terça-feira, 23 de agosto de 2022

WHATSAPP TAMBÉM É UMA FERRAMENTA DE NEGÓCIOS

 

JÚLIO PAULILLO – MARKETING

 WhatsApp Business

A gente fala muito aqui no blog sobre a importância da gestão do relacionamento com seus clientes. Para isso, quanto mais pontos de contato você tiver, melhor! E, vamos combinar: um dos melhores aplicativos de relacionamento pessoal que criaram até hoje foi o WhatsApp.

Principais aprendizados deste artigo:

O Whatsapp se tornou uma ferramenta de comunicação ágil, prática e eficaz para que as empresas mantenham contato direto com os seus clientes;

O Brasil é o segundo país no ranking de usuários do aplicativo Whatsapp, com 165 milhões de usuários cadastrados. Ou seja, é um canal de vendas de alto potencial;

Não faça spam de produtos e serviços. Esse tipo de atitude só irá desgastar o seu relacionamento com o cliente. Ao invés disso, aproveite para tirar dúvidas e acompanhar a resolução de problemas;

Você também pode fazer follow-up e deixar pequenos lembretes para o seu cliente. Veja mais dicas em nosso guia gratuito: o que é e como fazer follow-up de vendas!

Mantenha um histórico de conversas e acordos atualizado para evitar gafes e desentendimentos. Use uma ferramenta de CRM – de preferência com integração ao WhatsApp – para garantir que nada passe batido!

No whatsapp você pode manter conversas privadas e ainda se relacionar com o seu grupo da faculdade, da galera do happy hour, da empresa, das dicas de compras, da família e muitos outros.

É uma forma fácil e prática de se comunicar e que, com certeza, estreita relacionamentos! Mas e o uso desse aplicativo para empresas, é possível? Confira boas práticas do WhatsApp corporativo ou também chamado de WhatsApp Business.

Boas práticas de uso do WhatsApp para empresas (WhatsApp Busibness)

Falando em relacionamentos, é sempre válido reforçar quais são as suas bases: confiança, reciprocidade e a certeza de que o outro se importa com você, te conhece profundamente, quer te ajudar a resolver seus problemas e – da mesma forma – pode contar com sua ajuda quando precisar.

Esse é um dos motivos pelo qual o WhatsApp também tem adquirido bastante tração como ferramenta de negócio. Ele tem sido encarado por muitos vendedores como um canal de comunicação mais direto e pessoal.

Não é à toa que a empresa enxergou essa demanda e criou uma versão do aplicativo exclusivamente para negócios: o WhatsApp Business Solution.

Nessa versão, ao invés de vincular o número de telefone a uma pessoa física, é possível associá-lo a um perfil estritamente empresarial. Diversas empresas já começaram a utilizar essa solução de diferentes formas.

Até mesmo o Netflix entrou na onda, enviando sugestões de filmes e séries aos seus usuários pelo WhatsApp. No entanto, como esse é um canal de comunicação tão pessoal, é importante tomar alguns cuidados e evitar certos comportamentos que possam ser considerados inconvenientes pelos seus clientes.

É por isso que criamos este artigo, reunindo boas práticas no uso do WhatsApp para empresas! Confira a seguir:

Uso do WhatsApp para empresas: um dos mais populares Apps do Brasil

Segundo dados divulgados pela pesquisa Digital 2022: Brazil, 165 milhões de brasileiros usam o WhatsApp ao menos uma vez por mês. O que coloca os brasileiros em segundo lugar no ranking de usuários do aplicativo, perdendo apenas para a Índia. Atualmente, o mundo conta com 1,2 bilhão de usuários de WhatsApp, portanto, mais de 10% deles são brasileiros!

Já um estudo com mais de 2 mil usuários mostrou que os brasileiros participam, em média, de pelo menos 5 grupos no WhatsApp. Ou seja, o uso deste aplicativo apresenta grande potencial para as empresas, afinal, os seus clientes estão lá.

Até então, quem quisesse utilizar a ferramenta comercialmente, poderia apenas fazer isso de maneira quase informal, utilizando um perfil pessoal como se fosse empresarial. No entanto, desde o início do ano, o uso do WhatsApp para empresas passou a permitir a criação de contas associadas a empresas.

Contudo, seu uso exige certos cuidados, afinal, o WhatsApp é um canal de comunicação tão conveniente quanto pessoal, mesmo utilizando o perfil da sua empresa durante uma negociação.

E quais são as melhores práticas no uso do WhatsApp Business? Qual a maneira correta de usá-lo com os seus clientes? Antes de partirmos para essas dicas, é importante conhecermos um pouco as diferenças do WhatsApp para empresas em relação ao aplicativo que você já conhece de maneira usual.

Diferenças entre o WhatsApp para empresas e o para pessoa física

A versão empresarial do aplicativo se assemelha bastante ao app que você já conhece. Para começar a utilizá-lo, basta fazer o download do WhatsApp Business (por enquanto, só disponível para smartphones Android) e seguir o passo a passo na configuração.

Nesse processo, será também possível informar dados que não estão disponíveis na versão comum do app:

Endereço

Área de atuação

Horário de atendimento

E-mail

Site

Portfólio

Endereço

Entre outros.

Naturalmente, é preciso associar a conta empresarial a um número de telefone. Ao contrário da versão comum do app, na versão business, esse número pode ser de um telefone fixo. Dessa forma, um vendedor pode manter seu WhatsApp convencional no seu smartphone pessoal e também o WhatsApp Business com o número da sua empresa.

Um detalhe importante, no entanto, é que uma conta no WhatsApp Business pode ser usada apenas em um único smartphone por vez. Ainda assim, uma mesma empresa pode ter vários números associados a ela.

Dessa forma, cada vendedor poderá, por exemplo, criar uma conta do WhatsApp Business para sua empresa utilizando seu ramal de telefone fixo.

O mais legal é que, na versão empresarial, o aplicativo oferece recursos especiais que podem ajudar bastante no processo comercial, como a definição de respostas rápidas e a obtenção de estatísticas sobre mensagens enviadas, entregues e lidas.

Além disso, ele permite a criação de etiquetas para classificar os seus contatos. Dessa forma, você poderá, por exemplo, categorizar suas conversas de acordo com o status do negócio, utilizando marcações como as seguintes:

Novo cliente

Novo Pedido

Pagamento pendente

Pago

Pedido Finalizado

De resto, o uso do WhatsApp para empresas é idêntico ao da versão convencional. Pensando em uma negociação, o uso de um perfil empresarial, ligado diretamente a uma empresa, tende a garantir uma conotação mais profissional e isenta à conversa. Afinal, o nome que aparecerá na lista de conversas do cliente não será o do vendedor, mas o da empresa.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

segunda-feira, 22 de agosto de 2022

EXPECTATIVAS OTIMISTAS DA ECONOMIA PARA 2022 E O OPOSTO PARA 2023

 vidade Econômica Brasil e Mundo

Por que as expectativas para o PIB “decolaram”. E o que se espera do próximo ano

Byvaleon

Ago 22, 2022

Atividade econômica
Vandré Kramer

A decolagem de uma aeronave com destino a Porto Alegre reinaugurou na tarde desta sexta-feira (3) a pista auxiliar do aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais. Ao custo de R$ 17,9 milhões, a estrutura do pavimento foi reforçada e feito o recapeamento dos 1.798 metros com uma tecnologia chamada de 3D, inédita em aeroportos no Brasil. A expectativa é que a benfeitoria melhore a operação e ainda diminua o tempo de viagem nos trajetos rumo ao Sudeste, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro.


Avião decola no aeroporto Afonso Pena, em Curitiba: setor de serviços cresceu 8,8% no primeiro semestre e é um dos responsáveis pela melhora nas projeções para o PIB de 2022.| Foto: Albari Rosa

As projeções de crescimento da economia brasileira para 2022 feitas pelas instituições financeiras estão aumentando há sete semanas seguidas, segundo o relatório Focus, do Banco Central. O boletim mais recente indica que o ponto médio (mediana) das estimativas chegou a 2%. Entre os economistas que respondem à pesquisa do BC, os mais otimistas já esperam expansão próxima de 3%.

É uma situação bem distinta da observada no início do ano. Até os primeiros dias de março, o ponto médio das projeções indicava avanço de apenas 0,3% no PIB. Na época, o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o mercado passaria o ano revisando os números para cima. O que de fato ocorreu, pelo menos até agora.

A recente divulgação do IBC-Br, índice do Banco Central que busca medir a temperatura da atividade econômica, reforçou as expectativas de um bom resultado do PIB no fechamento do segundo trimestre. O indicador avançou 0,69% em junho, na comparação com maio, e 0,57% sobre o primeiro trimestre.

Enquanto isso, as expectativas para 2023 tomaram rumo oposto. No início do ano, o mercado projetava alta de 1,8% no PIB do ano que vem. No fim de abril, a mediana das previsões estava em 1%, e em julho caiu abaixo de 0,5%. Na coleta mais recente, o ponto médio está em 0,41%.

Uma série de fatores explica esse descompasso, apontam economistas do Bradesco. De um lado, o desempenho neste ano segue surpreendendo positivamente, como mostram os dados de arrecadação federal, emprego, crédito e utilização da capacidade instalada na indústria. A esses indicadores, diz o banco, se somarão os programas de auxílio criados ou majorados neste mês, que vão pôr mais dinheiro na mão de grande parcela da população.

Para 2023, no entanto, a análise afirma que os efeitos defasados da política monetária e a desaceleração da economia global devem afetar o PIB. “Os juros reais estão acima do nível médio observado em 2015 e o endividamento das famílias está em elevação por conta da alta de preços. Logo, é plausível esperar desaceleração do mercado de crédito e das contratações no próximo ano”, citam os economistas do Bradesco, em relatório.

Os setores que empurram o PIB para cima
O economista Eduardo Vilarim, do Banco Original, afirma que o PIB do primeiro semestre, que será divulgado em 1.° de setembro, deve vir acima do que era esperado até pouco tempo atrás. Uma prévia do indicador, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), registrou uma variação de 2,24% em relação ao mesmo período de 2021.

Um setor que deve apresentar bons resultados é o da construção civil, que teve crescimento de 9% no comparativo entre os primeiros trimestres de 2021 e 2022. “Ele é influenciado pelo avanço das obras públicas em ano eleitoral e pela reabertura da economia”, diz.

Além da construção, outro setor que vem mostrando maior dinamismo, de acordo com Vilarim, é o de serviços. No primeiro semestre, ele cresceu 8,8% em relação ao mesmo intervalo de 2021, com destaque para os prestados às famílias, aponta o IBGE. E a tendência é de que continue se mantendo resiliente, devido ao aumento da massa salarial disponível.

A economista-chefe da Tenax Capital, Débora Nogueira, aponta que, em um comparativo global, a economia brasileira é uma das poucas no mundo que está mais acelerada.

Os Estados Unidos entraram, no segundo trimestre, em recessão técnica. A China está tentando reduzir a taxa básica de juros para dar mais tração a seu crescimento. Na Europa, diante da inflação alta e dos aumentos nos custos com energia, a atividade econômica está se desacelerando rapidamente.

Maior crescimento deve reduzir ainda mais o desemprego
A tendência de maior crescimento da economia deve contribuir, neste ano, para uma redução mais acentuada do desemprego. Pelos cálculos da equipe de análise econômica do Bradesco, a taxa pode recuar a 8,3% até dezembro. Em junho, segundo o IBGE, ela era de 9,3%.

Débora Nogueira, da Tenax, aponta que o mercado de trabalho está mais forte do que se esperava. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o país criou 1,33 milhão de vagas no primeiro semestre, cerca de 10% abaixo do bom desempenho do mesmo período de 2021.

Além da atividade mais acelerada, Vilarim, do Original, também vê outro motivo que estaria estimulando a criação de novas oportunidades de trabalho com carteira assinada: os efeitos da reforma trabalhista, implantada em 2017.

A XP Investimentos não vê sinais de acomodação na atividade doméstica. A corretora lembra que o consumo das famílias apresentou forte expansão no primeiro semestre deste ano, puxando os mercados de bens e serviços. E aponta que, às medidas de antecipação de renda no primeiro semestre – como saque extraordinário do FGTS e primeira parcela do 13.º de aposentados e pensionistas do INSS – se soma, agora, o pagamento do Auxílio Brasil de R$ 600.

Assim, mesmo com a pressão causada pelo aumento na taxa Selic, hoje em 13,75% ao ano, e pela maior percepção de risco no ambiente econômico global e doméstico, os impulsos fiscais devem servir de contrapeso. E devem contribuir, na visão da XP, para uma desaceleração mais suave da atividade econômica neste segundo semestre.

Contas públicas são preocupação para 2023
O cenário é diferente para o próximo ano. Segundo economistas do Bradesco, há alguns meses tem ocorrido uma deterioração das condições financeiras na economia – queda da bolsa de valores, depreciação da moeda, aumento do risco-país e aumentos nos juros – que se traduz em uma maior probabilidade de recessão no primeiro semestre.

A questão fiscal também exerce uma pressão negativa para o próximo ano. A XP aponta que os riscos fiscais crescentes no quadro doméstico deterioram as condições financeiras e podem manter as taxas de juro em níveis altos por ainda mais tempo.

A expectativa de instituições financeiras é de que as contas públicas fechem 2022 no azul, mesmo com a pauta de desonerações e despesas implementada nos últimos meses. “Com receitas adicionais de dividendos, ainda podemos voltar ao cenário de superávit mais robusto vislumbrado meses atrás”, citam analistas do Bradesco.


Lucros das estatais podem fazer governo voltar ao azul após oito anos
A maior preocupação é com o futuro das contas públicas. A percepção das instituições financeiras é de que os ganhos de arrecadação perderão força nos próximos meses, devido a desaceleração da economia, queda nos preços das commodities e redução da inflação.

“Já as despesas, aprovadas em regime transitório, podem se tornar permanentes ou até mesmo serem ampliadas no próximo ano. A implicação direta é uma pressão sobre o teto de gastos, que tende a ser debatido já durante a tramitação, neste ano, do orçamento de 2023”, cita relatório do Bradesco.

O banco considera que, com expectativa de juros elevados – a volta à casa de um dígito só ocorreria em 2024 – e baixo crescimento, as simulações para a trajetória da dívida pública têm se deteriorado, levando ao aumento do prêmio de risco. Isto torna mais desafiador o cumprimento da meta de inflação.

Segundo o Itaú, o próximo governo terá de decidir sobre a continuidade dos auxílios e cortes de impostos recém-implementados, além do arcabouço fiscal que será válido à frente, em uma economia emergente com dívida pública alta e juros elevados.

A XP sinaliza para uma reforma da regra geral do teto de gastos, com elevação do teto do limite em 2023 para acomodar as novas despesas e correções em linha com a inflação nos anos seguintes.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/por-que-projecoes-pib-2022-estao-subindo/
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LULA QUER ACABAR COM A LEI DA FICHA LIMPA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


O ex-presidente Lula (PT) chamou a Lei da Ficha Limpa de “bobagem”, em entrevista a emissora de rádio mineira.| Foto: Sérgio Dutti/PSB

O ex-presidente, ex-presidiário e ex-condenado Lula tem todos os motivos para não gostar da Lei da Ficha Limpa, que ele próprio sancionou em 2010. Afinal, foi ela que o impediu de se candidatar à Presidência da República em 2018, já que ele tinha condenação por colegiado – no caso, o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região – no caso do tríplex do Guarujá. E, se o Supremo Tribunal Federal não tivesse tirado da cartola, em uma das decisões mais absurdas de sua história recente, uma anulação de todos os processos contra Lula, combinada com uma igualmente absurda declaração de suspeição de Sergio Moro, o petista ainda seria um ficha-suja e não poderia tentar retornar ao Planalto, mesmo que já não estivesse preso como estava em 2018.

Aliás, é oportuno mencionar que mesmo em 2018 houve quem, no TSE, defendesse a candidatura de um ficha-suja, que o PT insistiu em registrar com estardalhaço, mostrando seu desprezo pela lei: o ministro Edson Fachin, felizmente, foi voto vencido no julgamento que negou o registro da candidatura do petista e forçou sua substituição por Fernando Haddad. Dois anos depois daquele episódio, Fachin mostrou que seguia convicto de seu erro, quando afirmou, na abertura de um Congresso Brasileiro de Direito Eleitoral, que a candidatura de Lula em 2018 “teria feito bem à democracia brasileira” e fortalecido o “império da lei” – que lei teria sido “fortalecida” com a participação de um ficha-suja no pleito é difícil saber. Infelizmente, Fachin, que até então vinha se portando com elogiável rigor nos casos envolvendo a Lava Jato e o próprio Lula no Supremo, deu uma guinada inexplicável quando, em março de 2021, decidiu anular todos os processos contra o petista baseado em um entendimento incorreto, que já tinha sido analisado e derrotado no próprio STF. Sua decisão teratológica, confirmada depois em plenário com o apoio de mais sete ministros, limpou a ficha de Lula. A suspeição de Moro, por sua vez, completou o trabalho ao invalidar praticamente todo o robustíssimo conjunto probatório que poderia levar o petista a novas condenações caso os processos fossem reiniciados; sem que as provas tenham valor jurídico, as denúncias têm sido todas rejeitadas, isso quando não acaba havendo prescrição, como no próprio caso do tríplex.

A Lei da Ficha Limpa deixou claro que o brasileiro quer ver afastados da vida política, por um tempo razoável, aqueles que usaram cargos públicos para se envolver em atos de corrupção, seja em benefício próprio, seja para construir projetos de perpetuação no poder

Pois Lula, no último dia 17, em entrevista a uma emissora de rádio de Belo Horizonte, chamou a Lei da Ficha Limpa de “uma bobagem (…) tal como ela foi feita”, e afirmou que ela precisava ser “rediscutida”. E que ninguém seja ingênuo: por essa “rediscussão” não há como entender uma melhoria ou um aprimoramento da legislação, mas a sua piora ou, quem sabe, sua abolição pura e simples. Afinal, Lula parece não ver problema com a presença de corruptos do passado ou do presente na vida política. “Essas pessoas cometeram erros, outras cometeram crimes, outras pessoas foram julgadas, outras condenadas, mas essas pessoas estão livres fazendo política. Essas pessoas são presidentes de partidos, essas pessoas têm mandatos. Então você não pode criminalizar porque a pessoa cometeu apenas um crime, mas ele já foi julgado, já foi absolvido ou já cumpriu pena e vida que segue”.

De fato, se um político condenado por corrupção já cumpriu toda a pena que lhe foi imposta, e já viu transcorrido o período de inelegibilidade previsto em lei, é seu direito pretender voltar à vida política. O fato de o eleitor querer dar uma segunda (ou terceira, ou quarta, ou quinta…) chance a tais pessoas, bem como a outros políticos que ainda são réus por casos de ladroagem, mostra que ainda falta a muitos brasileiros maior consciência do quanto a corrupção lhes prejudica, mas não há ilegalidade nisso. A fala de Lula, no entanto, vai além: ele pretende normalizar – se não do ponto de vista legal, ao menos do ponto de vista moral – a relevância política de quem foi pego lesando o povo brasileiro por meio da corrupção.


A Lei da Ficha Limpa foi uma enorme conquista do povo brasileiro, fruto de uma mobilização popular poucas vezes vista na história do país em termos de coleta de assinaturas. Ela deixou claro que o brasileiro quer ver afastados da vida política, por um tempo razoável, aqueles que se aproveitaram de seus cargos públicos para se envolver em atos de corrupção, seja em benefício próprio, seja para fraudar a democracia por meio da construção de projetos de perpetuação no poder, como no mensalão e no petrolão. Tentativas de amenizar a lei não têm faltado: em dezembro de 2020, o ministro Nunes Marques, do STF, reduziu liminarmente os prazos de inelegibilidade, atendendo a pedido do PDT – a liminar caiu no plenário, mas por questões processuais, sem que o mérito da ação fosse analisado. O Congresso Nacional teve mais sucesso ao aprovar o PLP 9/2021, que retirou a inelegibilidade de gestores condenados apenas a pagar multas, mas outra tentativa de afrouxar a lei, desta vez por meio de um novo Código Eleitoral, está parada no Senado depois de passar pela Câmara.

Com todo o edifício do combate à corrupção sendo demolido aos poucos, em reação ao enorme sucesso da Operação Lava Jato, Lula se mostra mais que disposto a contribuir com sua marretada. O arcabouço legal que permitiu a investigadores e juízes colocar ladrões na cadeia e impede que eles voltem logo à vida pública está sob forte ataque daqueles que se julgavam intocáveis, mas descobriram-se vulneráveis. A Lei da Ficha Limpa é parte deste arcabouço, e não surpreende que ela esteja na mira do mais célebre político brasileiro a ter sofrido seus efeitos, sem falar do tempo passado na cadeia. Lula acha a lei atual uma “bobagem”; quem dera sua opinião pudesse ser classificada apenas como uma “bobagem”, pois ela é muito mais que isso: é um sinal de que tudo deve voltar a ser como antes caso o petismo reconquiste o Planalto.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/lula-contra-a-lei-da-ficha-limpa/
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RÚSSIA ATACA PROPOSITADAMENTE ALVOS CIVÍS NA UCRÂNIA

 

Guerra na Ucrânia

Por
Mariana Braga


Serviço de emergência faz atendimento em Kharkiv após bombardeio, em 19 de agosto de 2022.| Foto: EFE/EPA/VASILIY ZHLOBSKY

Três crianças pequenas são mortas enquanto passeiam com os pais durante ataques a Vinnystia, uma cidade ucraniana fora das maiores concentrações militares. Cenas como essa envolvendo civis em regiões distantes dos fronts são assustadoramente comuns. Desde a invasão russa ao país vizinho, há evidências de que atingir civis não é apenas acidente: faz parte da estratégia russa.

Além de mirar em escolas, hospitais, residências e centros comerciais, as tropas de Vladimir Putin têm campos de concentração na Ucrânia, onde pessoas comuns são agredidas e executadas. Uma organização não-governamental aponta que há pelo menos 18 campos em que ucranianos são torturados.

Em julho, três mísseis atingiram prédios residenciais e um clube de férias, matando dezenas de civis, entre eles crianças, na região de Odessa. Uma semana antes, um míssil atingiu um supermercado na pequena cidade de Krementchouck, matando vinte e duas pessoas que faziam compras em um fim de tarde.

“Nós não lemos a mente dos comandantes russos, mas observamos que os ataques geralmente são realizados em plena luz do dia, quando há multidões nas ruas. Muitas vezes não há sequer um alvo militar por perto”, observou Kirill Mikhailov, membro da Equipe de Inteligência de Conflitos, um grupo de analistas militares fundado por russos que agora estão no exílio, ao jornal Le Monde.

“Esta é a nova tática da Rússia: atacar áreas residenciais e pressionar as elites políticas ocidentais para forçar a Ucrânia a vir à mesa de negociações. Isso não vai funcionar”, disse Mykhailo Podoliak, assessor do governo presidencial da Ucrânia em coletiva no começo de julho.

No final do mês passado, a embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, disse que Washington está “examinando a possibilidade de definir a Rússia como patrocinadora do terrorismo”. Já a diplomacia europeia, através do líder Josep Borrell, falou de “comportamento bárbaro” e denunciou crimes de guerra feitos por russos.

Campos de concentração 
O extremo dessa crueldade acontece em pelo menos 18 centros de concentração estabelecidos pelos russos nas áreas ocupadas do Donbass, de acordo com um relatório da organização Media Initiative for Human Rights, entregue em 28 de julho à Organização para a Segurança e Cooperação na Europa.

Nesses centros, russos e separatistas pró-Rússia fiscalizam principalmente homens suspeitos de portar armas ou de serem agentes disfarçados, mas também visam mulheres ou menores de idade.

Durante essas inspeções, civis são submetidos a pressões físicas e psicológicas, conforme aponta o relatório. Victoria, uma mulher de Mariupol, foi detida com o marido em Bezimenne, no oblast de Donetsk. “À meia-noite e meia, um soldado entrou na sala, chamou meu marido pelo sobrenome e o mandou sair.  Foi a última vez que o vi.  A mãe dele tentou descobrir para onde o haviam levado. Eles disseram que ninguém iria nos contar e que ele deve ter sido abatido”, relatou Victoria, de acordo com o documento. 

Outra testemunha, Mariya Vdovychenko, descreveu uma conversa mantida entre dois soldados separatistas do Donbass na vila de Manhush, onde ela foi interrogada: “O que você fez com aqueles que passaram pela filtragem?”, perguntou um deles. “Matei 10, depois parei de contar, porque ficou chato”, respondeu o outro.  

Oleksii, que foi detido em um campo de concentração em Olenivka, detalhou as condições de vida no local. “Havia 40 de nós em uma cela, 30 dormiam enquanto os outros permaneciam de pé”. A testemunha também informou, segundo destaca o relatório, que os detentos passavam por racionamento de água, não tinham instalações sanitárias e eram “espancados constantemente”.  

Por que os civis? 
Para o coronel da reserva e especialista militar ucraniano Serhi Grabsky,“os civis são vulneráveis ao ataque” devido ao efeito psicológico. “Alertas noturnos desgastam as pessoas. Os russos querem a destruição total de qualquer espírito de resistência civil, porque não conseguiram quebrar o exército ucraniano”, destacou o especialista ao Le Monde. Segundo ele, a Rússia tem arsenal suficiente para continuar sua campanha de terror “por pelo menos mais seis meses”.

Sergueï Jirnov, antigo oficial da KGB e especialista no militarismo russo, escreve no livro L’engrenage (publicado pela Albin Michel, sem tradução em português) que “o russo, no seu sistema de pensamento perverso, só respeita aqueles de quem tem medo”. “Como os covardes, ele testa seu adversário e observa sua reação para saber até onde ele pode ir”, ressalta Jirnov.


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MODELO SOCIALISTA DE GOVERNO ACABOU COM A VENEZUELA

 


“Mãe Pátria”: como o colapso da Venezuela destruiu uma família

Por
Maria Clara Vieira


Livro de jornalista venezuelana relata como um Estado tirânico corrompe até as relações familiares| Foto: EFE

A “Arábia Saudita” da Venezuela. Assim era conhecida a cidade de Maracaibo, o segundo maior município do país, a cerca de 700 quilômetros de Caracas, na longínqua década de 1970, quando um dos maiores booms do petróleo transformou a pequena nação da América do Sul na nova promessa continental. Foi nesta cidade que a família da jornalista Paula Ramón construiu suas bases, nos tempos em que o pujante Estado venezuelano, impulsionado pela criação da PDVSA, se tornou o grande financiador do desenvolvimento do país.

Filha de uma mãe natural de um pequeno município nos Andes e de um pai espanhol deportado durante o regime franquista e feito prisioneiro nos campos de concentração alemães durante a Segunda Guerra, Paula, que vive no Brasil como repórter correspondente da AFP, é a caçula dos três filhos do casal, um dos centenas de milhares a surfar a onda de benesses concedidas pelo governo nos tempos de bonança – para, em poucos anos, experimentar a derrocada.

A trágica história da Venezuela, bem como seus desdobramentos contemporâneos, são bastante familiares aos leitores da Gazeta do Povo: trata-se de um caso ilustrativo do que o cientista político americano Michael L. Ross apelidou de “maldição do petróleo”, cujos grandes protagonistas são Hugo Chávez e seu sucessor não menos despótico, Nicolás Maduro. Amparado por uma narrativa íntima e detalhada, o livro “Mãe Pátria” (Ed. Companhia das Letras), de autoria da jornalista, vai além dos golpes e crises que marcaram as últimas décadas na Venezuela: trata-se de um testemunho pessoal do fracasso de uma família em paralelo com o de uma nação inteira.

Leia mais: 37 textos para entender como o socialismo destruiu a Venezuela

Em 1947, o país que atraiu Jesús Ramón, pai de Paula, à América Latina, era próspero e promissor, o que possibilitou que o imigrante e a esposa, Paulina, nas décadas seguintes, construíssem uma vida estável com casa própria, um quarto para cada filho e até um Atari. Em 1974, os recursos oriundos do petróleo começariam a jorrar sob o governo de Carlos Andréz Pérez, que acelerou o longo processo de inchaço do aparelho estatal. Até então, tudo o que o “ouro negro” tocava, virava lucro.

“Os venezuelanos tinham poder de compra, o desemprego era inferior a 5%, a educação e a saúde eram públicas, viagens ao exterior para fazer compras ou adquirir caixas de uísque escocês eram coisas cotidianas para muita gente na Venezuela de então. Caracas, efervescente e cosmopolita, era chamada de ‘sucursal do céu'”, descreve Paula.

Quando a jornalista nasceu, em 1981, o fim do boom petroleiro começou a dar pistas de que o desenvolvimento venezuelano não era sustentável – bem como as condições experimentadas pelas famílias: “No começo da década, meu pai, assim como o Estado, havia torrado tudo”, conta. Ainda assim, permaneciam a casa e os serviços básicos de qualidade. Enquanto os dois irmãos mais velhos foram para escolas públicas, Paula foi enviada a um colégio particular, pago através de subsídios.

O encantamento com Chávez

Como resultado da desaceleração da economia, o início dos anos 1990 traria uma onda de revoltas no país. A jornalista se recorda de que, na manhã de 4 de fevereiro de 1992, seus pais – ele, simpatizante da social-democracia e, ela, descrente da política – “pareciam seduzidos pela desenvoltura daquele Chávez”, um jovem comandante que dizia querer “encaminhar o país para um destino melhor”.

Vítima de um infarto em 1993, Jesús Ramón não viveria para ver “o Comandante” chegar ao poder. Severamente reduzidos pela morte do patriarca, os rendimentos da família voltariam a crescer com os novos programas sociais: havia dinheiro para sobremesas e festas aos finais de semana.

Em 2002, com o apoio maciço da população, Hugo Chávez se tornava “o dono do Estado e do país”. Sete anos depois, começaram os intermináveis anos de escassez – e as sucessivas reformas na casa da família para conter a violência galopante. A cada ano, os parcos recursos da família eram convertidos em novos muros e grades, enquanto nem as caixas d’água escapavam da mira dos assaltantes.

Na mesma época, o governo daria início a uma completa reformulação na área da saúde, outra promessa associada aos excedentes do petróleo que nunca vieram. E Paulina, a mãe, portadora de uma doença autoimune e de um quadro de artrite, precisou de um seguro-saúde e passou a demandar mais atenção dos filhos – sobretudo, da filha caçula.

“O cobertor de minha mãe se encurtava como nunca, e meu trabalho era coser remendos. Foi a partir daí que o lado emocional se misturou com o econômico, criando um redemoinho que se intensificou com o passar dos anos. (…) Aos poucos, ficou claro para mim que nem sempre eu teria uma solução para lutar com os constantes desafios da vida na Venezuela, cuja realidade desumana e distorcida se tornara o novo normal”, relata a autora.

Família destruída
É neste ponto que a autora começa a destrinchar um aspecto pouco explorado quando se trata da história política e econômica de um país: centrada principalmente em sua relação com a mãe e com os irmãos, Paula narra como decisões tomadas por líderes que se creem (e se projetam como) deuses, podem ser um poderoso catalisador da destruição de relações sociais e, sobretudo, de laços familiares.

“O tempo todo acontecia alguma coisa nova na Venezuela, ou então entre minha mãe e meus irmãos, ou entre minha mãe e mim, ou simplesmente com a minha mãe. Num dia ela estava reclamando que eu não a havia tratado bem, para logo em seguida me pedir que lhe fizesse uma transferência on-line. No meio disso tudo, me contava como estava decepcionada com algum dos meus irmãos, ou com os dois ao mesmo tempo, para poucas horas depois me recriminar por ignorar como sua saúde estava precária. É difícil saber o quanto do nosso drama era fruto apenas das nossas brigas familiares e o quanto era consequência do agravamento das coisas na Venezuela”.

Formada em uma universidade pública, a autora morou na China, nos Estados Unidos e no Brasil – decisão que suscitou uma avalanche de ressentimentos. De um lado, há a mãe, que ora parece ter orgulho da filha, ora se ressente de sua mudança. Do outro, os irmãos, um de caráter hermético e prático, que imigrou ilegalmente para o Panamá em 2015 e manteve algum relacionamento com as mulheres da família até o falecimento de Paulina; o outro, um policial devotado ao chavismo.

“Chávez se enraizou de tal forma na nossa vida que adquiriu a força de um mito. Tornou-se um divisor de águas em nossa história. Não apenas marcou um antes e um depois, mas transformou as nossas fissuras numa separação cuja solução às vezes parece um desafio maior que a própria crise econômica”, narra Paula. “Eu era uma privilegiada por não morar na Venezuela, por ter comida, por não ouvir passos no telhado e por ter direito de me preocupar com problemas pessoais, como o fim do meu casamento ou minha insatisfação profissional, mas às vezes sentia que minha família queria me castigar por isso”.

Segue-se uma sucessão de tragédias nacionais e familiares. Em suas viagens à terra natal, já entre 2015 e 2016, a jornalista registra a emergência do mercado paralelo do dólar e as madrugadas na fila do supermercado por itens básicos de higiene e alimentação, além das viagens com malas abarrotadas de mantimentos para a mãe – contando com o péssimo estado dos aparelhos de raio-X nos aeroportos.

Recusando-se a deixar a casa de Maracaibo, símbolo de uma era de estabilidade, Paulina, com a saúde severamente agravada, passa a depender de uma empregada contratada pela filha, gerando uma nova avalanche de discussões. “Eu confiava em Luz, mas minha mãe desconfiava até de Andrés, seu próprio filho, que, como soube mais tarde, não só estava levando as coisas da casa como colocava na cabeça da minha mãe as suspeitas contra Luz”.

Derrota dos povos livres
Ao final da vida, tendo se mudado para a cidade de San Cristóval por insistência da filha, Paulina acabou passando fome nas mãos da própria irmã, que aceitou recebê-la apenas para se aproveitar das remessas de comida e mantimentos enviados pela jornalista. É difícil não se comover com o relato da autora que, descobrindo o caso após a morte da mãe, chega a se culpar pela mudança. “Mãe, eu não sabia mais o que fazer, pensei”.

Como um retrato da brutalização das relações humanas em meio à guerra pela sobrevivência, “Mãe Pátria” é mais do que um poderoso alerta do que um Estado tirânico é capaz de sufocar. Trata-se, também, de uma ilustração fidedigna do ensaio “Maldanado propõe um brinde”, incluso nas “Cartas de um diabo a seu aprendiz”, de C. S. Lewis, no qual o autor descreve o ponto de vista de um demônio a orientar seu pupilo:

“A derrota de povos livres e a multiplicação de estados escravos são para nós um meio, mas o fim real é a destruição de indivíduos, pois somente os indivíduos podem ser salvos ou condenados, tornar-se filhos do Inimigo ou nosso alimento. O valor supremo, para nós, de qualquer revolução, guerra ou fome está na angústia individual, na traição, no ódio, na raiva e no desespero que elas são capazes de produzir”.


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SERÁ QUE DESSA VEZ VAMOS GANHAR O PRÊMIO NOBEL?

Alexandre Garcia

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

EXPEDIÇÃO SAFRA 2019 – ARGENTINA – COLHEITA DE SOJA, DISTRITO: VICTORIA, PROV. ENTRE RIOS. FOTO: MICHEL WILLIAN/GAZETA DO POVO – 11.04.2019


EXPEDIÇÃO SAFRA 2019 – ARGENTINA – COLHEITA DE SOJA, DISTRITO: VICTORIA, PROV. ENTRE RIOS. FOTO: MICHEL WILLIAN/GAZETA DO POVO – 11.04.2019| Foto: Michel Willian/

Brasil não tem um único Prêmio Nobel, o grande Prêmio Nobel que é conferido todos os anos pela academia da Suécia. Argentina tem cinco. Chile tem, Colômbia tem, Guatemala tem. Nós não temos nenhum. A nossa esperança é nesse ano. Nobel da Paz por alimentar o mundo com Alysson Paolinelli, ministro da Agricultura do governo [Ernesto] Geisel, que bombou a Embrapa.

A Embrapa havia sido criada no governo anterior, o governo [de Emílio Garrastazu] Médici. Acho que foi o primeiro país do mundo a ter sucesso em clima tropical. Os grandes produtores de grãos eram de clima temperado. Tanto que o Brasil meridional é que produzia trigo, arroz e começou a produzir soja. Aí se descobriu o Cerrado. Não se dava um tostão furado por um hectare de terra do Cerrado.

Veio a tecnologia e se corrigiu o solo ácido com calcário. Hoje tem outras formas de corrigir, como o pó de rocha. Vieram os fertilizantes, a genética e as novas sementes. Veio a pecuária e as raças mais resistentes da pecuária, da suinocultura, dos aviários. E foi aquele crescimento exponencial. De 40 milhões de toneladas, em 1975, a gente está chegando a 300 milhões de toneladas de grãos. E abastecendo o mundo com proteína animal e vegetal. Com a possibilidade de ter trigo no Nordeste, arroz no Brasil Central, feijão, soja, algodão, açúcar, sucos, carne de frango, ovos. Podemos abastecer o mundo, disse Alysson Paolinelli, se não houver burrice e nem ideologia.

MST barra entrega de terras
Na quinta-feira passada, no assentamento Palmares, em Paraupebas, o MST impediu a entrega de títulos de propriedades para 120 famílias. O Incra remarcou a entrega para outra data, porque o MST impediu. Por que? Porque essas famílias deixam de depender do MST.

Roberto Requião, no Paraná, disse “não recebam o título, a não ser assinado por Deus e com firma reconhecida. Não adiantou nada: 179 famílias receberam títulos em um assentamento em Londrina na semana passada. 374 mil títulos já foram entregues neste governo. 374 mil famílias. Imagine quantas pessoas libertadas do jugo da dependência e que agora são donas de terra. Elas podem hipotecar sua terra. A terra entra em inventário, em herança.

Tentar impedir que as pessoas recebam título de propriedade rural é como tentar impedir que a pessoa receba água do São Francisco, lá no Nordeste, e continue dependendo do carro-pipa ou de político que faz promessa

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TSE CRIOU LEIS DRACONIANAS PARA AS ELEIÇÕES

 

Segura, coração!!

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo


Desde que me foi explicada a draconiana lei eleitoral, não consigo deixar de pensar em maneiras de brincar com as ambições censórias do TSE.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil.

Desde que me foi muito bem explicada a draconiana lei eleitoral, não consigo deixar de pensar em maneiras de contornar o que vejo como uma censura velada, baseada na premissa para lá de duvidosa de que é possível criar um ambiente em que os candidatos concorram em igualdade de condições. Não é. E, aqui, peço desculpas aos técnicos em semiótica eleitoral que por ventura estejam me lendo e detectando uma crítica velada ao TSE e à nossa democracia toda perfeitinha. Eu? Magina!

Por força dessa lei confusa e asinina, incapaz de levar em conta a demanda por criatividade, humor e até rebeldia, e ainda mais num período tão tenso quanto o eleitoral, não posso escrever, por exemplo, uma crônica sobre o número primo que vem depois do 11. Sim, esse mesmo em que você está pensando: o sétimo número de Fibonacci. O sexto número primo. O número atômico do alumínio.

Por consequência, em teoria acho que não posso dizer que esse número fatídico e infeliz está associado ao azar. E não é desde 10 de fevereiro de 1980, como podem pensar os mais maliciosos. Não à toa, o filósofo grego Hesíodo, 700 anos antes de Cristo, já aconselhava as pessoas a não plantarem naquele dia do mês que sucede o 12º e antecede o 14º.

Da mesma forma, para não parecer que estou fazendo propaganda a favor ou contra um dos candidatos, como se minha lábia fosse mágica e alguém estivesse mesmo disposto a se deixar convencer por causa de uma mera crônica, não convém mencionar o número atômico do titânio, que por curiosidade também é o número de ossos do crânio humano. Não posso, portanto, escrever sobre minha predileção pelo bingo nem contar aquela vez em que ganhei um carro (de brinquedo) quando o locutor cantou “dois patinhos na lagoa!”.

Por fim, ou melhor, por semifim, já que depois do intertítulo eleitoral gratuito tem mais texto, não posso dar vazão aos meus poderes premonitórios a fim de descrever como será o dia seguinte às eleições. Tampouco posso exercer meu pleno direito à fantasia mais doida imaginando uma surpreendente vitória da Terceira Via ou daquelas outras vias tão alternativas que a gente não sabe nem o nome.

Intertítulo Eleitoral Gratuito
Outra coisa que a lei impede com veemência e, sinceramente, de uma forma até um tanto quanto grosseira é questionar o sistema eleitoral brasileiro. (O de Bangladesh pode?). Uma pena, porque ouvi dizer que o sistema eleitoral brasileiro é infalível e onisciente. “Qual o sentido da vida, ó Sistema Eleitoral Brasileiro?”, queria questionar. Queria tanto! Mas não posso. O tio do TSE não deixa.

Assim como não posso mencionar pesquisas eleitorais. Pelo menos não sem mencionar metodologia, número de registro e um monte de outras parafilias burocráticas. Mas não vale a pena se (me) irritar. Pelo contrário, o negócio é rir da ambição tola das autoridades eleitorais que, vou repetir, querem criar um ambiente impossivelmente igualitário. Sem falar que as pesquisas hoje em dia só servem para dar aquela animada no papo do boteco, depois que já conversamos sobre futebol e mulheres, digo, literatura.

Direito de resposta
As punições variam de um “ai, ai, ai, menino mau!” até cinco minutos no cantinho do castigo, multa, prisão, apedrejamento e crucificação em praça pública. Ou nas redes sociais, que seja. Mas isso não é o pior. O pior mesmo é o “direito de resposta”. Imagina que horrível ver este espaço tão bem cuidado e cheiroso de repente ocupado pelo texto de um burocrata desses que não gostam de tomar banho e não sabem onde a mamãe guardou a cuequinha, mas que querem mudar o mundo!

Agora o “por fim” é para valer. Quero dizer que, pelo andar da carruagem, daqui a duas ou três eleições é bem capaz de o TSE proibir toda e qualquer coisa que se assemelhe remotamente à propaganda eleitoral. O cidadão, todo animado para participar da festa da democracia, vai chegar diante da infalível urna eletrônica e se deparará com uns rostos e nomes a esmo. E votará com base na… intuição semiesclarecida. O que, pensando bem, é mais ou menos o que já acontece, embora finjamos acreditar que.


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FAZENDAS MARINHAS MÓVEIS É A MELHOR SOLUÇÃO

 

Por

 João Lara Mesquita – Jornal Estadão

 

Fazendas marinhas offshore, o início de uma nova era

Antes de mais nada, a aquicultura é o setor de produção de alimentos que mais cresce no mundo. A indústria tem potencial para ajudar na luta contra a desnutrição além de aumentar a oferta de alimentos. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação prevê que a produção aquícola crescerá 80% até 2050. Contudo, as fazendas marinhas de peixes no litoral são polêmicas. Seja na Europa, ou América do Sul, as criações de peixes marinhos deixam um rastro de poluição incontestável. Agora começam a surgir as primeiras fazendas marinhas offshore; uma nova era na produção de peixes e crustáceos?

 fazenda marinha móvel
Fazendas móveis em protótipo da Ocean Sovereign.

Principais problemas das fazendas de peixes

marine.offshore.bureauveritas.com diz com razão que ‘os principais problemas que afetam atualmente a indústria são poluição, doenças, além de fuga de peixes. Os governos estão sob pressão sobretudo de grupos ambientais para melhorar a sustentabilidade’.

E conclui: ‘Para evitar o impacto ambiental em áreas vulneráveis, como lagoas, fiordes e baías, os produtores podem optar pela instalação offshore’.

É fácil entender. Ao largo, as correntes marinhas mais fortes podem diluir os resíduos e desse modo evitar a degradação que acontece naquelas do litoral.

A falta de regulamentação

Entretanto, diz, hoje há relativamente pouca regulamentação do setor. Existe regulamentação nacional em alguns países, notadamente Escócia e Noruega.

No entanto, há pouca regulamentação de instalações offshore em outras partes do mundo, por exemplo, na região da Oceania, incluindo o Pacífico Sul e Nova Zelândia, apesar do número crescente de projetos em desenvolvimento.

Crescimento da produção mundial

Apesar dos problemas de fazendas do litoral, ou a falta de regulamentação das offshore, o crescimento mundial da atividade é fato. Desse modo, diz a FAO, desde 2018 cinquenta por cento da produção global é obtida por meio da aquicultura. A China lidera a produção em até 50%. Mas a Indonésia, países do norte da Europa e Chile são outros grandes contribuintes.

Necessidades da produção offshore

Segundo a seguradora www.swissre.com, a piscicultura para produtos de frutos do mar de alto valor precisa de baixas temperaturas da água até 130 quilômetros da costa e com profundidades de até 1.000 metros.

Ainda assim, segundo estudo publicado na ScienceDirect (2021), A aquicultura offshore pode ter um impacto ambiental menor do que outros tipos localizados mais próximos da costa. Contudo, são necessárias mais pesquisas para obter resultados conclusivos.

Estes são alguns dos motivos que inspiraram a…

Startup  Ocean Sovereign propõe fazendas móveis

Segundo Karl Morris, chefe de desenvolvimento de negócios da empresa, a Ocean Sovereign é a única proprietária das aprovações regulatórias, planos finais de execução/engenharia e projeto. Isso inclui melhorias no projeto inicial para obter as aprovações. Também fechamos acordos com grandes estaleiros capazes de construir uma embarcação tão especial”.

Segundo o site da empresa, a Ocean Sovereign com a tecnologia Ocean Arks resolve esses desafios. Nós movemos a aquicultura para o mar e os peixes para onde pertencem, ou seja, seu habitat natural o oceano.

Buscamos reduzir significativamente os riscos de doenças, utilizando materiais naturais como o cobre para redes de pesca, com propriedades antimicrobianas comprovadas há anos, além de não exigir produtos químicos para manter as redes limpas, nem grandes equipes de mergulhadores e barcos para sua manutenção.

As fazendas de salmão do Chile estão entre as mais criticadas. Agora diz o salmonbusiness.com, a startup chilena Ocean Arks Tech planeja duas arcas para transportar até 3.900 toneladas de peixes em quatro a oito baias a bordo de um navio semiautônomo.

Custos das fazendas móveis

O projeto da Ocean Ark original tem capacidade para armazenar até 3.900 toneladas de peixes e deve custar US$ 22 milhões.

Embora o projeto tenha sido considerado navegável e digno de produção, haverá muito mais obstáculos legislativos a serem superados antes que a piscicultura seja permitida nas zonas econômicas exclusivas (ZEEs) de cada país. Enquanto isso, a produção offshore já é permitida.

Talvez, com a tecnologia aplicada, esteja nascendo uma nova era de fato sustentável para as fazendas de peixes. É cedo para comemorar, mas é um avanço.

NECESSIDADE DE SE MANTER ATIVO APÓS 50 ANOS E ESCOLHER NOVA PROFISSÃO

 

Guilherme Lima Monteiro – Daniele Assis

De acordo com informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho e Previdência, atualmente pessoas acima dos 50 anos representam apenas 17% da força de trabalho no Brasil. Porém, esta situação tende a mudar porque a estrutura etária do país está se alterando. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que, em 2060, os indivíduos acima dos 60 anos devem totalizar 25,5% dos brasileiros. 

Com o envelhecimento gradual da população, se o percentual de pessoas mais velhas empregadas não aumentar, o país poderá sofrer com falta de mão de obra. A necessidade de se manter ativo no mercado de trabalho após os 50 anos, ou iniciar uma nova profissão, será cada vez maior.   

Guilherme Lima Monteiro, analista do Rede de Carreiras, aponta qual é o perfil de quem busca fazer uma transição de carreira, a partir dos 50 anos. “São profissionais que foram desligados de empregos anteriores e já não conseguem atuar em suas áreas de formação originais. E também aqueles que atuaram por um longo período em determinada área e hoje gostariam de novos desafios, novos ares”.  

Daniele Assis, psicóloga e também colaboradora do Rede de Carreiras, destaca os principais desafios e vantagens para quem passa por esse processo. “As principais vantagens são conhecimentos e competências adquiridos em sua trajetória profissional, como resiliência, foco, trabalho em equipe, disciplina, dentre outros.”   

Já dentre os desafios estão o dinamismo e grande competitividade entre os profissionais do mercado; as novas tecnologias, os conflitos geracionais e novas metodologias de trabalho que este profissional precisará se adaptar. Além das novas competências que são exigidas pelo mercado de trabalho.  

Daniele e Guilherme ressaltam que dar oportunidades a trabalhadores mais maduros pode trazer benefícios ao ambiente de trabalho das empresas. São profissionais que possuem uma grande bagagem de conhecimentos e soft skills que foram desenvolvidas ao longo da trajetória.  

É sempre tempo de aprender e mudar 

A psicóloga evidencia que a capacidade de se reinventar é uma característica essencial, não só para quem tenha passado por uma transição de carreira, mas para todos os profissionais. “O mundo vive em constante evolução, por tanto, é necessário que sempre estejamos preparados para as novas tendências de mercado, sendo assim é fundamental que o processo de aprendizagem seja contínuo em qualquer idade.”   

Para realizar uma transição de carreira bem-sucedida, Guilherme enfatiza alguns pontos que devem ser priorizados pelos profissionais: autoconhecimento, planejamento (estabelecendo metas atingíveis, a curto e médio prazo), pesquisar sobre as áreas no qual deseja atuar e resiliência para lidar com os desafios.   

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.

domingo, 21 de agosto de 2022

CONTAS DO PT DE 2018 ESTÃO IRREGULARES

 

Analistas da Corte suspeitam de irregularidades na contratação de alguns fornecedores e pedem ao tribunal que rejeite contas

O ex-presidente Lula e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad

O ex-presidente Lula e o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad

RICARDO STUCKERT – R7

Um relatório produzido pela Asepa (Assessoria de Exame de Contas Partidárias) do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) apontou indícios de irregularidades na prestação de contas das campanhas dos petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Haddad em 2018. Os analistas e técnicos judiciários que fizeram o levantamento pedem à Corte que reprove as contas de ambos, que neste ano disputarão, respectivamente, a Presidência da República e o Governo de São Paulo.

Segundo o documento, alguns contratos firmados antes de o registro de candidatura de Lula ao Palácio do Planalto em 2018 ser rejeitado pelo TSE foram aproveitados por Haddad quando o PT decidiu lançá-lo à Presidência. Em determinados casos, a Asepa constatou que as despesas foram pagas integralmente pela campanha de Lula, mas parte dos serviços foi prestada a Haddad. De acordo com o órgão técnico, na prestação de contas não há informações de que Lula tenha doado recursos ao correligionário.

A Asepa ainda verificou que Lula e Haddad firmaram acordos com fornecedores comuns, com cada uma das candidaturas pagando metade dos valores totais previstos no contrato, denotando indicativo de continuidade de prestação dos serviços. Entretanto, segundo o órgão, Haddad efetuou novas contratações junto aos fornecedores, não aditando os contratos existentes em nome de Lula.

Ainda de acordo com a análise dos técnicos, constataram-se outras despesas relativas a fornecedores em comum às quais o somatório dos valores pagos por ambas as chapas ultrapassou o montante originário.

Segundo a assessoria, os contratos questionados movimentaram pouco mais de R$ 13,8 milhões e foram pagos com recursos do fundo eleitoral. O órgão diz que os acordos firmados por Lula deveriam ser pagos de forma proporcional ao período em que ele foi candidato, o que não teria acontecido.

A natureza dos serviços prestados que foram contestados pela Asepa compreende locação de bens móveis e imóveis, produção de programas de rádio, TV e vídeo, transporte e deslocamento, infraestrutura para telecomunicações e processamento de dados, atividades de militância, apoio administrativo e pesquisas eleitorais.

As informações da assessoria foram enviadas ao ministro Benedito Gonçalves, que vai julgar as contas de Lula e Haddad de 2018. Na última segunda-feira (15), o magistrado pediu novas informações aos técnicos antes de tomar a decisão. Ele solicitou, por exemplo, a comprovação de que a execução dos contratos pagos integralmente por Lula favoreceram exclusivamente a campanha dele ou se houve benefício à de Haddad, como doação estimável. 

R7 entrou em contato com as assessorias de Lula e Haddad, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.