quarta-feira, 9 de março de 2022

O GOVERNO NÃO SIMPLIFICA A VIDA DO PEQUENO EMPREENDEDOR

 

*Odivan Cargnin – sócio fundador da Razonet e CFO da Irani Papeis e Embalagens S/A.

A atividade de empreender no Brasil é uma das mais difíceis do mundo. O ambiente de negócios do Brasil é um dos mais desafiadores, sendo que o Brasil ocupava a posição 124, de um total de 190 Países em facilidade para se fazer negócios, segundo último relatório Doing Business do Banco Mundial do ano de 2019. A dificuldade reside principalmente no complexo sistema tributário, na insegurança jurídica e no difícil acesso ao crédito e serviços financeiros pelos empreendedores.

E são justamente os empreendedores que fazem a economia girar, gerando empregos, renda e impostos. São as pequenas empresas que mais empregam, por exemplo. Os pequenos empreendedores, em especial, são submetidos às complexas regras tributárias e de negócios que torna o fardo mais difícil de carregar. É paradoxal que o País jogue uma carga tão grande nas costas de quem já carrega o País nas costas.

Mas esse cenário está mudando. “A tecnologia vai fazer as mudanças que as ideologias não conseguem fazer”. Essa frase não tem dono, mas é perfeita para o momento. A onda de digitalização que está acontecendo, neste exato momento, é totalmente a favor dos empreendedores. Mas é preciso ter a cabeça aberta e saber surfar. Do contrário, aqueles que resistirem, ficarão presos num tempo que não existe mais e suas empresas vão ficar ineficientes e sucumbir.

A Razonet Contabilidade Digital tem justamente a missão de “Acelerar o sucesso do empreendedor”, com o uso intenso de tecnologia para simplificar aquilo que o governo complica. Automatizando processos, com pesada tecnologia, sobra muito mais tempo para os contadores e especialistas da Razonet prestar um atendimento humanizado de altíssima qualidade aos empreendedores naquilo que interessa: os negócios.

Nessa mesma lógica, de tornar a vida do pequeno empreendedor mais fácil e justa, é que surge a Razonet Bank. Um banco digital, voltado aos pequenos empreendedores, com a pegada de quem sabe exatamente as dores que esse exército de heróis sente no seu dia a dia. Todo empreendedor tem um desafio, ou um projeto, que precisa de crédito para fazer acontecer, por exemplo. Ou necessita de alguma solução financeira estruturada para cobrir algum buraco no seu fluxo de caixa. Ou, ainda, de um simples serviço bancário, que não custe o que não vale. Nessa jornada de acelerar o sucesso dos empreendedores, a oferta dos serviços financeiros em conjunto com a contabilidade digital busca justamente colocar os clientes Razonet no topo do ranking em facilidade de fazer negócios, independente do ambiente de negócios que o País oferece. As modernas tecnologias e o atendimento humano e diferenciado fazem dos clientes Razonet, os privilegiados participantes de um clube exclusivo, com acesso a facilidades para o seu dia a dia, que o que existe no mercado não consegue oferecer.

Assim a Razonet acredita que consegue impactar a sociedade de forma próspera e em escala. Pois sabemos que cada pequeno negócio carrega o sonho de muitas pessoas. E muitos pequenos negócios carregam o sonho de milhares de pessoas. Como disse o escritor Nassin Taleb, “se você quer ajudar o mundo, abra um negócio”.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

terça-feira, 8 de março de 2022

PUTIN PARECE OBER ÊXITO NA APLICAÇÃO DA MILENAR TÁTICA DE DIVIDIR PARA CONQUISTAR

 

Editorial

Por
Gazeta do Povo

Vladimir Putin participa de cerimônia da Igreja Ortodoxa, na Catedral da Transfiguração, em São Petesburgo, Rússia.| Foto: EFE

Em seus discursos, desde antes da invasão à Ucrânia, vem sendo notório o esforço de Vladimir Putin em se dirigir não apenas à sua plateia interna, a parcela dos russos que o apoiam, mas também para uma significativa parte da população ocidental que se sente profundamente insatisfeita com seus dirigentes ou mesmo com a sociedade na qual vivem. Em geral, trechos relevantes do que diz parecem mirar em pessoas que têm especial apreço por valores tradicionais, como uma religiosidade sólida, o reconhecimento de que a família é a célula fundamental da sociedade e a valorização de bens imateriais, como a tradição e o patriotismo.

É preciso admitir que simplesmente acusar de ingenuidade quem tem aderido às narrativas do líder russo é contraproducente. Se a intenção for a de despertar quem estaria sendo enganado, é mais justo e eficaz compreender as causas que têm gerado essa adesão, que para muitos é surpreendente.

Antes de tudo, reconheçamos que cada um daqueles elementos citados carrega em si um valor intrínseco que reflete muito do que construiu nossa civilização e do que a humanidade tem de melhor. Assim, por considerarem que os representantes de seus países no cenário internacional, ou mesmo a cultura contemporânea na qual estão imersos, falham terrivelmente por não protegerem de modo adequado tais princípios, esses cidadãos desenvolvem uma desconfiança quase automática pelo discurso oficial, especialmente quando se contrapõe a um oponente que parece cumprir melhor o papel de defensor daquilo que mais valorizam. Desse modo, quando veem políticos que frequentemente atacam o que lhes é mais sagrado, como Joe Biden, Justin Trudeau e Emmanuel Macron apontando numa direção, quase que automaticamente escolhem a outra.


Atento a esse fenômeno e ciente de que, no momento, o Ocidente carece de grandes estadistas, dotados de capacidade e carisma o suficiente para gerar união em torno de objetivos comuns, Putin parece obter êxito na aplicação da milenar tática de dividir para conquistar. A fim de atrair apoios ou ao menos dissuadir resistências, o líder russo investe pesado em narrativas que o colocam como representante de um dos lados que comumente se enfrentam em numerosos países democráticos e quase sempre são classificados como conservadores e progressistas.

Pode-se encontrar sinais dessa opção retórica em Putin já há alguns anos, mas ela se tornou mais explícita recentemente. No final do ano passado, por exemplo, ele fez um discurso inflamado em Moscou, com severas críticas ao Ocidente focadas no campo moral, incluindo a acusação de que os governos ocidentais estão ensinando mudança de gênero às crianças. Coincidentemente, as declarações foram feitas ainda no início das tensões que desaguariam na ofensiva russa deste ano.

Diante disso, convém trazer à luz a lembrança de que essa nem sempre foi a imagem que Putin quis construir para si. Há 22 anos, quando assumiu o comando da Rússia, seus primeiros passos no poder foram marcados por sucessivas aproximações com o Ocidente, apresentando um perfil populista que não diferia muito de seu hoje antípoda Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia. Até meados de 2006, a face que demonstrava para o mundo era de um cético em relação à Otan, favorável aos Estados Unidos e pivô de reformas liberais na Rússia. Temas que falassem de forma mais direta aos tradicionalistas de seu país não ganhavam destaque algum em seus discursos.

Atento a esse fenômeno e ciente de que, no momento, o Ocidente carece de grandes estadistas, dotados de capacidade e carisma o suficiente para gerar união em torno de objetivos comuns, Putin parece obter êxito na aplicação da milenar tática de dividir para conquistar

Os primeiros apelos à soberania começaram a aparecer em 2007, assim como o estremecimento com relação a países vizinhos mais inclinados à União Europeia. Mas foi só quando se viu na necessidade de se contrapor às políticas mais liberalizantes de seu sucessor, Dmitry Medvedev, que teve início a “virada conservadora” de Putin. Durante seu governo, Medvedev se aproximou da elite liberal e da classe criativa russa. Ele fez uso das redes sociais e chegou a cair nas graças da Dozhd TV, a estação de televisão russa de oposição então na moda. Quando Putin regressou ao poder, viu a necessidade de consolidar uma nova maioria, procurando compromissos mais amplos com o povo russo. Foi aí que começou a verbalizar teses claramente inspiradas nas ideias de Alexander Dugin, sobre os fundamentos espirituais da nação, defesa dos valores familiares e o ressurgimento de uma onda patriótica que levaria até à invasão da Criméia em 2014.

A partir do final de 2011, ao notar que os acenos que fazia à forte conexão do povo russo com o cristianismo ortodoxo lhe rendiam aumento de popularidade, Putin aprofundou discursos e ações nesse sentido, ganhando a amizade de autoridades da influente Igreja Ortodoxa. Foi assim que o ex-espião da KGB, órgão historicamente responsável pela perseguição a religiosos, assassinato de padres e campanhas de difamação contra a fé cristã, convertia-se em campeão do tradicionalismo, com apoio direto do clero russo.

Essa, contudo, é só metade da verdade quando analisamos a relação de Putin com o cristianismo, pois autênticas conversões tardias são comuns e poderia ser o caso do líder russo, mas há evidências gritantes que apontam em contrário. Ele parece selecionar somente determinados aspectos do conjunto de crenças, valores e atitudes que costumam ser prezados pelos fiéis, enquanto despreza ou infringe brutalmente outros princípios cruciais para a fé cristã, provavelmente por não os considerar compatíveis com seu projeto de poder.

Assim, ele escolhe concordar vigorosamente com a visão tradicional de família e com a importância da religião para a pátria, por exemplo, mas ignora imperativos de caridade óbvios no cristianismo, como o de não matar, o de ser misericordioso e o de ajudar a quem sofre. O exército russo está, a seu comando, assassinando centenas de civis inocentes, incluindo crianças, além de separar famílias, privá-las de seu lar e provocar outras formas de sofrimento que são consequência direta da invasão obstinadamente liderada por ele. Putin deu início a uma guerra absolutamente injusta, contra uma nação que não agrediu seu país. Ele sabe que é a causa de todo esse derramamento de sangue e afirma, sem hesitar, que não vai parar.

Ele parece selecionar somente determinados aspectos do conjunto de crenças, valores e atitudes que costumam ser prezados pelos fiéis, enquanto despreza ou infringe brutalmente outros princípios cruciais para a fé cristã, provavelmente por não os considerar compatíveis com seu projeto de poder

Aqueles que estão se deixando encantar pela parte do discurso de Putin que soa moralmente correta – enquanto fecham os olhos para o horror de seus atos – não percebem que estão, na verdade, concedendo que um homem notoriamente violento e desumano tome para si a função que poderia – e deveria – ser desempenhada por seus líderes ocidentais, de modo muito mais íntegro, pleno, e sem as deformações seletivas que Putin estrategicamente provoca no conjunto de princípios que diz defender. Impossível não vincular o que ocorre hoje, facilmente constatado por numerosas manifestações nas redes sociais, com o conhecidíssimo alerta bíblico sobre o perigoso e enganador fascínio provocado por “falsos profetas”.

Se o Ocidente de hoje está moralmente decaído, a solução não é abandoná-lo ou destruí-lo, mas sim resgatá-lo. Recuperar uma sociedade padecente de tantos males é, sem dúvida, mais trabalhoso, requer sacrifícios e o permanente risco de derrotas, mas é nesse processo que se forja uma geração verdadeiramente madura, resiliente e capaz de discernir a verdade da ilusão, por mais verossímil que esta seja.

Além disso, tendo no horizonte o contexto da guerra cultural contra o progressismo, que tanto preocupa os conservadores, convém a ponderação sobre as consequências de se aceitar que Putin obtenha para si o título de grande defensor mundial dos valores morais. O que vai acontecer, nos países ocidentais, se o autocrata russo for bem-sucedido em vincular sua imagem à defesa da família? É fácil prever a próxima estratégia que os inimigos dos valores familiares passarão a adotar para constranger qualquer um que se contraponha à sua agenda ideológica. Dirão que as pautas conservadoras, bem como seus defensores, são todos alinhados ao homem que mata milhares no Leste Europeu, e cuja imagem é cada vez mais comparada àquela de monstros históricos, como Hitler e Stalin. Vão satanizar a posição pró-família.

Aos cristãos, é preciso ter a coragem de admitir que defender de forma abstrata a instituição familiar, enquanto se faz vista grossa ao extermínio de famílias reais, é qualquer coisa, menos cristianismo. Constitui relegar a uma absurda insignificância a atitude que devia ser prioritária: amar ao próximo. Para esses, que colocam a fé no mais alto patamar, e prosseguem nutrindo simpatia por Putin, em detrimento de todos os cadáveres que levam sua assinatura, urge uma reflexão íntima e honesta a respeito de quem realmente estão seguindo e em quem estão depositando sua esperança.

Impossível não vincular o que ocorre hoje, facilmente constatado por numerosas manifestações nas redes sociais, com o conhecidíssimo alerta bíblico sobre o perigoso e enganador fascínio provocado por “falsos profetas”

Por fim, há ainda outro ponto desse dilema que merece análise mais profunda: o valor dado à democracia. Não raro, entre aqueles que se entusiasmam com a ascensão de um suposto novo conservadorismo mundial liderado por Putin, consta a relativização da democracia enquanto bem a ser preservado. Talvez por conta das frequentes derrotas que as pautas ligadas a valores tradicionais vêm acumulando em nações democráticas, ganha força a tentação de se tolerar regimes totalitários, contanto que garantam a manutenção de uma ordem social moralmente mais íntegra.

Esse perigoso equívoco tem raiz numa visão simplista do que é democracia, quase sempre reduzindo-a às questões eleitorais regidas por regras que colocam ou tiram determinado grupo no poder. No entanto, ela é muito mais que isso. Sem a pretensão de nos aventurar na complexa tarefa de definir a democracia em poucas linhas, é preciso reconhecer que ela está mais para uma cultura que influencia diferentes aspectos da vida. Uma “forma de ser” encontrada por alguns povos para preservar o que consideram fundamental nas relações entre as pessoas, tendo por base o fato de que a vida humana – cada vida humana, individualmente – tem uma dignidade singular, preciosíssima, a ser reconhecida, respeitada e protegida, por meio de um sofisticado sistema social desenvolvido ao longo dos séculos.

A democracia é a única forma de governo a respeitar plenamente essa dignidade e que permite aos seus cidadãos desenvolver ao máximo suas potencialidades. O homem é um ser tal que as principais decisões a respeito de si mesmo e de seu futuro jamais lhe podem ser impostas por coação. Nela, ninguém pode arvorar-se dono da sociedade civil, com o direito de impor o seu projeto pessoal de sociedade. A renúncia à imposição da própria opinião não significa, no entanto, que a democracia só viceja em um ambiente onde as convicções sejam fracas. Aliás, a adesão a uma convicção filosófica, religiosa ou mesmo ideológica só é verdadeira quando abraçada de forma absolutamente livre. Isso só é possível sem dirigismo estatal e isso só a democracia oferece.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/putin-conservadores-e-falsos-profetas/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

POR QUE A IGREJA ORTODOXA DA UCRÂNIA É TÃO IMPORTANTE PARA O PUTIN

Igreja Ortodoxa
Por que a Ucrânia é tão importante para a guerra religiosa de Putin

Por
Maria Clara Vieira – Gazeta do Povo

Kiev (Ukraine), 27/07/2021.- The Primate of the Ukrainian Orthodox Church of the Moscow Patriarchate, Metropolitan of Kiev and All Ukraine Onufry (C) attends a prayer service held at the St. Vladimir’s Hill in downtown Kiev, Ukraine, 27 July 2021. Orthodox believers mark the 1033rd anniversary of the Kievan Rus Christianization on 27 and 28 July 2021. (Ucrania, Moscú) EFE/EPA/SERGEY DOLZHENKO

O líder da Igreja Ortodoxa da Ucrânia do patriarcado de Moscou, Onufry de Kiev| Foto: EFE

Às margens do rio Dnieper, em 988, o grão-príncipe de Kiev, Vladimir (ou Volodymyr em ucraniano), convocou toda a cidade para um grande batismo. Com o objetivo de se casar com a irmã do imperador Basílio, líder do Império Bizantino, o chefe da Rus de Kiev – o grande reino que viria a se tornar a Rússia – não apenas abraçou a fé, como transformou o cristianismo na religião do Estado.

Pela cristianização do território, Vladimir seria declarado santo tanto pela Igreja Católica Romana quanto pela Igreja Ortodoxa, cuja fé se espalharia rapidamente pelo continente, a ponto de, após a invasão de Constantinopla em 1453, os russos passarem a se considerar os sucessores do império bizantino – a “terceira Roma”.

“Quando o Cristianismo chegou na atual Ucrânia, na Rússia e na Bielorrússia, foi através de emissários de Constantinopla. Como consequência dessas missões, o império acabou construindo uma diocese em Kiev. Kiev é, portanto, a cidade-mãe espiritual de todos os países eslavos orientais, ou seja, Bielorrússia, Rússia e Ucrânia”, explica o jornalista Daniel Sender, iconógrafo e especialista em cristianismo oriental.

“Ocorre que, por volta do século XIII, os mongóis, tártaros e outras tribos do Oriente invadiram todas essas terras eslavas e chegaram bem perto de Kiev. Isso fez com que o arcebispo de Kiev, que chefiava toda a igreja dessas cidades-Estado independentes – mas ainda assim, parte de uma confederação -, fugisse para Moscou, levando o arcebispado para lá”, explica Sender. Nascia, assim, o patriarcado de Moscou, hoje denominado Igreja Ortodoxa Russa.

A derrocada da União Soviética, nos anos 1980, traria novos conflitos políticos e religiosos à região: por não aceitar mais a ingerência russa em seu território, parte da Igreja Ortodoxa ligada ao patriarcado de Moscou se separou, formando o patriarcado autônomo de Kiev. Vale lembrar que, ainda que não tenha as mesmas prerrogativas que o papa, a autoridade máxima da Igreja Católica Ortodoxa é o patriarca Ecumênico, que detém a autoridade para reconhecer os diversos territórios canônicos e seus patriarcados locais.

Nomeado para o cargo em outubro de 1991, o patriarca ecumênico Bartolomeu I só reconheceria o patriarcado de Kiev em 2018, conferindo um caráter autônomo e oficial à Igreja Ortodoxa da Ucrânia. “O problema é que o patriarcado de Moscou não aceita essa decisão e entende que o território ucraniano lhe pertence”, explica Sender. “Constantinopla – o patriarcado ecumênico – afirma que nunca cedeu a Ucrânia para Moscou, mas a Rússia entende o contrário”. Em paralelo, há a Igreja Ortodoxa Ucraniana que permanece ligada ao patriarcado de Moscou, um alinhamento que o próprio Vladimir Putin, em seu anseio por reconstruir a “terceira Roma”, pode colocar a perder.

A “terceira Roma” de Putin e as batalhas religiosas na Ucrânia 
Em 2014, Putin citou a história do reino medieval da Rus de Kiev ao justificar a guerra pela anexação da Crimeia, onde o príncipe Vladimir teria sido batizado e que, portanto, seria uma terra “sagrada” para a Rússia. Oito anos depois, o argumento é utilizado para “chancelar” a invasão à Ucrânia – a terra natal do Cristianismo eslavo.

”Embora o Ocidente pense no cristianismo como uma religião enfraquecida e em declínio, no Oriente ele está prosperando. Em 2019, o patriarca Kirill, chefe da Igreja Ortodoxa Russa, se gabou de que estavam construindo três igrejas por dia. No ano passado, foi inaugurada uma Catedral para as Forças Armadas, a uma hora de Moscou. As imagens religiosas se fundem com a glorificação militar. (…) Em um grande mosaico, as vitórias mais recentes – incluindo o ‘retorno da Crimeia’ de 2014 – são celebradas”, descreve o jornalista Giles Fraser.

“No centro desse renascimento pós-soviético do cristianismo está (…) Vladimir Putin. Muitas pessoas não apreciam até que ponto a invasão da Ucrânia é uma busca espiritual para ele. O Batismo de Rus é o evento fundador da formação da psique religiosa russa, a Igreja Ortodoxa Russa traça suas origens aqui. É por isso que Putin não está muito interessado em alguns distritos de tendência russa ao leste da Ucrânia. Seu objetivo, assustadoramente, é a própria Kiev”, explica o especialista.

O problema é que mesmo a Igreja Ortodoxa da Ucrânia, ligada ao patriarcado de Moscou, tem ampla autonomia e é cada vez mais… ucraniana. Não à toa o bispo metropolita Onufry de Kiev comparou a guerra ao “pecado de Caim”, em referência ao personagem bíblico que assassinou o irmão. Há relatos de que, com a invasão, a Igreja da Ucrânia parou de celebrar o patriarca de Moscou em suas orações – o que pode ser prenúncio de uma nova separação.

“Independentemente da afiliação da igreja, você tem muitos novos clérigos que cresceram na Ucrânia independente”, disse Alexei Krindatch, coordenador nacional do Censo das Igrejas Cristãs Ortodoxas dos Estados Unidos, ao jornal The Independent. “Suas preferências políticas não estão necessariamente correlacionadas com as jurisdições formais de suas paróquias”, disse Krindatch, que cresceu na antiga União Soviética.

Por sua vez, o patriarca Kirill de Moscou reforçou o apoio a Putin: durante a homilia do último domingo (6), afirmou que o Ocidente estaria disposto a “organizar campanhas genocidas contra países que se recusam a sediar uma parada gay”. Uma manifestação que, conforme a análise de Fraser, vai na contramão da “imaginação secular ocidental”:

“Mostramos o quão pouco entendemos [sobre o assunto] ao pensar que um monte de sanções fará qualquer diferença. (…) ‘A Ucrânia é uma parte inalienável de nossa própria história, cultura e espaço espiritual’, disse Putin. É disso que se trata, ‘espaço espiritual – uma frase aterrorizante impregnada em mais de mil anos de história religiosa russa”.
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/mundo/por-que-a-ucrania-e-tao-importante-para-a-guerra-religiosa-de-putin/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

O QUE DE ESPECIAL TEM AS CADEIRAS DO TST QUE NINGUÉM SABE?

 

Áudios sobre refugiadas ucranianas

Por
Alexandre Garcia

Um grupo de 17 deputados estaduais de São Paulo enviou nesta segunda-feira (7) um pedido de cassação do deputado Arthur do Val (Podemos-SP) por quebra de decoro parlamentar.| Foto: Arquivo/Agência Alesp

A bancada evangélica do Senado está se unindo para pressionar o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD), para não colocar em pauta o projeto de lei que libera os cassinos, já aprovado pela Câmara dos Deputados. Agora, as lideranças religiosas querem se reunir no Senado para derrubar a proposta. O Senado está divido, portanto esta será uma tarefa complicada.

Senador do PT quer pegar carona no escândalo envolvendo Arthur do Val
O companheiro de viagem do deputado de São Paulo Arthur do Val, Renan Santos, líder do MBL (Movimento Brasil Livre), reiterou o uso da linguagem chula de seu colega ao se referir à deputada estadual de São Paulo Janaína Paschoal (PSL) em uma rede social, chamando-a de “porca”. Uma linguagem bem compatível com o companheiro de viagem dele. A Assembleia Legislativa de São Paulo já está com 10 pedidos de cassação do mandato de Arthur do Val.


Enquanto isso, o senador Humberto Costa (PT), que viaja com Lula pelo México e é da Comissão de Direitos Humanos no Senado, diz que a Comissão deverá convocar o deputado estadual de São Paulo para explicar o áudio em que diz que as refugiadas ucranianas “são fáceis porque são pobres”. Eu fico pensando: por quê? Isso não tem nada a ver com o Senado. É um assunto da Assembleia Legislativa de São Paulo e dos eleitores de São Paulo, que devem decidir se aplicam uma punição a ele ou não. O que o senador quer é pegar carona nessa história. Quer pegar o reboque de um assunto que ficou popular e tentar atrair as luzes para a comissão dele.

Quanto custa uma cadeira para um ministro do TST
Eu fiquei sabendo pelo ex-secretário de Privatizações do governo federal, Salim Mattar, que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) – que, acredito, é um órgão que não existe em outros países – vai comprar cadeiras novas para seus 27 ministros ao preço de R$ 13 mil cada cadeira. É mais uma conta que será paga com nossos impostos. Lembrando que estamos financiando R$ 4,9 bilhões de campanha eleitoral para partido que detestamos. Em 2020 nossos impostos pagaram às campanhas R$ 2,2 bilhões; em 2018, R$1,7 bilhão; e olha o pulo que deu: o valor agora quase triplicou.

Esse fundo público para campanhas é uma invenção dos parlamentares de 2017, pois o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu o financiamento privado das campanhas, que vinham das empreiteiras, daquele escândalo da Lava Jato. Bastou ter um governo sério, sem corrupção, que não tem mais empreiteira pagando propina para nenhum político do governo ou partido no governo. Isso que temos que considerar.

Fim da obrigatoriedade de máscara no Rio
E no Rio de Janeiro, a partir de hoje, a máscara foi totalmente abolida, inclusive em lugares fechados e públicos. Tal como está acontecendo na Bélgica, que a máscara só é exigida para usuários do transporte público. Por falar nisso, caminhoneiros, inspirados pelos protestos dos canadenses, estão cercando Washington para protestar contra medidas restritivas na pandemia.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/alesp-recebe-dez-pedidos-para-cassacao-do-mandato-do-deputado-arthur-do-val/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

INTERVENTOR FACHIN DAS ELEIÇÕES

 

Edson Fachin
É possível esperar imparcialidade do interventor-chefe das eleições presidenciais?

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

O ministro Edson Fachin, do STF, é presidente do TSE| Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O ministro Edson Fachin, como é do conhecimento geral, nomeou a si próprio para o cargo de interventor-chefe nas eleições presidenciais de 2022. Fachin preside, por sistema de rotação, o serviço administrativo que organiza as seções eleitorais, a convocação de mesários e a contagem dos votos – e que foi transformado, por desvio de função, num órgão político que pretende mandar na eleição. É um despropósito.

Com o apoio reverente da mídia, e o aplauso interesseiro dos partidos de “esquerda”, o ministro e o seu Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão exercendo atribuições que não existem em nenhuma democracia séria do mundo – e a sua atuação, como ocorreu no caso do ministro Luís Roberto Barroso, está sendo o principal fator de tumulto na sucessão presidencial.


A última ofensiva de Fachin foi um desafio aberto ao Congresso Nacional. Ele avisou, muito simplesmente, que de duas uma: ou o Congresso aprova uma lei, do agrado do TSE, para “alinhar” junto às demais plataformas digitais um serviço que não joga pelas regras do ministro, ou o STF vai impor a sua própria decisão a respeito.

É a história de sempre. Se o que o Congresso decide contar com a aprovação dos onze ministros, o tribunal sempre declara que não pode “interferir” nos “atos do legislativo” – como acaba de ocorrer no caso do infame “Fundo Eleitoral” de quase 5 bilhões de reais que os políticos deram de presente a si mesmos para estas eleições. Se o Supremo não gosta da decisão, essa conversa é esquecida na hora – aí o atual gestor do TSE se julga no direito de intervir do jeito que quiser.

Fachin veio com uma aberração mental de primeira grandeza para explicar o seu “cala boca” ao Congresso. O Brasil, disse ele, é “uma democracia”, e sendo uma democracia, tem “o direito democrático” – a ser exercido pelo STF, é claro – de passar por cima do poder legislativo em “defesa” dessa mesma democracia. Não passou pela sua cabeça que a democracia, segundo está dito na Constituição brasileira, tem de funcionar segundo as instituições. Ele acha que tem de funcionar segundo os desejos do Supremo. Todo mundo parece ter achado que isso é muito normal.

Fachin, há pouco, fez declarações absolutamente incompreensíveis, e sem fundamento nenhum, sobre “ataques” da “Rússia” e da “Macedônia do Norte” contra o TSE – e conseguiu ser mais incompreensível ainda com a sua tentativa de desmentir o que tinha acabado de dizer. O ministro não esclareceu a quem, exatamente, essa interferência russa ou macedônia iria favorecer na eleição de outubro. Mas, pelo cheiro da brilhantina, não é preciso ser nenhum Sherlock Holmes para ver o que ele está querendo dizer.

Fachin é o responsável direto pela candidatura de Lula à presidência da República – foi ele que tomou a decisão, sem precedentes no direito brasileiro, de anular com uma desculpazinha processual de advogado de porta de cadeia as quatro ações penais que condenaram Lula por corrupção e lavagem de dinheiro. Com isso, e só por isso, ele recuperou a condição legal para ser candidato.

Qual é a imparcialidade que se pode esperar de Fachin, do TSE e do Supremo como fiscais das próximas eleições?


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/e-possivel-esperar-imparcialidade-do-interventor-chefe-do-tse/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

CANDIDATURA DE PACHECO À PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PERDE FORÇA

 

Presidente do Senado
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.| Foto: Roque de Sá/Agência Senado

A pesquisa Exame/Ideia divulgada no fim de fevereiro indicou que o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem 0,8% das intenções de voto para a Presidência da República. O parlamentar, que é o presidente do Senado, ficou em sétimo lugar no levantamento. Sua pontuação foi inferior à do deputado André Janones (Avante-MG), que se autointitula um membro do “baixo clero” do Congresso. O desempenho de Pacheco na pesquisa, que reflete quadro já identificado em outros levantamentos, reforça a ideia de que o PSD dificilmente manterá sua pré-candidatura até o fim.

O partido, hoje, já especula outro nome: o do governador gaúcho Eduardo Leite. Ele ainda é filiado ao PSDB e buscou ser o candidato tucano ao Palácio do Planalto. Perdeu para o também governador João Doria (SP) nas prévias feitas pelo partido em novembro. Mas, embora tenha reconhecido publicamente a derrota, passou a defender alternativas. Em 24 de fevereiro, admitiu que foi convidado pelo PSD “para uma candidatura nacional”. Mas disse não havia tomado uma decisão.

Além de Leite, outra ideia no radar do PSD é a de descartar a candidatura própria e apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa presidencial. O presidente do PSD, Gilberto Kassab, se aproximou de Lula e mantém as negociações para trazer o ex-governador Geraldo Alckmin (SP) para a disputa. Kassab, aliás, chegou a ter uma mensagem sua veiculada nas comemorações do aniversário do PT, no último dia 10 – seu nome esteve ao lado de dirigentes de partidos de esquerda, como PCdoB, PDT e Psol.

Integrantes do PSD divergem sobre candidatura de Pacheco
O deputado federal Reinhold Stephanes Junior (PSD-PR) avalia que a candidatura de Pacheco não chegou a ser um projeto apoiado para além da cúpula do partido. “Já se sabia que essa candidatura não teria o apoio de nenhum deputado do partido. Aqui todo mundo é [Jair] Bolsonaro ou Lula”, disse ele, que é apoiador do atual presidente da República e que defenderá sua reeleição. O partido tem também outros parlamentares que defendem o governo, como Sargento Fahur (PR) e Joaquim Passarinho (PA).

Na mão oposta, os “lulistas” do PSD se equilibram de acordo com negociações regionais. Na Bahia, por exemplo, o senador Otto Alencar anunciou recentemente que disputará o governo do estado. Ele terá o apoio do PT e o atual governador, o petista Rui Costa, será o candidato ao Senado em sua chapa.

Apesar da variedade de posições políticas dentro da legenda, o secretário-geral do PSD, o senador Alexandre da Silveira (MG), mantém o discurso de que o partido terá um candidato na disputa presidencial. “O PSD decidiu ter candidato próprio e está unido nesse propósito”, diz.

Silveira assumiu o mandato no Senado recentemente, após a renúncia de Antônio Anastasia, também do PSD, que deixou o Congresso para ocupar o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União (TCU). Silveira encarou uma polêmica ainda antes de ocupar a cadeira no Legislativo: foi convidado por Bolsonaro para ser o líder do governo no Congresso, cargo vago desde dezembro. Recusou justamente por não querer desagradar os planos nacionais do PSD.

O senador considera os números ruins de Pacheco nas pesquisas como algo “muito natural”. Ele lembra que Pacheco não formalizou o interesse em concorrer ao Palácio do Planalto. Pacheco não chegou a falar em sua pré-candidatura nem quando se filiou ao PSD, em outubro do ano passado. A cerimônia de filiação foi tratada como um lançamento de pré-candidatura presidencial, mas Pacheco evitou citar abertamente o interesse e disse que a questão seria decidida no futuro.

“Se o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, decidir por sua candidatura à Presidência da República, ele tem assegurado o apoio de todo o PSD e o compromisso do presidente Gilberto Kassab. Não há qualquer discussão em relação a isso, isso é público. Se o presidente Rodrigo decidir por não se candidatar – e ele tem toda a liberdade para decidir isso no momento que considerar mais adequado –, nós buscaremos outros nomes”, diz Alexandre Silveira.

O senador fala também que o PSD não trabalhará com parâmetros de pesquisas para definir pela continuidade ou não da candidatura. “Não estamos preocupados com números neste momento. Nenhum nome que se apresentar vai começar com 20%, 30%. Ninguém espera isso. Isso só vai ocorrer durante o período eleitoral, quando os candidatos ficarem mais conhecidos, apresentarem seu histórico, capacidade de execução e liderança, projetos para o país”, diz.

O secretário-geral do PSD chama ainda o governador Eduardo Leite de “grande quadro” e considera que ele é um dos nomes que pode personificar o projeto nacional do partido.

Partido compõe o Centrão e nunca teve candidato a presidente
O PSD existe há pouco mais de dez anos e é presidido por Gilberto Kassab desde seu início. Nesse período, passou por duas eleições presidenciais e não lançou candidato em nenhuma delas. Em 2014, participou da coligação vitoriosa encabeçada por Dilma Rousseff (PT). Já em 2018 fez parte do grande conjunto de partidos que, no papel, apoiou a candidatura de Geraldo Alckmin (então no PSDB) – embora já registrasse, naquele momento, filiados mais inclinados ao apoio a outras candidaturas, em especial a de Jair Bolsonaro, à época no PSL.

Atualmente, o partido conta com um ministro no governo Bolsonaro, o titular das Comunicações, Fábio Faria. Mas ele não deve permanecer na legenda.

O perfil heterogêneo do PSD foi “previsto” por Kassab logo nos seus primeiros meses de existência. Em entrevista concedida em março de 2011, o presidente da sigla disse que o PSD não seria “nem esquerda, nem direita e nem de centro”.

PIB na pandemia: os resultados do Brasil e outros países no acumulado de 2020 e 2021
Metodologia da pesquisa citada na reportagem

O levantamento do instituto Ideia, encomendado pela revista Exame, ouviu 1,5 mil eleitores entre os dias 18 e 22 de fevereiro. A pesquisa foi registra no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05955/2022. A margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2022/pacheco-candidatura-a-presidente-perde-forca-no-psd-por-que-o-projeto-nao-avancou/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

REVISÃO DA APOSENTADORIA DA VIDA TODA FOI APROVADA PELO STF

 

Carla Benedetti, sócia da Benedetti Advocacia, mestre em Direito Previdenciário pela PUC

Por Carla Benedetti, sócia da Benedetti Advocacia, mestre em Direito Previdenciário pela PUC-SP, associada ao IBDP (Instituto Brasileiro de Direito Previdenciário), coordenadora da pós-graduação em Direito Previdenciário do Estratégia Concursos

No dia 25 de fevereiro, por maioria de 6×5, o STF acolheu a Revisão da Vida Toda, ou vida inteira, que computa no cálculo para efeitos de aferição da renda mensal, todos os salários de contribuição do período contributivo do segurado, e não somente os posteriores a julho de 1994, como costuma ocorrer no cálculo dos benefícios previdenciários.

Antes das novas regras advindas com a publicação da Emenda Constitucional n. 103/2019, as aposentadorias concedidas para os segurados filiados à Previdência Social antes de 26/11/1999 eram calculadas conforme a regra de transição da Lei n. 9.876/99, que exigiu que os salários de contribuição, a integrar o cálculo do salário de benefício, devem ser posteriores à competência de julho de 1994, quando da entrada do plano real no Brasil.

Nesse sentido, segundo a tese fixada da revisão da vida toda, de tema 1102: “O segurado que implementou as condições para o benefício previdenciário após a vigência da Lei n. 9.876, de 26/11/1999, e antes da vigência das novas regras constitucionais, introduzidas pela EC 103/2019, que tornou a regra transitória definitiva, tem o direito de optar pela regra definitiva, acaso esta lhe seja mais favorável”.

Tal situação ocorre porque, em alguns casos, a aplicação da regra transitória, do art. 3º e § 2º, da Lei 9.876/99, é prejudicial ao segurado em relação à regra permanente do art. 29, I e II, da Lei 8.213/91. Logo, o que se observa é que a referida regra de transição, por muitas vezes, acaba por não cumprir o papel de “amenizar” o impacto das novas leis editadas, o que torna a aplicação da regra transitória mais desvantajosa ao se não computar salários de contribuição anteriores a 07.1994.

No sentido de se não se tolerar um tratamento mais severo aos que estavam há muito tempo filiados à Previdência Social, é que se admitiu a Revisão da Vida Toda, o que garante ao segurado, em caso de vantagem, optar pela regra definitiva, ao invés da transitória.

Assim, nas situações em que a regra transitória é desvantajosa ao segurado em relação à regra permanente, deve-se adotar a regra permanente, já que a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso XXXVI, dispõe que a Lei não prejudicará o direito adquirido.

Para efetuar o cálculo e avaliar se é vantajosa a consideração dos salários anteriores a julho de 1994, junto à carta de concessão, deve-se dividir o resultado pelo correspondente a 80% do período contributivo decorrido entre 07/1994 e o mês imediatamente anterior a DIB e avaliar se há aumento da renda.

Frisa-se que se o direito foi adquirido antes de 26.11.1999, não se aplica a tese, afinal, ainda não havia sido aplicada a regra de transição. Do mesmo modo, se as condições à aposentadoria foram implementadas após 12.11.2019, data da publicação da Emenda Constitucional n. 103/2019, não se aplica igualmente a revisão.

Além do aumento da renda da aposentadoria, o segurado que faz jus à revisão, receberá os atrasados relativo às diferenças de valores devidos e recebidos dos últimos 05 anos, com correção monetária e juros, haja vista a interposição de ação judicial, pois o INSS não concede esse benefício administrativamente.

Se observado que o segurado faz jus à Revisão da Vida Toda, refletindo em um cálculo mais vantajoso para a renda mensal do benefício, deve ser revisto o cálculo da RMI da aposentadoria, de modo a aplicar a regra definitiva prevista no art. 2º da Lei 9.876/99 (art. 29, I e II, Lei 8.213/91), concernente à média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo, incluindo os salários-de-contribuição anteriores a 07/1994, facultando ao segurado a escolha à forma de cálculo que lhe seja mais vantajosa.

O CÉREBRO É UM ÓRGÃO MAIS IMPORTATE DO NOSSO CORPO E CUIDAMOS POUCO DELE

Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro.

10 exercícios para fazer hoje

Você já percebeu que o órgão mais importante do nosso corpo é também o que damos menos importância ao longo da vida? Na Semana Mundial do Cérebro – de 14 a 19 de março, o Método Supera – Ginástica para o cérebro preparou um guia para você entender e extrair o melhor do seu cérebro em qualquer faixa etária, confira:

Entendendo o cérebro

Para começar, vamos trazer alguns números para que você tenha a dimensão do quão complexo é o funcionamento deste importante órgão: nosso cérebro tem cerca de 86 bilhões de neurônios. Cada neurônio tem cerca de 10 mil conexões, que são as sinapses, as conexões entre outras células. São 1 quatrilhão de sinapses e há cerca de 1 quintilhão de transações por segundo entre neurônios.

O cérebro saudável é assim, um sistema muito dinâmico. “Imagine um cérebro como uma floresta bem densa. Com muitos, muitos caminhos. Essa rede, de incontáveis caminhos, é como a sua circuitaria cerebral, quanto mais forte, mais robusta essa circuitaria cerebral, mais protegido e resistente é o nosso cérebro. Fortalecer essa rede é possível graças à neuroplasticidade”, explicou Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o Cérebro.

O que é neuroplasticidade?

Outro conceito que ajuda a entender a capacidade do nosso cérebro de mudar é o conceito de neuroplasticidade. Este conceito, já comprovado pela neurociência, defende que todo mundo pode se modificar ou seja, estimular o cérebro com atividades novas, variadas, e cada vez mais desafiadoras.

Isso ajuda o cérebro a se reorganizar, conforme vivenciamos essas atividades e as atividades para o cérebro são traduzidas como estímulos.

“Por meio da prática de ginástica para o cérebro, é possível criar conexões, restabelecer conexões neurais e melhorar o desempenho do cérebro. Isso quer dizer que a natureza usa desta plasticidade e capacidade do cérebro de ser modificado para lidar com as mudanças do mundo. O que temos percebido é que um cérebro saudável é um cérebro que tem a quantidade certa de plasticidade. Nem muito, nem pouco, mas a plasticidade ideal, porque a plasticidade muda a natureza das sinapses e o número de sinapses no cérebro”, explicou.

A diferença de atividade cerebral e exercício cerebral.

Mas se o nosso cérebro está sempre funcionando, mesmo quando estamos dormindo, por que precisamos dar estímulos específicos ao cérebro para que ele se desenvolva?

Segundo a especialista, apenas a atividade mental (que é o nosso cérebro funcionando normalmente), não é suficiente para gerar mudanças de neuroplasticidade, da mesma forma que o esforço mental faz. É o mesmo equívoco que se faz entre atividade física e o exercício físico.

“A atividade física ocorre sempre que você executa qualquer ação que envolva o movimento do seu corpo: escovar os dentes, escrever… Já o exercício físico refere-se a um esforço pontual como jogar futebol, fazer aula de balé, ou zumba. A atividade física e o exercício físico, podem trazer benefícios, mas é o exercício físico que ajuda a capacidade de construção e força muscular”, pontuou a especialista.

Como resultado, quanto menos se usa uma função cerebral, pior ela fica. Ao mesmo tempo, quanto mais se usa o cérebro em um tipo de atividade, melhor ele é capaz de realizar. Por isso, a atividade mental rica e variada, com a prática das mais variadas funções cognitivas, é importante para todos os circuitos ativos e saudáveis, pronto para o uso.

Como estimular o cérebro para desenvolvê-lo

Para que o cérebro consiga se exercitar corretamente, é preciso dar a ele estímulos que envolvam novidade, variedade e grau de desafio crescente

“Precisamos ter em mente que quando falamos de exercício ao cérebro precisamos sair da zona de conforto. Qual é o nível certo do desafio? Uma atividade desafiadora para uma pessoa pode ser uma tarefa impossível para outra e um pouco mais para uma terceira pessoa. O objetivo é encontrar um equilíbrio entre a habilidade e o desafio. Seja qual for a atividade, o objetivo é o de ser exposto a novidade e a níveis de desafios cada vez maiores, de modo que a tarefa, não seja nem muito fácil e nem se torne rotina”, detalhou Livia Ciacci, neurocientista do Supera – Ginástica para o cérebro.

A prática de ginástica cerebral é uma atividade que estimula neurônios e ativa áreas distintas do cérebro, potencializando as habilidades cognitivas, como atenção, memória, raciocínio entre outras. Quanto mais estímulos corretos o cérebro recebe, mais ágil e apto para respostas ele se torna.

Faça um caminho diferente para ir para o trabalho/escola;

Vista-se de olhos fechados;

Tente reconhecer os alimentos por meio dos sabores;

Ao fim do dia, recapitule mentalmente tudo o que você fez/onde esteve.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...