras, pois sabem que,
vencidos, serão trocados por milícias operárias ou camponesas, como na
terra de Fidel.
O GRANDE mudo – o Exército Brasileiro – a tudo assiste, como um
leão reumático, um velho leão do circo brasileiro, dentro da jaula, onde
prenderam a democracia. Cutucam-no, os Brizolas et caterva. Os falsos
domadores se animam, julgando que o rei perdeu a sua força. Súbito, ele
eriça a juba, o pelo se eletriza e num instante, o corpo de pé, prepara-se
para a reação. E daquele animal soberbo, que parecia emudecido para
sempre, sai um urro de fogo. O urro democrático.
Assim será com a Marinha. Assim será com a FAB. Assim será,
principalmente, com o Exército Brasileiro. O grande mudo. Porque o velho
leão, preso e espezinhado na jaula da legalidade, não está morto, embora
pareça.” (David Nasser – 15/02/1964)
“O Grande Mudo” – Escrito por David Nasser, publicado em 15/02/1964 –