A
justiça eleitoral brasileira se transformou num monstro. Deveria ser uma
repartição pública que cuida da organização das eleições e garante a
honestidade das apurações, unicamente isso – como em qualquer democracia
séria do mundo. Aqui, por força da invasão da vida política por parte
do STF, e da vassalagem que o judiciário impôs aos dois outros poderes,
passou a mandar na eleição. É uma deformação – os brasileiros foram
expulsos do processo eleitoral. Quem decide tudo, hoje, são o TSE, os 27
TREs e o resto do brontossauro burocrático que passou a dar ordens aos
partidos, aos candidatos e aos eleitores. De desvario em desvario,
transformaram a campanha eleitoral de 2022 numa eleição de ditadura. Seu
golpe mais recente foi proibir que o presidente da República mostre em
seu programa de televisão as imagens das manifestações-gigante do dia
Sete de Setembro em que foram comemorados os 200 anos de independência
do Brasil – e nas quais possivelmente mais de 1 milhão de pessoas, em
todo o país, foram às ruas prestar apoio à sua candidatura à reeleição.
É a pior agressão imposta até agora pelo TSE à liberdade, à igualdade
e à limpeza das eleições de outubro; não há sinais de que seja a
última. Os novos comissários-gerais da ordem política brasileira,
simplesmente, decidiram que o presidente não tem o direito de mostrar,
nos programas do horário político, os vídeos de manifestações públicas
feitas em seu próprio favor – em atenção, mais uma vez, às exigências
feitas pelo candidato adversário. A alegação é demente: a população foi
para a praça pública festejar a independência do Brasil, e as imagens de
sua maciça presença nas ruas não podem ser usadas para se fazer
“propaganda eleitoral”. Mas as pessoas que saíram de casa no Sete de
Setembro, com bandeiras do Brasil e vestidas de verde-amarelo, foram às
comemorações com a expressa e óbvia intenção de dizer que vão votar em
Jair Bolsonaro para um novo mandato. Como, agora, proibir que se mostre
isso – algo perfeitamente legal e já visto por milhões de pessoas? É
direito constitucional dos cidadãos brasileiros votarem em quem quiserem
e expressarem publicamente a sua preferência – por que, então, o TSE
proíbe a exibição de imagens que comprovam a existência de multidões
dispostas a votar no presidente?
Mas as pessoas que saíram de casa no Sete de Setembro, com bandeiras
do Brasil e vestidas de verde-amarelo, foram às comemorações com a
expressa e óbvia intenção de dizer que vão votar em Jair Bolsonaro para
um novo mandato
A mesma justiça eleitoral, no tempo do regime militar, não deixava os
candidatos dizerem nada no programa político da televisão; só podiam
mostrar um retratinho de si próprios, dentro dos exatos centímetros e
milímetros fixados pelas autoridades, mais o seu número e partido, e fim
de conversa. O povo não tinha nada de ficar sabendo o que o candidato
tinha a dizer – como TSE de hoje acha que o povo não tem nada de ficar
olhando para imagens que os comissários não gostam. No regime militar,
ao menos, havia mais igualdade – o retratinho era igual para todo mundo.
Hoje só o presidente é proibido de fazer isso e aquilo, e mais isso e
mais aquilo; a cada cinco minutos os advogados do seu principal, ou
único competidor, exigem que Bolsonaro se cale, enquanto ele próprio
continua dizendo e mostrando tudo o que quer, com a plena aprovação do
TSE. Neste último episódio, lembram os métodos da antiga ditadura
comunista da Rússia, que mandava apagar todas as imagens que não
aprovava – apagar fisicamente, raspando fotografias e filmes. Agora,
estão apagando imagens que todo mundo já viu.
O ex-presidente Lula, num dos mais rancorosos insultos que já dirigiu
à toda a população brasileira que não vota nele, disse que as
manifestações do Sete de Setembro pareciam uma reunião da Ku Klux Klan, a
sociedade secreta que se tornou símbolo mundial do racismo. O ministro
Luís Roberto Barroso, por sua vez, disse que a presença do povo na rua
serviria para se calcular quantos fascistas existem no Brasil; o apoio
ao presidente, para ele, é um crime político. Das ofensas, agora,
passa-se à pior das hipocrisias. Se tudo não passou de uma reunião
racista de fascistas da KKK, porque toda a ânsia enraivecida, então, em
proibir que esse fracasso da candidatura Bolsonaro apareça no programa
eleitoral? Porque esconder algo que, segundo a candidatura Lula, deu
errado para o adversário? Se deu errado, e é coisa do mal, a
manifestação em seu favor teria de ser exibida ao máximo, não é mesmo? É
claro que não se trata de nada disso. Lula, que não consegue juntar
ninguém a seu favor para uma demonstração de massas, quer esconder o
sucesso do presidente no Sete de Setembro – e o TSE, ao aceitar essa
nova imposição, parece fazer mais um esforço para dar a impressão de que
não vai agir com limpeza na eleição de outubro.
Para quem ainda se recusava a enxergar o tamanho dos movimentos
organizados por conservadores brasileiros, o 7 de setembro foi
acachapante. Milhões de pessoas estiveram nas ruas em manifestações
absolutamente pacíficas e patrióticas.
Foi um banho de civilidade em quem esperava ver um fascismo
imaginário tomando as ruas do Brasil. Por todo o país, das capitais às
menores cidades do inteiror, famílias inteiras foram para a rua em clima
de confraternização.
Não houve brigas, depredações, vandalismo ou mesmo atentados
violentos ao pudor, tão comuns nas manifestações da esquerda, dita
progressista. Progresso é vestir verde e amarelo e sair para celebrar a
Pátria, em vez de vitórias no futebol.
Apesar dos possíveis atos terroristas, anunciados pelos profetas do
caos ao longo de semanas, numa clara estratégia para tentar espalhar
medo e inibir pessoas de irem às manifestações, o “tiro” saiu pela
culatra.
A festa popular de 7 de setembro não foi apenas gigante em tamanho,
como se anunciava, mas também imensa em significado. Acabou mostrando de
uma vez por todas quem são e como agem os conservadores brasileiros.
Conservadores brasileiros Pelos cálculos costumeiramente feitos
pela polícia (de 3 a 4 pessoas por metro quadrado) só em São Paulo, Rio
de Janeiro e Brasília, mais de 3 milhões de pessoas estiveram nas
manifestações pelo bicentenário da Independência, em apoio ao presidente
Bolsonaro e contra os abusos de ministros do Supremo Tribunal Federal
(STF).
Havia, sim, cobranças para que o Judiciário respeite as leis e a
liberdade de todos os cidadãos, como está previsto na Constituição (e
vem sendo ingnorado por muitos ministros). Mas isso ficou restrito aos
cartazes e aos discursos de quem falava nos caminhões de som.
Em vez de ataques a Instituições, como pregaram que haveria, o clima
era de festa e de paz, solidariedade, alegria, esperança, fé. Não à toa
houve um emocionante coro de “Pai Nosso” com cententas de milhares de
vozes na esplanada dos Ministérios, em Brasília – algo de arrepiar e
causar inveja às missas na Praça São Pedro, em Roma.
Muitos vídeos que circulam na redes sociais mostram que, mesmo depois
de horas em pé, na rua, a multidão dispersou sem pressa ou atropelos.
Nas grandes cidades, caminhou pacientemente por calçadas lotadas, entrou
em estações de metrô ou ônibus igualmente lotados, cantando o orgulho
de ser brasileiro.
Outros vídeos, emblemáticos, revelam que carteiras e celulares
perdidos (e encontrados) foram entregues nos caminhões de som e
anunciados para que os donos pudessem resgatar. Num depoimento em vídeo,
um vendedor de água revela como foi sua primeira experiência numa
manifestação verde e amarela.
“Nunca imaginei que fosse assim”, diz ele, antes de revelar que nunca
foi taão bem tratado, nunca imaginou encontrar tanta educação em
manifestação de rua, tanta alegria, tanto respeito. “Nada do que falam é
verdade”, completa.
Segunda Opinião Nesta segunda-feira (12), após as manifestações de
7 de Setembro, o programa Segunda Opinião debate sobre os conservadores
brasileiros. Em discussão também a estranha reação da esquerda e de
parte considerável da imprensa, negando-se a ver o óbvio.
Por que será que a civilidade, a fé, o respeito à família, aos outros
e aos bens públicos não vira manchete nos jornais? Quem saõ os
jornalistas que ainda tentam confundir o público, omitindo e
descontextualizando fatos, como se fosse possível negar a realidade?
Manifestantes a favor da nova constituição, em Santigo, Chile, dia 1º de setembro de 2022| Foto: EFE/ Alberto Valdés
O
Chile de hoje é um país incapaz de dizer sim a um projeto político. Era
um país pobre antes do golpe de Pinochet; um país pobre daqueles que
hoje servem para alimentar ONGs boazinhas do primeiro mundo. As crianças
chilenas e as africanas eram objetos de caridade intercambiáveis.
Décadas depois de Pinochet dar o golpe, jogar alguns comunistas de
helicópteros e colocar uma porção de Chicago Boys na economia, o país
ficou rico. E ainda virou destino chique para a classe média da região,
que vai lá atrás de queijos e vinhos no friozinho. Havia tudo para se
considerar uma história com final feliz, qual seja, o próprio final
feliz.
Mas os tempos atuais têm uma moralidade peculiar: não basta um final
feliz para ficarmos satisfeitos. Na moral atual, o que se deseja é um
certificado de pureza, e esse certificado só pode ser obtido mediante
uma avaliação total da História. Essa sociedade passou pela escravidão?
Então o que temos hoje não pode ser bom. Essa sociedade atirou
comunistas de helicópteros? Então o que ela tem hoje não pode ser bom.
Vivemos em tempos que se reputam o Fim da História. Os atuais
viventes seguram um martelinho de juiz e usam seus dogmas morais
particularíssimos para condenar ou louvar cada ato passado séculos ou
milênios atrás. Então não importa que o Chile de hoje viva bem com uma
Constituição mais ou menos herdada de Pinochet. O país não virou uma
democracia mantendo a constituição igualzinha à da ditadura; há emendas.
Aliás, vale destacar que o país conseguiu virar uma democracia depois
de atirar comunistas de helicópteros. Foi por causa disso? Se construir
uma democracia próspera fosse tão fácil, a África estaria bem hoje, já
que não faltaram comunistas naquele continente para serem jogados de
helicóptero.
Será que o Chile conseguiria ser uma democracia próspera caso não
enfrentasse uma verdadeira guerra civil? Não sei, ninguém sabe.
Contrafactual é uma seara da história onde dificilmente há consensos.
Sempre haverá liberais e esquerdistas que digam que o Chile se tornou
uma democracia próspera apesar da violência, ou no mínimo a despeito da
violência.
Por outro lado, John Gray diz que uma falha dos hayekianos é não
perceber que o liberalismo precisa de força do Estado para ser
implementado. Trocando em miúdos, forças antimercado, tais como
sindicatos e grupos de interesse, são constantes nas sociedades, e só
com uma força central é possível debelá-los.
Seja como for, só militantes partidários ousariam negar que o
trabalho dos Chicago Boys tem relação com a mudança econômica sofrida no
Chile. Os Chicago Boys não atiraram ninguém de aviões, e o Chile estava
numa situação tão pacífica que não havia clima para atirar de
helicópteros quem quer que fosse. Assim, independentemente do
contrafactual adotado, nos dias recentes era possível ficar com as
coisas boas de Pinochet sem as coisas ruins.
Dizer não ao passado é fácil Nunca se diz o que há de
objetivamente mau na Constituição chilena; seu vício é de nascença. É
bem o caso oposto ao do Brasil, onde a Constituição vigente surgiu
debaixo de muito confete democrático e midiático, mas que consegue
desagradar a todos em virtude de problemas intrínsecos ao texto. As
pessoas dizem que ela é ruim por amarrar demais os orçamentos ou por ser
particularista demais (trata do Colégio Pedro II, por exemplo), e não
por algum problema na pessoa do Dr. Ulysses. Ao mundo, os chilenos não
dão nenhuma explicação para o que tanto desagrada no texto
constitucional que eles já remendaram à vontade. Tudo é uma questão de
purismo moral.
Há uma praga no Ocidente que é a transformação da imprensa num
partido progressista global. Se o povo elege um presidente contrário a
ela, ela se julga legítima o suficiente para tratá-lo como um vilão.
Disse há muito que “la démocracie c’est moi”; decretou que a democracia é
ela própria. É provável que isso tenha raízes no pós-guerra e seja uma
doença dos EUA exportada para o mundo. A imprensa determina em uníssono
quem são os vilões, quem são os mocinhos, e nós achamos tudo muito
bonito e democrático. Era assim até acontecerem duas coisas: as redes
sociais emergirem como fonte alternativa de transmissão de informação e a
imprensa se radicalizar. (Será que a radicalização da imprensa é fruto
da perda de poder? Não dá para saber agora.)
Eis que a beautiful people resolveu fazer um daqueles quebra-quebras
super-democráticos, que a própria beautiful people acha bonito e, por
isso mesmo, ganha um nome que soa legal. Trata-se da “Primavera
Chilena”, quando jovens black blocs cheios de consciência social foram
às ruas pedir a substituição da “Constituição de Pinochet”, o fim da
corrupção e das injustiças sociais, além da diminuição do preço dos
transporte público em Santiago. Gente fina, elegante e sincera. Saldo de
mortos: 34, segundo a historiografia oficial. Foi um mistureba de
caras-pintadas com junho de 2013. Das nossas violentas “Jornadas de
Junho”, porém, não saiu nenhum mártir.
Aquele traço do nosso país apontado e deplorado por comunistas é real
e é bom: o Brasil é pouco propenso à violência política. Por mais que
os intelectuais e a TV clamem por sangue, nosso povo é tranquilo e não
vai pegar em armas por causa de abstrações.
Agora façamos uma continha. Segundo os cálculos nada imparciais da
Comissão da Verdade, morreram por causa de política 434 pessoas entre
1964 e 1988. A “Primavera Chilena” durou cinco meses (de outubro de 2019
a março de 2020). Com essa taxa de mortalidade, se a Primavera Chilena
durasse um ano, mataria 51. Para morrer a mesma quantidade de gente que
supostamente morreu no Brasil em 24 anos, bastavam oito anos e meio de
“Primavera Chilena”.
Em vez de sair explicando tudo por abstrações, seria necessário ter
em mente que os povos variam. Os chilenos ativaram comunistas de avião
porque eram violentos e estavam conflagrados. Com a desestabilização na
Constituição do país, o Chile voltou a um estado de conflagração. Nele, a
violência emerge — e se corpos voltarem a cair de helicópteros por
causa de política, não será de surpreender.
Intolerância seletiva Os políticos chilenos compensaram a barbárie
com a convocação de um plebiscito para saber se deveria haver uma nova
constituição.
Quando Pinochet saiu vitorioso, Allende foi o derrotado. Os chilenos
politizados demonstram toda a intolerância do para o que quer que se
refira a Pinochet; desejam fazer uma refundação do Chile para apagá-lo
da história, purificar o país. Por esse capricho, estão dispostos a
causar a morte de dezenas nuns poucos meses.
No entanto, isso se faz ao mesmo tempo em que Allende é alçado à
condição de santo. Ora, Allende era um entusiasta das políticas
eugenistas da Alemanha Nazista e tentou implementar Tribunais de
Esterilização no Chile quando ainda era parlamentar. O próprio Partido
Socialista do Chile nasceu com financiamento da Alemanha Nazista, como
mostrou Victor Farías em ‘Salvador Allende: Antissemitismo e eutanásia’.
Ele, aliás, encerra o livro acusando Bachelet de ter tentado dar
seguimento ao projeto de Allende. Os socialistas seriam os mesmos.
Por aí vemos que só interessa revirar o passado para criticar o que
deu certo. Se deu errado e era evidentemente monstruoso, não sofrerá
escrutínio. É proibido revirar o passado e concluir que as coisas
poderiam ter sido bem piores.
A facilidade do “não” Por fim, um problema do Chile que me parece
generalizado é o abandono da política nas mãos dos fanáticos. O cidadão
vaidoso e respeitável só tem duas opções: ou bem ele defende um monte de
absurdo da moda, ou bem ele dá de ombros e faz um ar blasé. Parece que
votar é coisa de quem tem candidatos ideais, puros. Como só os fanáticos
têm tais candidatos, só os fanáticos votam.
A barbárie convocou plebiscito, 50,95% dos eleitores votaram. Dos que votaram, 78% quiseram uma nova Constituição.
Nas eleições presidenciais, o mesmo espírito dominou o país: ou o
candidato dos sonhos, ou o desdém pela política. Os fanáticos disseram
“sim” para Boric, o resto foi blasé e disse não para a política.
Nesse ínterim, uma Constituição aloprada ficou pronta, e tudo o que
resta ao Chile é dizer “não”. De “não” em “não”, vão esquentando a
temperatura política. Os blasés lavam as mãos enquanto os fanáticos
tocam fogo no circo.
Que fique a lição para o mundo. É preciso coragem moral para dizer
“sim” às coisas imperfeitas que estão à nossa mão. São imperfeitas as
Constituições, a História e os líderes. Tentemos sempre aprimorá-los,
mas nunca descartá-los por inteiro, sob pena de sermos governados por
fanáticos que se acham perfeitos.
Cleber Genero – Vice-presidente de Pequenas e Médias Empresas
Aproveitar as grandes datas é estratégia para lucrar mais e aumentar a
carteira de clientes; ainda dá tempo de se planejar e garantir o
crescimento saudável do negócio
O segundo semestre deste ano está recheado de datas comemorativas e
feriados que movimentarão as vendas e, para não deixar os empreendedores
de fora, a Serasa Experian elencou 10 dias importantes para quem deseja
lucrar até o fim do ano. Pequenos e médios negócios podem utilizar o
calendário para se planejar e garantir o incremento da receita, por meio
de lançamento de campanhas, parcerias com outros empreendedores e
investimento em outras iniciativas para ampliar a carteira de clientes.
O primeiro passo, segundo o vice-presidente de Pequenas e Médias
Empresas, é ter ferramentas que ajudem a analisar e mapear o
empreendimento, o que dará o melhor direcionamento para a estratégia. “O
empreendedor brasileiro sabe como atingir seu público das maneiras mais
criativas possíveis, mas ainda precisa se planejar melhor para não
perder o tempo certo das datas. Por isso, a Serasa Experian ajuda neste
momento tão importante para o crescimento saudável do negócio com canais
de conteúdo, monitoramento e prospecção de novos clientes, voltados
especificamente para donos de empresas de menor porte”, afirma.
Veja abaixo mais orientações aos empreendedores:
1)Planejamento é essencial: ter
em mente os períodos de maior movimento, datas especiais e momentos de
baixa nos ganhos ditarão os próximos passos. Por isso, ter um plano de
negócios bem estruturado e com prazos adequados para compra de insumos,
produção e elaboração das campanhas é primordial para alavancar as
vendas.
2) Defina seu público-alvo: conhecer quem o
produto ou serviço quer atingir será o diferencial frente aos
concorrentes no momento de planejamento, portanto, avaliar o
comportamento das vendas e ter em mente os motivos que levam os
consumidores a comprar, como frequência, oferta dos concorrentes e até o
clima na sua região são importantes. Essas informações, combinadas ao
objetivo do negócio, poderão trazer resultados expressivos em pouco
tempo.
3) Decida o que será ofertado: escolher quais são
os produtos e serviços disponíveis para a data e a modalidade de
“promoção” a ser seguida, como ofertas ou benefícios serão oferecidos
aos clientes (descontos e brindes), será importante no terceiro passo. A
elaboração do plano também deve considerar a visão de outras áreas da
empresa, como vendas e marketing. Os dados coletados permitem que sejam
estabelecidos prazos para aquisição de insumos, produção e anúncios
antes da aproximação da data escolhida.
4)Faça parcerias com outros empreendedores:
o Brasil é um dos países que mais fomenta o empreendedorismo no mundo e
a abertura de empresas cresce constantemente no país, com maio
registrando o segundo maior aumento do ano no surgimento de negócios, de
17,8%. Portanto, ter outro empreendedor como parceiro para alavancar as
vendas em momentos específicos do ano pode trazer impactos positivos.
5) Invista no marketing digital: as redes sociais
são um dos principais canais de venda para os empreendedores, então
abuse das divulgações nestes meios, envie e-mails marketing para sua
base e desenvolva ações com influenciadores que tenham apelo com seu
público-alvo e possam divulgar o empreendimento. Além de aumentar o
alcance, a estratégia pode transformar seus novos seguidores em
clientes. Nesse aspecto a Plataforma de Marketing Digital Valeon está
disponível para os empreendedores fazerem as suas divulgações e
promoções através do site Valeon marketplace exclusivo na região do Vale
do Aço: https://valedoacoonline.com.br/
6) Esteja preparado para o pré e pós-campanha:
essa conquista nas redes sociais exige que o empreendedor também
considere no planejamento outras ações de relacionamento antes e,
principalmente, depois da campanha, além de uma maior atenção ao
pós-venda, com atendimento eficaz aos clientes.
7) Valorize a exposição dos itens na vitrine:
lojas físicas podem criar vitrines temáticas de acordo com as datas
para atrair clientes que estejam passando pelo local. Para isso,
conhecer o perfil dos clientes é importante ao separar os produtos que
serão expostos, estabelecer o tema e paleta de cores e selecionar
elementos decorativos que valorizarão ainda mais o que está sendo
apresentado.
8)Tenha o calendário como aliado:
considere datas menos óbvias do calendário para elaborar as ações, além
de se planejar com antecedência para aquelas mais relevantes, como
Natal e Dia das Mães. Isso fará com que sua marca esteja sempre na mente
dos consumidores e cria constância nas promoções e ações.
9) Atualize o manual de vendas: preparar a equipe e
a loja para as campanhas fazem parte do planejamento, por atualize
sempre o manual de vendas para evitar atritos ou informações
conflitantes para os clientes. Isso traz mais tranquilidade para a
equipe, que saberá o que fazer para atender o desejo dos consumidores e
manter o objetivo de ganhos do negócio.
10) Prepare-se para crescer: ao fazer uma campanha,
considere um aumento das vendas e entenda se será possível atender a
essa demanda. Avalie criteriosamente a estrutura do negócio e se é
possível manter a qualidade e prazos de entrega com o novo volume.
Utilizando o poder dos dados para trazer mais precisão e segurança na
tomada de decisão dos negócios, a Serasa Experian possui uma área
voltada exclusivamente para atender as necessidades das pequenas e
médias empresas brasileiras. São soluções adequadas para quem precisa
crescer a carteira de clientes, proteger o negócio, monitorar clientes e
fornecedores e recuperar dívidas. Além disso, a área conta com uma
série de conteúdos gratuitos para quem precisa de ajuda para começar o
negócio, incrementar as vendas, conquistar mais clientes. A Serasa
Experian tem uma parceria com o Sebrae para a construção destes
materiais, que são disponibilizados no blog e também na série Bora
Empreender no YouTube.
A Serasa Experian é líder na América Latina em serviços de
informações para apoio na tomada de decisões das empresas. No Brasil, é
sinônimo de solução para todas as etapas do ciclo de negócios, desde a
prospecção até a cobrança, oferecendo às organizações as melhores
ferramentas, nas quais são embarcadas as informações do maior bureau de
crédito do país, que também inclui os dados do Cadastro Positivo. Com
profundo conhecimento do mercado brasileiro, conjuga a força e a
tradição do nome Serasa com a liderança mundial da Experian. Criada em
1968, uniu-se à Experian Company em 2007. Responde on-line/real-time a 6
milhões de consultas por dia, auxiliando 500 mil clientes diretos e
indiretos a tomar a melhor decisão em qualquer etapa de negócio.
Constantemente orientada para soluções inovadoras, a Serasa Experian
vem contribuindo para a transformação do mercado de soluções de
informação, com a incorporação contínua dos mais avançados recursos de
inteligência e tecnologia.
Para mais informações, visite www.serasaexperian.com.br
A Experian é líder mundial em serviços de informação. Nos grandes
momentos da vida – desde comprar um carro, passando por mandar seu filho
para a faculdade, até a crescer o negócio se conectando com novos
clientes – nós empoderamos consumidores e empresas a gerenciarem seus
dados com confiança. Nós ajudamos as pessoas a tomarem o controle de
suas vidas e acessarem serviços financeiros, os negócios a tomarem
decisões mais inteligentes e prosperarem, os credores a emprestarem de
forma mais responsável e as organizações a prevenirem fraude de
identidade e crime.
Empregamos cerca de 20.600 pessoas em 43 países e a cada dia estamos
investindo em novas tecnologias, profissionais talentosos e inovação
para ajudar todos os clientes a maximizarem cada oportunidade. A
Experian plc está listada na Bolsa de Valores de Londres (EXPN) e compõe
o índice FTSE 100.
STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO
Moysés Peruhype Carlech
Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups?
Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado
multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a
pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém
lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser
capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que
sim.
Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas
de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada
vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de
jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados.
Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras
revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb
e tantos outros não param de surgir.
E as grandes empresas começam a questionar.
O que estamos fazendo de errado?
Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?
Qual a solução para resolver este problema?
A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras
ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender
melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os
onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada
de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente
é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação
ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes
conclusões:
* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.
* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.
* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;
* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.
* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.
O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação
conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de
aproximação com o mundo das startups.
Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser
aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar
tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se
atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro
patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São
milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar
um piloto.
Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais
inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o
oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da
startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta,
tomará mais riscos.
Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez
se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de
exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando
uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta
falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.
As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a
startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um
paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas
estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.
As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior
teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é
exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.
VOCÊ CONHECE A ValeOn?
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TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!
A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode
moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é
colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn
possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o
seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e
reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a
experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende
as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A
ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio,
também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para
ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser.
Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem
a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos
potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar
empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de
escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.
Redação do Washington Post, nos Estados Unidos| Foto: Bigstock
A
queixa de que a maioria dos jornalistas é de esquerda (militando em
causas progressistas) e as coberturas não são tão imparciais quanto
alegam os veículos pode ir além de mera implicância ou intuição dos
leitores de notícias. Em sua edição mais recente, uma das maiores
pesquisas feitas com jornalistas brasileiros mostra que a maioria
esmagadora (81%) dos que responderam sobre convicções políticas se
declararam de esquerda (52,8%) ou centro-esquerda (29%). Por outro lado,
apenas 4% dos jornalistas disseram ter posicionamento mais à direita
(sendo 1,4% de direita e 2,5% de centro-direita). Até mesmo os que se
identificam como extrema-esquerda (2%) superam os que os que se dizem de
direita. Apenas 0,1% classificam-se como de extrema-direita.
Dados mais antigos já davam indicações parecidas. Em 2017, ao rebater
um ataque do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad à imprensa, o
então editor-executivo, hoje diretor de redação da Folha de S. Paulo,
Sérgio Dávila, admitiu que “as Redações são formadas em sua maioria por
uma elite intelectual de jovens progressistas de esquerda” e que “o
resultado era palpável nas páginas do jornal, por mais que os
profissionais se empenhassem em fazer valer o princípio de apartidarismo
que é pilar do Projeto Editorial da Folha”.
Segundo escreveu Dávila, a redação da Folha tinha, na época, 78% de
jornalistas identificados como centro-esquerda. “Em 2014, no segundo ano
de governo Haddad, censo interno realizado pelo Datafolha atestou que
55% dos jornalistas da casa se consideravam de esquerda, e 23%, de
centro. Indagados sobre como situavam o próprio jornal, 50% o colocavam
no centro, e 30%, na esquerda. A maioria adotava posição liberal em
relação a aborto, direitos homossexuais e drogas, em números
eloquentemente superiores aos da população brasileira como um todo: 82% a
favor da descriminalização da maconha e 96% a favor da união civil
entre homossexuais, ante 77% e 39% dos brasileiros, respectivamente”,
pormenorizou.
Definindo Haddad como possivelmente “o prefeito mais paparicado por
jornalistas em toda a história de São Paulo”, o editor-executivo
acrescentou que “por causa dessas características [dos jornalistas],
encontrou terreno fértil nas Redações a agenda ‘São Paulo, Nova
Amsterdã’”, do petista, que trazia propostas como o “biciclicentrismo
das ciclofaixas e ciclovias” e o pagamento de salários a usuários de
crack.
Na mesma época, em dezembro de 2017, um levantamento realizado pelo
Instituto Paraná Pesquisas a pedido da Gazeta do Povo mostrou que não
existia um posicionamento político dominante no Brasil. Segundo a
pesquisa, houve um empate técnico na escolha do brasileiro pela direita,
esquerda, centro e por uma postura independente. Todas as posições
tinham, então, pouco mais de 20% das preferências, e se igualavam dentro
da margem de erro de 2%. Ou seja, o ambiente posicionado mais à
esquerda das redações, evidenciado por Dávila, não refletia uma
tendência geral entre a população. E as pautas trabalhadas, portanto,
poderiam estar descoladas dos anseios dos cidadãos.
“Os jornalistas de direita, em sua maioria, procuram fazer análises,
sem confundir com opinião. Já os de esquerda são militantes, fora
algumas exceções, como Fernando Gabeira, que consegue fazer uma análise
independente da posição dele, ou William Waack, por exemplo. Mas a maior
parte dessa geração com menos de 50 anos tem uma visão viciada e
confunde análise com posições pessoais. Isso empobrece a maior parte do
jornalismo”, analisa a professora de filosofia Bruna Torlay, diretora de
conteúdo da Revista Esmeril.
Torlay estende a crítica aos veículos nacionais que, na opinião dela,
perdem ao não abrir espaço para jornalistas com visões divergentes.
“São poucos os jornais que contam com jornalistas do espectro associado à
direita, cuja característica é não difundir narrativas forçadas sobre a
esquerda. Esses veículos também costumam ser plurais e abrir espaço
para pessoas de centro-esquerda, o que não acontece nos outros, que só
contratam profissionais de centro-esquerda”, afirma.
A ciência pode explicar esse comportamento. Um estudo conduzido pelos
psicólogos sociais Jesse Graham (Universidade do Sul da Califórnia),
Brian Nosek (Universidade da Virgínia) e Jonathan Haidt mostrou que os
conservadores entendem melhor a esquerda do que o contrário. Os
pesquisadores pediram a mais de duas mil pessoas que respondessem a um
questionário, com três tipos de opiniões políticas: as suas próprias,
fingindo serem progressistas/esquerdistas típicos, e fingindo serem
conservadores/direitistas típicos. Como resultado, os moderados e
conservadores foram mais precisos em representar o papel dos outros
grupos. E quanto mais progressistas eram os respondentes, mais
imprecisas foram suas previsões sobre como pensam os demais grupos.
Matriz marxista na formação Outra explicação possível para o
fenômeno do esquerdismo nas redações advém da própria formação
acadêmica. Nos Estados Unidos, por exemplo, as universidades pendem para
a esquerda. Em 2017, a Young America’s Foundation afirmava que, para
cada orador conservador, havia 11 do outro lado do espectro político. Em
algumas instituições de maior prestígio, como a Princeton, a proporção
era de 30 docentes democratas para cada republicano. Já aqui no Brasil,
um estudo realizado com professores de História de países do Mercosul,
em 2018, revelou que 84,5% dos docentes brasileiros disseram preferir
siglas de esquerda ou centro-esquerda.
“Educação é formação num ambiente de liberdade, de abertura, num
ambiente de diálogo, de debate. A universidade e o ensino básico
estiveram, e eu acho que ainda estão, muito dominadas por uma matriz
marxista. Nós estamos há décadas e décadas com essa matriz. E eu diria
não só essa matriz, mas uma matriz militante, ativamente militante,
samba de uma nota só. Isso tem consequências. Quando a ideologia domina o
processo de conhecimento, o que desaparece é o conhecimento”, opina
Carlos Alberto Di Franco, que é doutor em Comunicação, especialista em
Jornalismo Brasileiro e Comparado e consultor de empresas informativas.
“No Brasil, não é o esquerdismo que predomina, é a mediocridade. O
comodismo é maior entre os brasileiros do que a identificação com uma
ideologia”, completa Bruna Torlay. “O progressista é a pessoa que não
contestou a própria formação recebida na universidade, não procurou
outras fontes além da bibliografia distribuída pelos professores, e a
maioria dos cursos é de esquerda. As pessoas que têm curiosidade correm o
risco de rever suas posições, porque não são acomodadas, vão além e
procuram outras teorias, autores e visões de mundo. No Brasil, a
desvalorização da alta cultura faz a mediocridade predominar. As pessoas
não vão além do obrigatório, e o obrigatório é esquerdista. É pela
mediocridade que a coisa se mantém”, defende.
Filiados a partidos superam recorte populacional O relatório
Perfil do Jornalista Brasileiro 2021 obteve 6.650 respostas de
jornalistas, por meio de enquete em rede, entre 16 de agosto e 1º de
outubro do ano passado. A maioria dos respondentes trabalha no Brasil,
sendo que 56 ouvidos atuam no exterior. As perguntas sobre
posicionamento ideológico foram respondidas por 1.978 profissionais.
Entre eles, 8,3% não quiseram informar suas convicções. A posição ao
centro correspondeu a 4,7% dos ouvidos.
Em uma pergunta aberta sobre posicionamento ideológico, pouco mais de
2% dos entrevistados responderam, com destaque para definições como
“esquerda ambientalista” e “esquerda radical”. Também houve 13 respostas
defendendo a neutralidade, a imparcialidade ou afirmando que não se
sentem representados. Pouco mais de 10% se declarou filiado a algum
partido político, com uma tendência à participação em partidos de
esquerda (o PT aparece no topo, com 4,1% dos ouvidos, seguido por PSOL,
com 1,8%, e PCdoB, com 0,8%). De acordo com a pesquisa, o Tribunal
Superior Eleitoral apontava 16 milhões de pessoas filiadas a partidos
políticos em 2021, o que correspondia a 7,4% dos brasileiros. Ou seja, o
índice de filiação entre os jornalistas (10,3%) supera o da população
em geral.
Perguntas sobre ética no exercício da profissão foram respondidas por
1.462 jornalistas. Para 86% deles credibilidade é extremamente
importante, e 12,8% consideram muito importante; 71% disseram que
diversidade é extremamente importante e 24,8%, muito importante.
Equilíbrio é tido como um valor de importância para 94,6% dos
profissionais. Já a imparcialidade é vista como extremamente importante
por 46% deles e muito importante por 27%. Quase 65% apontaram a pressão
de anunciantes, patrões, governos ou outros como fator que impede o
exercício ético do jornalismo.
O estudo foi liderado pelo Laboratório de Sociologia do Trabalho da
Universidade de Santa Catarina (Lastro/UFSC) e articulado nacionalmente
pela Rede de Estudos sobre Trabalho e Profissão (RETIJ), da Associação
Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor).
EUA seguem mesma tendência Realizada a cada dez anos, a última
edição da pesquisa The American Journalist [O Jornalista Americano],
publicada em 2013, mostrava que metade dos jornalistas dos EUA (50,2%)
se diziam independentes, 28,1% afirmavam ser democratas (perto do índice
geral da população, que é de 30%) e 7,1% republicanos (número bem menor
que os 24% de adultos que se identificam com o Partido Republicano no
país).
“É certamente verdade, pelo menos nos Estados Unidos, que a maioria
dos meios de comunicação mainstream é composta e liderada por pessoas
que estão predominantemente à esquerda do centro. Muitas razões foram
sugeridas para isso, mas não acho que haja uma explicação simples ou
direta”, pontua Stephanie Slade, editora-sênior da revista conservadora
americana Reason, em entrevista à Gazeta do Povo. “Também é verdade que
há mais canais de centro-direita do que nunca, e também mais canais não
ideológicos ou específicos de áreas temáticas. Os seres humanos nunca
puderam escolher entre um conjunto tão diversificado de fontes de
informação, para melhor e para pior”, completa.
Para a jornalista, embora todos tenham suas inclinações, alguns
profissionais e veículos se esforçam mais pela imparcialidade na escolha
das pautas, fontes e ênfases. Ou seja, é possível fazer jornalismo
ético e de alta qualidade sem ser “neutro”.
“Na revista Reason, onde trabalho, acreditamos que a liberdade é
melhor que a escravidão, o governo constitucionalmente limitado é melhor
que o autoritarismo e os mercados são melhores que a economia
planificada. Nossas reportagens refletem esses princípios e estamos
abertos a isso. No entanto, como todos os bons jornalistas, estamos
comprometidos com a honestidade, a verdade e a justiça em nossas
reportagens. Só porque você tem uma ‘perspectiva’ não lhe dá licença
para ignorar os fatos ou distorcer a realidade ao seu gosto. Na verdade,
se os fatos estão causando problemas para você, provavelmente é um
sinal de que você precisa revisar sua perspectiva”, alerta Slade.
Viés exagerado? Durante uma viagem em 2020, o então presidente
dos Estados Unidos Donald Trump disse que a mídia o tratou pior do que
qualquer presidente anterior. Segundo um grupo de cientistas
norte-americanos que trabalhou em um levantamento entre 2017 e 2018 para
investigar se as preferências políticas dos profissionais de imprensa
têm influência em dois tipos de viés (nos assuntos que escolhem cobrir e
no tom da cobertura), a alegação de Trump não tem fundamento.
À solicitação “descrevam (sua) própria ideologia (política) pessoal”
em uma escala de cinco pontos, variando de muito liberal [nos EUA,
liberal equivale à esquerda; no Brasil, o conceito é similar ao europeu,
mais associado à direita e à conotação de Estado mínimo] a muito
conservador, a maioria dos jornalistas respondeu se declarando
independente ou moderada. Para superar esse “obstáculo”, os
pesquisadores optaram, então, por identificar a ideologia de cada
indivíduo com base em quem ele segue no Twitter (o que, segundo eles,
teve resultados muito próximos da realidade para aqueles jornalistas que
responderam se posicionando politicamente). A investigação envolveu
quase 7 mil repórteres que cobrem política. “Descobrimos que a maioria
dos jornalistas é muito liberal. O jornalista médio está à esquerda de
políticos liberais proeminentes como o ex-presidente Barack Obama”,
reconhecem.
Os pesquisadores enviaram a todos os jornalistas sugestões aleatórias
de pautas sobre um suposto candidato liberal ou conservador. A
conclusão foi que os profissionais não se mostraram mais tendenciosos a
cobrir um candidato de sua própria ideologia, o que derrubaria a
hipótese do primeiro tipo de viés. A pesquisa também identificou o
posicionamento de quase 700 jornais locais e nacionais e analisou todas
as notícias disponíveis sobre os 100 primeiros dias de Trump no cargo. O
levantamento contou com um software que estima o tom emocional na
linguagem escrita de 0 a 100 (sendo que 50 é considerado tom neutro).
“Embora haja uma relação entre a ideologia de um jornal e o tom da
cobertura, o efeito é pequeno. Consideramos o tom médio de três jornais,
um na extrema-direita de nossa escala, um no centro e um na
extrema-esquerda. Para todos os três, o tom é próximo de 50. Os jornais
conservadores não são líderes de torcida abertos de Trump, e os veículos
liberais não são excessivamente negativos. (…) A maior parte da
cobertura jornalística é moderada e apresenta poucos vieses facilmente
identificáveis”, defendem os pesquisadores.
Apesar das conclusões do estudo norte-americano, na prática as
evidências mostram uma tendência a “distorção” na cobertura, de acordo
com as preferências políticas dos profissionais. Voltando ao artigo
escrito por Sérgio Dávila, um levantamento feito pelo Banco de Dados da
Folha de S. Paulo, em agosto de 2017, comparou as coberturas dos seis
primeiros meses da gestão de Fernando Haddad com o mesmo período da
administração João Doria.
O petista teve 619 menções no jornal, 443 delas com efeito neutro
(72%), 83 com efeito positivo (13%) e 93 com efeito negativo (15%). Já o
tucano foi mencionado 1.027 vezes, 683 delas foram neutras (67%), 54
positivas (5%) e 290 negativas (28%). “À parte a dominância bem-vinda
dos índices de neutralidade em um caso e outro (72% para Haddad e 67%
para Doria), impressiona como os percentuais de menções negativas e
positivas se invertem: a proporção de textos de leitura negativa em
relação ao tucano (28%) é quase o dobro da do petista (15%), enquanto a
proporção de textos de leitura positiva em relação ao petista (13%) é
quase o triplo da do tucano (5%)”, analisou Dávila.
Moldando a percepção da realidade O escritor Cal Thomas,
colunista do site conservador de notícias Daily Signal, alerta que o
controle da linguagem pela mídia “molda a percepção do público e,
eventualmente, a opinião”. Ele destaca uma “propensão da mídia de usar
palavras como ‘extrema-direita’ e ‘extremo’ quando mencionam
conservadores, mas muitas vezes se recusam a associar a palavra
‘liberal’ ou ‘esquerda radical’ a pessoas cujas políticas e pontos de
vista se encaixam nessa descrição”.
Um reflexo desse comportamento, afirma Thomas, seria a “grande lacuna
entre o que as pessoas acreditam ser verdade e o que é verificável”.
Uma pesquisa citada pelo escritor mostra que, enquanto indivíduos
transgêneros representam apenas 1% da população dos EUA, as pessoas
acreditam que a proporção estimada é de 21%. Se por um lado 3% no país
se identificam como gay, lésbica, bissexual ou transgênero, por outro o
público pensa que o número é de 30%. A população negra dos EUA é de 12%,
mas os ouvidos pela pesquisa acham que é de 41%. O número real de
hispânicos é de 17%, enquanto a percepção é de 39%. No caso dos ateus a
variação vai dos 3% reais para os 33% percebidos.
“O que explica essa vasta disparidade entre percepção e realidade? Só
pode ser a mídia de notícias e entretenimento e o que ela escolhe
destacar, bem como o viés que traz para assuntos e questões que busca
promover, denegrir ou ignorar”, reforça. “Como James Freeman observou
recentemente no The Wall Street Journal: ‘O costume atual no jornalismo
sustenta que a legislação patrocinada pelos democratas carrega o título
preferido pelos democratas, enquanto um projeto de lei patrocinado pelos
republicanos carrega o título preferido pelos democratas’”, acrescenta.
Como os conservadores percebem a mídia Uma pesquisa publicada em
dezembro pelo Tow Center for Digital Journalism, da Escola de Jornalismo
da Universidade de Columbia, investigou as percepções e os sentimentos
de um grupo de conservadores sobre a cobertura da pandemia da Covid-19
nos EUA. Os pesquisadores promoveram grupos focais com 25 consumidores
de notícias conservadores do sudeste da Pensilvânia e de Nova Jersey,
entre setembro de 2020 e maio de 2021.
Para os entrevistados, as principais operações da mídia americana (o
que inclui veículos como New York Times, Washington Post e CNN) e suas
notícias podem ser classificadas como “liberais” – o que, na visão
deles, significa um desprezo por conservadores e pelo que consideram
como cultura americana tradicional. As reclamações dos participantes do
estudo, porém, não estão ligadas à adoção de valores liberais pela mídia
ou à negligência das opiniões dos conservadores, mas ao que
classificaram como “esforços para envergonhar os conservadores e
desacreditá-los como participantes legítimos da vida pública”.
A maioria dos entrevistados não descartou a ameaça da Covid-19 de
forma definitiva, mas acredita que a cobertura midiática culpou
conservadores e o presidente Donald Trump pelo número de vítimas da
pandemia. Para eles, os jornalistas insistiram em estatísticas negativas
e minimizaram os impactos econômicos de medidas de bloqueio. “O que
eles estão fazendo na verdade é culpar certas pessoas”, disse um
aposentado, que tinha um posto de gasolina.
Alguns entrevistados disseram que os conservadores são vistos na
grande mídia como “párias” e “selvagens”, “que precisam ser expurgados
da sociedade”. Outros garantiram que estão sofrendo “ostracismo”. Vale
ressaltar que o objetivo do estudo não era investigar se as percepções
dos participantes tinham base na realidade, mas saber como os
conservadores percebem o noticiário.
Para os autores do estudo, a solução para conquistar a confiança dos
conservadores não está em uma “precisão rigorosa ou imparcialidade
conspícua” por parte dos jornalistas. Tampouco, na opinião deles,
funciona a grande mídia ignorar essa parcela da população e relegá-la ao
consumo de conteúdos que nem sempre passaram pelos filtros de apuração
jornalísticos. “A necessidade de ampla cooperação social diante da crise
de saúde pública com a Covid-19 mostra o problema profundo que é uma
parcela significativa da população estar divorciada de notícias
confiáveis”, opinam os autores, nas conclusões do estudo.
“Nossos entrevistados veem os principais meios de comunicação como
parte de um grupo de instituições liberais dedicadas a transformar
conservadores em párias. (…) Os jornalistas podem ou não ver o
distanciamento conservador como sua culpa. Mas se o objetivo é informar
uma ampla faixa do público, eles precisarão convencer mais pessoas de
que esse é, de fato, seu objetivo”, afirmam Doron Taussig e Anthony
Nadler, dois dos autores da pesquisa, em artigo publicado no site
americano The Conversation.
Lula durante ato em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro.| Foto: Ricardo Stuckert / Flickr Lula Oficial
Um
tipo particular de autoproclamado “democrata” ganhou destaque nos
últimos dias: aquele que despreza a voz do povo quando ela diz o que
tais pessoas não gostariam de ouvir. Assim foram, por exemplo, as
reações de formadores de opinião diante do referendo de 4 de setembro no
qual os chilenos rejeitaram, por ampla margem, uma Constituição que
refletia mais os delírios esquerdistas e pautas identitárias que a
opinião da maioria da população. Mas isso foi apenas uma prévia do que
estava por vir nas comemorações do bicentenário da Independência do
Brasil, em 7 de setembro.
Como o apocalipse golpista profetizado por adversários políticos e
jornalistas não se concretizou, restou-lhes criticar aspectos
secundários das manifestações que tiveram a presença do presidente da
República, Jair Bolsonaro. Ironicamente – ou não –, coube justamente
àquele que tais políticos e formadores de opinião descrevem como a
encarnação da democracia e da moderação desferir o ataque mais virulento
aos brasileiros que foram às ruas no Sete de Setembro. “Foi uma coisa
muito engraçada o ato do Bolsonaro. Parecia uma reunião da Ku Klux Klan.
Só faltou o capuz. Não tinha negro, não tinha pardo, não tinha pobre,
trabalhador”, afirmou o ex-presidente, ex-presidiário, ex-condenado e
candidato Lula em comício na cidade fluminense de Nova Iguaçu, no dia 8.
Foi a racistas homicidas que Lula equiparou os milhões de brasileiros
presentes às manifestações pacíficas da última quarta-feira – e que
certamente incluíram negros, pardos, trabalhadores e pobres
A pretensão lulista de descrever com exatidão os participantes de
atos tão multitudinários – e desprezá-los por não se encaixar em
determinado perfil – é o de menos. A comparação feita por ele é que
salta aos olhos pela agressividade. A Ku Klux Klan é um grupo
supremacista branco que, historicamente, não se limitou a defender e
promover o racismo nos Estados Unidos; estamos falando, aqui, de
verdadeiros assassinos. No auge do grupo, ocorrido em fins do século 19 e
início do século 20, a KKK foi responsável por ao menos 4 mil mortes no
sul dos EUA, muitas delas com requintes de crueldade, sem falar em
outras agressões, inclusive estupros, cometidas tanto contra negros
quanto contra brancos que ajudassem ex-escravos ou simpatizassem com a
causa dos direitos civis. Foi a racistas homicidas, portanto, que Lula
equiparou os milhões de brasileiros presentes às manifestações pacíficas
da última quarta-feira – e que certamente incluíram negros, pardos,
trabalhadores e pobres.
Para “democratas” da estirpe de Lula, pessoas como os chilenos que
disseram “não” à nova Constituição e os brasileiros que apoiam Bolsonaro
não são dignas de terem sua voz ouvida, porque não se ajoelham diante
de certas pautas ou de certas pessoas. Não são “o povo”, são algo à
parte, alienígena… e perigoso, contra quem vale tudo – afinal, há como
tolerar racistas homicidas? O Lula que derrama lágrimas por um militante
petista assassinado por um apoiador de Bolsonaro, em outro lamentável
episódio de violência política, é o mesmo que desumaniza milhões de
brasileiros, equiparando-os a abjetos supremacistas brancos, e o mesmo
que elogia um ex-vereador de seu partido por ter atirado um empresário
na direção de um caminhão em movimento.
Não basta, para um autêntico democrata, apenas condenar a
violência política quando ela atinge extremos como os que temos visto
ultimamente, consequência desse processo de desumanização do adversário a
que nos referimos dois meses atrás, por ocasião da morte do tesoureiro
do PT em Foz do Iguaçu (PR). O verdadeiro democrata compreende e aceita
que haja quem pense de forma diferente; o verdadeiro democrata reconhece
o valor e a legitimidade da voz do povo nas ruas e nas urnas mesmo
quando ela lhe desagrada; pode manifestar sua frustração com o desfecho
diferente do desejado, mas jamais desqualificar essa voz como se a
democracia só existisse quando é a própria posição que prevalece. Essa
desqualificação já é sinal de um grave déficit democrático, mas a doença
se revela ainda mais séria quando vem acompanhada de tentativas de
transformar em párias ou criminosos quem pensa de forma diferente, como
acaba de fazer Lula.
Esta receita contém soja, leite, ovo, glúten e principalmente
muitos lugares-comuns das crônicas que emulam o estilo dos livros de
culinária.| Foto: Reprodução/ Twitter
Atenção! Esta receita
contém soja, leite, ovo, glúten e principalmente muitos lugares-comuns
das crônicas que emulam o estilo dos livros de culinária. Aprecie com
moderação. O consumo excessivo de cuscuz clã pode causar impotência. Se
persistirem os sintomas, um médico deverá ser consultado. Antes de
entrar no elevador, verifique se o mesmo encontra-se parado neste andar.
Pilhas não incluídas.
UTENSÍLIOS 1 forno especial para assados marxistas (made in China, claro) 1 partido comunistoide untado com uma generosa camada de mentira 1 palco diante de uma militância paga
INGREDIENTES ½ xícara de burrice 3 ou 4 intelectuais 1 litro de cachaça (pode ser da mais barata mesmo) 1 milho Doses generosas de narcisismo Puxa-sacos (a gosto) 1 ex-presidiário de voz rouca 1 litro de suco de jornalismo militante Progressismo (a gosto) Identitarismo fresco (para decorar) 1 folhinha de TSE (opcional) Grãos de pesquisas eleitorais (opcional)
RENDIMENTO 45%, segundo o Datafolha
MODO DE PREPARO No partido comunistoide previamente untado com uma
generosa camada de mentira, misture os intelectuais e a burrice. Mas
tem que ser burrice de qualidade, hein? Prefira a francesa, marca
Sorbonne. Na impossibilidade de usar o produto importado, sugiro a marca
USP. Para este cuscuz clã, usei uma Djamila, um Paulo Freire e um
Foucault que já estava quase vencido. Assim que a mistura começar a
espumar de raiva, acrescente o milho.
Adicione a cachaça. Pode ser da mais barata mesmo. Deixe descansar.
De preferência num carguinho público ou, se não for possível, num
sindicato. Você vai notar que a mistura inicial adquirirá um aspecto de
arrogância bem viscosa. Quanto estiver neste ponto, adicione generosas
doses de narcisismo. Aumente o petismo e ferva por cinco segundos ou até
o fim deste parágrafo.
Não se assuste muito com essa gororoba que você tem em mãos.
Assuste-se só um pouco e tente não vomitar. O grude, você vai ver, logo
vai ganhar consistência, até porque a crônica está chegando ao fim.
Pegue esse mingau de desonestidade que você tem em mãos e o transfira
para um palco diante de uma militância paga. Salpique os puxa-sacos por
toda a superfície e, no meio delas, coloque um ex-presidiário de voz
rouca.
Agora, com muito cuidado, derrame sobre o ex-presidiário de voz rouca
a suco de jornalismo militante. Isso, bem devagar. Certifique-se de que
ele esteja todo banhado no brilho reluzente e rubro das narrativas
esquerdistas, das conjunções adversativas e dos factoides que mudarão o
mundo. Salpique com progressismo e decore com identitarismo fresco. Mas
não exagere, senão começa a feder. Para garantir o êxito da receita, tem
gente que gosta de acrescentar uma folhinha de TSE ou alguns grãos de
pesquisas eleitorais.
Coloque tudo no forno especial para assados marxistas. Com alguma
sorte para você e azar de quem vai comer, depois de 30 minutos em
petismo alto o cuscuz clã está pronto. Sirva com um copo de fel, inveja e
ressentimento.
Para você, leitor do futuro: ao se referir às pessoas que foram às
manifestações do dia 7 de setembro de 2022, Lula disse que pareciam
todos membros da Ku Klux Klan, o grupo racista norte-americano. Fingindo
ignorância, porém, o ex-presidiário disse algo que soou como “cuscuz
clã”. Daí a receita de hoje.
Imagens do ato de 7 de setembro na propaganda eleitoral de Bolsonaro| Foto: Reprodução
Na última sexta-feira (9), estive almoçando com o ministro do
Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno. Ele
me disse que ainda não havia sido tomada a decisão de o presidente Jair
Bolsonaro (PL) interromper a campanha para ir aos funerais da rainha
Elizabeth II. Agora está decidido: ele vai.
Aliás, a campanha de Bolsonaro teve neste sábado (10) uma proibição,
por parte de um ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que,
atendendo a um pedido da coligação formada por PT, PV, PCdoB, PSOL,
REDE, PSB, Solidariedade, Avante, Agir e Pros, suspendeu uma propaganda
que usava imagens daquele oceano de gente nos eventos do dia 7 de
setembro.
Interessante que toda aquela gente foi para a rua no Brasil inteiro
por convocação do presidente Bolsonaro. Ou seja, o mérito é dele, mas
não pode mostrar. Acontece que a propaganda que não entrou parece estar
bombando nas redes sociais – tem uma parte linda em que aparecem
crianças dizendo “vote em mim”.
Claro que, com esse pedido ao TSE, a coligação adversária passa
recibo do sucesso do dia 7. Está reconhecendo que foi muito grande e
que, por isso, está pedindo para proibir. O PL, que é o partido de
Bolsonaro, não iria proibir se quisessem mostrar qualquer tipo de
manifestação pública da outra coligação. Aliás, eu acho que até deveriam
mostrar o povo que estava nos comícios em Taboão da Serra (SP), em Nova
Iguaçu (RJ), que foram bem diferentes do 7 de setembro.
Piso da enfermagem nas mãos do STF Eu queria falar um pouco sobre a
lei que instituiu um piso salarial para a enfermagem. No Congresso
Nacional, para se aprovar um projeto, o texto passa por comissões,
estuda-se, faz audiências públicas, ouvem-se as partes, são feitos
cálculos, em que são verificados os recursos disponíveis para isso.
Depois, a matéria vai a plenário da Câmara e do Senado. Se a redação
muda em uma Casa, volta de novo para a anterior. E, após muita
discussão, se por fim é aprovado, o projeto vai para o presidente da
República, que, por sua vez, pode sancionar, vetar integralmente ou
vetar partes.
O presidente sancionou o piso da enfermagem, que foi publicado em
Diário Oficial e entrou em vigor. Mas aí, a confederação dos hospitais
entra no Supremo Tribunal Federal (STF), cai nas mãos do ministro Luiz
Roberto Barroso, e o ministro suspende a lei bem no dia do pagamento da
folha. Seriam R$ 4.750 para enfermeiros, 70% desse valor para técnicos
de enfermagem e 50% para auxiliares.
Agora o caso foi para o plenário do Supremo, e a votação está em 5×2 –
os dois votos a favor dos enfermeiros são de André Mendonça e Kassio
Nunes Marques. Vamos ver no que é que pode dar isso, mas eu acho o
seguinte: um homem, ou onze, não pode derrubar decisões que foram
tomadas por 81 senadores, 513 deputados e um presidente da República com
58 milhões de votos. Ainda mais porque nenhum dos ministros do Supremo
teve voto. Nenhum tem representação popular direta. Contrariou a
Constituição? Não, porque passou pela Comissão de Constituição e Justiça
para se verificar isso. Então para mim é incompreensível o que está
acontecendo.
Não acredito mais em pesquisas eleitorais Para encerrar, vou
contar o que fiz nas eleições de 2018. Mais ou menos nessa época, 30
dias antes das eleições, eu anotei todos os resultados de pesquisas
eleitorais. É por isso que eu não acredito mais em pesquisa. Não vão me
tapear pela segunda vez. Tem uma dezena de agências fazendo pesquisa, e
os resultados estão semelhantes àqueles de 2018.
Não vejo por que alguém vá se valer de pesquisa para decidir o voto,
ainda mais em uma eleição em que os dois principais candidatos são muito
conhecidos. Acho que nunca nesse país foi tão fácil escolher, porque um
deles foi presidente por oito anos e mandou na presidência por mais
seis, totalizando 14 anos. E o outro, no dia da eleição, vai ter três
anos e nove meses de presidente. Então está muito fácil escolher, porque
é bem conhecido o que já fizeram os dois principais candidatos.
Arthur Lira no Harvard Club de New York| Foto: Reprodução/Facebook
A
pandemia da Covid-19 ainda matava duas centenas de pessoas por dia, mas
os deputados já estavam viajando pelo mundo. No primeiro semestre, 40
deles gastaram R$ 1 milhão nas viagens em “missões oficiais” a 30
cidades. Dois seguranças e 1 assessor do presidente da Câmara, Arthur
Lira, receberam 10,5 diárias no valor total de R$ 30 mil – cada um –
numa viagem para New York, em maio. Cada diária saiu por R$ 2,8 mil.
Cada passagem de dois seguranças de Lira para Los Angeles, em junho,
custou R$ 29 mil.
A equipe de segurança e assessoria técnica de Lira em New York custou
R$ 125 mil. O presidente esteve em eventos da Câmara de Comércio
Brasil-Estados Unidos, do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool
de Alagoas – estado de Lira –, do Banco BTG Pactual e da ISO Datagro. No
dia 10 de maio, ele palestrou na na Conferência “Brazil & the World
Economy”, no Harvard Club. A assessoria e acompanhamento policial a
Lira na Cúpula das Américas, em Los Angeles, e na inauguração do
Vice-Consulado do Brasil em Orlando custaram mais R$ 113 mil.
As deputadas Celina Leão (PP-DF) e Margarete Coelho (PP-PI) também
estiveram em Los Angeles e Orlando, com despesas totais de R$ 64 mil. A
passagem mais cara entre todos os voos foi a de Celina – R$ 24,4 mil.
Com as diárias, as suas despesas somaram R$ 34 mil.
A viagem das 21 noites
O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do presidente Jair
Bolsonaro, a convite Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência
da República, partiu em aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) em
missão comercial a países árabes e do leste europeu, com a participação
dos Ministérios das Relações Exteriores e da Defesa e da Apex-Brasil,
para reuniões com parlamentares e autoridades, de 18 de maio a 7 de
julho.
Eduardo recebeu cinco diárias no valor de R$ 10,5 mil. Mas o policial
legislativo Luiz Henrique Salazar recebeu 20,5 diárias no valor de R$
44 mil para fazer o mesmo roteiro, na missão de proteção de autoridade
(escolta motorizada e proteção pessoal), “à disposição em tempo integral
em toda a sua agenda”. Em todo o seu roteiro, foi transportado na
aeronave da FAB.
Nas redes sociais, Eduardo procurou mostrar intimidade com o príncipe
Sheik Nasser Bin Hamad Al Khalifa, encarregado do petróleo e gás no
Bahrein e Comandante da Guarda Real. “Amigo que é amigo chega dando
banda ou mata-leão! Hehe. Jiu jitsu brasileiro fazendo amizades pelo
mundo”. O deputado também esteve no Marrocos, Egito, Omã, Emirados
Árabes, Kuwait, Catar, Iraque, Arábia Saudita, Hungria e República
Theca.
Aécio aplaudido de pé O ex-presidente da Câmara Aécio Neves
(PSDB-MG) participou do Fórum Jurídico de Lisboa, em julho. Com passagem
na classe executiva, no valor de R$ 22 mil, a despesa da viagem chegou a
R$ 35,5 mil. No relatório de viagem, Aécio registrou que foi aplaudido
de pé na Assembleia da República ao ser apresentado aos parlamentares
portugueses pelo presidente da casa, Eduardo Ferro Rodrigues.
No Fórum Jurídico, organizado pela Universidade de Lisboa e pelo
Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa – criado pelo
ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, Aécio encontrou
com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, um dos palestrantes do
evento.
Deputado informa em relatório de viagem que foi aplaudido em pé na
Assembleia da República de Portugal. foto: Reprodução/FacebookVEJA
TAMBÉM: Bolsonaro acelera viagens no ano eleitoral e gastos do mandato superam R$ 100 milhões Las Vegas, Milão, Lisboa, Fátima A
viagem de Arnaldo Jardim (Cidadania-SP) para New York, para a
Conferencia Internacional sobre reciclagem e Gestão de Resíduos, em
maio, custou R$ 27 mil, sendo R$ 16 mil com passagem aérea. A deputada
Greyce Elias (Avante-MG) viajou a Frankfurt para a Comitiva de Turismo –
Imex 2022, feira para o setor de turismo de lazer. As despesas somaram
R$ 23,5 mil.
Mariana Carvalho (Republicanos-RO) gastou R$ 19,5 mil na viagem a
Porto (Portugal) para participar da Conferência Internacional sobre
Educação Médica, bem como de visita ao Consulado-Geral do Brasil no
Porto, e da cerimônia de Assinatura de Memorando de Entendimento entre o
MS e a Universidade do Porto.
Vinícius Carvalho (Republicanos-SP) esteve na ISRI 2022 Convention
and Exposition – evento da indústria da reciclagem, em Las Vegas, em
março, com despesas de R$ 17 mil. Neucimar Fraga (PP-ES) participou da
Feira de Rochas Ornamentais “Coverings 2022”, também em Las Vegas, em
abril. A viagem custou R$ 20,2 mil.
Euclides Petersen (PDC-MG) e Ruy Carneiro (PSC-PB) estiveram no
evento Digitalks Lisboa 2022, em junho. O custo da comitiva chegou a R$
35 mil. Carlos Chiodini (MDB-SC) foi para a mostra brasileira no
FuoriSalone 2022, durante a Semana de Design de Milão. Recebeu apenas R$
5 mil em diárias, mas teve as despesas com passagens e hospedagem pagas
pela Apex-Brasil.
Bia Kicis (PL-DF) e Eduardo Cury (PSDB-SP) viajaram a Portugal para
participar de conferência no Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e
Econômicas, da Universidade de Lisboa. Bia fez ainda visita ao
Santuário de Fátima, como integrante da Frente Parlamentar Católica.
“Fui recebida pelo Cônsul Honorário em Fátima, Carlos Evaristo”,
informou a deputada no seu relatório de viagem. O deslocamento da
comitiva custou R$ 45 mil.
A reportagem questionou o presidente da Câmara sobre o valor das passagens e diárias para seus seguranças. Não houve resposta.
A Bridgestone promoveu recentemente uma press trip para mostrar os
detalhes de sua alternativa sustentável às seringueiras, explorar as
instalações de produção e conhecer as pessoas por trás da ciência. A
jornada começou na fazenda de guayule, da Bridgestone, em Eloy; depois
foi a vez da instalação de processamento em Mesa e terminou em
Nashville, Tennessee, onde os pneus de borracha guayule estavam nos
veículos que competiram em um evento da NTT Indycar Series.
Bill Niaura, diretor de desenvolvimento de novos negócios da
Bridgestone, é um estudioso sobre tudo que se refere à borracha e pneu –
a viagem começou em uma sala de aula onde o grupo ouviu sobre a
história da agricultura de látex e as diferenças entre as fontes.
Quase toda a borracha natural de hoje vem de seringueiras, uma planta
de clima tropical. Leva cerca de cinco anos para a árvore amadurecer
antes de produzir látex, uma seiva líquida que escoa de cortes feitos à
mão, na casca. Em seguida, adiciona-se amônia para evitar que a seiva
coagule, com o ácido usado para extrair a borracha por meio da
coagulação. Após a remoção do excesso de umidade, o látex está pronto
para o processamento.
Embora o processo não seja excessivamente complexo, as plantações de
borracha não são ecologicamente corretas (as florestas tropicais na Ásia
e na América do Sul são destruídas à medida que as árvores são
plantadas) e o processo não é sustentável. (NR Forbes Brasil: No
Brasil, a maior parte das seringueiras comerciais não estão em área de
floresta. São Paulo responde por 70% da produção do país. E boa parte
daquelas em áreas de floresta integram projetos agroflorestais).
Além disso, as matérias-primas devem ser transportadas por milhares de
quilômetros em navios de carga para fabricação, o que deixa uma pegada
de carbono suja em seu rastro.
Russ Prock, supervisor de operações agro, explica que a guayule pode
ser plantada, cultivada e colhida com equipamentos que já são usados no
campo, embora com algumas modificações (a Prock desenvolveu várias
patentes para equipamentos agrícolas específicos para guayule).
Para a colheita, o arbusto é cortado logo acima da linha do solo, e a
planta (menos as raízes) é deixada no campo por um curto período de
tempo para secar. Em seguida, é enfardado e levado para o BPRC
(Biorubber Process Research Center), da Bridgestone, em Mesa.Mike
Hartzell, engenheiro químico sênior da Bridgestone, e Bob White, gerente
do BPRC, explicam como funciona a instalação da biorrefinaria de vários
andares.
Depois de chegar de caminhão, os fardos são colocados em um
processador onde são picados e moídos. Os solventes extraem a borracha e
as impurezas e, em seguida, os diluidores são removidos (o sistema é um
circuito fechado, onde todos os produtos químicos são filtrados e
reciclados). O produto final é uma borracha natural extrudada, que pode
ser enviada para a fabricação de pneus ou inúmeros outros produtos de
borracha com processamento mínimo.
A pesquisa e o desenvolvimento da Bridgestone não terminam na
fazenda. Para provar que a borracha de guayule é capaz de lidar com os
ambientes operacionais mais extremos, o produto de borracha natural da
BPRC foi enviado ao Centro de Tecnologia Bridgestone Americas, em Akron,
Ohio, onde foi moldado nas paredes laterais dos pneus Firestone
Firehawk IndyCar (as paredes laterais foram escolhidas porque essa área é
composta da borracha mais natural). Os testes provaram que a borracha
guayule oferecia a mesma qualidade e desempenho que os pneus de corrida
existentes.
No mês passado, os pneus de borracha guayule fizeram sua estreia
oficial de corrida no NTT Indycar Series Big Machine Music City Grand
Prix, nas ruas de Nashville, Tennessee. Apesar dos atrasos provocados
pela chuva e dos raios, os pneus tiveram um desempenho impecável na
frente de 110.000 fãs da corrida no local e de milhões pela televisão.