Michael Harley
A Bridgestone promoveu recentemente uma press trip para mostrar os detalhes de sua alternativa sustentável às seringueiras, explorar as instalações de produção e conhecer as pessoas por trás da ciência. A jornada começou na fazenda de guayule, da Bridgestone, em Eloy; depois foi a vez da instalação de processamento em Mesa e terminou em Nashville, Tennessee, onde os pneus de borracha guayule estavam nos veículos que competiram em um evento da NTT Indycar Series.
Bill Niaura, diretor de desenvolvimento de novos negócios da Bridgestone, é um estudioso sobre tudo que se refere à borracha e pneu – a viagem começou em uma sala de aula onde o grupo ouviu sobre a história da agricultura de látex e as diferenças entre as fontes.
Quase toda a borracha natural de hoje vem de seringueiras, uma planta de clima tropical. Leva cerca de cinco anos para a árvore amadurecer antes de produzir látex, uma seiva líquida que escoa de cortes feitos à mão, na casca. Em seguida, adiciona-se amônia para evitar que a seiva coagule, com o ácido usado para extrair a borracha por meio da coagulação. Após a remoção do excesso de umidade, o látex está pronto para o processamento.
Embora o processo não seja excessivamente complexo, as plantações de borracha não são ecologicamente corretas (as florestas tropicais na Ásia e na América do Sul são destruídas à medida que as árvores são plantadas) e o processo não é sustentável. (NR Forbes Brasil: No Brasil, a maior parte das seringueiras comerciais não estão em área de floresta. São Paulo responde por 70% da produção do país. E boa parte daquelas em áreas de floresta integram projetos agroflorestais). Além disso, as matérias-primas devem ser transportadas por milhares de quilômetros em navios de carga para fabricação, o que deixa uma pegada de carbono suja em seu rastro.
BRIDGESTONE_Divulgação© Fornecido por Forbes Brasil
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Russ Prock, supervisor de operações agro, explica que a guayule pode ser plantada, cultivada e colhida com equipamentos que já são usados no campo, embora com algumas modificações (a Prock desenvolveu várias patentes para equipamentos agrícolas específicos para guayule).
Para a colheita, o arbusto é cortado logo acima da linha do solo, e a planta (menos as raízes) é deixada no campo por um curto período de tempo para secar. Em seguida, é enfardado e levado para o BPRC (Biorubber Process Research Center), da Bridgestone, em Mesa.Mike Hartzell, engenheiro químico sênior da Bridgestone, e Bob White, gerente do BPRC, explicam como funciona a instalação da biorrefinaria de vários andares.
Depois de chegar de caminhão, os fardos são colocados em um processador onde são picados e moídos. Os solventes extraem a borracha e as impurezas e, em seguida, os diluidores são removidos (o sistema é um circuito fechado, onde todos os produtos químicos são filtrados e reciclados). O produto final é uma borracha natural extrudada, que pode ser enviada para a fabricação de pneus ou inúmeros outros produtos de borracha com processamento mínimo.
BRIDGESTONE_divulgação© Fornecido por Forbes Brasil
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A pesquisa e o desenvolvimento da Bridgestone não terminam na fazenda. Para provar que a borracha de guayule é capaz de lidar com os ambientes operacionais mais extremos, o produto de borracha natural da BPRC foi enviado ao Centro de Tecnologia Bridgestone Americas, em Akron, Ohio, onde foi moldado nas paredes laterais dos pneus Firestone Firehawk IndyCar (as paredes laterais foram escolhidas porque essa área é composta da borracha mais natural). Os testes provaram que a borracha guayule oferecia a mesma qualidade e desempenho que os pneus de corrida existentes.
No mês passado, os pneus de borracha guayule fizeram sua estreia oficial de corrida no NTT Indycar Series Big Machine Music City Grand Prix, nas ruas de Nashville, Tennessee. Apesar dos atrasos provocados pela chuva e dos raios, os pneus tiveram um desempenho impecável na frente de 110.000 fãs da corrida no local e de milhões pela televisão.
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