sexta-feira, 10 de junho de 2022

NOVIDADES TECNOLÓGICAS AUTOMOBILÍSTICAS

 

Simpósio SAE Challenge H2 Truck elétrico-etanol debateu veículos e produção de hidrogênio no País

Tecnologias de propulsão a hidrogênio, células, veículos elétricos a hidrogênio e elétricos a etanol foram destaques do simpósio online

São Paulo, maio de 2022 – Desenvolvido por profissionais da mobilidade da SAE BRASIL, o Simpósio SAE BRASIL Challenge H2 Truck elétrico-etanol teve alto conteúdo técnico e tratou de tecnologias de célula a combustível. Realizado em 28 de abril, apresentou estudos de caso com desafios de engenharia automotiva para o desenvolvimento de um caminhão a hidrogênio elétrico-etanol, o uso de hidrogênio em motores a combustão e outros aspectos relacionados à aplicação do hidrogênio na mobilidade brasileira.

Camilo Adas, presidente do Conselho da SAE BRASIL e responsável pelas Mentorias de Tecnologia e Inovação da entidade, abriu a programação destacando a importância do hidrogênio como uma das rotas para a descarbonização na mobilidade do futuro. Ele afirmou que, apesar de já bastante difundida, essa rota precisa ser mais conhecida no País.

Pietro Mendes, secretário-adjunto da Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia (MME), detalhou o Programa Combustível do Futuro, que busca rotas sustentáveis para a mobilidade brasileira de baixo carbono. Abrangente, o programa desenvolveu subcomitês de trabalho de forma sem precedentes no Brasil, interagindo com a iniciativa privada e agências regulatórias em diversas áreas, incluindo a integração de ações em prática, como o RenovaBio, Rota 2030, e o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, tendo como fundamento básico as estratégias do ciclo de vida “do poço à roda” para as definições de metas para a indústria automotiva.

Mendes destacou outros eixos do programa, como o fomento à produção do Combustível Sustentável de Aviação (SAF) na matriz energética brasileira para a redução de emissões pelos operadores aéreos e a permissão do uso voluntário da tecnologia de captura e estocagem de CO2 por empresas ou consórcio de empresas, mediante regulação e fiscalização da ANP.

Monica Saraiva Panik, coordenadora do simpósio e mentora de Mobilidade a Hidrogênio da SAE BRASIL, destacou que, atualmente, o mercado entende que o H2 pode ser produzido por diversas fontes, ressaltando a importância do etanol como fonte originalmente brasileira para sua obtenção. Ela enfatizou que o uso do etanol para o Hidrogênio não compete com os biocombustíveis e abre novas oportunidades de negócios para esse setor. “Um veículo a célula a combustível também não compete com elétricos, porque ele é um elétrico que gera a própria eletricidade através do H2, e quanto maior o porte do veículo maior a vantagem para os movidos a célula a combustível, em autonomia, que é a mesma de um veículo convencional, em tempo de abastecimento e em custo.”

PAINÉIS TECNOLÓGICOS – O primeiro painel, Tecnologias de Propulsão a Hidrogênio mostrou três tecnologias para o uso do H2 na mobilidade. Silvano Pozzi, diretor de gerenciamento de Linha de Produtos e Estratégia de Produtos da Ballard Power Systems do Canadá, apresentou a Célula PEM (Proton Exchange Membrane). Destacou o caminho das soluções em célula a combustível em nível mundial, área em que a competição cresce de forma exponencial e os custos estão caindo rapidamente.

Em termos regulatórios, Pozzi apontou avanços em três regiões – América do Norte, focada em legislações relacionadas ao “By America”, com manufatura local dos produtos para serem consumidos; Europa, também interessada na fabricação local de conteúdo e voltada a uma transição ambientalmente correta para novas tecnologias, e China, com foco no “In China for China”, com vista ao mercado local. “Nos mercados emergentes ainda se vê praticamente uma mistura de tudo”, disse. Pozzi destacou, ainda, tendências sobre a tecnologia e o desenvolvimento de stacks (células a combustível) para uma maior densidade de potência com objetivo de aumentar as eficiências, além da diversidade de tecnologias para maior adequação nas aplicações específicas.

Em termos de caminho tecnológico, afirmou Pozzi, todas as marcas convergem quanto a atributos que precisam ser desenvolvidos – placas bipolares mais leves e finas, com uso de materiais de menor pegada energética; membranas cada vez mais finas por questões de custo e densidade de potência, e o aumento da temperatura para simplificar processos de integração da tecnologia principalmente em caminhões. Segundo Pozzi, as empresas apostam na fabricação em larga escala e na cadeia de suprimentos global com adoção da tecnologia em larga escala no final da década.

Fabio Coral Fonseca, gerente do Centro de Células a Combustível e Hidrogênio do IPEN (Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares) apresentou a célula a combustível de óxido sólido, SOFC (Solid Oxide Fuel Cell) e deu foco ao que chamou de transição energética atual, que tende à eletrificação, e que para se realizar amplamente deve descarbonizar todos os setores da economia. No caso dos transportes o maior desafio é embarcar a tecnologia em veículos, substituindo os combustíveis líquidos fósseis, que possuem alta densidade energética por volume. É nesse contexto que as células a combustível a etanol representam uma excelente oportunidade, disse Fonseca, ao explicar que o hidrogênio tem alta densidade por peso. Ele mencionou o desafio da compressão a alta pressão para se obter maior autonomia.

Fábio destacou ainda que hoje duas tecnologias lideram o desenvolvimento do H2 em âmbito mundial, as células a combustível poliméricas PEM, de baixa temperatura, que operam perto de 80 a 1000C, em contraste com as células cerâmicas, as SOFC (Solid Oxide Fuel Cell), que usam os mesmos princípios eletroquímicos e operam tipicamente a uma temperatura de aproximadamente 8000C. A SOFC, afirmou, é uma tecnologia já comprovada, e usada, por exemplo, em espaçonaves desde a década de 60. “É uma tecnologia confiável, de alta eficiência, silenciosa, modular e por isso vemos uma expansão em grande no número desse dispositivo” declarou.

Motores a combustão a hidrogênio foi o tema de Maurílio Cassiani, gerente de Desenvolvimento de Calibração de Motores da AVL South America, que encerrou o 1º painel. Defendeu que o objetivo da legislação europeia, de 30% de redução nas emissões de CO2 para 2030, pode ser atingido com soluções combinadas na evolução do veículo, como a redução de arrasto aerodinâmico, de resistência à rolagem, de massa, e perdas gerais no driveline aliadas a avanços no powertrain baseados em estudos de tecnologias atuais de motores a combustão e como elas podem suportar a meta de redução, além da otimização da troca de marcha e de perdas por atrito no motor.

O engenheiro ressaltou que, se pensarmos na neutralidade de carbono, o uso do hidrogênio nos motores a combustão interna nos veículos comerciais é a solução do tanque à roda, considerando-se o limite de emissão de CO2 abaixo de 1g/kwh, oriunda de outras fontes de CO2 presentes no motor, como o óleo lubrificante. Segundo Cassiani, a experiência adquirida com os motores-conceito a hidrogênio da AVL demonstra que o H2 é um pilar importante para o atingimento das metas futuras de descarbonização, e seu uso em motores à combustão interna traz vantagens em comparação a outras tecnologias. Entre essas vantagens ele destacou o tempo reduzido para a adequação ao desenvolvimento, e apontou desafios ao uso do combustível como a infraestrutura de armazenamento e produção.

O motor a combustão interna a H2 disponível na AVL tem um motor Diesel como base, convertido pela empresa para gás natural, que opera com os dois modos de injeção (MPI e DI de baixa pressão), mas não em paralelo. “O objetivo principal do uso desses dois métodos de injeção foi investigar a influência de cada um deles em emissões”, explicou Cassiani. Segundo ele, o motor em questão já demonstrou em dinamômetro uma combinação torque/potência suficiente para cobrir mais de 90% dos caminhões long roads hoje vendidos na Europa, além de eficiência térmica de 42% e a capacidade de atender aos níveis de emissões posteriores ao Euro 6. “Todo o foco do desenvolvimento desse motor foi pensado em maximizar as similaridades com o motor base”, disse.

Um segundo motor está em desenvolvimento, com o objetivo de um conceito para 2030 com eficiência térmica superior a 50%. O projeto inclui injeção direta de alta pressão, ignição por compressão, e propagação de frente de chama difusa. Cassiani listou como principais desafios do novo motor-demonstrador a elevada eficiência térmica, superior até a do ciclo Diesel atual, as emissões de NOx e outros poluentes, o packaging do sistema, a confiabilidade, e o TCO (Total Cost of Ownership), ou custo total da posse.

Cassiani alertou para os impactos do desenvolvimento mecânico e validação para os motores a combustão que usam o hidrogênio, como o motor existente na AVL, a partir dos quais foram destacados subgrupos a serem avaliados na conversão com H2, como injetores e velas, que precisam de hardware específico, pistão, sistema de pós-tratamento, óleo lubrificante, válvulas, cabeçote, entre outros.

O segundo painel, Veículo Elétrico a Hidrogênio, trouxe a experiência de montadoras em veículos elétricos a H2 desenvolvidos mundialmente e os atuais desenvolvimentos dessas tecnologias no Brasil. Roland Dold, diretor de Engenharia Avançada na Daimler AG Truck, falou sobre célula a combustível para caminhões pesados, o caminho e as metas da empresa, comprometida com o Acordo de Paris.

Dold confirmou a meta de CO2 neutro do tanque à roda para frota Daimler até 2039, que já oferece caminhões da série neutra, baseada em duas tecnologias: bateria e célula a combustível que, segundo ele, permite cobrir toda a gama de aplicações dos clientes, em modelos como o e-Actros 2021, de carga mais leve, para distâncias mais curtas, eActros Long Haul 2024 e Gen H2, de carga mais pesada, para distâncias mais longas. “Nossos clientes podem escolher entre uma bateria ou célula a combustível, aquela que melhor atende às necessidades”, destacou. Nos pesados para longas distâncias, o impacto de CO2 é livre de emissões locais e o tempo de abastecimento é de 10 minutos.

Na questão da armazenagem do hidrogênio a bordo dos caminhões cujo espaço é limitado, Dold apontou quatro potenciais alternativas – hidrogênio líquido (LH2), gás hidrogênio comprimido (CHG) 35 MPa (Mega Pascal), hidrogênio comprimido criogênico (CcH2), e gás hidrogênio comprimido 70 Mpa. Ressaltou as vantagens do LH2 e o caminho para a implementação dessa alternativa, que passa pela formação de parcerias e grupo de trabalho aberto para o desenvolvimento de tecnologias e definição de padrões.

Entre as vantagens do LH2, Dold evidenciou a alta capacidade de armazenagem, leveza, eficiência energética com abastecimento significativamente menor do que o CHG, custo-benefício (dispensa fibras de carbono para ao tanques e infraestrutura de custo relativamente baixo). O especialista anunciou que a empresa está expandindo seu e-portfolio global com 10 modelos em desenvolvimento, parte deles em fase teste com clientes para produção em série. “Mais de 100 clientes já percorreram mais de 7 milhões de quilômetros com cerca de 400 ônibus elétricos fabricados pela Daimler Truck AG”, afirmou.

Gustavo Noronha, gerente de Certificação de Veículos e Assuntos Regulatórios da Toyota do Brasil, uma das líderes no desenvolvimento e comercialização de veículos movidos a célula a combustível, falou de tendências globais em estratégias de hidrogênio com volume crescente de veículos a célula a combustível rodando em todo o mundo, o que traz um feedback importante para a melhoria do produto. “Há um movimento a ser estudado da fase de desenvolvimento para o mundo real, onde as coisas evoluem, o futuro do H2 está cada vez mais próximo”, disse. Segundo Noronha há 400 projetos de hidrogênio em curso em âmbito mundial, com muitos países investindo em produção em alta escala, além de infraestrutura, onde o Brasil também está inserido.

Ao falar da visão da Toyota destacou o desafio para 2050, de redução de emissões de CO2 em 90% nos produtos. Até 2025 todos os veículos da marca devem ter uma versão de algum tipo de eletrificação. O especialista afirmou que a empresa adotou a redução de emissões por meio de várias soluções. “É claro para nós que o nosso inimigo é o carbono e precisamos definir a melhor tecnologia no melhor tempo e na melhor adequação ao País”, apontou.

Noronha deu destaque à eletrificação, core da tecnologia Toyota, ao investimento no híbrido que culminou com o lançamento do Prius em 1997 e serviu de conhecimento para a aplicação da célula a combustível nas gerações futuras de veículos, como o Mirai, lançado em 2014 com melhorias mecânicas e de performance no stack, nos cilindros de H2 para maior autonomia, e no reposicionamento de componentes.

 Disse que a expansão das tecnologias de H2 e célula a combustível está no horizonte da Toyota e que o aprendizado com parcerias e com as gerações criadas no Mirai alavancaram a evolução de tecnologias. “Progredindo nas tecnologias conseguimos expandir sua aplicação com os conceitos de células a combustível, cilindros e variações de produtos para poder oferecer e construir as associações necessárias nos caminhões, trens, aeronaves, no setor marítimo e no transporte urbano”, concluiu.

O VEÍCULO ELÉTRICO A ETANOL foi tema do terceiro painel, com cases apresentados por Ricardo Abe, gerente de Engenharia de Produtos Sênior da Nissan, e por André Trintini, gerente de Estratégia da Eletromobilidade da Volkswagen.

Ricardo Abe falou sobre o sistema SOFC a célula a combustível, no qual a Nissan do Brasil trabalha em fase de pesquisa relacionada ao uso do etanol, em parceria com o IPEN, já que o País tem know-how e infraestrutura existente. Segundo Abe, as tecnologias EV (eletrificação, bateria e motor elétrico) são o núcleo do Intelligent Power da empresa, que acredita no e-Bio Fuel-Cell SOFC como o sistema mais próximo da realidade brasileira para produzir o hidrogênio a bordo dos veículos. “Hoje, com a tecnologia da segunda geração do etanol no Brasil, esse modelo se torna mais interessante em eficiência well to wheel na redução de carbono” disse.

O especialista apontou entre outras vantagens o fato de o combustível ser líquido, de fácil manuseio, e utilizar tanque de combustível convencional. No sistema e-Bio Fuel-Cell o hidrogênio é gerado pela reforma do etanol em 100% e a energia é gerada na stack SOFC pela reação do hidrogênio com o oxigênio do ar reformados, alimentando a bateria do motor de acionamento100% elétrico.

Além do aumento da quantidade da água na mistura do etanol de 7% para 55% no sistema atual, a Nissan desenvolve estudos com o IPEN para reduzir seu tamanho e custo, a partir de materiais alternativos para a reforma interna do etanol e de novo design para um sistema mais simples e avançado. “Com o estudo vamos definir qual o melhor balanço e a capacidade do sistema a aplicar no veículo. A Nissan vê hoje que a tecnologia a célula a combustível a etanol é totalmente viável, e o desenvolvimento no Brasil interessa à empresa”, disse Abe.

André Trintini mostrou como a visão da VWCO (Volkswagen Caminhões e Ônibus) sobre a mobilidade e o papel do H2 nos planos da empresa. Disse que a Volkswagen acredita numa estratégia plural para a redução de CO2 e o aumento da eficiência da mobilidade, na qual o veículo elétrico é prioridade nas grandes áreas urbanas chamadas zero emissions ou green zone, com diferentes soluções energéticas e configurações tecnológicas a depender de aplicações em curtas e longas distâncias.

Trintini reforçou a aposta da VWCO no veículo híbrido-elétrico e na otimização, seja no aumento de eficiência ou no aproveitamento de energia dispersada pela frenagem, e citou iniciativa da marca em eletrificação, que já está no mercado – o caminhão urbano e-Delivery nas versões de 11 e 14 toneladas utilizado pela Ambev.

Também sustentou a viabilidade da utilização tanto de veículos elétricos a bateria (BEV – Battery Electric Vehicle) quanto da produção H2 no Brasil, pela diversidade e qualidade da matriz energética, e enfatizou a necessidade de enxergar o uso do H2 não apenas para o transporte sustentável, mas como uma solução energética ampla para o País. Também exaltou o HVO (Hydrotreated Vegetable Oil) como alternativa para a redução de emissões por H2 Verde, com a vantagem de ser utilizado nos veículos a Diesel convencionais sem esforço algum de desenvolvimento. “Temos no Brasil imenso potencial de produção de H2 por meio de diversas fontes, seja a eletrólise da água utilizando energia limpa (eólica ou solar), pela reforma do etanol ou até mesmo pela reforma do metano, este pela reforma e transformação do H2”, disse.

Trintini defendeu o uso do H2 no País como matriz energética primária da indústria pesada, na produção de aço, de alimentos e bioquímico, com destaque para fertilizantes e para o setor petroquímico na fabricação de combustíveis verdes. “Esse ecossistema viabilizaria uma base sólida para o uso nos veículos com a geração de demanda que é muito importante e não surge a partir do transporte, setor que, a meu ver, vem a reboque de outros de demanda energética muito maior”, concluiu.

No quarto painel, NACIONALIZAÇÃO DOS COMPONENTES, Sidney Gonçalves, diretor da Trendtech Engenharia e gerente técnico do projeto dos ônibus movidos a célula a combustível no transporte urbano no Brasil, realizado na EMTU-SP há 16 anos, trouxe case sobre ônibus brasileiro a H2, projeto de cooperação internacional que gerou uma pequena frota de ônibus movidos a célula a combustível incluindo a infraestrutura de abastecimento e a operação no transporte público de passageiros.

Com objetivo de construir e demonstrar a funcionalidade e a confiabilidade dos ônibus a célula a combustível e da estrutura de H2 em condições reais de operação na região metropolitana de São Paulo, o projeto foi desenvolvido em duas fases com tecnologias consolidadas e a visão acelerar a evolução envolvendo a indústria nacional a partir de um consórcio de empresas implementadoras.

Na fase final os três ônibus operados pela Metra, com testes ocorridos entre 2015 e 2016, foram colocados em condições normais de operação em horários de pico e carregamento máximo. Os testes de operação com passageiros coincidiram com período de altas temperaturas, e demostraram a resistência de seus sistemas e a eficiência energética de um consumo médio de 13.9 kh/100 km, mesmo com o uso de ar-condicionado. Os três ônibus tinham 12 m de comprimento; chassis piso baixo, suspensão a ar, carroceria urbana com acessibilidade para cadeirante, capacidade mínima 65 passageiros, ar-condicionado, autonomia para 250 km, velocidade máxima 60km/h, e sistema de armazenamento H2 para 350 bar, além de recuperação de energia de frenagem e potência máxima combinada superior de 200 kw.

Segundo Sidney Gonçalves, as operações dos ônibus e da estação de produção e abastecimento de H2 foram interrompidas pelo término definitivo do projeto. “Atualmente existe um plano de reativação entre a EMTU e a USP em curso para o retorno da operação”, finalizou.

Erwin Franieck, diretor-presidente da SAE4Mobility, deu um panorama sobre iniciativas para a nacionalização da produção tecnológica relacionada à mobilidade e abriu com o a portaria MIBI (Made In Brasil Integrado), do ME (Ministério da Economia), rede de colaboração que nasceu da união de empresas para aumentar a produção de ventiladores respiratórios no Brasil no início da pandemia, o que evitou a importação de 15 mil ventiladores em alta demanda mundial.

“Com trabalho em cooperação e objetivo claro alcançamos resultados surpreendentes para ajudar o pessoal da saúde a construir algo que não tínhamos capacidade de produzir localmente, então começamos a nos perguntar o que mais o País importa e como fortalecer a cadeia nacional”, disse Franieck.

Esse foi o embrião da portaria MIBI, que conta com sete Grupos de Trabalho (GTs) em consórcios de pessoas e empresas com foco na nacionalização de itens que se destacam na lista de importação do ME separando-os em dois grandes grupos, de cadeias existentes e novas cadeias produtivas e de produtos acabados e commodities.

 “Envolvemos todas as instituições interessadas na industrialização e no aumento da competitividade brasileira, e setores transversais e pessoas com experiência em programas relacionados ao segmento automotivo se voluntariaram a liderar os GTs”, destacou o engenheiro.

Na cadeia existente, Erwin apontou os metálicos prontos entre os produtos de maior volume de importação, que chegou a quase US$ 7 bi em 2019. No grupo aparecem também os eletroeletrônicos, conjuntos mecânicos e eletromecânicos, componentes plásticos, itens para os quais quatro GTs específicos devem definir um projeto piloto para a meta de encontrar e resolver os gargalos da cadeia produtiva. Nas cadeias novas, que requerem ações estruturantes, estão as transmissões automáticas, semicondutores e baterias de lítio, em que os GTs têm como meta a integração com cadeias globais. Em Grupo de Estudo (GE), a cadeia do H2, do poço à roda, está em fase de integração de players.

No PAINEL DE PROPOSTAS TÉCNICAS especialistas apresentaram exercícios tecnológicos para o empacotamento dos sistemas de célula a combustível em um caminhão de 56 toneladas com autonomia de 1.000 km em uma rota pré-estabelecida entre o Rio de Janeiro e o Paraná, simulada pelo engenheiro Daniel Bueno Lima, da Embraer:

H2 Truck Design – Ronaldo Lopes, mentor de Design da SAE BRASIL e designer da Mercedes-Benz do Brasil, abordou o tema H2 Truck Design. Ele apresentou o primeiro caminhão concebido exclusivamente para a SAE BRASIL, com propostas conceituais de design e estilo para o caminhão brasileiro tipo cavalo mecânico 6×4 movido a H2 Verde. Mostrou designs avançados com funcionalidades e formas diferentes de uso do caminhão, baseados em eficiência energética, interface com o usuário e na diversidade de condições de rodagem no País, além de soluções para o armazenamento do H2 nos veículos em aplicações específicas.

Trouxe um design modular para um caminhão estradeiro, com capacidade estimada para 10 cilindros de H2 posicionados a uma distância segura da cabine para permitir o movimento, sem ultrapassar a altura limite do veículo e com estilo que transmite robustez. O conceito focou em aero partes para a otimização da eficiência energética, e design voltado à melhor penetração aerodinâmica, com eliminação de retrovisores substituídos por câmeras. As entradas de ar foram preservadas por conta do aquecimento natural do sistema do H2.

Lopes apresentou também exemplos de exercício criativo de modularidade em caminhões pesados, on road e off road, com e sem cabine, em diversas trações e aplicações, com capacidades estimadas para 4 a 8 cilindros de H2 embarcados. Ainda no conceito modularidade o designer propôs o desenvolvimento de plataformas padrão on road 4×2/ 6×4/ 6×2 e off road 6×4/ 8×4 para customização de veículos por encomenda, equipadas com capacidade de no mínimo 2 cilindros de H2 destinados à movimentação interna, em que a cabine passaria a ser um acessório customizado conforme a necessidade.

H2 Truck PEM – Silvano Pozzi, diretor de gerenciamento de Linha de Produtos e Estratégia de Produtos da Ballard propôs o H2 Truck PEM, em colaboração com engenheiros da empresa na Dinamarca, Alemanha, EUA, Canadá e China. “Vimos a oportunidade de fazer um estudo bastante interessante e desafiador”, declarou Pozzi, que destacou entre os desafios o trajeto escolhido, o encaixe de todos os sistemas dentro da cabine-conceito desenvolvida pelo designer Ronaldo Lopes, e o uso de tecnologias disponíveis como se o caminhão fosse de fato ser construído hoje.

Para atingir os níveis do desafio, a eficiência passou a ser o mais importante para o grupo. “Precisávamos encaixar tudo num espaço muito pequeno, encontrar uma forma de seguir num trecho longo, que demanda muita energia, e no mundo da célula a combustível PEM a potência é a melhor forma de se obter eficiência”, afirmou Pozzi

O projeto-conceito escolheu um módulo existente de 120kW para atingir os valores de eficiência necessários para a quilometragem a ser percorrida, favorecendo aspectos importantes como de troca de calor e quantidade de tanques de combustível. O ponto de partida foi um chassi convencional onde foram aplicadas todas as transformações necessárias, que depois recebeu a cabine de um caminhão com um total de 360kW de potência de célula a combustível e um pacote de baterias de 100kWh. A bordo, 120kg de H2 para uma autonomia de 992km com um consumo de 12kg/100km, com fluxo máximo de H2 da ordem de 8.3g/s, e a eficiência no ciclo de 55%, com máxima de 63% e mínima de 48%.

Na análise do especialista, a solução H2 Truck PEM atendeu ao desafio proposto com tecnologias comercialmente disponíveis, inovações de design planejadas para o futuro e melhorias adicionais na densidade de potência, simplificação de interfaces, redução de peso da contagem de componentes e de custos. “Do ponto de vista da integração do veículo, há um argumento forte para a adoção da tecnologia nessa aplicação, não identificamos grandes barreiras e nenhuma mudança importante foi necessária em um caminhão comum, a tecnologia se encaixa” concluiu.

Reformadores estacionários de etanol – Daniel Lopes, diretor comercial da Hytron – NEA Brasil trouxe proposta-conceito de implementação de reformadores estacionários de etanol em postos de combustível. Falou da infraestrutura necessária para o abastecimento de caminhões utilizando a reforma do etanol a partir de equipamento da Hytron na produção de H2, e de compressores da NEA para uso do H2 na mobilidade. Segundo Lopes, o conceito de uma estação de abastecimento de H2 proveniente do etanol pode ser usado em diversas aplicações – de veículos de passeio a foguetes.

Chamada Hydrogen Refueling Station (HRS) a proposta apresentada compreende as fases de produção e compressão de H2, sistemas de armazenamento de alta pressão e refrigeração, além de dispenser. O reformador-conceito é capaz de gerar 200nm3/h de H2 a partir da reforma do etanol, equivalente a 18km/h, e utiliza compressor de 10bar como pressão de entrada. Produz H2 ultrapuro, armazenado à pressão de 900bar considerando o armazenamento para 24h de produção do H2.

Entre as vantagens do uso do etanol para produção de H2 Lopes destacou o fato de ser um combustível renovável e não tóxico, fácil de transportar (no caso brasileiro) e de armazenar, e com o potencial de elevar o Brasil como importante player global. O especialista ressaltou ainda existência da cadeia de valor desse combustível no País, a viabilidade na produção de H2 Verde sem intermitência e a habilitação da produção local de H2 próxima ao consumo.

Reformadores embarcados. É possível? Dar resposta à questão foi o desafio de Sidney Gonçalves, da Trendtech. Para ele, um processo de reforma embarcado no caminhão ainda é inviável. Tendo por base o veículo testado pela Ballard, H2 Truck PEM, o especialista avaliou como necessária a substituição dos cilindros de H2 por uma estrutura que produza 30 kg/h de H2 e consuma cerca de 2 mil litros de líquido (água e etanol). “A não ser que exista uma forma de miniaturizar muito o equipamento não consigo ver viabilidade para isso considerando ainda a estrutura e o peso do reformador”, afirmou.

Motor de caminhão com célula SOFC. É possível? – Eustáquio Sirolli, da Foton Motors, fez uma análise dimensional da célula PEMFC e SOFC para o caminhão de 360kW de potência. Na comparação com as dimensões básicas de PEMFC da Ballard Canadá, com três células de 120kW ocupando 1,15m3 no mesmo espaço do motor e 150kg de peso, o especialista considerou a unidade motora muito atrativa para a redução de massa do veículo, cujo motor a Diesel pode pesar de 1.000 a 1.200kg.

No desafio de investigação da aplicação da célula SOFC Sirolli considerou duas alternativas possíveis de fazer: na primeira, Huatsing Power (China), são necessárias 72 células a combustível de 5kW que ocupam 1,93m3, com massa de 6.336kg que, adicionados 500kg de periférico, soma 6.836kg. “A carga máxima permitida no eixo dianteiro do caminhão no Brasil é de 6 toneladas, e essa unidade é muito pesada”, avaliou. Na segunda alternativa analisada, Elcogen (Estonia), de um novo fornecedor, houve redução expressiva da massa das stacks em SOFC, com 120 células de 3kW que ocupam 1,47m3 e pesam 4.460kg. “Isso mostra que há espaço para compactação desse tipo de célula a combustível” apontou Sirolli.

Na visão do especialista ainda existe muito espaço de pesquisa para célula SOFC ser considerada veicular. “A Ballard, com os 150kg da célula PEM é imbatível, fica o desafio para estudos com a SOFC”, concluiu.

Para terminar, uma mesa redonda com especialistas convidados representando o setor de etanol, como Plínio Nastari, da Datagro, o setor automotivo, como Daniel Spinelli, da Daimler Truck, e Henry Joseph Jr., da Anfavea, e o setor de hidrogênio, como Gerhard Ett, da FEI, além de palestrantes do evento, sob a moderação de Monica Saraiva Panik, mentora da mobilidade a hidrogênio da SAE BRASIL.

Sobre a SAE BRASIL – A SAE BRASIL é uma associação de pessoas físicas, sem fins lucrativos, que tem como propósito ser “A Casa do Conhecimento da Mobilidade Brasileira”. Participam da entidade profissionais de variadas áreas, unidos pela missão de criar e de disseminar conhecimento, visando a desenvolver tecnologia e inovação no ecossistema da mobilidade.

Fundada no Brasil em 1991 por executivos dos segmentos automotivo e aeroespacial conscientes da necessidade de se abrir as fronteiras do conhecimento da mobilidade e da integração do País ao processo de globalização da economia, a SAE BRASIL é referência nacional para a integração da indústria, academia, 3º setor e dos órgãos técnicos do governo. Conta com 6 mil associados e 09 seções regionais distribuídas desde o Nordeste até o extremo

Sul do Brasil, constituindo-se hoje em uma das mais relevantes instituições do setor da mobilidade brasileira.

A SAE BRASIL é filiada à SAE International, fundada em 1905, nos EUA, por líderes de grande visão da indústria automotiva e da então nascente indústria aeronáutica, entre os quais se destacam Henry Ford, Orville Wright e Thomas Edison. Ao longo de mais de um século de existência tornou-se uma das principais fontes de normas, padrões e conhecimento relativos aos setores automotivo e aeroespacial em todo o mundo, com mais de 35 mil normas geradas e mais de 138 mil sócios em cerca de 100 países

VOCÊ ACOMPANHA A PROGRESSÃO E OS RESULTADOS DO SEU TIME?

 

Valdez Monterazo* – Coach Executivo, especializado em negócios, liderança e psicologia positiva

Em qualquer empreitada, pessoal, profissional ou de times, medir resultados é crucial. Medir resultados corresponde a responder a seguinte pergunta: Estamos progredindo? Ou não? Se em nível individual isso já é fundamental, a um nível de gestão, onde é necessário acompanhar a progressão e resultados de outras pessoas, isso se torna uma questão de sobrevivência.

Não são poucos os gestores e líderes que simplesmente negligenciam esse fator, seja isto simplesmente por desconhecer conceitos de gestão, ou por fatores comportamentais.

Muitos tem receio de quebras de relacionamento ao cobrar o time, outros acreditam que não devem fazer isso, pois as pessoas já são pagas para tal. Independente das razões ou crenças sobre o assunto, uma coisa é certa, ela não corresponde à realidade.

A realidade é que, a falta de disciplina em medir resultados causa uma falta generalizada de direção e quebras significativas de produtividade.

Dito isto, existem dois elementos cruciais que devem ser implementados quando se fala em medição.

O primeiro, é saber exatamente o que está sendo medido, já o segundo está relacionado a estabelecer rotinas de medição de resultados.

1. O que está sendo medido?

Em geral, existem duas formas de acompanhar resultados.

Podemos acompanhar a evolução e conclusão de atividades ou medir indicadores (KPIs).

Quando usar um ou outro depende inteiramente do tipo de trabalho a ser realizado, mas existe uma generalização que pode ser usada.

KPIs são comumente usados como índices para medir rotinas, atividades repetitivas.

Atividades podem ser usadas para acompanhar novos projetos e iniciativas.

2. Rotinas de medição

Independente da forma de medição, é importante que um líder adote, crie um ritual de acompanhamento junto ao seu time.

Ou seja, é crucial que líderes reservem tempo para se reunir com seus liderados e medir os resultados alcançados em determinado período.

Por mais óbvio que isso possa parecer, não é exatamente o que ocorre na prática.

Naturalmente, para se medir determinado resultado, é necessário que ele tenha sido previamente estabelecido.

Sendo mais claro, é impossível medir um resultado que não foi anteriormente planejado, organizado e delegado ao time.

Sendo assim, pode-se resumir o processo de medição de resultados, para não dizer o de gestão em si, em poucos passos:

1. Crie uma rotina de medição, seja em reuniões ou de maneira informal;

2. Avalie os principais resultados obtidos, através de atividades ou indicadores;

3. Forneça feedback relevante ao time;

4. Estabeleça os próximos resultados;

Simples, não é mesmo?

A grande conclusão que você poderá chegar ao implementar o processo de medição em sua equipe é a seguinte:

Pouquíssimas pessoas conseguem manter bons resultados profissionais sem que alguém acompanhe seus resultados.

Mas e você? Vem medindo os resultados do seu time de maneira consistente?

Fazer isso pode te ajudar a ser um gestor muito mais eficaz e, consequentemente, a ter uma equipe operando em altíssima performance.

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Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

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quinta-feira, 9 de junho de 2022

BOLSONARO ATACA OS MINISTROS DO STF PELAS SUAS DECISÕES

Relação entre os poderes

Por
Renan Ramalho
Brasília


O Palácio do Planalto visto do Supremo Tribunal Federal: tensão entre os poderes aumentou após decisão do STF que cassou mandato de deputado aliado de Bolsonaro| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

As declarações mais recentes do presidente Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não deverão provocar, ao menos no curto prazo, respostas belicosas dos ministros na forma de pronunciamentos e notas de repúdio, como ocorreu em algumas ocasiões desde o ano passado, quando cresceu a tensão entre os poderes.

Na terça-feira (7), assim que a Segunda Turma do STF confirmou, por 3 votos a 2, a cassação do deputado estadual Fernando Francischini (União Brasil-PR), por causa de acusações sem provas de fraude nas urnas nas eleições de 2018, Bolsonaro retomou a ofensiva contra os ministros.

“Será que três do Supremo Tribunal Federal, que podem muito, pode continuar achando que podem tudo? Eu não vou viver como um rato. Tem que haver uma reação”, protestou em discurso no Palácio do Planalto, dizendo que as afirmações de Francischini contra as urnas seriam verdadeiras – de que “quando se apertava o número 1, já aparecia o 13 na tela e concluía a votação”.

Interlocutores dos ministros ouvidos pela reportagem avaliam que reações às afirmações do presidente aos tribunais, especialmente aquelas que incitem a população a deslegitimá-los no cumprimento de suas funções, deverão ocorrer dentro de processos judiciais. “A maioria vem percebendo que não vale a pena bater boca com o presidente em público, que é o que ele quer, afinal. Melhor deixar ele falando sozinho e responder nos autos”, disse um deles à reportagem.

O caminho jurídico para isso já está traçado e o recado já foi dado pelo TSE no ano passado e reforçado nesta semana, com a confirmação da cassação de Francischini.

Na sessão da Segunda Turma do STF que derrubou a liminar do ministro Kassio Nunes Marques, que havia devolvido o mandato a Francischini, foi reiterada, nas entrelinhas, a advertência de que qualquer tentativa de Bolsonaro de contestar o resultado das eleições, em caso de derrota, com base em suspeitas infundadas sobre o sistema eletrônico de votação, será considerado um ataque frontal ao regime democrático.

“Às vezes é necessário repetir o óbvio: não existe direito fundamental a atacar à democracia a pretexto de se exercer qualquer liberdade, especialmente a liberdade de expressão. A lealdade à Constituição e ao regime democrático é devida a todos, sobretudo aos agentes públicos, que só podem agir respeitando-a. Não se deve confundir o livre debate público de ideias e a livre disputa eleitoral com a autorização para disseminar desinformação, preconceitos e ataques à democracia”, disse no julgamento o ministro Edson Fachin, presidente do TSE.

É esse o tom que ele vem adotando em suas manifestações públicas e que será reiterado até as eleições. Fachin também não deu sinais de que pretende recuar da iniciativa de se reunir com representantes de instituições públicas, partidos políticos, entidades da sociedade civil e organizações internacionais, além de diplomatas, jornalistas estrangeiros, executivos de plataformas digitais e até lideranças religiosas para obter apoio à Corte Eleitoral.

O objetivo é reforçar a garantia de lisura do processo eleitoral, inclusive em relação ao funcionamento das urnas, de modo a rechaçar qualquer acusação infundada de fraude. Se, em caso de derrota, Bolsonaro não reconhecer o resultado, a expectativa é de que haja uma oposição generalizada a qualquer ato que ameace uma transição pacífica do poder.

Não à toa, o lema da gestão de Fachin, que conduz o TSE até agosto, mês de início das campanhas, é “paz e segurança”. No último dia 31, em encontro com embaixadores em Brasília, o ministro disse que o que mais ameaça a democracia hoje no Brasil é o “vírus da desinformação” sobre o sistema eleitoral, “que, de maneira infundada e perversa, procura incessantemente denunciar riscos inexistentes e falhas imaginárias”. Na reunião, ele apresentou aos diplomatas todos os controles do TSE para assegurar a integridade das urnas, “para que a comunidade internacional esteja alerta contra acusações levianas”.

No último 6, em encontro com líderes de entidades religiosas, o discurso focou na defesa da tolerância, da “brandura” e da “temperança” – a mensagem era de evitar discursos violentos e buscar a harmonia entre diferentes visões de mundo.

“Defender a natureza pacífica das eleições é defender o direito à opinião – e assegurar que a classe política não se furte ao julgamento das pessoas comuns. Defender a democracia é negar a cólera, fugir das armadilhas retóricas, fiar-se no valor da verdade, na fundamentalidade das instituições públicas e, especialmente, na sacralidade do viver em comunhão”, afirmou.

Os dois encontros de Fachin foram criticados por Bolsonaro no discurso feito na última terça-feira no Palácio do Planalto. Após dizer que o ministro foi quem tornou Lula novamente elegível, ao anular suas condenações, afirmou que ele teria sugerido aos embaixadores que os chefes de Estado estrangeiros reconhecessem o vencedor das eleições imediatamente para que não haja qualquer questionamento junto à Justiça. “O que é isso, senão arbítrio? Um estupro à democracia brasileira?”, protestou o presidente.

Você acha que as eleições para presidente em 2022 terão segundo turno?*
Sim. Apesar da polarização que se vê neste momento, nenhum candidato terá maioria dos votos em 2 de outubro
Não. A polarização estimulará o voto útil e teremos uma decisão ainda em 1º turno
Fachin, no entanto, não está sozinho. Na sessão da Segunda Turma que confirmou a cassação de Francischini, o ministro Gilmar Mendes, que busca preservar a relação com outros poderes e tem se mantido afastado das tensões públicas entre o STF e o Executivo, também condenou o questionamento sobre as urnas.

“O discurso de ataque sistemático à confiabilidade das urnas eletrônicas, mais notadamente no dia das eleições, não pode ser enquadrado como tolerável em um Estado Democrático de Direito […] Tal conduta ostenta gravidade ímpar e a resposta estatal assume sobremaneira de atenuar as consequências da propagação de notícia fraudulenta que pode comprometer o pacto social em torno das eleições”, afirmou o decano do STF.

Alexandre de Moraes, maior desafeto de Bolsonaro, não dá sinais de que vá recuar na caçada às “milícias digitais”, nome que deu a grupo de apoiadores do presidente que reproduzem seus discursos contra o tribunal nas redes sociais. De forma sigilosa, o ministro tem avançado com medidas duras nos inquéritos que toca contra aliados de Bolsonaro.

A última foi o bloqueio da conta bancária da mulher do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), por causa de uma transferência de R$ 100 mil que ele fez a ela. Moraes disse que o ato pode configurar crime de favorecimento pessoal, porque ele havia mandado bloquear as contas dele para pagar multas pelo não uso de tornozeleira. Até o momento, o ministro não declarou extinta a pena do deputado, mesmo após o indulto concedido por Bolsonaro, que o perdoou pela condenação a quase 9 anos de prisão, por causas de ameaças aos ministros.

Enquanto isso, parte do governo teme consequências da relação ruim com o ministro para projetos importantes. Nesta quarta-feira (8), estiveram no STF o advogado-geral da União, Bruno Bianco, e o ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio. Eles buscaram apoio dos ministros para destravar os estudos para a construção da Ferrogrão, linha ferroviária de quase mil quilômetros que ligará Mato Grosso ao Pará para escoamento da produção agrícola de exportação.

Os estudos foram paralisados numa liminar de Alexandre de Moraes, por possíveis impactos ambiental e social da obra. Na semana que vem, no plenário, os outros dez ministros decidirão se mantêm ou não o veto aos estudos.

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STF espera mais críticas de Bolsonaro
Dentro do STF, no entanto, a maioria dos ministros percebeu que as críticas de Bolsonaro não vão cessar. Como mostrou a Gazeta do Povo, o próprio Francischini, um apoiador do presidente, mesmo sabendo que não tem chances de reverter a cassação, ainda pretende insistir com recursos, de modo a manter aceso o discurso de ter a liberdade de expressão para poder apontar suspeitas sobre as urnas.

“Nosso recurso extraordinário ainda não foi julgado no STF. Nossa batalha pelo mandato de 427 mil paranaenses não acabou, tornou-se uma batalha muito maior: a luta pela liberdade de expressão de todos os cidadãos nas redes sociais. Não vão nos calar”, declarou Francischini, em vídeo que distribuiu logo após o julgamento pela Segunda Turma.

Ainda tramita no STF outro recurso contra sua cassação, também sob relatoria de Nunes Marques. À reportagem, ele disse nesta quarta-feira (8) que o julgamento não ocorrerá antes de quatro meses. A decisão caberá novamente à Segunda Turma do STF e nada indica que o resultado não será diferente da manutenção da cassação.

Até lá, no entanto, Francischini poderá dizer que pretende disputar novamente as eleições, ainda que sem perspectiva real de que conseguirá, ao final, manter de pé a candidatura – o registro só é analisado pela Justiça Eleitoral em agosto, momento em que a condenação será levada em conta para desaprovar o pedido.

Dentro do STF, a decisão de Nunes Marques de devolver a ele o mandato foi inicialmente criticada nos bastidores pelos ministros, não só pelo conteúdo – de reverter uma condenação importante, que serve de precedente contra acusações às urnas –, mas também pela forma.

O ministro não foi sorteado para analisar o caso, mas aceitou um pedido da defesa de Francischini dentro de uma ação mais antiga que discutia um assunto distinto: a possibilidade de a cassação de um deputado levar também à perda de mandato de parlamentares do mesmo partido.

A decisão dele, de submeter a liminar para referendo na Segunda Turma, ajudou a arrefecer o incômodo inicial. A alternativa seria analisar o caso num mandado de segurança, ação à parte e independente apresentada por suplentes de Francischini, para derrubar a liminar – esse julgamento ocorreria de forma virtual, com votos escritos, ao longo de terça (7).

O problema é que a admissão de um mandado de segurança contra decisão monocrática de um ministro abriria um precedente que não é bem visto por nenhum integrante do STF: a possibilidade de uma parte contrariada derrubar a decisão de um deles recorrendo a outro.

A solução de levar o caso à Segunda Turma, nesse sentido, apaziguou as relações internas.
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GOVERNO QUER VENDER A SUA PARTICIPAÇÃO NO PRÉ-SAL

 

Petróleo e gás

Por
Fernando Jasper – Gazeta do Povo


Plataforma P-74 no campo de Búzios, onde petróleo e gás do pré-sal são explorados sob o regime de partilha: governo quer vender antecipadamente sua parte.| Foto: André Ribeiro/Agência Petrobras

O presidente Jair Bolsonaro enviou ao Congresso um projeto de lei que, na prática, permite à União vender antecipadamente o petróleo e o gás natural que lhe cabem nos contratos de partilha de produção do pré-sal.

Pela proposta, a cessão dos direitos da União será feita por licitação, e o dinheiro arrecadado não será destinado ao Fundo Social, que hoje recebe a arrecadação do governo nos contratos de partilha. Os recursos, segundo o governo, poderão ser “alocados normalmente no orçamento público conforme as prioridades definidas pelo Congresso Nacional”.


Exclusivo para áreas do pré-sal ou outras que sejam consideradas “estratégicas”, o regime de partilha foi instituído em 2010, no governo Lula, e o primeiro campo foi leiloado em 2013. Nesse sistema, a União tem direito a uma parcela do petróleo e do gás que são produzidos. Até então, toda a produção no país era feita sob regime de concessão.

Quem faz a venda ao mercado da parcela da União na partilha, conforme os volumes são produzidos, é a Pré-Sal Petróleo S/A (PPSA), estatal criada exclusivamente para isso. No fim de maio, decreto de Bolsonaro incluiu a PPSA na lista de estudos para uma possível privatização. A iniciativa era uma das prioridades do novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, junto com a privatização da Petrobras.

O governo não informou o quanto espera arrecadar com a cessão de todos os seus direitos nos contratos de partilha. Como se trata de petróleo e gás que ainda serão produzidos, é possível que haja um deságio (desconto) em relação aos preços atuais dessas commodities.

No início deste ano, a PPSA estimou arrecadar US$ 116 bilhões até 2031 com a venda da parcela da União nos contratos de partilha. O cálculo foi revelado pelo diretor-presidente da empresa, Eduardo Gerk. Segundo o estudo “Estimativas de Resultados nos Contratos de Partilha de Produção”, a estatal prevê a produção de 8,2 bilhões de barris de petróleo sob esse regime até 2031. A parte da União nesse total seria de 1,5 bilhão de barris.

De 2013 a 2021, a PPSA arrecadou R$ 3,9 bilhões para a União. O maior valor registrado foi o do ano passado, de R$ 1,22 bilhão. Neste ano, a companhia espera receitas de R$ 3,8 bilhões, quase o mesmo valor arrecadado nos nove anos anteriores. De janeiro a abril, a empresa levantou R$ 642 milhões.

Governo fala em reduzir presença do Estado e participação em “energia suja”
Segundo comunicado da Secretaria-Geral da Presidência da República, o projeto de lei encaminhado ao Congresso “autoriza a União a ceder, de forma integral e definitiva, o direito à sua parcela do excedente em óleo e gás proveniente de contratos de partilha de produção e acordos de individualização da produção em áreas não contratadas na área do pré-sal ou em áreas estratégicas, comercializados pela PPSA”.

O governo afirma que a venda de sua parte no regime de partilha possibilita “a redução da presença do Estado na economia” e “a diminuição da participação federal em energia suja, com recursos que poderão contribuir para financiar uma agenda ambiental e socialmente responsável”.

Em seu comunicado, o governo afirma que o modelo de partilha faz com que a União compartilhe com seus parceiros privados “os riscos associados à exploração do petróleo”, levando a PPSA a exercer atividades similares às de “traders” privados, “o que demanda ações complexas a fim de que a empresa estatal consiga maximizar as receitas da União”.

“Estamos dando segurança jurídica para viabilizar a venda dos contratos de petróleo do regime de partilha em um momento em que o mundo experimenta a transição energética, migrando de fontes sujas para fontes limpas”, diz o secretário especial de desestatização, desinvestimento e mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, citado no comunicado da Secretaria-Geral da Presidência.

“Não faz sentido que o governo continue tendo contratos de petróleo por décadas à frente, sabendo que países como a Inglaterra proibiram venda de veículos a combustão a partir de 2030”, afirma Mac Cord.

Conforme o governo, “a medida aproveita a ocasião de alta expressiva nos preços do petróleo para maximizar a receita pública”. Seria, assim, uma oportunidade de “monetização do petróleo e gás natural” em um “momento oportuno em que o preço do barril chegou ao maior valor dos últimos dez anos e há forte demanda por esse produto”.

Governo não quer destinar receitas ao Fundo Social
Segundo o governo, o dinheiro obtido com a venda antecipada de sua parte nos contratos de partilha não vai para o Fundo Social porque “haveria ineficiência na gestão fiscal”.

“Dado o volume de recursos esperados, eles não teriam contrapartida de previsão de despesas no orçamento. Porém, não haverá qualquer prejuízo à execução das políticas públicas abrangidas pelo Fundo Social, uma vez que os recursos serão alocados normalmente no orçamento público conforme as prioridades definidas pelo Congresso Nacional”, afirma o comunicado.

Pela legislação atual, todo o dinheiro arrecadado nos contratos de partilha vai para o Fundo Social, reserva destinada a investimentos em saúde educação, cultura, esporte, saúde pública, ciência e tecnologia e meio ambiente.

Das afirmações do texto do governo, subentende-se que, se o dinheiro da venda dos direitos fosse destinado ao Fundo Social, boa parte dele ficaria parada. Não haveria como gastá-lo tão cedo, pois despesas “novas” permitidas por esse recurso – que até então não era esperado – não estão previstas no orçamento.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/governo-quer-vender-antecipadamente-sua-parte-nos-campos-de-partilha-do-pre-sal/
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O QUE PRECISA SER DITO SOBRE O ABORTO

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo


Novo texto do Ministério da Saúde recomenda que, a partir de 21 semanas e seis dias de gestação, seja feita a antecipação do parto, com todos os esforços para salvar a vida do bebê, e não o aborto.| Foto: Unsplash

Em condições normais, não seria necessário celebrar quando uma pessoa ou instituição afirma o óbvio; mas, quando este óbvio passou décadas sendo soterrado por uma manipulação da linguagem que acabou incorporada até mesmo por pessoas de boa fé, é preciso, sim, elogiar quando a verdade evidente é restaurada. É dessa forma que devemos ler a primeira versão da nota técnica “Atenção Técnica Para Prevenção, Avaliação e Conduta nos Casos de Abortamento”, da Secretaria de Atenção Primária à Saúde do Ministério da Saúde, que afirma, de forma inequívoca, que não existe “aborto legal” no Brasil.

A expressão já havia se tornado tão corriqueira que não raro era empregada até mesmo por brasileiros que são contrários ao aborto, mas que desconhecem as nuances da redação dos textos legais e, sem má intenção alguma, concluíam que, por não ter punição prevista no Código Penal, o aborto em caso de estupro, risco de vida para a mãe e feto portador de anencefalia não seria crime. Na verdade, o crime continua existindo, mas o legislador julgou adequado não lhe aplicar pena alguma. Para que certa conduta não fosse criminalizada, seria preciso que a lei dissesse claramente que “não é crime” ou “não constitui crime”, em vez de apenas “não se pune”, como está escrito no caso do aborto. E o Código Penal brasileiro tem exemplos de ambas as situações, que a Gazeta do Povo já descreveu em detalhes dois anos atrás. Em ótima hora, portanto, o governo vem a público trazer a correta interpretação da lei, desmentindo o que constava até mesmo em documentos oficiais de governos anteriores e no discurso dos defensores do direito de matar, que sempre falavam em “aborto legal” na tentativa de manipular a opinião pública.

A nova nota técnica precisa ser encarada como o avanço possível; décadas de abortismo incrustado nas estruturas do poder público não serão desfeitas com uma canetada

No entanto, reduzir o alcance da norma técnica a um esclarecimento legal seria injusto. O texto, além de trazer o que há de mais recente em termos de pesquisa médica para apoiar o atendimento, é permeado pela intenção de cuidar das duas vidas em jogo, a da mãe e a do bebê – nos casos em que o aborto ainda não foi realizado. O documento reforça a importância do consentimento e da proteção especial às gestantes menores de idade, além de reafirmar a proibição do teleaborto, o direito à objeção de consciência e a necessidade dos procedimentos de coleta de evidências nos casos de violência sexual, para que seja possível investigar e punir o estuprador sem expor a mulher violentada a um novo constrangimento, em linha com as leis 13.718/18 e 13.931/19, que tratam do assunto.

Especialmente digna de elogio é a orientação para que o aborto não seja realizado quando a gestação tiver ultrapassado 21 semanas e seis dias, pois neste caso já se atingiu a chamada “viabilidade fetal”, a possibilidade de sobrevivência fora do útero. O documento do Ministério da Saúde orienta que, nessas situações, seja feita a antecipação do parto, e não o aborto (mesmo nos casos em que não há punição legal), usando-se toda a tecnologia disponível para que o bebê prematuro tenha a chance de se desenvolver e, depois de receber alta, seja encaminhado para a adoção, caso seja esse o desejo da mãe.


Muitos defensores da vida intrauterina haverão de ponderar que, apesar de todos os pontos positivos do texto, o aborto não punido por lei, mesmo sendo crime, continuará a ser realizado em muitos hospitais, incluindo os da rede pública – em outras palavras, até mesmo dinheiro do contribuinte seguirá sendo usado para que se cometam crimes com toda a segurança. Não há dúvidas de que o objetivo final é que isso não ocorra mais; que sempre sejam protegidas as duas vidas, a da mãe e a da criança; que Estado e sociedade proporcionem todos os meios para que as gestações sejam levadas até o fim. Mas a nova nota técnica precisa ser encarada como o avanço possível; como já afirmamos em outras ocasiões, décadas de abortismo incrustado nas estruturas do poder público não serão desfeitas com uma canetada.

E mesmo este avanço corre risco, pois audiências públicas aparelhadas pelo abortismo certamente pressionarão o Ministério da Saúde para que abandone ou suavize o texto, isso para não falar das dificuldades que poderão ser impostas por setores ideologizados do Ministério Público e do Judiciário. Que os responsáveis pelo texto demonstrem, diante da esperada reação contrária, a mesma coragem que tiveram ao redigir a nota técnica; a vida nascente e todos os seus defensores no Brasil agradecem.


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CAMPO PRECISA PRODUZIR PARA ABASTECER O MUNDO

 

Hora trabalhada

Por
Vandré Kramer


Produtividade por hora trabalhada no campo cresceu mais de quatro vezes entre 1995 e 2021, aponta a FGV.| Foto: Wenderson Araújo/CNA

Um estudo sobre produtividade por hora trabalhada no Brasil, realizado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), mostra que o crescimento do indicador se concentrou principalmente no campo.

Apesar de ainda contar com a taxa mais baixa, com geração de R$ 18,6 por hora trabalhada em 2021, a agropecuária foi o setor com maior crescimento no longo prazo: sua produtividade aumentou mais de quatro vezes desde 1995. Os serviços tiveram uma pequena expansão no período, 10,4%, enquanto na indústria o indicador recuou 5,7%.

Em seu conjunto, a produtividade por hora trabalhada da economia brasileira teve uma expansão de 27,6% entre 1995 e 2001. Mesmo assim, a produtividade do trabalhador brasileiro caiu frente ao americano. No ano passado, de acordo com o Total Economy Database, ela correspondia a 25,5% do trabalhador americano, o que significa que são necessários quatro brasileiros para produzir a mesma riqueza gerada por um norte-americano. Em 1980, essa relação era de 46,1%, ou seja, dois brasileiros produziam quase o mesmo que um trabalhador dos EUA.

O pesquisador Fernando Veloso, da FGV, aponta que a principal característica do setor agropecuário no Brasil é que ele é bem aberto ao exterior. “É um modelo completamente diferente do praticado por indústria e serviços.”

A importância do campo na pauta de exportações brasileira vem crescendo, destaca Veloso. “E também importa bastante, como é o caso dos fertilizantes”, cita.

Outro destaque, segundo o pesquisador, é que é um setor com uma visão mais tecnológica, obtida inicialmente a partir de parcerias desenvolvidas com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “É produção de conhecimento aplicado. Faz bem parcerias de pesquisa realizadas com o setor privado.”

Um dos impactos desses ganhos de produtividade se reflete na melhoria dos salários no campo. Apesar de ainda serem os menores na economia brasileira, Veloso aponta que a diferença para a indústria, que tradicionalmente tem as melhores remunerações, diminuiu muito de 1995 a 2021: “Antes era de oito vezes, agora está em duas vezes”.

Quais os desafios para ampliar a produtividade da agropecuária
Mesmo com os ganhos obtidos nesse período, Caroline Nascimento Pereira e César Nunes de Castro, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), apontam que os desafios persistem para o país. O momento é de facilitar a difusão de novas tecnologias.

“O crescimento da capacidade produtiva agrícola possui ganhos inegáveis do ponto de vista econômico para a balança comercial brasileira e para a autossuficiência alimentar do país, porém, os impactos ambientais também podem ser substantivos, se o crescimento não for baseado em forte uso de tecnologias, o que pouparia o maior uso de terras”, citam os pesquisadores do Ipea.


Eles apontam que “o papel de destaque do Brasil nesse setor levanta questões sobre as implicações da maior demanda sobre o modo de produção, ou seja, como se dará esse aumento de produção sem causar maiores impactos negativos com a expansão de área”. “O ideal é que esse crescimento ocorra baseado em tecnologias existentes ou novas, principalmente aquelas relacionadas à transformação digital e à Agricultura 4.0”, afirmam.

Caroline e Castro lembram que a agricultura digital já é uma realidade em muitas propriedades brasileiras, principalmente nas mais capitalizadas: “Assim, acompanhar o avanço das novas tecnologias de perto é fundamental para que seja possível ofertar aos pequenos produtores opções viáveis para que não se amplie o ‘abismo’ produtivo entre os grandes e os pequenos”.

Os pesquisadores do Ipea também destacam que estar atento às políticas de apoio para adoção de tecnologias possibilita que não somente os grandes, mas também os pequenos tenham condições de atender à crescente demanda por produtos agropecuários brasileiros.


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ENCONTRO DE BOLSONARO E BIDEN NA CÚPULA DAS AMÉRICAS

Reunião bilateral

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo
De Santa Cruz do Sul (RS)


Presidente Jair Bolsonaro viajou para os Estados Unidos nesta quarta-feira (8) para participar da Cúpula das Américas| Foto: Isac Nobrega/PR

O presidente Jair Bolsonaro está viajando aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas acompanhado dos ministros Carlos França (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Fábio Faria (Comunicações) e Joaquim Leite (Meio Ambiente).

Antes de embarcar, Bolsonaro disse na Associação Comercial do Rio de Janeiro que faz questão de aproveitar todo o tempo possível para mostrar ao presidente americano Joe Biden o que é o Brasil de hoje. Um país que teve que gastar R$ 700 bilhões com a pandemia, mas que evitou com isso a ocorrência de saques e da fome.

Vai falar também que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. Temos dois terços do nosso território preservado, coisa raríssima no mundo. E vai tratar também de assuntos comerciais e econômicos, e falar sobre compromissos assumidos com o Brasil pelo presidente anterior, Donald Trump.

Enfim, Bolsonaro quer reescrever a versão que os americanos têm do Brasil a partir da visão de ONGs estrangeiras e de brasileiros apátridas, que falam mal do Brasil lá fora e empanam o conceito dos brasileiros.

Terceira via está perdida
Os tucanos decidiram apoiar a candidatura de Simone Tebet, do MDB. Eles estão lutando pela sobrevivência. Lula disse outro dia que o PSDB acabou, mas a verdade é que ainda não.

Eduardo Leite certamente já desistiu de ser candidato à Presidência da República porque viu que não tem o menor sentido. Ele deve estar arrependido de ter renunciado ao governo do Rio Grande do Sul e agora quer ser candidato a governador de novo.

O MDB precisou fazer concessões ao PSDB no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais para garantir o apoio a Tebet. O partido dela tem candidatos ao governo nesses estados que não queriam abrir mão das candidaturas, mas tudo é uma questão de negociação.

Também está difícil a vida de Sergio Moro, que entrou e saiu do Podemos, foi para o União Brasil, se domiciliou eleitoralmente em São Paulo, e no fim não deu certo. Agora pode ser candidato no Paraná, mas sabe-se lá a quê? Ao Senado? Mas Alvaro Dias, que é o mentor de Moro na política, já é o candidato.

E o União Brasil, o que pensa disso? Quem manda no União Brasil no Paraná é Fernando Francischini, que é apoiador de Bolsonaro, que foi traído por Moro. O ex- juiz andou fechando portas. A esposa de Moro chegou a publicar um sanduíche de mortadela nas redes sociais dizendo que isso os identificava com São Paulo.

Já o ex-governador João Doria ainda não percebeu o seu tamanho real. Disse que vai fazer um pronunciamento à nação no dia 13 de junho. Não sei qual o tamanho que ele julga ter.

Então, esse parece ser o destino da terceira via, que está completamente sem rumo. Parecem tontos nesse momento, já lutando por migalhas, o que vai sobrar para eles nessa eleição, para se manterem com uma bancada razoável nas Assembleias Legislativas, na Câmara e no Senado.
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SOBRE A FORMAÇÃO INTELECTUAL DOS NOSSOS JUÍZES

Ser ou não ser?

Por
Paulo Polzonoff Jr.


Alexandre de Moraes nunca leu “Hamlet”. Sergio Moro, dá para ver, tampouco é chegado à imaginação. Fachin é a alma burocrática por excelência.| Foto: Pixabay

No fim de semana eu estava todo animado para escrever uma versão de “Hamlet” baseada nas recentes e infindáveis estripulias do ministro Alexandre de Moraes. Nessa versão, meu irmão-em-calva faria o papel-título. Bolsonaro seria o rei Cláudio. Ofélia, a imprensa. O fantasma seria o Estado de Direito e Gertrudes, a democracia.

Uma coisa leva a outra e, quando percebi, estava segurando um crânio na mão, olhando para a plateia com minha melhor expressão reflexiva e perguntando: como é possível que o Supremo Tribunal Federal tenha magistrados com uma formação moral e intelectual tão deficiente? Sim, porque duvido que Alexandre de Moraes tenha lido e absorvido a obra-prima shakespeariana. Se tivesse lido e entendido, não estaria promovendo essa carnificina jurídica toda para, instigado pelo fantasma do Estado de Direito, salvar a honra da democracia, agora desposada por um Bolsonaro malvadão.

Como fui de Alexandre de Moraes a Sergio Moro, não sei. Ah, lembrei! É que recebi uma mensagem de um amigo falando da decepção dele com o ex-juiz. Dizia o bom amigo, e tendo a concordar com ele, que estamos em busca de heróis ou vilões absolutos e que por isso é muito difícil aceitar o fato de que o péssimo político, o ministro perdido e o excelente juiz possam conviver numa só pessoa. É a tal coisa: Shakespeare “criou” o humano, em todo o esplendor da ambiguidade, enquanto a Marvel veio e reduziu o humano à condição de herói ou vilão. Que lástima!

De qualquer forma, a gente olha para Moro, ouve Moro, analisa os discursos e as decisões de Moro e constata que ao ex-juiz que pôs Lula numa prisão (de luxo, mas prisão) faltam referências outras que não as notas de rodapé dos códigos jurídicos. Nem tanto por culpa dele, embora um pouco de esforço não faça mal a ninguém. Moro é produto de um sistema educacional nivelado por baixo e que permite que analfabetos do imaginário ocupem postos importantíssimos, como o de juiz.

Até onde vejo, faltam às autoridades que controlam o país um entendimento maior de como todos aqueles conceitos expressos em livros jurídicos cheios de mesóclises e latinórios se relacionam com a vida real. Falta ler o já citado “Hamlet” para entender como os Alexandres de Moraes da vida se tornam escravos de uma obsessão. Falta esmiuçar “Bartleby” para entender a importância de, aqui e ali, se negar a agir – simplesmente porque algo dentro de nós sabe que isso é o certo. Falta mergulhar na “Tabacaria” para compreender os sonhos e os anseios das pessoas comuns.

Veja, por exemplo, essa alma de bigodinho e mentalidade ultraburocrática que atende pelo nome de Edson Fachin. Ops, desculpe. Doutor Fachin. O homem que, depois de três anos, simplesmente mudou de ideia para pôr Lula na rua novamente. Tivesse lido uns poemas, umas peças, uns contos, uns romances (sem falar nas minhas crônicas), talvez Fachin se dispusesse a se perguntar “por que estou fazendo isso?”. E a responder objetivamente, sem mesóclises, latinórios e códigos, a essa pergunta com a qual poucos têm a humildade de se confrontar.

Tivessem a ambição da excelência, quem sabe Alexandre de Moraes, Sergio Moro, Fachin e milhares de outros juízes deixassem de ver as partes e os casos como abstrações teóricas e os enxergassem como seres humanos e recortes complexos da vida. E se percebessem pequenos demais para tentar resolver na marra, na frieza estúpida da lei e no voluntarismo político todos os conflitos humanos.


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PEC DOS COMBUSTÍVEIS EM ANDAMENTO NO SENADO

 

Perda de receita

Por
Cristina Seciuk

Bomba de combustivel em posto da Petrobras – frentista – alcool – gasolina


A PEC dos Combustíveis prevê R$ 29,6 bilhões para compensação aos estados por perda de arrecadação com ICMS.| Foto: Arquivo/Gazeta do Povo

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) prometida pelo governo federal para aplicar novas desonerações dos combustíveis na tentativa de reduzir os preços para o consumidor prevê R$ 29,6 bilhões para compensar os estados pela perda de arrecadação com o ICMS. O texto é do líder do governo no Congresso, mas foi detalhado pelo senador Fernando Bezerra (MDB-PE), relator do Projeto de Lei Complementar (PLP) 18, que também teve parecer apresentado na tarde desta quarta-feira (8).

Bezerra destacou que a PEC é autorizativa, não impositiva, ou seja, os estados poderão optar por aplicar a medida e, caso o façam, serão compensados pela perda de arrecadação até o limite indicado. A proposta trata de zerar a alíquota do ICMS para óleo diesel, gás natural e GLP, além de reduzir a 12% o ICMS para etanol hidratado combustível. A previsão de zerar PIS/Cofins sobre a gasolina, o álcool hidratado combustível e o álcool anidro, que também citada quando do anúncio da PEC, foi incorporada ao PLP que trata do ICMS.

O pagamento será feito em cinco parcelas mensais, em valor proporcional à participação de cada estado em relação à arrecadação total do ICMS sobre os produtos contemplados. Haverá ainda garantia do repasse aos municípios na mesma proporção do ICMS não arrecadado (ou seja, os 25% que são de direito dos municípios pela cota-parte do ICMS entrará na compensação) e vinculação desses valores repassados à base de cálculo do Fundeb, evitando prejuízos ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica.

Para receber as compensações cada estado deverá, além de aplicar as desonerações, renunciar a qualquer ação indenizatória e aprovar lei específica, como foi feito em meio à pandemia da Covid-19 para o recebimento de transferências federais via Lei Complementar 173 (que estabeleceu o Programa Federativo de Enfrentamento ao Coronavírus).

A PEC dos Combustíveis surgiu dentro do governo federal como um plano para tentar aprovar no Senado o PLP 18 – que fixa teto na alíquota de ICMS que pode ser cobrada de energia e combustíveis – e, ao mesmo, tempo reduzir o preço dos combustíveis, contendo a pressão inflacionária.

Com a apresentação do parecer sobre a proposta referente ao ICMS, o relator Fernando Bezerra apresentou uma segunda PEC para estabelecer um diferencial de competitividade para os biocombustíveis. Segundo Bezerra, o texto prevê a criação de um comando constitucional que mantenha a política brasileira de estímulo aos biocombustíveis, em que se pese que as alíquotas de combustíveis fósseis estão sendo reduzidas e poderiam favorecer os tipos mais poluentes.

A proposta vai demandar a elaboração de uma lei complementar para a definição de alíquotas, mas a PEC elaborada por Bezerra prevê como regra de transição a manutenção da diferença da carga tributária vigente em 15 de maio de 2022, uma vez que o país já pratica regras tributárias favoráveis ao etanol, por exemplo.


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EQUIPE DE VENDAS DEVE APRIMORAR PARA VENDER MAIS

Agência Mestre – Isabela Guiaro

Você sabe a rotina ideal para times comerciais que querem vender mais? O Ricotta, que trabalha com gestão comercial há mais de 10 anos, tem a própria empresa e já trabalhou na equipe comercial, traz o framework ideal para ter mais sucesso de vendas.

Se você é um vendedor, um gestor comercial ou o dono da empresa, você precisa entender quais são as funções macro da equipe de vendas.

E, aqui, estamos falando de funções relacionadas a empresas que possuem vendas consultivas. Ou seja, quando o cliente precisa entrar em contato com alguém do seu time para tomar a decisão de compra e, por fim, fechar a venda.

Funções macro do comercial

Lembrando, também, que neste framework aparece o mínimo de funções que você precisa mapear. Ou seja: sua equipe pode acrescentar outras, mas é recomendável que não remova nenhuma da lista para que a área de vendas consiga entregar mais sucesso.

Prospecção: isso pode ser feito de forma mais ativa ou não, pois depende do seu nível de investimento em marketing digital. Quanto melhor a sua estratégia, menor a sua necessidade de buscar ativamente novos clientes, pois eles vêm até você;

Análise do prospect: validar o perfil, ou seja, o ICP (Ideal Customer Profile). Nem sempre a pessoa que chegou até você é o seu comprador ideal;

Criar um pitch comercial: de qual forma os vendedores vão vender para o prospect? Vendedores que não preparam um discurso antes de entrar em contato tendem a vender menos, por ter menor poder de persuasão;

Apresentação: de fato, apresentar a proposta para o prospect;

Follow-up: depois da apresentação, é preciso manter contato com a pessoa para verificar se ela irá comprar ou não e suas objeções — que, preferencialmente, devem ser resolvidas para que ela feche a venda;

Contrato: nem todos os tipos de empresas têm, mas se você precisa ter um contrato para formalizar a venda, é interessante que o vendedor acompanhe ou faça o contrato junto às equipes jurídica e financeira;

Melhoria contínua: avaliar a rotina, o que está funcionando ou não e o que precisa ser ajustado no seu framework.

Qual a intensidade de tempo para cada função

Quanto investimento da agenda da sua equipe comercial é necessário para que esse framework funcione? Pensando em uma gestão de tempo eficiente, siga a seguinte rotina:

30% em prospecção de clientes dentro do perfil ideal — principalmente se o seu marketing digital não estiver bem trabalhado, no caso contrário, é possível redistribuir seu tempo para as outras frentes;

15% em análise desses perfis;

30% em criação de pitch e apresentações;

4% em follow-up (ligações, e-mail e mensagens no WhatsApp);

1% em contrato;

20% de melhoria contínua.

Como organizar o seu dia?

Para distribuir as suas atividades de maneira eficiente e implementar a rotina ideal para o time comercial vender mais, é preciso ter uma agenda com blocos bem definidos seguindo a estrutura diária do framework. Um dos maiores erros do time de vendas é fazer as atividades sem definir tempos e etapas que precisam ser cumpridas.

Então, considere os insights de agenda abaixo:

cada período (manhã e tarde), necessita de uma distribuição do framework. No bloco da manhã você coloca os 30%, 15%, 30%, etc, e o mesmo vale para a tarde. Não separe o framework inteiro entre a manhã e a tarde, pois é preciso ter essas etapas em ambos os períodos;

de preferência, invista a maior parte do tempo da melhoria contínua no período da manhã, analisando o que foi feito no dia anterior.

E quando entram as metas?

Quando o gestor do comercial estiver organizando o acompanhamento das metas da equipe, é ideal seguir o último tópico passado acima e fazer a verificação logo pela manhã.

Algumas ideias para fazer esse tipo de acompanhamento são:

dailys: reuniões diárias pra acompanhamento de metas, além de entender os maiores desafios do dia anterior e as prioridades para o próximo dia;

weeklys: verificação de metas semanais, quais foram os principais negócios desse períodos e quais as metas para a semana que vem.

Vender não é um dom, é um método. Se você segue o método e a rotina certo, certamente irá vender mais. Pessoas que não seguem o processo, tendem a ter menos sucesso na área de vendas. Beleza?

STARTUP VALEON UMA HOMENAGEM AO VALE DO AÇO

Moysés Peruhype Carlech

Por que as grandes empresas querem se aproximar de startups? Se pensarmos bem, é muito estranho pensar que um conglomerado multibilionário poderia ganhar algo ao se associar de alguma forma a pequenos empresários que ganham basicamente nada e tem um produto recém lançado no mercado. Existe algo a ser aprendido ali? Algum valor a ser capturado? Os executivos destas empresas definitivamente acreditam que sim.

Os ciclos de desenvolvimento de produto são longos, com taxas de sucesso bastante questionáveis e ações de marketing que geram cada vez menos retorno. Ao mesmo tempo vemos diariamente na mídia casos de jovens empresas inovando, quebrando paradigmas e criando novos mercados. Empresas que há poucos anos não existiam e hoje criam verdadeiras revoluções nos mercados onde entram. Casos como o Uber, Facebook, AirBnb e tantos outros não param de surgir.

E as grandes empresas começam a questionar.

O que estamos fazendo de errado?

Por que não conseguimos inovar no mesmo ritmo que uma startup?

Qual a solução para resolver este problema?

A partir deste terceiro questionamento, surgem as primeiras ideias de aproximação com o mundo empreendedor. “Precisamos entender melhor como funciona este mundo e como nos inserimos!” E daí surgem os onipresentes e envio de funcionários para fazer tour no Vale e a rodada de reuniões com os agentes do ecossistema. Durante esta fase, geralmente é feito um relatório para os executivos, ou pelas equipes de inovação ou por uma empresa (cara) de consultoria, que entrega as seguintes conclusões:

* O mundo está mudando. O ritmo da inovação é acelerado.

* Estes caras (startups) trabalham de um jeito diferente, portanto colhem resultados diferentes.

* Precisamos entender estas novas metodologias, para aplicar dentro de casa;

* É fundamental nos aproximarmos das startups, ou vamos morrer na praia.

* Somos lentos e burocráticos, e isso impede que a inovação aconteça da forma que queremos.

O plano de ação desenhado geralmente passa por alguma ação conduzida pela área de marketing ou de inovação, envolvendo projetos de aproximação com o mundo das startups.

Olhando sob a ótica da startup, uma grande empresa pode ser aquela bala de prata que estávamos esperando para conseguir ganhar tração. Com milhares de clientes e uma máquina de distribuição, se atingirmos apenas um percentual pequeno já conseguimos chegar a outro patamar. Mas o projeto não acontece desta forma. Ele demora. São milhares de reuniões, sem conseguirmos fechar contrato ou sequer começar um piloto.

Embora as grandes empresas tenham a ilusão que serão mais inovadoras se conviverem mais com startups, o que acaba acontecendo é o oposto. Existe uma expectativa de que o pozinho “pirlimpimpim” da startup vá respingar na empresa e ela se tornará mais ágil, enxuta, tomará mais riscos.

Muitas vezes não se sabe o que fazer com as startups, uma vez se aproximando delas. Devemos colocar dinheiro? Assinar um contrato de exclusividade? Contratar a empresa? A maioria dos acordos acaba virando uma “parceria”, que demora para sair e tem resultados frustrantes. Esta falta de uma “estratégia de casamento” é uma coisa muito comum.

As empresas querem controle. Não estão acostumadas a deixar a startup ter liberdade para determinar o seu próprio rumo. E é um paradoxo, pois se as empresas soubessem o que deveria ser feito elas estariam fazendo e não gastando tempo tentando encontrar startups.

As empresas acham que sabem o que precisam. Para mim, o maior teste é quando uma empresa olha para uma startup e pensa: “nossa, é exatamente o que precisamos para o projeto X ou Y”.

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  Brasil e Mundo ...