terça-feira, 4 de outubro de 2022

SUPOSIÇÕES DO QUE PODE DECIDIR A ELEIÇÃO

 

Bolsonaro x Lula

Investing.com 

Por Leandro Manzoni

Bolsonaro x Lula: Saiba o que pode decidir a eleição© Reuters

Investing.com – O resultado do primeiro turno da eleição presidencial foi surpreendente. Se a liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi confirmada, de acordo com as pesquisas, não se pode dizer o mesmo para a performance do atual presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

Lula teve 48,2% dos votos válidos, enquanto Bolsonaro conquistou 43,4%, 4 pontos percentuais acima do compilado médio dos institutos de pesquisas. Foi o placar mais apertado de primeiro turno desde a eleição de 1989.

Contribuíram para o ótimo desempenho do presidente a votação melhor do que esperada em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “A eleição está aberta”, diz Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora.

Segundo pesquisa da Warren Insights, 54,8% dos investidores avaliam o resultado do pleito como melhor do que o esperado, enquanto 30,8% em linha e 14,4% como pior do que o esperado.

O que pode decidir a eleição?

Na avaliação do Goldman Sachs (NYSE:GS), em relatório assinado pelo economista Alberto Ramos, a expectativa é de uma disputa muito polarizada e competitiva. “Esperamos que as próximas pesquisas venham com uma diferença entre Lula e Bolsonaro abaixo de 8 a 10 pontos percentuais em relação a levantamentos antes do primeiro turno”, avalia o economista.

O relatório elenca fatores que podem ser decisivos para a vitória de um dos candidatos, entre os quais são:

  • Campanha eficiente e focalizada;
  • Conexão com eleitores;
  • Diálogo com os 20,9% dos eleitores que se abstiveram no primeiro turno;
  • Pedido de voto corpo a corpo no dia da eleição.

Ramos também sugere aos investidores monitorar declarações de apoio público formal ou informal dos principais candidatos derrotados a Lula ou Bolsonaro. “Pesquisas sugerem que a maioria dos eleitores de Ciro Gomes (PDT) estão inclinados a votar em Lula, embora a maioria dos apoiadores de Ciro já tenha migrado para Lula no primeiro turno”, projeta Ramos.

“Enquanto os apoiadores de Simone Tebet deve ser divididos [entre Lula e Bolsonaro]”, completa.

As hipóteses para explicar os votos de Bolsonaro que as pesquisas não previram

BBC News

A votação acima do previsto pelos institutos de pesquisas do presidente Jair Bolsonaro (PL) e de outros candidatos associados ao bolsonarismo gerou surpresa e debates.

Eleitores no Rio no último domingo; diferença de votos entre Lula e Bolsonaro foi menor do que a prevista© EPA

Na véspera do primeiro turno, as pesquisas Datafolha e Ipec mostravam uma vantagem de cerca de 14 pontos percentuais de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Bolsonaro.

O Datafolha estimou em 36% o número de votos válidos de Bolsonaro, e o Ipec, em 37%, o que daria, em uma conta simples, em torno de 42 milhões dos 118,2 milhões de votos válidos computados no último domingo (2/10) pelo Tribunal Superior Eleitoral.

Mas o atual presidente teve, na realidade, 51 milhões de votos válidos, ou seja, 43,2%, acima da margem de erro das pesquisas, de dois pontos percentuais.

No rescaldo do primeiro turno, especialistas levantam hipóteses que – isoladamente ou em conjunto – podem ajudar a explicar as discrepâncias.

Ao mesmo tempo, representantes dos institutos de pesquisa dizem que as sondagens captam o momento e não são uma previsão de futuro.

Censo defasado

Retrato mais fiel da composição da população brasileira, o Censo está desatualizado: os dados consolidados mais recentes são de 2010. A coleta de dados atualizados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) deveria ter acontecido em 2020, mas foi adiada duas vezes – por conta da pandemia e por falta de verbas – e só começou em agosto de 2022.

E qual o impacto eleitoral disso? É que os institutos conduzem suas pesquisas de opinião com base em amostras de recortes da população – de renda, idade, classe social ou religião, por exemplo.

Há dúvidas quanto a quem poderia ser receptor de um eventual ‘voto envergonhado’ – Lula ou Bolsonaro© Reuters

Se essas amostras estatísticas forem embasadas em conjuntos populacionais desatualizados, isso pode impactar o resultado das pesquisas eleitorais, segundo estatísticos.

Os institutos de pesquisa, é claro, têm ciência das limitações impostas pelo Censo e usam dados adicionais para calibrar suas amostragens – como os da Pesquisa Nacional de Amostra Domiciliar (Pnad) ou do Tribunal Superior Eleitoral.

Mesmo assim, analistas veem a possibilidade de certos grupos teoricamente mais alinhados a Bolsonaro estarem subestimados. Os evangélicos, por exemplo, eram 22% no Censo de 2010, mas pesquisas do Datafolha já sinalizavam que esse público havia subido para 31% da população em 2019.

Mobilização entre evangélicos

A campanha entre o eleitorado evangélico na reta final, por sinal, pode ter feito diferença em favor de Bolsonaro, avaliou a brasilianista Amy Erica Smith, da Universidade Estadual de Iowa.

“É possível que a campanha dentro das igrejas ou nas redes sociais direcionada aos fiéis evangélicos tenha tido um papel relevante nos resultados”, disse à BBC News Brasil a professora, que é autora do livro Religion and Brazilian Democracy: Mobilizing the People of God (Religião e Democracia Brasileira: Mobilizando o Povo de Deus, em tradução literal).

Ela agregou que é comum que nos dias que antecedem o pleito ou no próprio domingo de votação, líderes religiosos defendam candidatos em sermões ou redes sociais.

“Com isso, pode haver mudanças de última hora em favor do candidato apoiado pelas igrejas”, disse. “Alguns chamam isso de clientelismo, mas não é bem por aí, porque não há necessariamente compra de votos. O que acontece é que muitas pessoas ainda estão indecisas e acabam tomando a decisão no último dia, influenciadas pelas igrejas”.

Outra possibilidade para esse grupo não ter sido plenamente captado pelos institutos de opinião é que “Bolsonaro em vários momentos pregou certa desconfiança em relação às pesquisas. Isso pode ter feito com que alguns de seus eleitores não respondessem aos questionários e pesquisadores”, avalia Smith.

Boslonaro fala com apoiadores após o primeiro turno; apoio no interior e entre evangélicos pode ter tido peso forte na reta final© EPA

Além disso, o público evangélico foi alvo frequente de desinformação e fake news nestas eleições: reportagem da BBC News Brasil mostra que filhos e aliados de Bolsonaro difundiram amplamente falsas notícias associando Lula à perseguição religiosa.

“As pessoas estão mais informadas em relação ao perigo das fake news do que estavam em 2018, quando muitos foram pegos de surpresa. Mas certamente esse tipo de desinformação com fundo religioso terá grande impacto no resultado”, disse à BBC News Brasil, antes das eleições, Magali Cunha, pesquisadora do Instituto de Estudos da Religião (Iser) e editora-geral do Coletivo Bereia, especializado em checagem de notícias falsas com teor religioso.

‘Voto envergonhado’

Um fenômeno ainda a ser plenamente compreendido nestas eleições é o do chamado “voto envergonhado” ou “amedrontado” – ou seja, de eleitores que deixariam de expressar sua preferência às sondagens eleitorais por “vergonha” ou “medo”.

Esse fenômeno se baseia em uma teoria de comunicação de massa conhecida como “espiral do silêncio”, segundo a qual o indivíduo tende a omitir sua opinião quando ela contraria a opinião dominante, por medo de isolamento social.

Nos meses anteriores à votação, o cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe (Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas), levantou a hipótese de haver voto envergonhado em Bolsonaro entre camadas do eleitorado em que Luiz Inácio Lula da Silva se manteve majoritário, por exemplo nas camadas de baixa renda e escolaridade.

Lavareda disse na ocasião que discrepâncias entre resultados de pesquisas de intenção de voto presenciais (quando as pessoas podem se sentir mais inibidas a falar diante de pessoas conhecidas) e por telefone poderiam sugerir uma subnotificação de votos bolsonaristas.

O cientista político Felipe Nunes, do instituto de pesquisas Quaest, disse que, na verdade, seus levantamentos haviam identificado o contrário: um possível voto envergonhado em Lula, explicável pelo medo de sofrer violência ou por ser associado aos escândalos de corrupção atribuídos ao PT.

Outros institutos de pesquisa, como Ipec e Datafolha, disseram não ter identificado evidências de subnotificação, mas já adiantavam que só depois das eleições seria possível ter certeza se a “espiral do silêncio” de fato aconteceria ou não.

Voto útil cirista?

Outro fator que vai ser debatido na campanha do segundo turno é o destino dos votos dos candidatos atrás de Bolsonaro e Lula nas pesquisas, em especial Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT).

A campanha de Ciro, em particular, desidratou na reta final do primeiro turno. O candidato, que se apresentava como a principal alternativa para a polarização no país, acabou com 3,5% dos votos válidos (3 pontos percentuais a menos do que nas pesquisas), atrás de Tebet, com 6,34%.

Houve muito esforço da militância petista para tentar migrar votos de Ciro para Lula ainda no primeiro turno. Na avaliação de Felipe Nunes, do Quaest, porém, tudo indica que Bolsonaro é quem se beneficiou dessa desidratação cirista ainda no primeiro turno. “O voto útil que a gente observou na reta final do (eleitor do) Ciro foi todo na direção de Bolsonaro”, disse ele em entrevista ao UOL.

O outro lado dessa equação, porém, é que, caso esse movimento a favor de Bolsonaro já tenha de fato acontecido, o saldo restante de votos em Ciro provavelmente tem mais chances de migrar para Lula no segundo turno, na avaliação de Nunes.

Destino do voto de eleitores do Ciro é um dos temas em discussão diante do segundo turno© EPA

Mas, para o analista Bruno Carazza, autor de Dinheiro, Eleições e Poder: as engrenagens do sistema político brasileiro, ainda é cedo para cravar para onde foram os votos de Ciro, uma vez que Lula pode ter herdado parte desses votos no primeiro turno.

Engajamento em Estados antipetistas

Um dos destaques do primeiro turno foi a votação expressiva do ex-ministro bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) a governador em São Paulo. Ele estava em segundo lugar nas pesquisas de opinião, mas acabou com mais votos válidos (42,3% a 35,7%) do que Fernando Haddad (PT), com quem vai disputar o segundo turno.

Uma possibilidade é que Tarcísio tenha recebido voto útil de parte dos eleitores do atual governador, Rodrigo Garcia (PSDB).

Mas seu desempenho sinaliza algo também para a disputa nacional: que Bolsonaro e aliados se beneficiaram ainda mais do que o previsto do sentimento antipetista em Estados onde Lula mantém alta rejeição, como nos da região Sudeste, que abriga o maior colégio eleitoral do país.

Em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, Bolsonaro ganhou com folga de Lula no primeiro turno – à frente por cerca de 7, 10 e 12 pontos percentuais, respectivamente.

Nessa região, Lula só venceu em Minas Gerais (por 5 pontos percentuais), apesar de as pesquisas de opinião terem previsto uma vantagem de Lula no Sudeste – o Datafolha previa vantagem de 8 pontos percentuais do candidato petista na região.

De modo geral, o interior do país – tanto do Sudeste quanto do Sul e do Centro-Oeste – tem sido negligenciado por acadêmicos, analistas e imprensa, avalia Carazza.

Dessa forma, deixa-se de compreender um conjunto de valores e anseios diferentes dos que predominam nos grandes centros urbanos, bem como como de representá-los corretamente do ponto de vista estatístico, aponta o analista.

“E o Bolsonaro se comunica muito bem nessa região, algo que ficou explícito na votação (expressiva de aliados do presidente) para Câmara e Senado”.

Na Câmara, por exemplo, o PL, partido de Bolsonaro, terá a maior bancada.

Alta abstenção

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou que a abstenção no último domingo foi de 20,9%, ou seja, 32 milhões de brasileiros aptos a votar não compareceram às urnas.

É uma porcentagem parecida à de 2018 (de 20,3%), mas ainda assim a maior das últimas duas décadas em pleitos presidenciais.

Mesmo antes do dia 2, analistas apontavam que a abstenção tendia a prejudicar Lula, porque se manifesta mais entre camadas onde o petista tem mais intenções de voto – por exemplo, entre o eleitorado de baixa renda e baixa escolaridade.

Dificuldade em captar o voto conservador?

Outro tema que tem despertado debates é quanto a se os institutos de pesquisa estão conseguindo captar com precisão a opinião de determinados públicos, como o conservador.

“Não é uma surpresa que teremos segundo turno, mas é uma surpresa que será um segundo turno competitivo”, disse à BBC News Brasil o brasilianista Brian Winter.

“Está claro que o Brasil, assim como os Estados Unidos, tem um eleitor conservador que não aparece de forma adequada nas pesquisas. Como na Itália, Suécia, Estados Unidos e Reino Unido, há uma população conservadora muito energizada que a mídia e outros consistentemente subestimam.”

Discute-se se voto conservador está sendo insuficientemente captado pelas pesquisas e pelas análises políticas© Reuters

Nos EUA, em 2020, lembra ele, as pesquisas eleitorais davam ao democrata Joe Biden uma vantagem muito mais ampla sobre Donald Trump do que mostrou o resultado nas urnas.

“Essa sensação de sentar em frente à TV, observar a divulgação de resultados e ficar surpreso com o número de votos conservadores é um déjà vu que passamos dez vezes ao longo dos últimos seis anos, desde a eleição de Trump [em 2016]”, diz Winter.

Ele ressalta que os próprios conservadores podem ser mais reativos a dar entrevistas aos institutos de pesquisa, porque muitos acham que o sistema está contra eles.

Agora, é preciso entender o quanto esse fenômeno pode estar se repetindo entre o público conservador no Brasil, avalia Bruno Carazza.

Felipe Nunes, do Quaest, rebateu as críticas às pesquisas de opinião.

“A gente passou a campanha inteira dizendo que pesquisa não é prognóstico (do que vai acontecer), é diagnóstico, (mas) chega a eleição, as pessoas esquecem disso e cobram das pesquisas algo que elas são incapazes de fazer, que é adivinhar o que o eleitor vai fazer”, disse ele em entrevista ao UOL nesta segunda-feira.

O papel da pesquisa, agregou ele, é “nos ajudar a entender os movimentos que estão por vir”, disse ele, destacando que a votação de Lula esteve dentro da margem de erro prevista pelas pesquisas e que a de Bolsonaro pode ter se beneficiado de movimentos como o voto cirista.

Na semana anterior à votação, Luciana Chong, diretora do Datafolha, disse também ao UOL que a serventia da pesquisa eleitoral é “trazer várias fotografias” dos momentos que antecedem a eleição.

Com reportagem de Paula Adamo Idoeta, Luis Barrucho, Julia Braun e Thais Carrança, da BBC News Brasil em Londres e São Paulo

– Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-6311639

NOVO CONGRESSO ELEITO SERÁ MAIS CONSERVADOR

 

Agenda política em 2023

Por
Renan Ramalho
Brasília


As duas casas do Congresso terão mais parlamentares conservadores na próxima legislatura.| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Um Congresso mais conservador emergiu das urnas neste domingo (2). Na Câmara, partidos que costumam apoiar o governo do presidente Jair Bolsonaro – PL (99), União Brasil (59), PP (47), Republicanos (41), PSC (6), Patriota (4), Novo (3) e PTB (1) – elegeram 260 deputados (50,6% entre os 513) o que, em tese, garante maioria suficiente para aprovar projetos de lei comuns.

Já no Senado, uma coalizão semelhante – composta por PL (14), União (11), PP (6), Republicanos (3), PSC (1), e eventualmente ou em parte, Podemos (6) e PSDB (4) – daria a um eventual novo governo Bolsonaro 45 votos (55,5%), também suficiente para aprovar propostas ordinárias e abrir processos de impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Obviamente, o tamanho do apoio em cada Casa pode variar, para mais ou para menos, a depender da proposição que estiver em análise, dos interesses de bancadas estaduais ou temáticas, e também da capacidade de articulação da ala política do governo para negociar apoio e satisfazer demandas por cargos, verbas e influência desses parlamentares.

Ao lado disso, partidos que se comportam de maneira mais independente – às vezes a favor do governo, outras de forma contrária – alcançaram tamanho médio. Somados, MDB (42), PSD (42), PSDB (13), Podemos (12), Avante (7), Cidadania (5), Solidariedade (4) e Pros (3) perfazem 128 deputados (25% do total). No Senado, esses partidos – PSD (11), MDB (10), Pros (1), Cidadania (1) – alcançaram peso semelhante, com 23 senadores (28%).

Assim como deputados do Centrão, vários deputados desse segundo grupo podem votar com o governo, seja ele de Bolsonaro ou mesmo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Já a esquerda, no Congresso como um todo, saiu minoritária. Na Câmara, PT (68), PDT (17), PSB (14), Psol (12), PCdoB (6), PV (6) e Rede (2) somam 125 deputados (24%). No Senado, PT (9), PDT (3) e PSB (1) têm juntos 13 representantes (16% do total).

Para entender como essa nova composição, mais à direita, afeta Bolsonaro ou Lula, a Gazeta do Povo ouviu um analista político e quatro políticos conservadores, sendo dois deputados federais reeleitos e dois novatos na Câmara.

Para o professor de ciência política do Ibmec de Minas Gerais Adriano Gianturco, a nova cara do Congresso indica um movimento maior à direita na sociedade – segundo ele, de crescimento orgânico de baixo para cima, e que ultrapassa o chamado “bolsonarismo”, de apoio irrestrito e personalista ao atual presidente –, e que está amadurecendo. Isso favorece um apoio maior no Legislativo à agenda de Bolsonaro, num eventual segundo mandato, mas não dispensa a articulação com o Centrão.

“Se o vitorioso for Bolsonaro, vai ser mais fácil governar, do que com o Congresso atual. Poderia até ter quórum para abrir um impeachment de ministro do STF. Não terá maioria, terá que compor com o Centrão. Se for Lula, vai ser mais difícil para ele. É possível que seu novo governo se assemelhe mais à gestão Dilma que seus dois primeiros mandatos. Claro que Lula é mais esperto que Dilma. Já governou duas vezes e sabe fazer política melhor. Mas os números não estão ao lado dele. Pode ocorrer um ‘ganhou, mas não levou’”, diz o professor.

O que conservadores esperam de um novo governo Bolsonaro
Uma das maiores aliadas de Bolsonaro na Câmara e reeleita com a maior votação no Distrito Federal, a deputada federal Bia Kicis diz que, com um Congresso mais à direita, Bolsonaro poderá até mesmo alcançar 300 votos na Casa. As prioridades do novo governo, segundo ela, devem ser “reformas que impactam diretamente na vida das pessoas: liberdade econômica, desburocratização, redução da carga tributária, reforma tributária, valorização da família, da mulher, segurança pública e legítima defesa.”

Independentemente do governo, ela diz que a bancada conservadora deve focar em reforma política e reforma do Judiciário, o que inclui mudar a forma de composição e manutenção dos ministros do STF – há várias propostas em discussão nessa área, que incluem aumentar o número de ministros, o que poderia dar maioria de indicados por Bolsonaro na Corte, a redução da idade de aposentadoria compulsória ou mesmo fixação de mandatos.

O avanço da agenda reformista, em caso de reeleição de Bolsonaro, é também defendido pelo deputado Pastor Marco Feliciano (PL-SP), outro aliado histórico do presidente e reeleito. “Acredito que o presidente Jair Bolsonaro irá focar esforços nas reformas tributária e administrativas que estão pendentes”, disse. Em relação às prioridades dos conservadores no próprio Legislativo, ele destaca temas que interessam à bancada evangélica, a qual integra. “Lutaremos para manter a liberdade de culto, independência da Igreja perante o Estado, e aprovar no Congresso projetos sociais que visem recuperar drogados para o convívio, como já vem sendo feita pelas comunidades terapêuticas mantidas por entidades religiosas a baixo custo.”

Eleito deputado federal, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL-SP) diz que, num segundo mandato de Bolsonaro, a prioridade número um no Congresso deve ser aprovação das reformas administrativa e tributária. “E fazer isso logo no primeiro semestre, que são quando as coisas se viabilizam. Depois vai ficando cada vez mais difícil. São duas reformas que precisam ser feitas imediatamente.”

“Por outro lado, o Congresso deve se mobilizar, com essa frente conservadora que tem uma visão mais liberal na economia, para fazer o máximo de privatizações possível. O Brasil não aguenta mais estatais, e isso inclui Petrobras, Correios, toda as estatais, sem exceção, inclusive bancos públicos. Eu sou favorável que a gente faça privatização de absolutamente tudo.”

Questionado sobre uma eventual oposição do Centrão a uma agenda muito liberal, Salles diz que caberá ao governo montar uma equipe de articulação política habilidosa. “Pressupõe que o governo tenha nos órgãos ligados a isso, que são a Secretaria de Governo e a Casa Civil pessoas que tenham justamente essa habilidade, esse conhecimento da máquina pública e do ambiente do Congresso. Enfim, pessoas que sejam afeitas ao setor político”. Para Gianturco, a chance de aprovação das reformas depende da conjuntura econômica. “Depende mais de questões pragmáticas que ideológicas. Se a economia andar bem, será mais fácil, se economia andar mal, fica mais complicado.”


Que papel um Congresso mais conservador teria num eventual governo Lula
Kicis, Feliciano e Salles estão confiantes que Bolsonaro vai ganhar de Lula no segundo turno. Mas, e se o petista vencer e passar a chefiar o Executivo, qual será o papel da bancada conservadora? Para Bia Kicis, será de “resistência e contenção de danos”.

É o que também prevê Feliciano. “Cerrar fileiras para impedir que sejam propostas mudanças nas pautas dos costumes, que sejam conflitantes com nossos valores judaico-cristãos, a favor da família tradicional, contra a famigerada ideologia de gênero, contra a descriminalização das drogas, contra a legalização do aborto fora do que já é previsto em lei”.

Salles diz que o grupo conservador que agora chegará à Câmara é mais maduro que aquele eleito pela primeira vez em 2018, no embalo da vitória de Bolsonaro. Segundo ele, os deputados eleitos de direita têm mais “consistência” no conteúdo, são mais preparados para debater e confrontar ideias ruins que venham de um eventual governo Lula.

“Você tem mais condições de demonstrar – mesmo que seja para um grupo fisiológico de centro que complemente o apoio à esquerda – que aquelas matérias são indesejáveis ou inviáveis, no todo ou em parte. Nem tudo é para rechaçar completamente, tem que considerar que há temas que comportam aprimoramento. Esse é um papel do grupo que foi eleito agora.”

Ele também considera que a nova direita na Câmara tem capacidade de mobilizar a opinião pública. “Manter a sociedade atenta, informada, mobilizada, em prol das boas políticas públicas é de fundamental importância para barrar um governo de esquerda, que vai propor coisa ruim”, diz Salles.

Eleito o deputado federal mais votado do país nestas eleições, com 1,49 milhão de votos, o vereador Nikolas Ferreira (PL-MG) concorda com o ex-ministro. “Agora tem mais vozes para poder ecoar no nosso país o conservadorismo, muito mais soldados para enfrentar o avanço da esquerda, com as pautas de aborto, legalização das drogas, ideologia de gênero”.

Ele prevê que, mesmo com Bolsonaro eleito, a esquerda tentará avançar nessas pautas e que cabe à bancada conservadora impedir. “Eu tenho certeza que a esquerda vai tentar ressuscitar algo nos mesmos moldes do PLC 122, com relação ao ativismo LGBT no Plano Nacional de Educação, no material escolar. Vão tentar impedir de qualquer jeito o homeschooling. Acredito que conservadores não somente propõem bons projetos, mas também travam os péssimos.”

Quanto ao ativismo judicial do STF, Salles e Nikolas demonstram cautela. Para o ex-ministro do Meio Ambiente, o perfil mais maduro dos parlamentares conservadores fará com que eles defendam melhor suas prerrogativas – como a imunidade parlamentar. “Tem pessoas mais preparadas, com mais bagagem, traz mais senioridade. Isso traz consequentemente mais poder de atuação para defender as prerrogativas parlamentares, em ambas as casas”.

Já Nikolas entende que não é possível mudar o Judiciário no curto prazo. “A gente tem que ir na origem, de onde são formados os ministros, ou seja, universidade. Então, não é uma corrida de 100 metros, é uma maratona. A gente tem que levantar novos juristas, pessoas que vão ocupar esse espaço. Mas, no âmbito do Congresso Nacional, a gente tem que jogar nas quatro linhas da Constituição. E confesso: é realmente difícil o que a Câmara pode fazer em relação aos mandos e desmandos do STF. Essa missão aí, eu acredito que esteja agora nas mãos do Senado.”

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/o-que-esperar-do-novo-congresso-mais-conservador-2023/
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O NORDESTE AINDA SOFRE A INFLUÊNCIA DOS CORONÉIS NAS ELEIÇÕES

 

Eleição

Por
Bruna Frascolla – Gazeta do Povo


ACM Neto (União Brasil) em debate da Tv Globo.| Foto: Reprodução/TV Globo

Quando o assunto é o Nordeste, a direita de hoje parece os comunistas d’antanho. Certa feita um professor de filosofia de meia idade me contou o desgosto que era apurar as urnas da Bahia em sua juventude: estava tudo muito bem na capital, com o MDB lá na frente, até começarem a chegar as urnas do interior. Tudo ARENA. Para o nordestino da capital, “o interior” soa mais ou menos como “o Nordeste”: lá é que pode pôr tudo a perder, por causa do povo ignorante.

Ao menos o nordestino litorâneo tinha na ponta da língua a razão da discrepância entre o voto do interior e o da capital: os coronéis. Só agora é que a esquerda local resolveu que ser um camponês bêbado do interior dá muita consciência social. E o que é pior: a direita urbana do Sudeste acreditou. É como se pé rapado do interior tivesse ideologia, e não votasse em quem o coronel manda. Abrir as redes sociais, hoje, deu uma tremenda vergonha alheia.

Vou deixar de lado os outros estados em que há coisas interessantes acontecendo – tais como a queda do clã Ferreira Gomes no Ceará, a briga de primos em Pernambuco e a candidatura bolsonarista impugnada em Sergipe – e focar no meu estado, que por acaso é o mais populoso do Nordeste.

Racha nos coronéis ocorrido no petismo

Como eu já expliquei em detalhe aqui, a Bahia é governista. Durante o regime militar, a Bahia votava na ARENA. É tão governista, mas tão governista, que não tem nenhum equivalente de Arraes; aqui, a disputa pelo poder estadual se dava entre o arenista ACM e o arenista Roberto Santos, reitor da UFBA, ambos médicos de formação.

ACM, casado com a filha de um coronel do cacau, acabou ganhando a disputa. Nasceu assim o carlismo. Na Nova República, o carlismo vicejou com base numa tríade: a aliança capilarizada com os coronéis interior adentro, uma nova escola de propaganda e as obras públicas. Todas as eleições estaduais da Bahia na Nova República foram decididas em primeiro turno, exceto a de 1994, quando o primeiro sucessor de ACM fez quase 50% no primeiro turno. Em 2002, ano da eleição de Lula, o candidato carlista ganhou no primeiro turno, derrotando Jaques Wagner. O esquerdismo era uma afetação urbana; os grotões eram carlistas.

No entanto, a concertação entre empreiteiras e marketing, a partir de 2002, foi imitada em plano nacional. Marketing baiano e empreiteiras baianas deram o tom do cenário nacional. Assim, em 2006, pela primeira vez, o PT ganhou a eleição para o governo na Bahia. E não só ganhou, como levou de primeiro turno. Isso só podia significar uma coisa: algo se alterou na rede de coronéis. De fato, nomes tradicionais do carlismo migraram para a base aliada do PT. O mais famoso deles é Otto Alencar (PSD), que já foi governador carlista da Bahia no ano de 2002, completando o mandato do também carlista César Borges. Desde então, a Bahia se dividia entre o interior petista e os centros urbanos (Salvador e Feira de Santana) carlistas.

Forças incertas em 2022
Se tudo corresse como previsto pelos institutos de pesquisa, Otto Alencar provavelmente teria se candidatado ao governo do estado. Ele era cotado para ser o sucessor de Rui Costa, mas se recusou e preferiu concorrer à reeleição no senado na chapa do PT. O vice-governador de Rui Costa, João Leão, ia concorrer ao Senado como aliado de ACM Neto, mas desistiu e pôs o filho Cacá no lugar. Ao meu ver, essa movimentação se deu em função da incerteza do cenário nacional. Se Lula fosse certo, Otto seria governador e João Leão (o cacique do PP local) continuaria na base do petismo. ACM Neto é o nome adequado para um cenário de incertezas. O PT colocou um ilustre desconhecido para concorrer – o tal do Jerônimo – e por isso o candidato não tem nada a perder.

De fato, pela primeira vez o petismo vai ao segundo turno numa eleição estadual da Bahia. O ilustre desconhecido ficou com quase 50%; depois, veio ACM Neto, pouco mais de 40%, e por fim, dentre os candidatos significativos, veio João Roma, com quase 10% dos votos. Otto teve 55% dos votos. Ele só não é governador porque não quer. João Roma é outro coronel ex-carlista, mas de geração mais nova. Ele rompeu com ACM Neto e aderiu a Bolsonaro. Assim, num cálculo rude, dá 50% para o PT (puxado por Otto), 40% para ACM e 10% para Bolsonaro. Está dividido e imprevisível. Continua certo, porém, que o coronelismo vai bem, obrigado. O deputado federal mais votado foi Otto Filho, filho de Otto Alencar. Foram eleitos com boa votação o filho de Angelo Coronel (um coronel aliado de Otto, também ex-carlista) e a mulher de João Roma.

Centros urbanos

Na Bahia, Salvador e Feira de Santana costumam votar contra a Bahia rural. Ainda assim, Lula venceu em ambos os municípios. A oposição dos núcleos urbanos ao interior rural se manteve somente no âmbito estadual: em ambos os municípios, ACM Neto ganharia no primeiro turno. Resta concluir que os centros urbanos votaram Lula e ACM, do mesmo jeito que em 2002. 2002 também era um ano de incertezas, e a Bahia soube colocar o carlismo como um colchão entre a velha ordem tucana (que não dava bola para o Nordeste) e o petismo em ascensão (com sua fome de poder mirando o Nordeste).

Fui votar numa seção que concentra a elite antiga da cidade. Os carrões dos eleitores traziam plotagens de políticos no fundo. Nenhuma de Lula, nenhuma de Bolsonaro. As plotagens traziam ACM, de João Leão e de Otto Alencar.

Isso só pode significar uma coisa: Bolsonaro não está fazendo política direito no Nordeste. O Nordeste é como o Centrão. Ninguém o acha bonito, mas todo político de grande porte tem que se virar com ele. Não adianta bancar o incorruptível, o limpinho, e perder as eleições depois. O que os coronéis sempre pedem é uma obra para chamar de sua perante o eleitorado. Com obras, as regiões ganham infraestrutura e empregos provisórios, e o coronel, sendo considerado o “puxador” dos investimentos, ganha votos. Não há ideologia nisso e o eleitor não está nem aí para o que dizem os jornais.

Poderia ser pior para Bolsonaro

O Nordeste não liga para a opinião pública. Na época da ditadura, isso era bom. Os comunistas podiam espernear à vontade na imprensa, que o Nordeste não estava nem aí. Na Nova República, a imprensa tucana esperneava contra Lula, e o Nordeste não estava nem aí. Certo ele, já que FHC deixou, talvez, a maioria da população do Nordeste sem energia elétrica, situação que viria a mudar só com o Luz para Todos de Lula. Agora, sob Bolsonaro, a imprensa vive dizendo que Bolsonaro é o demônio. É óbvio que o Nordeste não passou a ouvir a beautiful people de uma hora pra outra. O problema é arranjo político.

Poderia ser pior. A capital de São Paulo deu maioria lulista, e seu deputado federal mais votado foi Boulos. Quais as chances de reverter os votos do eleitor urbano afetado, que escolhe sub-intelectual do PSOL? Por outro lado, um acordo com coronéis tem o potencial de mudar os rumos da eleição silenciosamente – do mesmo jeito que foi silenciosa a súbita mudança na Bahia em 2006.

ACM Neto terá de procurar ex-aliados para garantir a vitória contra o ilustre desconhecido do PT – seja junto a Roma, seja junto aos atuais aliados do PT local. Otto Alencar está com a faca e o queijo na mão. Pode derrubar o PT no plano estadual e, por que não, no federal. Nesse cenário, estaria encerrado o racha entre os coronéis baianos iniciado no petismo.


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EXTREMISMO DOS FORMADORES DE OPINIÃO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Defesa da vida desde a concepção está entre as ideias tidas por “extremistas” por formadores de opinião.| Foto:

“Não seria interessante, a essa altura, tentar entender quem vota diferente?”, tuitou a jornalista Maria Beltrão, na noite deste domingo, quando a apuração do primeiro turno ainda não tinha sido concluída, mas já estava evidente que o presidente Jair Bolsonaro havia recebido uma votação bem superior àquela que as pesquisas de intenção de voto lhe concediam. Este é um convite que precisa ser aceito urgentemente por muitos brasileiros que cobrem um arco bastante amplo, que vai dos apoiadores de Bolsonaro que partiram para a desqualificação dos eleitores do Nordeste (onde o ex-presidente Lula venceu por ampla margem) até jornalistas e formadores de opinião que nem sempre conseguem enxergar motivos bastante legítimos e razoáveis para que dezenas de milhões de brasileiros tenham optado por Bolsonaro.

A votação de um candidato – qualquer candidato – é composta por um misto de adesão e rejeição. É assim com Lula, pois há os que compartilham de suas ideias e os que guardam uma boa memória de seu governo, mas também há os que votaram no petista mesmo discordando dele, recorrendo ao “voto útil” para derrotar Jair Bolsonaro logo no primeiro turno, pois consideraram mais importante impedir o atual presidente de permanecer no poder. E, se é assim com o ex-presidente, também o é para quem vota em Bolsonaro.

Onde está o “extremismo” em se defender, por exemplo, o direito à vida desde a concepção, considerando que é preciso proteger tanto a mãe quanto a criança por nascer?

Muitos eleitores que não consideram Bolsonaro a escolha ideal votaram nele guiados principalmente por sua rejeição ao que o petismo representa, por exemplo, em termos de corrupção, de ameaça à democracia ou de política econômica. E temos de perguntar: é realmente tão inaceitável assim que um eleitor não queira de volta no Palácio do Planalto os protagonistas do mensalão e do petrolão, os maiores escândalos de corrupção da história do país? Que um eleitor considere inaceitável o apoio explícito que o petismo deu e continua dando a ditaduras latino-americanas como a cubana, a venezuelana e a nicaraguense? Que o eleitor, tendo ainda na memória recente a recessão de 2015-16, não queira de volta os responsáveis pela política econômica que gerou a crise?

Setores da opinião pública manifestam revolta com os eventuais arroubos antidemocráticos de Bolsonaro, com sua defesa da ditadura militar brasileira, com o “orçamento secreto” e as “rachadinhas”, com os ataques a jornalistas, e estão no seu direito. Mesmo assim, não há como negar a corrupção petista, fartamente documentada na Lava Jato (ainda que as provas tenham se tornado inúteis para uso em um tribunal); nem que a gestão econômica petista trouxe resultados desastrosos; nem que o petismo faz acenos costumeiros a ditaduras de esquerda. Revoltar-se contra tudo isso a ponto de votar no candidato com mais chances de derrotar o petismo é tão legítimo quanto o voto em Lula motivado pela indignação com a forma como Bolsonaro vem governando. Este primeiro passo é fundamental no esforço de “entender quem vota diferente”.


Mas tal esforço não se resume a compreender mecanismos de rejeição; ele também precisa se estender à questão da chamada “pauta de costumes”, decisiva para muitos dos eleitores de Bolsonaro. Parte substancial dos formadores de opinião, por exemplo, defende o direito ao aborto, entendido como expressão da autonomia da mulher. Mas é tão absurdo assim que uma pessoa julgue ambas as vidas, da mãe e do bebê, dignas de igual proteção e merecedoras de todos os esforços para sua preservação? Que alguém considere que um ser humano indefeso e inocente tem o direito à vida, independentemente de tudo o mais, inclusive das condições em que foi gerado? É certo que não; o discurso pró-vida é algo perfeitamente razoável e defensável em uma sociedade democrática.

Da mesma forma, muitos consideram que o necessário e justo combate à discriminação contra a população LGBT passa pelo reconhecimento das uniões afetivas como equivalentes ao casamento, como ordenou o Conselho Nacional de Justiça na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal Federal. Mas há inúmeros brasileiros que, rejeitando frontalmente qualquer tipo de violência ou preconceito homofóbico, julguem que o matrimônio entre homem e mulher, por suas características especiais e por considerações de cunho ético-filosófico ou antropológico, mereça uma proteção especial da parte do Estado. Também esta é uma posição legítima e razoável, que merece carta de cidadania e respeito na arena pública. O mesmo pode ser dito de várias outras plataformas, como por exemplo a “tolerância zero” com as drogas, que tanto mal fizeram e fazem a inúmeras famílias, enquanto outros defendem a legalização do seu consumo.

Quando rótulos, prefixos e superlativos são usados com o objetivo de estigmatizar pessoas e excluir da arena pública alguma ou todas as propostas de cunho dito “conservador”, na verdade o verdadeiro extremista é quem abusa da desqualificação

Fato é que candidaturas como a de Jair Bolsonaro ofereceram tudo isso aos eleitores, e não foram poucos os que abraçaram o candidato de 2018 e o presidente de 2022 devido a estas plataformas. No entanto, por mais razoáveis que elas sejam, vêm merecendo de parte dos formadores de opinião e dos meios de comunicação a desabonadora classificação de “extremistas”, como se vê no uso frequente de expressões como “extrema-direita” ou “ultraconservadorismo”. Tal comportamento, no entanto, exige de imediato a questão: onde estaria o “extremismo”? Tratar dessa forma discursos que ao longo da história, em diferentes épocas e contextos, sempre foram entendidos como perfeitamente razoáveis, igualando-os, por exemplo, a doutrinas totalitárias ou que desumanizam os demais e negam-lhes dignidade, é errar completamente o tom. Quando rótulos, prefixos e superlativos são usados com o objetivo de estigmatizar pessoas e excluir da arena pública alguma ou todas as propostas de cunho dito “conservador”, na verdade o verdadeiro extremista é quem abusa da desqualificação.

“Entender quem vota diferente” é um mantra essencial se quisermos reconstruir pontes em um país dividido. Erra quem julga que o Brasil é feito de uma metade de cruéis comunistas, erra quem julga que o país tem uma metade de cruéis fascistas e extremistas de direita. E erra ainda mais quem quer banir, por força da desqualificação moral e de rótulos como o de “extremistas”, discursos razoáveis do debate público apenas por discordar deles. Não se pretende que os formadores de opinião concordem com ideias ditas conservadoras (embora isso, se ocorresse, seria muito positivo); basta apenas que reconheçam a razoabilidade dessas plataformas, que nada têm de “extremistas”. A incapacidade de conviver respeitosamente com ideias das quais se discorde, mas que são totalmente razoáveis, é sintoma preocupante de imaturidade e déficit democrático. Quem não for capaz de superar este tipo de preconceito jamais será capaz de “entender quem vota diferente”.

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CONSIDERAÇÕES SOBRE O RESULTADO DAS ELEIÇÕES

 

Apuração

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


O governador de Minas, Romeu Zema, e o presidente Bolsonaro: mineiro conseguiu reeleição no primeiro turno e deve apoiar Bolsonaro.| Foto: Divulgação/Palácio do Planalto

Tem gente fazendo contas aleatórias, misturando banana com Coca-Cola, tomate com picolé, para dizer que houve um absurdo nas urnas, já que Bolsonaro teve menos votos que o senador Fulano, que o governador Fulano e que o deputado Fulano. Mas não é assim. Não se pode misturar; é preciso ver ou os votos dos candidatos a senador, ou dos candidatos a governador que apoiam Bolsonaro. Por exemplo, no meu estado natal, o Rio Grande do Sul, somei os candidatos Onyx Lorenzoni (que vai para o segundo turno), Luís Carlos Heinze e Argenta, e Bolsonaro recebeu mais votos que os três juntos. Aí, sim, podemos comparar.

Agora, se fizermos essa comparação em Minas, aparece uma diferença muito grande. Se pegarmos os votos de Romeu Zema, que é anti-Lula – ou seja, ninguém que gosta de Lula vai votar em Zema –, e somarmos com os votos de Carlos Viana, que é do PL, partido de Bolsonaro, que foi apoiado pelo presidente, vai dar 7,877 milhões de votos. Então, quase 8 milhões de mineiros votaram ou em Zema, porque é anti-Lula; ou em Carlos Viana, porque era o candidato de Bolsonaro. Mas esse não é o mesmo número dos mineiros que votaram em Bolsonaro. Houve 2,638 milhões de eleitores em Minas que votaram em Zema ou Viana, mas não votaram em Bolsonaro, que teve 5,239 milhões de votos em Minas. Lula teve 5,802 milhões e ganhou por 600 mil votos.

A outra diferença grande Lula tirou na Bahia: dos 6 milhões de vantagem do petista, 63% ele tirou na Bahia, onde teve 3,826 milhões de votos a mais que Bolsonaro. E não venham me dizer que Bolsonaro recebeu menos votos na Bahia, não! Em comparação com 2018, ele aumentou sua votação em um ponto porcentual. Isso aconteceu em todo o Nordeste, com exceção da Paraíba, onde ele foi menos votado agora que quatro anos atrás. Em Pernambuco foi quase um empate, mas o presidente ainda teve mais votos em 2022 que em 2018. Onde se votou menos em Bolsonaro, então? Ah, surpresa: Centro-Oeste, Sudeste e Sul.


Chile dá exemplo de que se abster de votar é abrir mão do poder
Estou contando isso porque vem aí o segundo turno, que é uma nova eleição. Ciro e Tebet não têm condições de pegar um balaio cheio de votos deles e transferir tudo para Lula ou para Bolsonaro; eles não mandam nos seus eleitores. Os dois que vão para o segundo turno é que vão ter de conquistar os eleitores dos outros candidatos. Mas, sobretudo, vão ter de conquistar, chamar para votar, os que não foram votar, que equivalem à população do Peru; ou nove vezes a população do Uruguai; ou quatro vezes a população do Paraguai; ou a soma da população de Portugal, Suécia e Grécia: 32,7 milhões de brasileiros eleitores não cumpriram sua obrigação de votar. E certamente Lula e Bolsonaro vão atrás deles depois de terem sido ambos enganados pelas pesquisas.

Bolsonaro saiu ganhando, porque as pesquisas só o estimularam. Acho que Lula saiu perdendo porque as pesquisas o fizeram relaxar, achando que não precisava nem sair para a rua porque já tinha ganho. De nove institutos de pesquisa, sete afirmaram que Lula venceria no primeiro turno, e mais uma vez enganaram o eleitor, enganaram até os candidatos. Tenho 62 anos desde o primeiro voto, 25 eleições, e nunca vi tanta pesquisa. É uma bola de cristal todos os dias para tentar antecipar o resultado das urnas. Qual é o objetivo disso?


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PREVISÕES PARA OS ACONTECIMENTOS POLÍTICOS PARA 2023

 

Crônica pós-eleições

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


O futuro: Senado abre processo de impeachment contra ministros do STF enquanto Câmara atua em causas conservadoras.| Foto: Reprodução

Ontem recebi dezenas de milhares (sem exagero! sem exagero? com exagero) de mensagens de pessoas perguntando onde estava minha crônica pós-eleições. Ei-la. Mas, antes, deixe-me contar o que me aconteceu no domingo, no exato minuto e segundo em que Lula ultrapassou Bolsonaro na apuração do TSE. Ou talvez tenha sido bem depois, mas é que assim fica mais legal.

Entrei no Uber e fui logo perguntando o que o motorista achou do resultado das eleições. Ele disse que tinha achado ótimo, excelente, extraordinário, magnífico. “Você acha tudo isso porque acredita numa vitória do Lula ou do Bolsonaro no segundo turno?”, perguntei. Ele respondeu que nem uma coisa nem outra. “Por isso!”, disse. De repente o Palio (acho que era um Palio) caindo aos pedaços foi envolto em raios de um tom azulado e, por algum motivo, em meio às faíscas eu consegui ouvir Huey Lewis cantando “The Power of Love”.

“Pronto, chegamos”, disse o motorista. Por lógica, concluí que tinha dormido e sonhado que era o Marty McFly. Prestes a completar 45 anos de idade?! Que patético, eu sei. Saí do carro ansioso para chegar em casa, tomar um banho e me jogar na cama. Mas além de patético reconheço que sou filho do meu tempo e me confesso viciado em informações. Por isso, ainda na calçada tirei o celular do bolso e.

E o que vi no aparelhinho foi maravilhoso. Ou, para usar as palavras do motorista, ótimo, excelente, extraordinário e magnífico. No site da Gazeta do Povo, acabo de ver que o Senado brasileiro, com a presença do General Mourão, Tereza Cristina, Damares Alves, Marcos Pontes e até Sérgio Moro, acabou de autorizar a abertura de um processo de impeachment contra um ministro do Supremo Tribunal Federal. Eu disse “um”? Minto. Só não são nove os processos porque um dos ministros, antevendo a aposentadoria compulsória, abdicou espertamente do trono, digo, cargo.

E tem mais: plantado ali na calçada, com os olhos fixos no celular, descobri (ainda no site da Gazeta do Povo, claro) que a base conservadora na Câmara, em acordo com o centro, decidiu legislar e votará nos próximos dias uma PEC ou um PL ou uma MP – sei lá que raios de instrumento é esse! – impedindo o Supremo Tribunal Federal de legislar e considerando nulas decisões como a que equiparou a homofobia ao crime de racismo. Ah, já contei que uma articulação surpreendente de Deltan Dallagnol conseguiu aprovar a PEC da Segunda Instância? Pois.

Lá de longe e bem baixinho já ouço a voz claudicante de alguém que franze a testa e arqueia a sobrancelha para me perguntar se posso provar que estive mesmo em 2023. Posso e não posso. Digo, as viagens no tempo da Uber TM™ são totalmente seguras e confiáveis, mas, aqui em 2023, ainda não são auditáveis. Você vai ter que confiar em mim.

Sim, sei que você está louco para que eu diga quem preside o Brasil aqui em 2023. Mas, neste caso vou ficar devendo. Porque bem na hora em que estava prestes a descobrir quem era o presidente do Brasil, senti a mão do motorista no meu ombro. “Seus cinco minutos no futuro acabaram!”, disse. Sem que eu tivesse tempo de reagir, com um movimento brusco ele tirou o celular das minhas mãos e, se aproveitando da minha debilidade, me jogou dentro do carro.

Vi raios azulados em volta do Pálio. Pelo menos acho que era um Pálio. Não entendo nada de carros. De novo ouvi “The Power of Love”. Novamente me senti um patético adolescente calvo, barrigudo e de All Star. E uma vez mais me descobri diante do portão de casa e com a sensação de ter dormido. Me despedi do motorista sem falar nada para não parecer maluco. Tomei um banho, me joguei na cama e comecei a fazer anotações para uma primeira crônica pós-eleições. Esta.


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COMO ATRAIR CLIENTES PARA A LOJA VIRTUAL?

 

BERTHOLDO

Embora os negócios digitais estejam crescendo cada vez mais rápido, muitos empreendedores ainda se perguntam como atrair clientes para a loja virtual. Isso faz todo sentido, uma vez que, para que vendas sejam realizadas, é necessário que clientes cheguem à loja para conferir os seus produtos.

No entanto, essa é uma tarefa que, graças a determinados fatores, como a concorrência elevada e a falta de capacitação dos empresários, pode se tornar bastante complexa. Felizmente, algumas práticas, como a produção de conteúdo e o uso de estratégias de SEO, podem torná-la muito mais simples.

Levando esse fato em consideração, decidimos preparar este conteúdo para ajudar você a ter sucesso em seu e-commerce. Leia o artigo e saiba como atrair clientes para a sua loja virtual!

Por que ter uma loja virtual?

Mais importante do que fazer é saber por que algo é feito. Por esse motivo, antes de compreender como atrair clientes para loja virtual, é importante entender a realidade desse mercado e o seu potencial de crescimento e de geração de lucro para os seus administradores.

A loja virtual tem vários benefícios em relação à loja tradicional, já que o alcance ultrapassa as barreiras físicas. Em apenas um clique, o empreendedor pode atingir consumidores em todo o Brasil — dependendo da logística, inclusive, ele também poderá ofertar mercadorias para o exterior.

Além disso, um e-commerce tem menos gastos que um ponto físico, já que não acarreta pagamentos de aluguel, de água e de luz; gastos com móveis e vitrines; despesas com limpeza e outros. O investimento no servidor e em uma empresa para cuidar do e-commerce é bem menor e mais atrativo do que os valores demandados citados anteriormente. Aconselhamos investir na Plataforma Comercial Site Marketplace da Valeon.

Ademais, muitas pessoas não têm tempo de ir a uma loja conferir os produtos e pesquisar os preços, uma realidade que faz com que elas acabem se voltando para a internet. Uma vez que, por meio de um smartphone simples, qualquer um pode verificar valores e fazer compras, esse modelo de negócios tem crescido muito, de modo que, ao abrir uma loja virtual, o dono de uma loja física pode alcançar um público mais significativo, como dito.

É importante ressaltar que também existem aqueles que usam a internet apenas para a pesquisa de preços e de produtos, mas que preferem fazer as compras em lojas físicas. Ainda assim, as lojas virtuais geram vantagens, pois se tornam um meio de divulgação desses estabelecimentos.

Como atrair clientes para a sua loja virtual?

Apesar de todas as vantagens entregues pelos negócios digitais, eles exigem a atenção de seus donos. Os empresários precisam compreender a realidade do mercado e criar soluções capazes de atendê-la.

Separamos algumas dicas para ajudar você nessa tarefa. Continue a leitura e descubra sete práticas para atrair clientes para a loja virtual!

1. Dedique tempo ao seu negócio

O sucesso de um negócio está diretamente atrelado à sua estratégia de gestão. Por esse motivo, é necessário que os proprietários de uma loja virtual invistam o tempo necessário em sua administração. Sem esse cuidado, os empresários simplesmente não serão capazes de se dedicar a tarefas importantes, como a divulgação da marca e o atendimento ao cliente.

Também é fundamental ressaltar que, sem monitorar de perto os resultados da loja virtual e os indicadores apontados pela plataforma em que ela está alocada, não será possível observar informações relevantes, como os padrões de compra de seus clientes. Por esses motivos, podemos dizer que dar à loja virtual a atenção de que ela precisa é um dos fatores mais importantes para o seu crescimento. A Valeon realiza todos esses procedimento.

Como atrair clientes

2. Aumente o número de acessos da sua loja virtual

Assim como ocorre em uma loja física, fazer com que mais pessoas cheguem a uma loja virtual não garante que o número de vendas aumentará. No entanto, um tráfego maior cria condições para que isso ocorra de uma maneira mais simples.

A grande questão é: como atrair clientes para loja virtual? A produção de conteúdo e o marketing relacionado a ela podem ser boas soluções. Isso porque, ao fornecer informações relevantes para o público, o negócio acaba se tornando uma referência, o que é um grande diferencial na hora da compra.

Nesse contexto, é possível optar por fechar parcerias com sites e blogs já consagrados ou por investir em seus próprios canais de comunicação. Na verdade, uma combinação das duas opções tende a ser uma solução mais completa.

Os sócios do negócio podem, por exemplo, criar um blog e produzir artigos com os temas mais pesquisados por seus clientes em potencial. Além disso, é viável fechar parcerias com outros para atrair acessos para a sua plataforma, que, por meio de um funil de vendas bem elaborado, podem levar muitos clientes a comprarem os produtos vendidos no e-commerce.

3. Invista em SEO

Assim como uma loja física precisa de um ponto para ser localizada, as lojas virtuais dependem de uma boa localização nos motores de busca, como o Google, para que os clientes a encontrem e comprem os seus produtos. Nesse contexto, as estratégias de SEO podem ser consideradas indispensáveis. Isso porque se a loja não apresentar os requisitos que os buscadores utilizam parar ranquear os sites, será mais difícil encontrá-la. A Startup Valeon está bem situada no Google.

Embora contar com um especialista em SEO seja a solução mais adequada, nada impede que você estude por conta própria e entenda as regras que deve seguir para a produção de conteúdo. Conforme o negócio cresce, porém, recorrer a um especialista tende a ser uma opção mais eficiente para a empresa.

4. Use links patrocinados

Embora surgir nas buscas orgânicas seja o ideal para uma loja virtual, esse objetivo não é alcançado imediatamente, pois as estratégias de SEO apresentam resultados no médio e no longo prazo. Felizmente, existem outros meios de aparecer em primeiro lugar nas pesquisas feitas nos motores de busca, como o tráfego pago. Basicamente, essa estratégia exige que seja feito um investimento na promoção de seus recursos, o que pode ser realizado por meio do Google AdWords.

A grande vantagem dessa tática é que ela é imediata. Mas, assim como ocorre com o SEO, para que o tráfego pago entregue os resultados que são esperados, ele precisa ser planejado adequadamente. Portanto, contar com especialistas nessa área é a melhor alternativa!

5. Esteja presente nas redes sociais

Não é uma novidade que as pessoas estão cada vez mais conectadas às redes sociais. Por meio dessas plataformas, os seus usuários podem se comunicar, fazer novas amizades e trocar opiniões, o que significa que elas têm o potencial de otimizar as vendas de qualquer negócio, obviamente incluindo as lojas virtuais.

É importante ressaltar, porém, que não existe mágica. Para crescerem em uma rede social, como o Facebook, as lojas precisam pesquisar o seu público, entender os seus interesses e, assim, produzir conteúdos alinhados às suas necessidades.

Além disso, uma vez que os usuários dessas redes costumam ter acesso a inúmeras informações durante o dia, os perfis das lojas virtuais precisam fazer postagens com certa frequência. Ao tomar esses cuidados, as redes sociais, como o Instagram, tendem a se tornar importantes motores de vendas.

Como atrair clientes

6. Conte com os influenciadores

Hoje em dia, é praticamente impossível separar as lojas virtuais do uso das redes sociais, como ficou claro acima. Afinal, como visto, essas redes são ferramentas indispensáveis de comunicação e de marketing.

A grande questão é que impulsionar o crescimento de um perfil nas plataformas, como o Instagram e o Facebook, pode levar algum tempo. Nesse contexto, por que não contar com perfis que já são conhecidos nessas redes e têm grande credibilidade?

Contratando um influenciador digital para falar da sua loja e divulgar os seus perfis, é possível aumentar o tráfego e o número de seguidores nas mídias da empresa mais rapidamente, melhorando também as suas vendas. Para que essa estratégia seja bem-sucedida, porém, é necessário que esses influenciadores contratados estejam alinhados à marca da loja e que sejam seguidos pelo seu público-alvo.

7. Pense em sorteios criativos

Outra estratégia interessante para uma pessoa que deseja saber como atrair clientes para a loja virtual são os sorteios feitos nas redes sociais. Basicamente, essa tática consiste na prática de sortear um item, como um produto da loja, para um grupo de pessoas que seguem o perfil. Como os organizadores do sorteio definem as regras, eles também podem estabelecer que, para participarem, os seguidores precisam marcar amigos na postagem em que houve a divulgação.

Os influenciadores também podem ser usados nessa estratégia. Afinal, quando postado por eles, o sorteio tende a alcançar um número maior de pessoas, levando mais seguidores para o seu perfil. É válido ressaltar, entretanto, que todo esse processo precisa ser feito de um modo claro e honesto. Se a loja cometer alguma irregularidade, o efeito pode ser o oposto e a sua marca será gravemente prejudicada. Por isso, é necessário que essa estratégia seja executada com o devido cuidado.

Quais as vantagens de ter uma loja virtual?

Agora que você sabe como atrair clientes para loja virtual, é interessante entender melhor as vantagens desse modelo de negócios. Veja a seguir!

Investimento inicial baixo

Não é exatamente uma novidade que abrir uma loja física é caro. Afinal, além de todo o investimento em estoques, o empresário ainda precisa arcar com os custos de um aluguel e com os encargos trabalhistas dos colaboradores. Já em uma loja virtual, não existe aluguel. No máximo, será preciso lidar com os custos de hospedagem ou com a contratação de uma boa plataforma.

Além disso, nesse modelo de negócio, boa parte das tarefas pode ser automatizada, o que reduz drasticamente os custos com contratações. Dependendo do tipo de operação da loja, esses custos podem até ser zerados. Levando esse fato em consideração, é fácil perceber por que o investimento inicial para a abertura de uma loja virtual é bem menor.

Mais acessibilidade

Para fazer compras em uma loja virtual, o cliente não precisa sair de casa. Embora essa característica aparente ser uma simples comodidade, no momento em que vivemos atualmente, em que a Covid-19 tornou o isolamento social necessário, ela se tornou fundamental.

Em um cenário em que as pessoas estão cada vez mais habituadas a fazerem as suas aquisições sem precisar ir a uma loja física, as compras on-line representam uma tendência que deve continuar crescendo, mesmo com a liberação de reabertura dos estabelecimentos.

Possibilidade de fazer um planejamento inteligente

Por meio de dados estratégicos, uma empresa é capaz de otimizar a sua tática de marketing e de criar produtos e serviços mais alinhados à demanda de seus clientes. Neste contexto, é válido ressaltar que os donos de uma loja virtual podem apurar informações valiosas de um modo mais simples.

Afinal, as plataformas que viabilizam a operação desse negócio podem identificar determinados fatores, como o tempo que o usuário passa na loja, os itens mais vistos e, até mesmo, os produtos mais comprados. Ao fazer uso desses dados, é possível verificar as mercadorias nas quais os seus clientes mais têm interesse e descobrir as épocas do ano em que determinados produtos são mais adquiridos.

Como foi possível perceber, as lojas virtuais surgiram como uma solução para os empreendedores que desejam começar um negócio de sucesso sem a necessidade de fazer grandes investimentos iniciais.

Além disso, elas também podem ajudar os donos de lojas físicas já estabelecidas no alcance de um número maior de clientes, já que permitem a concretização de vendas para todo o Brasil. Como todos os negócios, porém, exigem uma gestão eficiente, de modo que o suporte de especialistas é capaz de otimizar o seu crescimento.

Portanto, utilize a loja virtual da Plataforma Comercial Startup Valeon que possibilita você empresário ter uma página exclusiva para a sua empresa onde você pode Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

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Existem várias empresas especializadas no mercado para desenvolver, gerenciar e impulsionar o seu e-commerce. A Startup Valeon é uma consultoria que conta com a expertise dos melhores profissionais do mercado para auxiliar a sua empresa na geração de resultados satisfatórios para o seu negócio.

Porém, antes de pensar em contratar uma empresa para cuidar da loja online é necessário fazer algumas considerações.

Por que você deve contratar uma empresa para cuidar da sua Publicidade?

Existem diversos benefícios em se contratar uma empresa especializada para cuidar dos seus negócios como a Startup Valeon que possui profissionais capacitados e com experiência de mercado que podem potencializar consideravelmente os resultados do seu e-commerce e isto resulta em mais vendas.

Quando você deve contratar a Startup Valeon para cuidar da sua Publicidade online?

A decisão de nos contratar pode ser tomada em qualquer estágio do seu projeto de vendas, mas, aproveitamos para tecermos algumas considerações importantes:

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

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A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

VALEON NOTÍCIAS AGRADECE AOS ELEITORES E COMEMORA 3 MILHÕES DE ACESSOS NESTA DATA

AGRADECIMENTO AOS LEITORES!

O site ultrapassou o número de 3 milhões de acessos. Sem também levar em conta que, generosamente, muitos destes leitores repassam aos seus contatos; e, sem contar, ainda, a reprodução dos textos em outros blogs, sites, etc.

Renovo aqui o meu agradecimento a você caro leitor, cara leitora, com palavras que foram escritas em outros momentos, mas que permanecem atuais:

O leitor, portanto, é alguém muito especial. Quando lemos um texto, estamos priorizando-o em meio aos muitos que não nos conquistam, que não nos interessam. O autor deve alegrar-se e sentir-se grato aos leitores que dedicam parte importante das suas vidas para lê-lo. Considerando-se a quantidade de textos disponibilizados e a facilidade de acesso, o autor deve cultivar com muito carinho a relação com os leitores, ainda que eles sejam, como dizia alguém em tom irônico, reduzidos a menos de meia dúzia. Ele deve agradecer até mesmo ao crítico, mesmo que se considere injustiçado, pelo simples fato deste ter se ocupado com o seu texto. O autor, seja quem for, deve agradecer à sua excelência o(a) leitor(a).

Quando posto notícias, caro leitor, tenho você em conta e alta estima. Sei que as possibilidades da rede são imensas, que sua caixa postal é diariamente invadida com dezenas de mensagens oferecendo várias leituras. É um privilégio, portanto, tê-lo como leitor, como leitora.  E me importa sim quem você é. Porque do outro lado, à frente do monitor, não há um robô, uma máquina, mas sim um ser humano.  Ao tomar o seu precioso tempo e me brindar com um comentário ou um email, suas palavras não são abstrações virtuais, mas testemunhas da sua existência. Se mereço sua atenção, importa-me sim saber de ti.

Ao agradecer por me privilegiar como seu interlocutor, o faço à pessoa de carne e osso, com sentimentos e emoções, ainda que o email pareça mera formalidade. E ainda que eu não responda ao seu comentário, à sua mensagem, devido às tribulações e excesso de trabalho, ou mesmo por não ter o seu email, tenha certeza de que li e que isto fez diferença.

Quero, assim, finalizar com um agradecimento sincero a vocês, caros leitores, anônimo ou não, amigo virtual ou real, colegas e ex-alunos, familiares, etc. Sem vocês não haveria porque manter este espaço, nem porque dedicar boa parte da minha vida a escrever e noticiar. Tenho sorte em tê-los como interlocutores reais ou potenciais.

 

IMPRENSA INTERNACIONAL DESTACA ERRO NAS PESQUISAS DE INTENÇÃO DE VOTOS

 

Imprensa internacional
Por
Gazeta do Povo

NEW YORK – MAY 28 2018: Close up of the iconic The New York Times company name on the screen of ceramic rods on the headquarters building facade on Eighth Avenue in New York, 28 May 2018.


Fachada do jornal The New York Times: Para o jornal, em se tratando da insistência de Bolsonaro que as pesquisas estavam erradas ao mostrar Lula na dianteira, “ficou claro que ele estava certo”.| Foto: Bigstock

Apuração em andamento
Os principais jornais do planeta deram bastante destaque para as eleições brasileiras realizadas neste domingo, dia 02. Foram manchete dos jornais argentinos Clarin e La Nacion e dos franceses Le Monde e Le Figaro. O americano New York Times e os argentinos La Nacion e Clarin apontaram os erros das pesquisas eleitorais em relação à votação, que levou Lula e Bolsonaro ao segundo turno. O jornal americano chegou a afirmar que “ficou claro que ele estava certo”, se referindo às críticas que o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez aos institutos.

Confira a repercussão internacional:

The New York Times – EUA  
O jornal The New York Times disse que as pesquisas e os analistas indicavam que Bolsonaro estava acabado, mas surpreendeu no primeiro turno. Por isso, apesar do resultado numérico, foi ele quem teve uma noite melhor. Para o jornal, em se tratando da insistência de Bolsonaro que as pesquisas estavam erradas ao mostrar Lula na dianteira, “ficou claro que ele estava certo”. Os analistas subestimaram “a força de candidatos conservadores em todo o país”. Enquanto isso, Lula está tentando realizar um “espantoso renascimento político que há poucos anos parecia impensável”.

The Washington Post – EUA 
Para o jornal The Washington Post, o segundo turno com Lula e Bolsonaro representa a oposição entre “populistas de polos opostos do espectro político”, dois gigantes políticos que compartilham uma profunda inimizade pessoal e prometem o apocalipse caso o outro ganhe. Lula se fia em uma campanha de nostalgia da classe trabalhadora, enquanto Bolsonaro “atacou as instituições cívicas do país” e fez uma campanha de “terra arrasada”.

Wall Street Journal – EUA 
O Wall Street Journal descreveu Lula como um “porta-bandeira da esquerda latino-americana que é muito popular entre os pobres apesar de ter sido preso após condenação por corrupção em 2018”, e também destacou que Bolsonaro se saiu bem melhor do que o previsto nas principais pesquisas.

USA Today – EUA
A cobertura do USA Today caracterizou o governo Bolsonaro como marcado por “discurso incendiário”, pelo teste das instituições democráticas e pelo manejo da pandemia de Covid-19, alvo de muitas críticas, além do desmatamento na Amazônia. Para o jornal, ele teve sucesso em construir uma base conservadora dedicada. Já Lula tem como desafio se afastar da memória de estar à frente de um governo “envolvido em vastos escândalos de corrupção em que políticos e empresários estiveram emaranhados”.

CNN – EUA 
A CNN alegou que as eleições brasileiras foram marcadas por “violência e medo”. Há bons motivos para duvidar dessa caracterização.

Clarín – Argentina 
O principal jornal do país vizinho elegeu os institutos de pesquisa como os “principais derrotados” das eleições, por “seus erros”. “Um desdobramento notável das eleições brasileiras é o notório fracasso dos principais institutos de pesquisas brasileiros que, de maneira homogênea, previam uma vitória certa e consistente do ex-presidente Lula da Silva” escreve o jornalista Marcelo Cantelmi, que acrescentou: “Horas antes da eleição, duas dessas empresas, o prestigiado Datafolha e seu concorrente IPEC, avaliaram que o líder petista praticamente venceria no primeiro turno, reunindo 50/51% das intenções de voto.” Ele ainda criticou: “O problema é que nenhuma dessas empresas esclareceu essas deficiências.”

La Nacion – Argentina 
O concorrente do Clarin também destacou a diferença entre a votação final e o que foi previsto pelos institutos de pesquisas: “Jair Bolsonaro chegou a 43,7%, bem acima do que as pesquisas antecipavam, e que chegará com aspirações renovadas para o segundo turno, em 30 de outubro.” Em outra reportagem sobre as falhas dos institutos de pesquisa, o jornal destacou: “(…) uma diferença de mais de quatro pontos, muito longe dos 14 projetados pelas últimas pesquisas”

The Guardian – Reino Unido 
O jornal de viés esquerdista relembrou o passado de “engraxate” de Luiz Inácio Lula da Silva em reportagem com o título: “Luiz Inácio Lula da Silva: o ex-engraxate na esperança de reconquistar a presidência do Brasil”, sem deixar de destacar que o “o primeiro presidente da classe trabalhadora do país busca retornar ao poder após escândalos de corrupção e prisão”.

Le Monde – França 
O periódico deu bastante destaque para as eleições brasileiras: a disputa entre Bolsonaro e Lula é a manchete da edição online do jornal com tendências à esquerda, que falou em “desinformação e ataques ao sistema eleitoral”. Também publicou um perfil sobre a primeira-dama Michelle Bolsonaro com o título: “da favela ao palácio presidencial”.

Le Figaro – França 
O jornal também colocou as eleições brasileiras como principal assunto de seu site, destacando apenas a virada de Lula durante a apuração. O jornal trouxe uma reportagem sobre a votação em Paris, onde Lula teve maioria.

Deustche Welle – Alemanha 
A edição em português do serviço de notícias alemão também chamou atenção para a disparidade entre o resultado da votação e o previsto pelos institutos de pesquisa. “Pesquisas vinham apontando primeira posição do petista e possibilidade de vitória já na primeira rodada.” Em artigo, destacou a vitória de Sergio Moro ao senado, que lhe garantiu “sobrevida política”.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/new-york-times-destaca-erro-de-pesquisas-e-afirma-que-bolsonaro-estava-certo/
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VOTOS DOS CANDIDATOS SEPARAM O BRASIL POBRE DO BRASIL RICO

 

Por
J.R. Guzzo


| Foto: Gerson Klaina/Tribuna

Nenhum dos dois candidatos à presidência conseguiu definir as eleições no primeiro turno; está tudo adiado para segunda votação, no dia 30 de outubro, e até lá o Brasil vai continuar com o seu futuro em jogo. É possivelmente a escolha mais crucial que o país já teve em toda a sua história eleitoral – terá de optar entre o esforço atual para continuar tentando resolver os seus principais problemas, com a perspectiva real de sair deles algum dia, ou, então, vai voltar a um tipo de governo que já foi experimentado há pouco, durante quase catorze anos seguidos, e acabou num desastre sem precedentes. A contagem dos votos deixou evidente, mais uma vez, a diferença entre os dois Brasis que estão aí. Tudo o que existe de mais avançado, mais vivo e socialmente mais equilibrado optou pela primeira alternativa e deu seu voto de confiança ao presidente Jair Bolsonaro – do Mato Grosso ao Rio Grande do Sul. O que há de mais atrasado, da Bahia ao Maranhão, ficou do lado de Lula. Minas Gerais ficou no meio, entre um e outro, e o Norte tem peso eleitoral muito pequeno.

Lula, a esquerda e as elites que precisam do Brasil velho para sobreviver esperavam, naturalmente, um resultado diferente. Durante meses seguidos, numa lavagem cerebral nunca antes vista na história deste país, a confederação nacional das pesquisas eleitorais, o consórcio dos veículos de comunicação e tudo o que pode existir em matéria de “formadores de opinião” disseram que o ex-presidente ia ganhar no primeiro turno; nenhuma dúvida era admitida. Lula, até quase o dia da eleição, estava eleito com mais de 50% dos votos, já; Bolsonaro não passava dos 30%. Em seu redor já se distribuíam ministérios, faziam promessas e disparavam ameaças. O TSE e a ditadura judiciária do STF, por sua vez, fizeram todo o possível para beneficiar o candidato do PT; não há registro de uma eleição presidencial em que as autoridades eleitorais tenham sido tão abertamente parciais como na de 2022. Ficaram trabalhando até o último minuto; ainda na véspera da votação censuraram uma reportagem do site “O Antagonista” que divulgava conversas de apoio a Lula entre chefes do crime organizado. Não há nada na lei brasileira, absolutamente nada, que permita uma coisa dessas. Foi uma ilegalidade a mais – numa eleição que esteve durante o tempo todo sob a ameaça permanente de um inquérito policial conduzido pelo STF sem qualquer justificativa legal.

Lula, a esquerda e as elites que precisam do Brasil velho para sobreviver esperavam, naturalmente, um resultado diferente

Lula vai para o segundo turno com uma clara vantagem de retrospecto: nunca, desde que o Brasil voltou a ter eleições diretas para presidente, um candidato que chegou à frente no primeiro turno deixou de ganhar no segundo. Bolsonaro tem outra: nunca um candidato no exercício da presidência deixou de ser reeleito. O que valem, na verdade, uma coisa e outra? Não se sabe. Retrospecto funciona para corrida de cavalo, e mesmo assim não garante nenhum resultado futuro; o que vai importar, mais uma vez, é a capacidade que cada candidato tiver para definir uma maioria em seu favor. É essa maioria quem vai resolver a disputa. Será ela, também, quem vai pagar a conta de tudo. Sempre é.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/o-primeiro-turno-deixou-evidente-a-diferenca-entre-dois-brasis/
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DEMOCRACIA RELATIVA DE LULA E MADURO CADA UM AO SEU MODO

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