terça-feira, 13 de setembro de 2022

SUSPENDER DIVULGAÇÃO DE MANIFESTAÇÕES DE 7 DE SETEMBRO É O MAIOR DESVARIO DO TSE

 

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Desfile cívico-militar do 7 de Setembro, que este ano comemora o Bicentenário (200 anos) da Independência do Brasil.


Ato em Brasília no 7 de setembro| Foto: TV Brasil

A justiça eleitoral brasileira se transformou num monstro. Deveria ser uma repartição pública que cuida da organização das eleições e garante a honestidade das apurações, unicamente isso – como em qualquer democracia séria do mundo. Aqui, por força da invasão da vida política por parte do STF, e da vassalagem que o judiciário impôs aos dois outros poderes, passou a mandar na eleição. É uma deformação – os brasileiros foram expulsos do processo eleitoral. Quem decide tudo, hoje, são o TSE, os 27 TREs e o resto do brontossauro burocrático que passou a dar ordens aos partidos, aos candidatos e aos eleitores. De desvario em desvario, transformaram a campanha eleitoral de 2022 numa eleição de ditadura. Seu golpe mais recente foi proibir que o presidente da República mostre em seu programa de televisão as imagens das manifestações-gigante do dia Sete de Setembro em que foram comemorados os 200 anos de independência do Brasil – e nas quais possivelmente mais de 1 milhão de pessoas, em todo o país, foram às ruas prestar apoio à sua candidatura à reeleição.

É a pior agressão imposta até agora pelo TSE à liberdade, à igualdade e à limpeza das eleições de outubro; não há sinais de que seja a última. Os novos comissários-gerais da ordem política brasileira, simplesmente, decidiram que o presidente não tem o direito de mostrar, nos programas do horário político, os vídeos de manifestações públicas feitas em seu próprio favor – em atenção, mais uma vez, às exigências feitas pelo candidato adversário. A alegação é demente: a população foi para a praça pública festejar a independência do Brasil, e as imagens de sua maciça presença nas ruas não podem ser usadas para se fazer “propaganda eleitoral”. Mas as pessoas que saíram de casa no Sete de Setembro, com bandeiras do Brasil e vestidas de verde-amarelo, foram às comemorações com a expressa e óbvia intenção de dizer que vão votar em Jair Bolsonaro para um novo mandato. Como, agora, proibir que se mostre isso – algo perfeitamente legal e já visto por milhões de pessoas? É direito constitucional dos cidadãos brasileiros votarem em quem quiserem e expressarem publicamente a sua preferência – por que, então, o TSE proíbe a exibição de imagens que comprovam a existência de multidões dispostas a votar no presidente?

Mas as pessoas que saíram de casa no Sete de Setembro, com bandeiras do Brasil e vestidas de verde-amarelo, foram às comemorações com a expressa e óbvia intenção de dizer que vão votar em Jair Bolsonaro para um novo mandato

A mesma justiça eleitoral, no tempo do regime militar, não deixava os candidatos dizerem nada no programa político da televisão; só podiam mostrar um retratinho de si próprios, dentro dos exatos centímetros e milímetros fixados pelas autoridades, mais o seu número e partido, e fim de conversa. O povo não tinha nada de ficar sabendo o que o candidato tinha a dizer – como TSE de hoje acha que o povo não tem nada de ficar olhando para imagens que os comissários não gostam. No regime militar, ao menos, havia mais igualdade – o retratinho era igual para todo mundo. Hoje só o presidente é proibido de fazer isso e aquilo, e mais isso e mais aquilo; a cada cinco minutos os advogados do seu principal, ou único competidor, exigem que Bolsonaro se cale, enquanto ele próprio continua dizendo e mostrando tudo o que quer, com a plena aprovação do TSE. Neste último episódio, lembram os métodos da antiga ditadura comunista da Rússia, que mandava apagar todas as imagens que não aprovava – apagar fisicamente, raspando fotografias e filmes. Agora, estão apagando imagens que todo mundo já viu.

O ex-presidente Lula, num dos mais rancorosos insultos que já dirigiu à toda a população brasileira que não vota nele, disse que as manifestações do Sete de Setembro pareciam uma reunião da Ku Klux Klan, a sociedade secreta que se tornou símbolo mundial do racismo. O ministro Luís Roberto Barroso, por sua vez, disse que a presença do povo na rua serviria para se calcular quantos fascistas existem no Brasil; o apoio ao presidente, para ele, é um crime político. Das ofensas, agora, passa-se à pior das hipocrisias. Se tudo não passou de uma reunião racista de fascistas da KKK, porque toda a ânsia enraivecida, então, em proibir que esse fracasso da candidatura Bolsonaro apareça no programa eleitoral? Porque esconder algo que, segundo a candidatura Lula, deu errado para o adversário? Se deu errado, e é coisa do mal, a manifestação em seu favor teria de ser exibida ao máximo, não é mesmo? É claro que não se trata de nada disso. Lula, que não consegue juntar ninguém a seu favor para uma demonstração de massas, quer esconder o sucesso do presidente no Sete de Setembro – e o TSE, ao aceitar essa nova imposição, parece fazer mais um esforço para dar a impressão de que não vai agir com limpeza na eleição de outubro.

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BARROSO TAXOU AS MANIFESTAÇÕES DE 7 DE SETEMBRO FEITA POR FACISTAS

 

Conservadores brasileiros

Por
Cristina Graeml – Gazeta do Povo


Para quem ainda se recusava a enxergar o tamanho dos movimentos organizados por conservadores brasileiros, o 7 de setembro foi acachapante. Milhões de pessoas estiveram nas ruas em manifestações absolutamente pacíficas e patrióticas.

Foi um banho de civilidade em quem esperava ver um fascismo imaginário tomando as ruas do Brasil. Por todo o país, das capitais às menores cidades do inteiror, famílias inteiras foram para a rua em clima de confraternização.

Não houve brigas, depredações, vandalismo ou mesmo atentados violentos ao pudor, tão comuns nas manifestações da esquerda, dita progressista. Progresso é vestir verde e amarelo e sair para celebrar a Pátria, em vez de vitórias no futebol.

Apesar dos possíveis atos terroristas, anunciados pelos profetas do caos ao longo de semanas, numa clara estratégia para tentar espalhar medo e inibir pessoas de irem às manifestações, o “tiro” saiu pela culatra.

A festa popular de 7 de setembro não foi apenas gigante em tamanho, como se anunciava, mas também imensa em significado. Acabou mostrando de uma vez por todas quem são e como agem os conservadores brasileiros.

Conservadores brasileiros
Pelos cálculos costumeiramente feitos pela polícia (de 3 a 4 pessoas por metro quadrado) só em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, mais de 3 milhões de pessoas estiveram nas manifestações pelo bicentenário da Independência, em apoio ao presidente Bolsonaro e contra os abusos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Havia, sim, cobranças para que o Judiciário respeite as leis e a liberdade de todos os cidadãos, como está previsto na Constituição (e vem sendo ingnorado por muitos ministros). Mas isso ficou restrito aos cartazes e aos discursos de quem falava nos caminhões de som.

Em vez de ataques a Instituições, como pregaram que haveria, o clima era de festa e de paz, solidariedade, alegria, esperança, fé. Não à toa houve um emocionante coro de “Pai Nosso” com cententas de milhares de vozes na esplanada dos Ministérios, em Brasília – algo de arrepiar e causar inveja às missas na Praça São Pedro, em Roma.

Muitos vídeos que circulam na redes sociais mostram que, mesmo depois de horas em pé, na rua, a multidão dispersou sem pressa ou atropelos. Nas grandes cidades, caminhou pacientemente por calçadas lotadas, entrou em estações de metrô ou ônibus igualmente lotados, cantando o orgulho de ser brasileiro.

Outros vídeos, emblemáticos, revelam que carteiras e celulares perdidos (e encontrados) foram entregues nos caminhões de som e anunciados para que os donos pudessem resgatar. Num depoimento em vídeo, um vendedor de água revela como foi sua primeira experiência numa manifestação verde e amarela.

“Nunca imaginei que fosse assim”, diz ele, antes de revelar que nunca foi taão bem tratado, nunca imaginou encontrar tanta educação em manifestação de rua, tanta alegria, tanto respeito. “Nada do que falam é verdade”, completa.

Segunda Opinião
Nesta segunda-feira (12), após as manifestações de 7 de Setembro, o programa Segunda Opinião debate sobre os conservadores brasileiros. Em discussão também a estranha reação da esquerda e de parte considerável da imprensa, negando-se a ver o óbvio.

Por que será que a civilidade, a fé, o respeito à família, aos outros e aos bens públicos não vira manchete nos jornais? Quem saõ os jornalistas que ainda tentam confundir o público, omitindo e descontextualizando fatos, como se fosse possível negar a realidade?


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A POPULAÇÃO PRECISA TER CORAGEM MORAL PARA DIZER NÃO À CERTAS COISAS

 

Por
Bruna Frascolla


Manifestantes a favor da nova constituição, em Santigo, Chile, dia 1º de setembro de 2022| Foto: EFE/ Alberto Valdés

O Chile de hoje é um país incapaz de dizer sim a um projeto político. Era um país pobre antes do golpe de Pinochet; um país pobre daqueles que hoje servem para alimentar ONGs boazinhas do primeiro mundo. As crianças chilenas e as africanas eram objetos de caridade intercambiáveis. Décadas depois de Pinochet dar o golpe, jogar alguns comunistas de helicópteros e colocar uma porção de Chicago Boys na economia, o país ficou rico. E ainda virou destino chique para a classe média da região, que vai lá atrás de queijos e vinhos no friozinho. Havia tudo para se considerar uma história com final feliz, qual seja, o próprio final feliz.

Mas os tempos atuais têm uma moralidade peculiar: não basta um final feliz para ficarmos satisfeitos. Na moral atual, o que se deseja é um certificado de pureza, e esse certificado só pode ser obtido mediante uma avaliação total da História. Essa sociedade passou pela escravidão? Então o que temos hoje não pode ser bom. Essa sociedade atirou comunistas de helicópteros? Então o que ela tem hoje não pode ser bom.

Vivemos em tempos que se reputam o Fim da História. Os atuais viventes seguram um martelinho de juiz e usam seus dogmas morais particularíssimos para condenar ou louvar cada ato passado séculos ou milênios atrás. Então não importa que o Chile de hoje viva bem com uma Constituição mais ou menos herdada de Pinochet. O país não virou uma democracia mantendo a constituição igualzinha à da ditadura; há emendas. Aliás, vale destacar que o país conseguiu virar uma democracia depois de atirar comunistas de helicópteros. Foi por causa disso? Se construir uma democracia próspera fosse tão fácil, a África estaria bem hoje, já que não faltaram comunistas naquele continente para serem jogados de helicóptero.

Será que o Chile conseguiria ser uma democracia próspera caso não enfrentasse uma verdadeira guerra civil? Não sei, ninguém sabe. Contrafactual é uma seara da história onde dificilmente há consensos. Sempre haverá liberais e esquerdistas que digam que o Chile se tornou uma democracia próspera apesar da violência, ou no mínimo a despeito da violência.

Por outro lado, John Gray diz que uma falha dos hayekianos é não perceber que o liberalismo precisa de força do Estado para ser implementado. Trocando em miúdos, forças antimercado, tais como sindicatos e grupos de interesse, são constantes nas sociedades, e só com uma força central é possível debelá-los.

Seja como for, só militantes partidários ousariam negar que o trabalho dos Chicago Boys tem relação com a mudança econômica sofrida no Chile. Os Chicago Boys não atiraram ninguém de aviões, e o Chile estava numa situação tão pacífica que não havia clima para atirar de helicópteros quem quer que fosse. Assim, independentemente do contrafactual adotado, nos dias recentes era possível ficar com as coisas boas de Pinochet sem as coisas ruins.

Dizer não ao passado é fácil
Nunca se diz o que há de objetivamente mau na Constituição chilena; seu vício é de nascença. É bem o caso oposto ao do Brasil, onde a Constituição vigente surgiu debaixo de muito confete democrático e midiático, mas que consegue desagradar a todos em virtude de problemas intrínsecos ao texto. As pessoas dizem que ela é ruim por amarrar demais os orçamentos ou por ser particularista demais (trata do Colégio Pedro II, por exemplo), e não por algum problema na pessoa do Dr. Ulysses. Ao mundo, os chilenos não dão nenhuma explicação para o que tanto desagrada no texto constitucional que eles já remendaram à vontade. Tudo é uma questão de purismo moral.

Há uma praga no Ocidente que é a transformação da imprensa num partido progressista global. Se o povo elege um presidente contrário a ela, ela se julga legítima o suficiente para tratá-lo como um vilão. Disse há muito que “la démocracie c’est moi”; decretou que a democracia é ela própria. É provável que isso tenha raízes no pós-guerra e seja uma doença dos EUA exportada para o mundo. A imprensa determina em uníssono quem são os vilões, quem são os mocinhos, e nós achamos tudo muito bonito e democrático. Era assim até acontecerem duas coisas: as redes sociais emergirem como fonte alternativa de transmissão de informação e a imprensa se radicalizar. (Será que a radicalização da imprensa é fruto da perda de poder? Não dá para saber agora.)

Eis que a beautiful people resolveu fazer um daqueles quebra-quebras super-democráticos, que a própria beautiful people acha bonito e, por isso mesmo, ganha um nome que soa legal. Trata-se da “Primavera Chilena”, quando jovens black blocs cheios de consciência social foram às ruas pedir a substituição da “Constituição de Pinochet”, o fim da corrupção e das injustiças sociais, além da diminuição do preço dos transporte público em Santiago. Gente fina, elegante e sincera. Saldo de mortos: 34, segundo a historiografia oficial. Foi um mistureba de caras-pintadas com junho de 2013. Das nossas violentas “Jornadas de Junho”, porém, não saiu nenhum mártir.

Aquele traço do nosso país apontado e deplorado por comunistas é real e é bom: o Brasil é pouco propenso à violência política. Por mais que os intelectuais e a TV clamem por sangue, nosso povo é tranquilo e não vai pegar em armas por causa de abstrações.

Agora façamos uma continha. Segundo os cálculos nada imparciais da Comissão da Verdade, morreram por causa de política 434 pessoas entre 1964 e 1988. A “Primavera Chilena” durou cinco meses (de outubro de 2019 a março de 2020). Com essa taxa de mortalidade, se a Primavera Chilena durasse um ano, mataria 51. Para morrer a mesma quantidade de gente que supostamente morreu no Brasil em 24 anos, bastavam oito anos e meio de “Primavera Chilena”.

Em vez de sair explicando tudo por abstrações, seria necessário ter em mente que os povos variam. Os chilenos ativaram comunistas de avião porque eram violentos e estavam conflagrados. Com a desestabilização na Constituição do país, o Chile voltou a um estado de conflagração. Nele, a violência emerge — e se corpos voltarem a cair de helicópteros por causa de política, não será de surpreender.

Intolerância seletiva
Os políticos chilenos compensaram a barbárie com a convocação de um plebiscito para saber se deveria haver uma nova constituição.

Quando Pinochet saiu vitorioso, Allende foi o derrotado. Os chilenos politizados demonstram toda a intolerância do para o que quer que se refira a Pinochet; desejam fazer uma refundação do Chile para apagá-lo da história, purificar o país. Por esse capricho, estão dispostos a causar a morte de dezenas nuns poucos meses.

No entanto, isso se faz ao mesmo tempo em que Allende é alçado à condição de santo. Ora, Allende era um entusiasta das políticas eugenistas da Alemanha Nazista e tentou implementar Tribunais de Esterilização no Chile quando ainda era parlamentar. O próprio Partido Socialista do Chile nasceu com financiamento da Alemanha Nazista, como mostrou Victor Farías em ‘Salvador Allende: Antissemitismo e eutanásia’. Ele, aliás, encerra o livro acusando Bachelet de ter tentado dar seguimento ao projeto de Allende. Os socialistas seriam os mesmos.

Por aí vemos que só interessa revirar o passado para criticar o que deu certo. Se deu errado e era evidentemente monstruoso, não sofrerá escrutínio. É proibido revirar o passado e concluir que as coisas poderiam ter sido bem piores.

A facilidade do “não”
Por fim, um problema do Chile que me parece generalizado é o abandono da política nas mãos dos fanáticos. O cidadão vaidoso e respeitável só tem duas opções: ou bem ele defende um monte de absurdo da moda, ou bem ele dá de ombros e faz um ar blasé. Parece que votar é coisa de quem tem candidatos ideais, puros. Como só os fanáticos têm tais candidatos, só os fanáticos votam.

A barbárie convocou plebiscito, 50,95% dos eleitores votaram. Dos que votaram, 78% quiseram uma nova Constituição.

Nas eleições presidenciais, o mesmo espírito dominou o país: ou o candidato dos sonhos, ou o desdém pela política. Os fanáticos disseram “sim” para Boric, o resto foi blasé e disse não para a política.

Nesse ínterim, uma Constituição aloprada ficou pronta, e tudo o que resta ao Chile é dizer “não”. De “não” em “não”, vão esquentando a temperatura política. Os blasés lavam as mãos enquanto os fanáticos tocam fogo no circo.

Que fique a lição para o mundo. É preciso coragem moral para dizer “sim” às coisas imperfeitas que estão à nossa mão. São imperfeitas as Constituições, a História e os líderes. Tentemos sempre aprimorá-los, mas nunca descartá-los por inteiro, sob pena de sermos governados por fanáticos que se acham perfeitos.


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COMO ALAVANCAR AS VENDAS NO SEGUNDO SEMESTRE 2022

Cleber Genero – Vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas

Aproveitar as grandes datas é estratégia para lucrar mais e aumentar a carteira de clientes; ainda dá tempo de se planejar e garantir o crescimento saudável do negócio

O segundo semestre deste ano está recheado de datas comemorativas e feriados que movimentarão as vendas e, para não deixar os empreendedores de fora, a Serasa Experian elencou 10 dias importantes para quem deseja lucrar até o fim do ano. Pequenos e médios negócios podem utilizar o calendário para se planejar e garantir o incremento da receita, por meio de lançamento de campanhas, parcerias com outros empreendedores e investimento em outras iniciativas para ampliar a carteira de clientes.

O primeiro passo, segundo o vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas, é ter ferramentas que ajudem a analisar e mapear o empreendimento, o que dará o melhor direcionamento para a estratégia. “O empreendedor brasileiro sabe como atingir seu público das maneiras mais criativas possíveis, mas ainda precisa se planejar melhor para não perder o tempo certo das datas. Por isso, a Serasa Experian ajuda neste momento tão importante para o crescimento saudável do negócio com canais de conteúdo, monitoramento e prospecção de novos clientes, voltados especificamente para donos de empresas de menor porte”, afirma.

Veja abaixo mais orientações aos empreendedores:

1)   Planejamento é essencial: ter em mente os períodos de maior movimento, datas especiais e momentos de baixa nos ganhos ditarão os próximos passos. Por isso, ter um plano de negócios bem estruturado e com prazos adequados para compra de insumos, produção e elaboração das campanhas é primordial para alavancar as vendas.

2)   Defina seu público-alvo: conhecer quem o produto ou serviço quer atingir será o diferencial frente aos concorrentes no momento de planejamento, portanto, avaliar o comportamento das vendas e ter em mente os motivos que levam os consumidores a comprar, como frequência, oferta dos concorrentes e até o clima na sua região são importantes. Essas informações, combinadas ao objetivo do negócio, poderão trazer resultados expressivos em pouco tempo.

3)   Decida o que será ofertado: escolher quais são os produtos e serviços disponíveis para a data e a modalidade de “promoção” a ser seguida, como ofertas ou benefícios serão oferecidos aos clientes (descontos e brindes), será importante no terceiro passo. A elaboração do plano também deve considerar a visão de outras áreas da empresa, como vendas e marketing. Os dados coletados permitem que sejam estabelecidos prazos para aquisição de insumos, produção e anúncios antes da aproximação da data escolhida.

4)   Faça parcerias com outros empreendedores: o Brasil é um dos países que mais fomenta o empreendedorismo no mundo e a abertura de empresas cresce constantemente no país, com maio registrando o segundo maior aumento do ano no surgimento de negócios, de 17,8%. Portanto, ter outro empreendedor como parceiro para alavancar as vendas em momentos específicos do ano pode trazer impactos positivos.

5)   Invista no marketing digital: as redes sociais são um dos principais canais de venda para os empreendedores, então abuse das divulgações nestes meios, envie e-mails marketing para sua base e desenvolva ações com influenciadores que tenham apelo com seu público-alvo e possam divulgar o empreendimento. Além de aumentar o alcance, a estratégia pode transformar seus novos seguidores em clientes. Nesse aspecto a Plataforma de Marketing Digital Valeon está disponível para os empreendedores fazerem as suas divulgações e promoções através do site Valeon marketplace exclusivo na região do Vale do Aço: https://valedoacoonline.com.br/

6)   Esteja preparado para o pré e pós-campanha: essa conquista nas redes sociais exige que o empreendedor também considere no planejamento outras ações de relacionamento antes e, principalmente, depois da campanha, além de uma maior atenção ao pós-venda, com atendimento eficaz aos clientes.

7)   Valorize a exposição dos itens na vitrine: lojas físicas podem criar vitrines temáticas de acordo com as datas para atrair clientes que estejam passando pelo local. Para isso, conhecer o perfil dos clientes é importante ao separar os produtos que serão expostos, estabelecer o tema e paleta de cores e selecionar elementos decorativos que valorizarão ainda mais o que está sendo apresentado.

8)   Tenha o calendário como aliado: considere datas menos óbvias do calendário para elaborar as ações, além de se planejar com antecedência para aquelas mais relevantes, como Natal e Dia das Mães. Isso fará com que sua marca esteja sempre na mente dos consumidores e cria constância nas promoções e ações.

9)   Atualize o manual de vendas: preparar a equipe e a loja para as campanhas fazem parte do planejamento, por atualize sempre o manual de vendas para evitar atritos ou informações conflitantes para os clientes. Isso traz mais tranquilidade para a equipe, que saberá o que fazer para atender o desejo dos consumidores e manter o objetivo de ganhos do negócio.

10) Prepare-se para crescer: ao fazer uma campanha, considere um aumento das vendas e entenda se será possível atender a essa demanda. Avalie criteriosamente a estrutura do negócio e se é possível manter a qualidade e prazos de entrega com o novo volume.

Utilizando o poder dos dados para trazer mais precisão e segurança na tomada de decisão dos negócios, a Serasa Experian possui uma área voltada exclusivamente para atender as necessidades das pequenas e médias empresas brasileiras. São soluções adequadas para quem precisa crescer a carteira de clientes, proteger o negócio, monitorar clientes e fornecedores e recuperar dívidas. Além disso, a área conta com uma série de conteúdos gratuitos para quem precisa de ajuda para começar o negócio, incrementar as vendas, conquistar mais clientes. A Serasa Experian tem uma parceria com o Sebrae para a construção destes materiais, que são disponibilizados no blog e também na série Bora Empreender no YouTube.

A Serasa Experian é líder na América Latina em serviços de informações para apoio na tomada de decisões das empresas. No Brasil, é sinônimo de solução para todas as etapas do ciclo de negócios, desde a prospecção até a cobrança, oferecendo às organizações as melhores ferramentas, nas quais são embarcadas as informações do maior bureau de crédito do país, que também inclui os dados do Cadastro Positivo. Com profundo conhecimento do mercado brasileiro, conjuga a força e a tradição do nome Serasa com a liderança mundial da Experian. Criada em 1968, uniu-se à Experian Company em 2007. Responde on-line/real-time a 6 milhões de consultas por dia, auxiliando 500 mil clientes diretos e indiretos a tomar a melhor decisão em qualquer etapa de negócio.

Constantemente orientada para soluções inovadoras, a Serasa Experian vem contribuindo para a transformação do mercado de soluções de informação, com a incorporação contínua dos mais avançados recursos de inteligência e tecnologia.

Para mais informações, visite www.serasaexperian.com.br

A Experian é líder mundial em serviços de informação. Nos grandes momentos da vida – desde comprar um carro, passando por mandar seu filho para a faculdade, até a crescer o negócio se conectando com novos clientes – nós empoderamos consumidores e empresas a gerenciarem seus dados com confiança. Nós ajudamos as pessoas a tomarem o controle de suas vidas e acessarem serviços financeiros, os negócios a tomarem decisões mais inteligentes e prosperarem, os credores a emprestarem de forma mais responsável e as organizações a prevenirem fraude de identidade e crime.

Empregamos cerca de 20.600 pessoas em 43 países e a cada dia estamos investindo em novas tecnologias, profissionais talentosos e inovação para ajudar todos os clientes a maximizarem cada oportunidade. A Experian plc está listada na Bolsa de Valores de Londres (EXPN) e compõe o índice FTSE 100.

STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim.

Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

E as grandes empresas começam a questionar.

O que estamos fazendo de errado?

Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?

Qual a solução para resolver este problema?

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.

* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.

* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;

* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.

* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups.

Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.

Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos.

Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.

As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.

As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

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segunda-feira, 12 de setembro de 2022

80% DOS JORNALISTAS SÃO DE OPOSIÇÃO

 

Viés político

Por
Bruna Komarchesqui

Spring, 2016 – Washington DC, USA – News room at the Washington Post. Newsroom of a major American newspaper


Redação do Washington Post, nos Estados Unidos| Foto: Bigstock

A queixa de que a maioria dos jornalistas é de esquerda (militando em causas progressistas) e as coberturas não são tão imparciais quanto alegam os veículos pode ir além de mera implicância ou intuição dos leitores de notícias. Em sua edição mais recente, uma das maiores pesquisas feitas com jornalistas brasileiros mostra que a maioria esmagadora (81%) dos que responderam sobre convicções políticas se declararam de esquerda (52,8%) ou centro-esquerda (29%). Por outro lado, apenas 4% dos jornalistas disseram ter posicionamento mais à direita (sendo 1,4% de direita e 2,5% de centro-direita). Até mesmo os que se identificam como extrema-esquerda (2%) superam os que os que se dizem de direita. Apenas 0,1% classificam-se como de extrema-direita.

Dados mais antigos já davam indicações parecidas. Em 2017, ao rebater um ataque do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad à imprensa, o então editor-executivo, hoje diretor de redação da Folha de S. Paulo, Sérgio Dávila, admitiu que “as Redações são formadas em sua maioria por uma elite intelectual de jovens progressistas de esquerda” e que “o resultado era palpável nas páginas do jornal, por mais que os profissionais se empenhassem em fazer valer o princípio de apartidarismo que é pilar do Projeto Editorial da Folha”.

Segundo escreveu Dávila, a redação da Folha tinha, na época, 78% de jornalistas identificados como centro-esquerda. “Em 2014, no segundo ano de governo Haddad, censo interno realizado pelo Datafolha atestou que 55% dos jornalistas da casa se consideravam de esquerda, e 23%, de centro. Indagados sobre como situavam o próprio jornal, 50% o colocavam no centro, e 30%, na esquerda. A maioria adotava posição liberal em relação a aborto, direitos homossexuais e drogas, em números eloquentemente superiores aos da população brasileira como um todo: 82% a favor da descriminalização da maconha e 96% a favor da união civil entre homossexuais, ante 77% e 39% dos brasileiros, respectivamente”, pormenorizou.

Definindo Haddad como possivelmente “o prefeito mais paparicado por jornalistas em toda a história de São Paulo”, o editor-executivo acrescentou que “por causa dessas características [dos jornalistas], encontrou terreno fértil nas Redações a agenda ‘São Paulo, Nova Amsterdã’”, do petista, que trazia propostas como o “biciclicentrismo das ciclofaixas e ciclovias” e o pagamento de salários a usuários de crack.

Na mesma época, em dezembro de 2017, um levantamento realizado pelo Instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo mostrou que não existia um posicionamento político dominante no Brasil. Segundo a pesquisa, houve um empate técnico na escolha do brasileiro pela direita, esquerda, centro e por uma postura independente. Todas as posições tinham, então, pouco mais de 20% das preferências, e se igualavam dentro da margem de erro de 2%. Ou seja, o ambiente posicionado mais à esquerda das redações, evidenciado por Dávila, não refletia uma tendência geral entre a população. E as pautas trabalhadas, portanto, poderiam estar descoladas dos anseios dos cidadãos.

“Os jornalistas de direita, em sua maioria, procuram fazer análises, sem confundir com opinião. Já os de esquerda são militantes, fora algumas exceções, como Fernando Gabeira, que consegue fazer uma análise independente da posição dele, ou William Waack, por exemplo. Mas a maior parte dessa geração com menos de 50 anos tem uma visão viciada e confunde análise com posições pessoais. Isso empobrece a maior parte do jornalismo”, analisa a professora de filosofia Bruna Torlay, diretora de conteúdo da Revista Esmeril.

Torlay estende a crítica aos veículos nacionais que, na opinião dela, perdem ao não abrir espaço para jornalistas com visões divergentes. “São poucos os jornais que contam com jornalistas do espectro associado à direita, cuja característica é não difundir narrativas forçadas sobre a esquerda. Esses veículos também costumam ser plurais e abrir espaço para pessoas de centro-esquerda, o que não acontece nos outros, que só contratam profissionais de centro-esquerda”, afirma.

A ciência pode explicar esse comportamento. Um estudo conduzido pelos psicólogos sociais Jesse Graham (Universidade do Sul da Califórnia), Brian Nosek (Universidade da Virgínia) e Jonathan Haidt mostrou que os conservadores entendem melhor a esquerda do que o contrário. Os pesquisadores pediram a mais de duas mil pessoas que respondessem a um questionário, com três tipos de opiniões políticas: as suas próprias, fingindo serem progressistas/esquerdistas típicos, e fingindo serem conservadores/direitistas típicos. Como resultado, os moderados e conservadores foram mais precisos em representar o papel dos outros grupos. E quanto mais progressistas eram os respondentes, mais imprecisas foram suas previsões sobre como pensam os demais grupos.

Matriz marxista na formação 
Outra explicação possível para o fenômeno do esquerdismo nas redações advém da própria formação acadêmica. Nos Estados Unidos, por exemplo, as universidades pendem para a esquerda. Em 2017, a Young America’s Foundation afirmava que, para cada orador conservador, havia 11 do outro lado do espectro político. Em algumas instituições de maior prestígio, como a Princeton, a proporção era de 30 docentes democratas para cada republicano. Já aqui no Brasil, um estudo realizado com professores de História de países do Mercosul, em 2018, revelou que 84,5% dos docentes brasileiros disseram preferir siglas de esquerda ou centro-esquerda.

“Educação é formação num ambiente de liberdade, de abertura, num ambiente de diálogo, de debate. A universidade e o ensino básico estiveram, e eu acho que ainda estão, muito dominadas por uma matriz marxista. Nós estamos há décadas e décadas com essa matriz. E eu diria não só essa matriz, mas uma matriz militante, ativamente militante, samba de uma nota só. Isso tem consequências. Quando a ideologia domina o processo de conhecimento, o que desaparece é o conhecimento”, opina Carlos Alberto Di Franco, que é doutor em Comunicação, especialista em Jornalismo Brasileiro e Comparado e consultor de empresas informativas.

“No Brasil, não é o esquerdismo que predomina, é a mediocridade. O comodismo é maior entre os brasileiros do que a identificação com uma ideologia”, completa Bruna Torlay. “O progressista é a pessoa que não contestou a própria formação recebida na universidade, não procurou outras fontes além da bibliografia distribuída pelos professores, e a maioria dos cursos é de esquerda. As pessoas que têm curiosidade correm o risco de rever suas posições, porque não são acomodadas, vão além e procuram outras teorias, autores e visões de mundo. No Brasil, a desvalorização da alta cultura faz a mediocridade predominar. As pessoas não vão além do obrigatório, e o obrigatório é esquerdista. É pela mediocridade que a coisa se mantém”, defende.

Filiados a partidos superam recorte populacional 
O relatório Perfil do Jornalista Brasileiro 2021 obteve 6.650 respostas de jornalistas, por meio de enquete em rede, entre 16 de agosto e 1º de outubro do ano passado. A maioria dos respondentes trabalha no Brasil, sendo que 56 ouvidos atuam no exterior. As perguntas sobre posicionamento ideológico foram respondidas por 1.978 profissionais. Entre eles, 8,3% não quiseram informar suas convicções. A posição ao centro correspondeu a 4,7% dos ouvidos.

Em uma pergunta aberta sobre posicionamento ideológico, pouco mais de 2% dos entrevistados responderam, com destaque para definições como “esquerda ambientalista” e “esquerda radical”. Também houve 13 respostas defendendo a neutralidade, a imparcialidade ou afirmando que não se sentem representados. Pouco mais de 10% se declarou filiado a algum partido político, com uma tendência à participação em partidos de esquerda (o PT aparece no topo, com 4,1% dos ouvidos, seguido por PSOL, com 1,8%, e PCdoB, com 0,8%). De acordo com a pesquisa, o Tribunal Superior Eleitoral apontava 16 milhões de pessoas filiadas a partidos políticos em 2021, o que correspondia a 7,4% dos brasileiros. Ou seja, o índice de filiação entre os jornalistas (10,3%) supera o da população em geral.

Perguntas sobre ética no exercício da profissão foram respondidas por 1.462 jornalistas. Para 86% deles credibilidade é extremamente importante, e 12,8% consideram muito importante; 71% disseram que diversidade é extremamente importante e 24,8%, muito importante. Equilíbrio é tido como um valor de importância para 94,6% dos profissionais. Já a imparcialidade é vista como extremamente importante por 46% deles e muito importante por 27%. Quase 65% apontaram a pressão de anunciantes, patrões, governos ou outros como fator que impede o exercício ético do jornalismo.

O estudo foi liderado pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho da Universidade de Santa Catarina (Lastro/UFSC) e articulado nacionalmente pela Rede de Estudos sobre Trabalho e Profissão (RETIJ), da Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor).

EUA seguem mesma tendência 
Realizada a cada dez anos, a última edição da pesquisa The American Journalist [O Jornalista Americano], publicada em 2013, mostrava que metade dos jornalistas dos EUA (50,2%) se diziam independentes, 28,1% afirmavam ser democratas (perto do índice geral da população, que é de 30%) e 7,1% republicanos (número bem menor que os 24% de adultos que se identificam com o Partido Republicano no país).

“É certamente verdade, pelo menos nos Estados Unidos, que a maioria dos meios de comunicação mainstream é composta e liderada por pessoas que estão predominantemente à esquerda do centro. Muitas razões foram sugeridas para isso, mas não acho que haja uma explicação simples ou direta”, pontua Stephanie Slade, editora-sênior da revista conservadora americana Reason, em entrevista à Gazeta do Povo. “Também é verdade que há mais canais de centro-direita do que nunca, e também mais canais não ideológicos ou específicos de áreas temáticas. Os seres humanos nunca puderam escolher entre um conjunto tão diversificado de fontes de informação, para melhor e para pior”, completa.

Para a jornalista, embora todos tenham suas inclinações, alguns profissionais e veículos se esforçam mais pela imparcialidade na escolha das pautas, fontes e ênfases. Ou seja, é possível fazer jornalismo ético e de alta qualidade sem ser “neutro”.

“Na revista Reason, onde trabalho, acreditamos que a liberdade é melhor que a escravidão, o governo constitucionalmente limitado é melhor que o autoritarismo e os mercados são melhores que a economia planificada. Nossas reportagens refletem esses princípios e estamos abertos a isso. No entanto, como todos os bons jornalistas, estamos comprometidos com a honestidade, a verdade e a justiça em nossas reportagens. Só porque você tem uma ‘perspectiva’ não lhe dá licença para ignorar os fatos ou distorcer a realidade ao seu gosto. Na verdade, se os fatos estão causando problemas para você, provavelmente é um sinal de que você precisa revisar sua perspectiva”, alerta Slade.

Viés exagerado? 
Durante uma viagem em 2020, o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse que a mídia o tratou pior do que qualquer presidente anterior. Segundo um grupo de cientistas norte-americanos que trabalhou em um levantamento entre 2017 e 2018 para investigar se as preferências políticas dos profissionais de imprensa têm influência em dois tipos de viés (nos assuntos que escolhem cobrir e no tom da cobertura), a alegação de Trump não tem fundamento.

À solicitação “descrevam (sua) própria ideologia (política) pessoal” em uma escala de cinco pontos, variando de muito liberal [nos EUA, liberal equivale à esquerda; no Brasil, o conceito é similar ao europeu, mais associado à direita e à conotação de Estado mínimo] a muito conservador, a maioria dos jornalistas respondeu se declarando independente ou moderada. Para superar esse “obstáculo”, os pesquisadores optaram, então, por identificar a ideologia de cada indivíduo com base em quem ele segue no Twitter (o que, segundo eles, teve resultados muito próximos da realidade para aqueles jornalistas que responderam se posicionando politicamente). A investigação envolveu quase 7 mil repórteres que cobrem política. “Descobrimos que a maioria dos jornalistas é muito liberal. O jornalista médio está à esquerda de políticos liberais proeminentes como o ex-presidente Barack Obama”, reconhecem.

Os pesquisadores enviaram a todos os jornalistas sugestões aleatórias de pautas sobre um suposto candidato liberal ou conservador. A conclusão foi que os profissionais não se mostraram mais tendenciosos a cobrir um candidato de sua própria ideologia, o que derrubaria a hipótese do primeiro tipo de viés. A pesquisa também identificou o posicionamento de quase 700 jornais locais e nacionais e analisou todas as notícias disponíveis sobre os 100 primeiros dias de Trump no cargo. O levantamento contou com um software que estima o tom emocional na linguagem escrita de 0 a 100 (sendo que 50 é considerado tom neutro).

“Embora haja uma relação entre a ideologia de um jornal e o tom da cobertura, o efeito é pequeno. Consideramos o tom médio de três jornais, um na extrema-direita de nossa escala, um no centro e um na extrema-esquerda. Para todos os três, o tom é próximo de 50. Os jornais conservadores não são líderes de torcida abertos de Trump, e os veículos liberais não são excessivamente negativos. (…)  A maior parte da cobertura jornalística é moderada e apresenta poucos vieses facilmente identificáveis”, defendem os pesquisadores.

Apesar das conclusões do estudo norte-americano, na prática as evidências mostram uma tendência a “distorção” na cobertura, de acordo com as preferências políticas dos profissionais. Voltando ao artigo escrito por Sérgio Dávila, um levantamento feito pelo Banco de Dados da Folha de S. Paulo, em agosto de 2017, comparou as coberturas dos seis primeiros meses da gestão de Fernando Haddad com o mesmo período da administração João Doria.

O petista teve 619 menções no jornal, 443 delas com efeito neutro (72%), 83 com efeito positivo (13%) e 93 com efeito negativo (15%). Já o tucano foi mencionado 1.027 vezes, 683 delas foram neutras (67%), 54 positivas (5%) e 290 negativas (28%). “À parte a dominância bem-vinda dos índices de neutralidade em um caso e outro (72% para Haddad e 67% para Doria), impressiona como os percentuais de menções negativas e positivas se invertem: a proporção de textos de leitura negativa em relação ao tucano (28%) é quase o dobro da do petista (15%), enquanto a proporção de textos de leitura positiva em relação ao petista (13%) é quase o triplo da do tucano (5%)”, analisou Dávila.

Moldando a percepção da realidade 
O escritor Cal Thomas, colunista do site conservador de notícias Daily Signal, alerta que o controle da linguagem pela mídia “molda a percepção do público e, eventualmente, a opinião”. Ele destaca uma “propensão da mídia de usar palavras como ‘extrema-direita’ e ‘extremo’ quando mencionam conservadores, mas muitas vezes se recusam a associar a palavra ‘liberal’ ou ‘esquerda radical’ a pessoas cujas políticas e pontos de vista se encaixam nessa descrição”.

Um reflexo desse comportamento, afirma Thomas, seria a “grande lacuna entre o que as pessoas acreditam ser verdade e o que é verificável”. Uma pesquisa citada pelo escritor mostra que, enquanto indivíduos transgêneros representam apenas 1% da população dos EUA, as pessoas acreditam que a proporção estimada é de 21%. Se por um lado 3% no país se identificam como gay, lésbica, bissexual ou transgênero, por outro o público pensa que o número é de 30%. A população negra dos EUA é de 12%, mas os ouvidos pela pesquisa acham que é de 41%. O número real de hispânicos é de 17%, enquanto a percepção é de 39%. No caso dos ateus a variação vai dos 3% reais para os 33% percebidos.

“O que explica essa vasta disparidade entre percepção e realidade? Só pode ser a mídia de notícias e entretenimento e o que ela escolhe destacar, bem como o viés que traz para assuntos e questões que busca promover, denegrir ou ignorar”, reforça. “Como James Freeman observou recentemente no The Wall Street Journal: ‘O costume atual no jornalismo sustenta que a legislação patrocinada pelos democratas carrega o título preferido pelos democratas, enquanto um projeto de lei patrocinado pelos republicanos carrega o título preferido pelos democratas’”, acrescenta.

Como os conservadores percebem a mídia 
Uma pesquisa publicada em dezembro pelo Tow Center for Digital Journalism, da Escola de Jornalismo da Universidade de Columbia, investigou as percepções e os sentimentos de um grupo de conservadores sobre a cobertura da pandemia da Covid-19 nos EUA. Os pesquisadores promoveram grupos focais com 25 consumidores de notícias conservadores do sudeste da Pensilvânia e de Nova Jersey, entre setembro de 2020 e maio de 2021.

Para os entrevistados, as principais operações da mídia americana (o que inclui veículos como New York Times, Washington Post e CNN) e suas notícias podem ser classificadas como “liberais” – o que, na visão deles, significa um desprezo por conservadores e pelo que consideram como cultura americana tradicional. As reclamações dos participantes do estudo, porém, não estão ligadas à adoção de valores liberais pela mídia ou à negligência das opiniões dos conservadores, mas ao que classificaram como “esforços para envergonhar os conservadores e desacreditá-los como participantes legítimos da vida pública”.

A maioria dos entrevistados não descartou a ameaça da Covid-19 de forma definitiva, mas acredita que a cobertura midiática culpou conservadores e o presidente Donald Trump pelo número de vítimas da pandemia. Para eles, os jornalistas insistiram em estatísticas negativas e minimizaram os impactos econômicos de medidas de bloqueio. “O que eles estão fazendo na verdade é culpar certas pessoas”, disse um aposentado, que tinha um posto de gasolina.

Alguns entrevistados disseram que os conservadores são vistos na grande mídia como “párias” e “selvagens”, “que precisam ser expurgados da sociedade”. Outros garantiram que estão sofrendo “ostracismo”. Vale ressaltar que o objetivo do estudo não era investigar se as percepções dos participantes tinham base na realidade, mas saber como os conservadores percebem o noticiário.

Para os autores do estudo, a solução para conquistar a confiança dos conservadores não está em uma “precisão rigorosa ou imparcialidade conspícua” por parte dos jornalistas. Tampouco, na opinião deles, funciona a grande mídia ignorar essa parcela da população e relegá-la ao consumo de conteúdos que nem sempre passaram pelos filtros de apuração jornalísticos. “A necessidade de ampla cooperação social diante da crise de saúde pública com a Covid-19 mostra o problema profundo que é uma parcela significativa da população estar divorciada de notícias confiáveis”, opinam os autores, nas conclusões do estudo.

“Nossos entrevistados veem os principais meios de comunicação como parte de um grupo de instituições liberais dedicadas a transformar conservadores em párias. (…) Os jornalistas podem ou não ver o distanciamento conservador como sua culpa. Mas se o objetivo é informar uma ampla faixa do público, eles precisarão convencer mais pessoas de que esse é, de fato, seu objetivo”, afirmam Doron Taussig e Anthony Nadler, dois dos autores da pesquisa, em artigo publicado no site americano The Conversation.


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CANDIDATO POPULISTA DA OPOSIÇÃO DESPREZA O POVO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Lula durante ato em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.| Foto: Ricardo Stuckert / Flickr Lula Oficial

Um tipo particular de autoproclamado “democrata” ganhou destaque nos últimos dias: aquele que despreza a voz do povo quando ela diz o que tais pessoas não gostariam de ouvir. Assim foram, por exemplo, as reações de formadores de opinião diante do referendo de 4 de setembro no qual os chilenos rejeitaram, por ampla margem, uma Constituição que refletia mais os delírios esquerdistas e pautas identitárias que a opinião da maioria da população. Mas isso foi apenas uma prévia do que estava por vir nas comemorações do bicentenário da Independência do Brasil, em 7 de setembro.

Como o apocalipse golpista profetizado por adversários políticos e jornalistas não se concretizou, restou-lhes criticar aspectos secundários das manifestações que tiveram a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro. Ironicamente – ou não –, coube justamente àquele que tais políticos e formadores de opinião descrevem como a encarnação da democracia e da moderação desferir o ataque mais virulento aos brasileiros que foram às ruas no Sete de Setembro. “Foi uma coisa muito engraçada o ato do Bolsonaro. Parecia uma reunião da Ku Klux Klan. Só faltou o capuz. Não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre, trabalhador”, afirmou o ex-presidente, ex-presidiário, ex-condenado e candidato Lula em comício na cidade fluminense de Nova Iguaçu, no dia 8.

Foi a racistas homicidas que Lula equiparou os milhões de brasileiros presentes às manifestações pacíficas da última quarta-feira – e que certamente incluíram negros, pardos, trabalhadores e pobres

A pretensão lulista de descrever com exatidão os participantes de atos tão multitudinários – e desprezá-los por não se encaixar em determinado perfil – é o de menos. A comparação feita por ele é que salta aos olhos pela agressividade. A Ku Klux Klan é um grupo supremacista branco que, historicamente, não se limitou a defender e promover o racismo nos Estados Unidos; estamos falando, aqui, de verdadeiros assassinos. No auge do grupo, ocorrido em fins do século 19 e início do século 20, a KKK foi responsável por ao menos 4 mil mortes no sul dos EUA, muitas delas com requintes de crueldade, sem falar em outras agressões, inclusive estupros, cometidas tanto contra negros quanto contra brancos que ajudassem ex-escravos ou simpatizassem com a causa dos direitos civis. Foi a racistas homicidas, portanto, que Lula equiparou os milhões de brasileiros presentes às manifestações pacíficas da última quarta-feira – e que certamente incluíram negros, pardos, trabalhadores e pobres.

Para “democratas” da estirpe de Lula, pessoas como os chilenos que disseram “não” à nova Constituição e os brasileiros que apoiam Bolsonaro não são dignas de terem sua voz ouvida, porque não se ajoelham diante de certas pautas ou de certas pessoas. Não são “o povo”, são algo à parte, alienígena… e perigoso, contra quem vale tudo – afinal, há como tolerar racistas homicidas? O Lula que derrama lágrimas por um militante petista assassinado por um apoiador de Bolsonaro, em outro lamentável episódio de violência política, é o mesmo que desumaniza milhões de brasileiros, equiparando-os a abjetos supremacistas brancos, e o mesmo que elogia um ex-vereador de seu partido por ter atirado um empresário na direção de um caminhão em movimento.


Não basta, para um autêntico democrata, apenas condenar a violência política quando ela atinge extremos como os que temos visto ultimamente, consequência desse processo de desumanização do adversário a que nos referimos dois meses atrás, por ocasião da morte do tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR). O verdadeiro democrata compreende e aceita que haja quem pense de forma diferente; o verdadeiro democrata reconhece o valor e a legitimidade da voz do povo nas ruas e nas urnas mesmo quando ela lhe desagrada; pode manifestar sua frustração com o desfecho diferente do desejado, mas jamais desqualificar essa voz como se a democracia só existisse quando é a própria posição que prevalece. Essa desqualificação já é sinal de um grave déficit democrático, mas a doença se revela ainda mais séria quando vem acompanhada de tentativas de transformar em párias ou criminosos quem pensa de forma diferente, como acaba de fazer Lula.


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RECEITA DE CUSCUZ CLÃ

Tirado do livro da Bela Gil

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Esta receita contém soja, leite, ovo, glúten e principalmente muitos lugares-comuns das crônicas que emulam o estilo dos livros de culinária.| Foto: Reprodução/ Twitter

Atenção! Esta receita contém soja, leite, ovo, glúten e principalmente muitos lugares-comuns das crônicas que emulam o estilo dos livros de culinária. Aprecie com moderação. O consumo excessivo de cuscuz clã pode causar impotência. Se persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado. Antes de entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar. Pilhas não incluídas.

UTENSÍLIOS
1 forno especial para assados marxistas (made in China, claro)
1 partido comunistoide untado com uma generosa camada de mentira
1 palco diante de uma militância paga

INGREDIENTES
½ xícara de burrice
3 ou 4 intelectuais
1 litro de cachaça (pode ser da mais barata mesmo)
1 milho
Doses generosas de narcisismo
Puxa-sacos (a gosto)
1 ex-presidiário de voz rouca
1 litro de suco de jornalismo militante
Progressismo (a gosto)
Identitarismo fresco (para decorar)
1 folhinha de TSE (opcional)
Grãos de pesquisas eleitorais (opcional)

RENDIMENTO
45%, segundo o Datafolha

MODO DE PREPARO
No partido comunistoide previamente untado com uma generosa camada de mentira, misture os intelectuais e a burrice. Mas tem que ser burrice de qualidade, hein? Prefira a francesa, marca Sorbonne. Na impossibilidade de usar o produto importado, sugiro a marca USP. Para este cuscuz clã, usei uma Djamila, um Paulo Freire e um Foucault que já estava quase vencido. Assim que a mistura começar a espumar de raiva, acrescente o milho.

Adicione a cachaça. Pode ser da mais barata mesmo. Deixe descansar. De preferência num carguinho público ou, se não for possível, num sindicato. Você vai notar que a mistura inicial adquirirá um aspecto de arrogância bem viscosa. Quanto estiver neste ponto, adicione generosas doses de narcisismo. Aumente o petismo e ferva por cinco segundos ou até o fim deste parágrafo.

Não se assuste muito com essa gororoba que você tem em mãos. Assuste-se só um pouco e tente não vomitar. O grude, você vai ver, logo vai ganhar consistência, até porque a crônica está chegando ao fim. Pegue esse mingau de desonestidade que você tem em mãos e o transfira para um palco diante de uma militância paga. Salpique os puxa-sacos por toda a superfície e, no meio delas, coloque um ex-presidiário de voz rouca.

Agora, com muito cuidado, derrame sobre o ex-presidiário de voz rouca a suco de jornalismo militante. Isso, bem devagar. Certifique-se de que ele esteja todo banhado no brilho reluzente e rubro das narrativas esquerdistas, das conjunções adversativas e dos factoides que mudarão o mundo. Salpique com progressismo e decore com identitarismo fresco. Mas não exagere, senão começa a feder. Para garantir o êxito da receita, tem gente que gosta de acrescentar uma folhinha de TSE ou alguns grãos de pesquisas eleitorais.

Coloque tudo no forno especial para assados marxistas. Com alguma sorte para você e azar de quem vai comer, depois de 30 minutos em petismo alto o cuscuz clã está pronto. Sirva com um copo de fel, inveja e ressentimento.


Para você, leitor do futuro: ao se referir às pessoas que foram às manifestações do dia 7 de setembro de 2022, Lula disse que pareciam todos membros da Ku Klux Klan, o grupo racista norte-americano. Fingindo ignorância, porém, o ex-presidiário disse algo que soou como “cuscuz clã”. Daí a receita de hoje.

ELEIÇÕES 2022
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PATIDOS DE OPOSIÇÃO NÃO QUEREM AS IMAGENS DE 7 DE SETEMBRO

 

Eleições

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo


Imagens do ato de 7 de setembro na propaganda eleitoral de Bolsonaro| Foto: Reprodução

Na última sexta-feira (9), estive almoçando com o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. Ele me disse que ainda não havia sido tomada a decisão de o presidente Jair Bolsonaro (PL) interromper a campanha para ir aos funerais da rainha Elizabeth II. Agora está decidido: ele vai.

Aliás, a campanha de Bolsonaro teve neste sábado (10) uma proibição, por parte de um ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que, atendendo a um pedido da coligação formada por PT, PV, PCdoB, PSOL, REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros, suspendeu uma propaganda que usava imagens daquele oceano de gente nos eventos do dia 7 de setembro.

Interessante que toda aquela gente foi para a rua no Brasil inteiro por convocação do presidente Bolsonaro. Ou seja, o mérito é dele, mas não pode mostrar. Acontece que a propaganda que não entrou parece estar bombando nas redes sociais – tem uma parte linda em que aparecem crianças dizendo “vote em mim”.

Claro que, com esse pedido ao TSE, a coligação adversária passa recibo do sucesso do dia 7. Está reconhecendo que foi muito grande e que, por isso, está pedindo para proibir. O PL, que é o partido de Bolsonaro, não iria proibir se quisessem mostrar qualquer tipo de manifestação pública da outra coligação. Aliás, eu acho que até deveriam mostrar o povo que estava nos comícios em Taboão da Serra (SP), em Nova Iguaçu (RJ), que foram bem diferentes do 7 de setembro.

Piso da enfermagem nas mãos do STF
Eu queria falar um pouco sobre a lei que instituiu um piso salarial para a enfermagem. No Congresso Nacional, para se aprovar um projeto, o texto passa por comissões, estuda-se, faz audiências públicas, ouvem-se as partes, são feitos cálculos, em que são verificados os recursos disponíveis para isso. Depois, a matéria vai a plenário da Câmara e do Senado. Se a redação muda em uma Casa, volta de novo para a anterior. E, após muita discussão, se por fim é aprovado, o projeto vai para o presidente da República, que, por sua vez, pode sancionar, vetar integralmente ou vetar partes.

O presidente sancionou o piso da enfermagem, que foi publicado em Diário Oficial e entrou em vigor. Mas aí, a confederação dos hospitais entra no Supremo Tribunal Federal (STF), cai nas mãos do ministro Luiz Roberto Barroso, e o ministro suspende a lei bem no dia do pagamento da folha. Seriam R$ 4.750 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos de enfermagem e 50% para auxiliares.

Agora o caso foi para o plenário do Supremo, e a votação está em 5×2 – os dois votos a favor dos enfermeiros são de André Mendonça e Kassio Nunes Marques. Vamos ver no que é que pode dar isso, mas eu acho o seguinte: um homem, ou onze, não pode derrubar decisões que foram tomadas por 81 senadores, 513 deputados e um presidente da República com 58 milhões de votos. Ainda mais porque nenhum dos ministros do Supremo teve voto. Nenhum tem representação popular direta. Contrariou a Constituição? Não, porque passou pela Comissão de Constituição e Justiça para se verificar isso. Então para mim é incompreensível o que está acontecendo.

Não acredito mais em pesquisas eleitorais
Para encerrar, vou contar o que fiz nas eleições de 2018. Mais ou menos nessa época, 30 dias antes das eleições, eu anotei todos os resultados de pesquisas eleitorais. É por isso que eu não acredito mais em pesquisa. Não vão me tapear pela segunda vez. Tem uma dezena de agências fazendo pesquisa, e os resultados estão semelhantes àqueles de 2018.

Não vejo por que alguém vá se valer de pesquisa para decidir o voto, ainda mais em uma eleição em que os dois principais candidatos são muito conhecidos. Acho que nunca nesse país foi tão fácil escolher, porque um deles foi presidente por oito anos e mandou na presidência por mais seis, totalizando 14 anos. E o outro, no dia da eleição, vai ter três anos e nove meses de presidente. Então está muito fácil escolher, porque é bem conhecido o que já fizeram os dois principais candidatos.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/ao-pedir-proibicao-de-imagens-de-7-9-coligacao-do-pt-confirma-sucesso-dos-eventos/
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GASTANÇA DOS DEPUTADOS EM VIAGENS PELO MUNDO

 


Lúcio Vaz – Gazeta do Povo


Arthur Lira no Harvard Club de New York| Foto: Reprodução/Facebook

A pandemia da Covid-19 ainda matava duas centenas de pessoas por dia, mas os deputados já estavam viajando pelo mundo. No primeiro semestre, 40 deles gastaram R$ 1 milhão nas viagens em “missões oficiais” a 30 cidades. Dois seguranças e 1 assessor do presidente da Câmara, Arthur Lira, receberam 10,5 diárias no valor total de R$ 30 mil – cada um – numa viagem para New York, em maio. Cada diária saiu por R$ 2,8 mil. Cada passagem de dois seguranças de Lira para Los Angeles, em junho, custou R$ 29 mil.

A equipe de segurança e assessoria técnica de Lira em New York custou R$ 125 mil. O presidente esteve em eventos da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas – estado de Lira –, do Banco BTG Pactual e da ISO Datagro. No dia 10 de maio, ele palestrou na na Conferência “Brazil & the World Economy”, no Harvard Club. A assessoria e acompanhamento policial a Lira na Cúpula das Américas, em Los Angeles, e na inauguração do Vice-Consulado do Brasil em Orlando custaram mais R$ 113 mil.

As deputadas Celina Leão (PP-DF) e Margarete Coelho (PP-PI) também estiveram em Los Angeles e Orlando, com despesas totais de R$ 64 mil. A passagem mais cara entre todos os voos foi a de Celina – R$ 24,4 mil. Com as diárias, as suas despesas somaram R$ 34 mil.

A viagem das 21 noites

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, a convite Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, partiu em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) em missão comercial a países árabes e do leste europeu, com a participação dos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa e da Apex-Brasil, para reuniões com parlamentares e autoridades, de 18 de maio a 7 de julho.

Eduardo recebeu cinco diárias no valor de R$ 10,5 mil. Mas o policial legislativo Luiz Henrique Salazar recebeu 20,5 diárias no valor de R$ 44 mil para fazer o mesmo roteiro, na missão de proteção de autoridade (escolta motorizada e proteção pessoal), “à disposição em tempo integral em toda a sua agenda”. Em todo o seu roteiro, foi transportado na aeronave da FAB.

Nas redes sociais, Eduardo procurou mostrar intimidade com o príncipe Sheik Nasser Bin Hamad  Al Khalifa, encarregado do petróleo e gás no Bahrein e Comandante da Guarda Real. “Amigo que é amigo chega dando banda ou mata-leão! Hehe. Jiu jitsu brasileiro fazendo amizades pelo mundo”. O deputado também esteve no Marrocos, Egito, Omã, Emirados Árabes, Kuwait, Catar, Iraque, Arábia Saudita, Hungria e República Theca.

Eduardo Bolsonaro procura demonstrar intimidade com Sheyk: “Amigo chega dando banda”. foto: Reprodução/Facebook


Aécio aplaudido de pé
O ex-presidente da Câmara Aécio Neves (PSDB-MG) participou do Fórum Jurídico de Lisboa, em julho. Com passagem na classe executiva, no valor de R$ 22 mil, a despesa da viagem chegou a R$ 35,5 mil. No relatório de viagem, Aécio registrou que foi aplaudido de pé na Assembleia da República ao ser apresentado aos parlamentares portugueses pelo presidente da casa, Eduardo Ferro Rodrigues.

No Fórum Jurídico, organizado pela Universidade de Lisboa e pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – criado pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, Aécio encontrou com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um dos palestrantes do evento.

Deputado informa em relatório de viagem que foi aplaudido em pé na Assembleia da República de Portugal. foto: Reprodução/FacebookVEJA TAMBÉM:
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Las Vegas, Milão, Lisboa, Fátima
A viagem de Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) para New York, para a Conferencia Internacional sobre reciclagem e Gestão de Resíduos, em maio, custou R$ 27 mil, sendo R$ 16 mil com passagem aérea. A deputada Greyce Elias (Avante-MG) viajou a Frankfurt para a Comitiva de Turismo – Imex 2022, feira para o setor de turismo de lazer. As despesas somaram R$ 23,5 mil.

Mariana Carvalho (Republicanos-RO) gastou R$ 19,5 mil na viagem a Porto (Portugal) para participar da Conferência Internacional sobre Educação Médica, bem como de visita ao Consulado-Geral do Brasil no Porto, e da cerimônia de Assinatura de Memorando de Entendimento entre o MS e a Universidade do Porto.

Vinícius Carvalho (Republicanos-SP) esteve na ISRI 2022 Convention and Exposition – evento da indústria da reciclagem, em Las Vegas, em março, com despesas de R$ 17 mil. Neucimar Fraga (PP-ES) participou da Feira de Rochas Ornamentais “Coverings 2022”, também em Las Vegas, em abril. A viagem custou R$ 20,2 mil.

Euclides Petersen (PDC-MG) e Ruy Carneiro (PSC-PB) estiveram no evento Digitalks Lisboa 2022, em junho. O custo da comitiva chegou a R$ 35 mil. Carlos Chiodini (MDB-SC) foi para a mostra brasileira no FuoriSalone 2022, durante a Semana de Design de Milão. Recebeu apenas R$ 5 mil em diárias, mas teve as despesas com passagens e hospedagem pagas pela Apex-Brasil.

Bia Kicis (PL-DF) e Eduardo Cury (PSDB-SP) viajaram a Portugal para participar de conferência no Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas, da Universidade de Lisboa. Bia fez ainda visita ao Santuário de Fátima, como integrante da Frente Parlamentar Católica. “Fui recebida pelo Cônsul Honorário em Fátima, Carlos Evaristo”, informou a deputada no seu relatório de viagem. O deslocamento da comitiva custou R$ 45 mil.

A reportagem questionou o presidente da Câmara sobre o valor das passagens e diárias para seus seguranças. Não houve resposta.

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PRODUÇÃO DE BORRACHA NO DESERTO

 

Michael Harley

SCHNELL AUTO – Forbes Brasil

A Bridgestone promoveu recentemente uma press trip para mostrar os detalhes de sua alternativa sustentável às seringueiras, explorar as instalações de produção e conhecer as pessoas por trás da ciência. A jornada começou na fazenda de guayule, da Bridgestone, em Eloy; depois foi a vez da instalação de processamento em Mesa e terminou em Nashville, Tennessee, onde os pneus de borracha guayule estavam nos veículos que competiram em um evento da NTT Indycar Series.

Bill Niaura, diretor de desenvolvimento de novos negócios da Bridgestone, é um estudioso sobre tudo que se refere à borracha e pneu – a viagem começou em uma sala de aula onde o grupo ouviu sobre a história da agricultura de látex e as diferenças entre as fontes.

Quase toda a borracha natural de hoje vem de seringueiras, uma planta de clima tropical. Leva cerca de cinco anos para a árvore amadurecer antes de produzir látex, uma seiva líquida que escoa de cortes feitos à mão, na casca. Em seguida, adiciona-se amônia para evitar que a seiva coagule, com o ácido usado para extrair a borracha por meio da coagulação. Após a remoção do excesso de umidade, o látex está pronto para o processamento.

Embora o processo não seja excessivamente complexo, as plantações de borracha não são ecologicamente corretas (as florestas tropicais na Ásia e na América do Sul são destruídas à medida que as árvores são plantadas) e o processo não é sustentável. (NR Forbes Brasil: No Brasil, a maior parte das seringueiras comerciais não estão em área de floresta. São Paulo responde por 70% da produção do país. E boa parte daquelas em áreas de floresta integram projetos agroflorestais). Além disso, as matérias-primas devem ser transportadas por milhares de quilômetros em navios de carga para fabricação, o que deixa uma pegada de carbono suja em seu rastro.

BRIDGESTONE_Divulgação© Fornecido por Forbes Brasil

BRIDGESTONE_Divulgação

Russ Prock, supervisor de operações agro, explica que a guayule pode ser plantada, cultivada e colhida com equipamentos que já são usados no campo, embora com algumas modificações (a Prock desenvolveu várias patentes para equipamentos agrícolas específicos para guayule).

Para a colheita, o arbusto é cortado logo acima da linha do solo, e a planta (menos as raízes) é deixada no campo por um curto período de tempo para secar. Em seguida, é enfardado e levado para o BPRC (Biorubber Process Research Center), da Bridgestone, em Mesa.Mike Hartzell, engenheiro químico sênior da Bridgestone, e Bob White, gerente do BPRC, explicam como funciona a instalação da biorrefinaria de vários andares.

Depois de chegar de caminhão, os fardos são colocados em um processador onde são picados e moídos. Os solventes extraem a borracha e as impurezas e, em seguida, os diluidores são removidos (o sistema é um circuito fechado, onde todos os produtos químicos são filtrados e reciclados). O produto final é uma borracha natural extrudada, que pode ser enviada para a fabricação de pneus ou inúmeros outros produtos de borracha com processamento mínimo.

BRIDGESTONE_divulgação© Fornecido por Forbes Brasil

BRIDGESTONE_divulgação

A pesquisa e o desenvolvimento da Bridgestone não terminam na fazenda. Para provar que a borracha de guayule é capaz de lidar com os ambientes operacionais mais extremos, o produto de borracha natural da BPRC foi enviado ao Centro de Tecnologia Bridgestone Americas, em Akron, Ohio, onde foi moldado nas paredes laterais dos pneus Firestone Firehawk IndyCar (as paredes laterais foram escolhidas porque essa área é composta da borracha mais natural). Os testes provaram que a borracha guayule oferecia a mesma qualidade e desempenho que os pneus de corrida existentes.

No mês passado, os pneus de borracha guayule fizeram sua estreia oficial de corrida no NTT Indycar Series Big Machine Music City Grand Prix, nas ruas de Nashville, Tennessee. Apesar dos atrasos provocados pela chuva e dos raios, os pneus tiveram um desempenho impecável na frente de 110.000 fãs da corrida no local e de milhões pela televisão.

ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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