Imprensa internacional
Por
Gazeta do Povo
Fachada do jornal The New York Times: Para o jornal, em se
tratando da insistência de Bolsonaro que as pesquisas estavam erradas ao
mostrar Lula na dianteira, “ficou claro que ele estava certo”.| Foto:
Bigstock
Apuração em andamento
Os principais jornais do
planeta deram bastante destaque para as eleições brasileiras realizadas
neste domingo, dia 02. Foram manchete dos jornais argentinos Clarin e La
Nacion e dos franceses Le Monde e Le Figaro. O americano New York Times
e os argentinos La Nacion e Clarin apontaram os erros das pesquisas
eleitorais em relação à votação, que levou Lula e Bolsonaro ao segundo
turno. O jornal americano chegou a afirmar que “ficou claro que ele
estava certo”, se referindo às críticas que o presidente do Brasil, Jair
Bolsonaro, fez aos institutos.
Confira a repercussão internacional:
The New York Times – EUA
O jornal The New York Times disse que
as pesquisas e os analistas indicavam que Bolsonaro estava acabado, mas
surpreendeu no primeiro turno. Por isso, apesar do resultado numérico,
foi ele quem teve uma noite melhor. Para o jornal, em se tratando da
insistência de Bolsonaro que as pesquisas estavam erradas ao mostrar
Lula na dianteira, “ficou claro que ele estava certo”. Os analistas
subestimaram “a força de candidatos conservadores em todo o país”.
Enquanto isso, Lula está tentando realizar um “espantoso renascimento
político que há poucos anos parecia impensável”.
The Washington Post – EUA
Para o jornal The Washington Post, o
segundo turno com Lula e Bolsonaro representa a oposição entre
“populistas de polos opostos do espectro político”, dois gigantes
políticos que compartilham uma profunda inimizade pessoal e prometem o
apocalipse caso o outro ganhe. Lula se fia em uma campanha de nostalgia
da classe trabalhadora, enquanto Bolsonaro “atacou as instituições
cívicas do país” e fez uma campanha de “terra arrasada”.
Wall Street Journal – EUA
O Wall Street Journal descreveu Lula
como um “porta-bandeira da esquerda latino-americana que é muito popular
entre os pobres apesar de ter sido preso após condenação por corrupção
em 2018”, e também destacou que Bolsonaro se saiu bem melhor do que o
previsto nas principais pesquisas.
USA Today – EUA
A cobertura do USA Today caracterizou o governo
Bolsonaro como marcado por “discurso incendiário”, pelo teste das
instituições democráticas e pelo manejo da pandemia de Covid-19, alvo de
muitas críticas, além do desmatamento na Amazônia. Para o jornal, ele
teve sucesso em construir uma base conservadora dedicada. Já Lula tem
como desafio se afastar da memória de estar à frente de um governo
“envolvido em vastos escândalos de corrupção em que políticos e
empresários estiveram emaranhados”.
CNN – EUA
A CNN alegou que as eleições brasileiras foram marcadas
por “violência e medo”. Há bons motivos para duvidar dessa
caracterização.
Clarín – Argentina
O principal jornal do país vizinho elegeu os
institutos de pesquisa como os “principais derrotados” das eleições, por
“seus erros”. “Um desdobramento notável das eleições brasileiras é o
notório fracasso dos principais institutos de pesquisas brasileiros que,
de maneira homogênea, previam uma vitória certa e consistente do
ex-presidente Lula da Silva” escreve o jornalista Marcelo Cantelmi, que
acrescentou: “Horas antes da eleição, duas dessas empresas, o
prestigiado Datafolha e seu concorrente IPEC, avaliaram que o líder
petista praticamente venceria no primeiro turno, reunindo 50/51% das
intenções de voto.” Ele ainda criticou: “O problema é que nenhuma dessas
empresas esclareceu essas deficiências.”
La Nacion – Argentina
O concorrente do Clarin também destacou a
diferença entre a votação final e o que foi previsto pelos institutos de
pesquisas: “Jair Bolsonaro chegou a 43,7%, bem acima do que as
pesquisas antecipavam, e que chegará com aspirações renovadas para o
segundo turno, em 30 de outubro.” Em outra reportagem sobre as falhas
dos institutos de pesquisa, o jornal destacou: “(…) uma diferença de
mais de quatro pontos, muito longe dos 14 projetados pelas últimas
pesquisas”
The Guardian – Reino Unido
O jornal de viés esquerdista relembrou
o passado de “engraxate” de Luiz Inácio Lula da Silva em reportagem com
o título: “Luiz Inácio Lula da Silva: o ex-engraxate na esperança de
reconquistar a presidência do Brasil”, sem deixar de destacar que o “o
primeiro presidente da classe trabalhadora do país busca retornar ao
poder após escândalos de corrupção e prisão”.
Le Monde – França
O periódico deu bastante destaque para as
eleições brasileiras: a disputa entre Bolsonaro e Lula é a manchete da
edição online do jornal com tendências à esquerda, que falou em
“desinformação e ataques ao sistema eleitoral”. Também publicou um
perfil sobre a primeira-dama Michelle Bolsonaro com o título: “da favela
ao palácio presidencial”.
Le Figaro – França
O jornal também colocou as eleições
brasileiras como principal assunto de seu site, destacando apenas a
virada de Lula durante a apuração. O jornal trouxe uma reportagem sobre a
votação em Paris, onde Lula teve maioria.
Deustche Welle – Alemanha
A edição em português do serviço de
notícias alemão também chamou atenção para a disparidade entre o
resultado da votação e o previsto pelos institutos de pesquisa.
“Pesquisas vinham apontando primeira posição do petista e possibilidade
de vitória já na primeira rodada.” Em artigo, destacou a vitória de
Sergio Moro ao senado, que lhe garantiu “sobrevida política”.
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https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/new-york-times-destaca-erro-de-pesquisas-e-afirma-que-bolsonaro-estava-certo/
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