sábado, 15 de janeiro de 2022

FILMES INSPIRADOS NAS OBRAS DE WILLIAM SHAKESPEARE

 

  1. Cultura 
  2. Cinema 

Com a estreia de A Tragédia de Macbeth, listamos longas considerados obras-primas, inspirados em peças do inglês

Luiz Zanin Oricchio, O Estado de S.Paulo

Para Harold BloomWilliam Shakespeare é o centro do cânone ocidental. Descontado o viés anglo-saxônico da afirmação, o fato é que se deve creditar Shakespeare como um dos construtores da sensibilidade ocidental moderna. Com suas peças de feitura inigualável e inspirada e temática que não se esgota, tornou-se um sucesso de público e crítica através dos séculos. Dessa forma, era previsível que se tornasse um dos (senão o mais) adaptado dos autores para o cinema.

A Tragédia de Macbeth
Denzel Washington em ‘A Tragédia de Macbeth’, mais uma adaptação para o cinema do clássico de Shakespeare. Foto: Alison Rosa/A24/Apple TV Plus

Aproveitando o lançamento de A Tragédia de Macbeth que parece ser histórico, com Joel Coen na direção, e Denzel Washington e Frances McDormand nos papéis principais, convém recordar algumas das principais adaptações do Bardo para a tela grande. Só da peça “maldita”, existem várias versões:PUBLICIDADE

‘Macbeth’, de Roman Polanski (1971)

Jon Finch é Macbeth e sua esposa é vivida por Francesca Annis. Macbeth é convencido pelas bruxas de que pode tomar a coroa do rei Duncan e assumir o poder. Um crime leva a outros. Uma das adaptações mais sombrias desse texto já tétrico de Shakespeare, por um Polanski atormentado pelo assassinato de sua esposa, Sharon Tate. Disponível na HBO Maxhttps://www.youtube.com/embed/Ysd5gwHfG1w?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘Romeu e Julieta’, de Franco Zeffirelli (1968)

Uma das peças mais populares de Shakespeare, ganha aqui adaptação bastante literal. Romeu (Leonard Whiting) e Julieta (Olivia Hussey) apaixonam-se apesar de pertencerem a famílias que se detestam, os Montecchio e os Capuleto. Assista no YouTubehttps://www.youtube.com/embed/gvCpDknV6Ps?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘Amor Sublime Amor’ (West Side Story), de Jerome Robbins e Robert Wise (1961)

Um Romeu e Julieta em formato musical, ambientado nos Estados Unidos. Em um bairro pobre de Nova York, ferve a rivalidade entre os grupos de imigrantes porto-riquenhos e norte-americanos de origem anglo-saxônica. Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer) se amam, mas, como pertencem a grupos rivais, seu destino será trágico. O enredo foi agora retomado por Steven Spielberg (2021), com mesma música (Leonard Bernstein) e letras (Stephen Sondheim), reproduzindo o conflito básico da versão anterior, apenas acirrado pelas tensões atuais. Assista na Amazon Prime Video.https://www.youtube.com/embed/NF1L3NorO3E?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

Macbeth
Cena do filme ‘Macbeth’, de Orson Welles. Foto: Divulgação

‘Macbeth – Reinado de Sangue’, de Orson Welles (1948)

Com o próprio diretor no papel principal. A ambiciosa Lady Macbeth é interpretada por Jeanette Nolan. Como de hábito, Welles empresta tom gótico a essa tragédia da busca insana pelo poder. Uma obra-prima.https://player.vimeo.com/video/122713781?h=8239396f7d

‘Trono Manchado de Sangue’, de Akira Kurosawa (1957)

A figura marcante de Toshiro Mifune assume o papel do rei assassino. Asaji Washizu é a mulher ambiciosa, que arma a mão do marido para o crime. Harold Bloom considera a melhor adaptação da peça para o cinema. Venceu o Festival de Veneza. Ator e atriz também foram premiados no festival italiano.https://www.youtube.com/embed/TLTVSqwhChE?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘Otelo’, de Orson Welles (1951)

Welles pinta o rosto para interpretar o mouro ciumento, que mata a esposa Desdêmona (Suzanne Cloutier) instigado pelo intrigante Iago (Michéal MacLiammóir).https://www.youtube.com/embed/fCZ0obRJa08?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘Che Cosa sono le Nuvole’, de Pier Paolo Pasolini (1968)

Vale a pena destacar essa criativa (e comovente) adaptação de Otelo feita por Pier Paolo Pasolini. O centro da ação parte de Iago (o cômico Totò), que conduz a intriga num simulacro de teatro de marionetes. Ninetto Davoli encarna o boneco que representa Otelo. É um dos episódios do longa-metragem Capricho à Italiana.https://www.youtube.com/embed/orYVPH7_kXE?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘A Última Tempestade (Prospero’s Book)’, de Peter Greenaway (1991)

Talvez a mais complexa adaptação de uma obra de Shakespeare. A peça em si já é complicada, com suas várias vozes e o recurso da “peça dentro da peça”, usado por Shakespeare em outros trabalhos, como HamletSonhos de uma Noite de Verão e Medida por Medida. John Gielgud encarna as vozes múltiplas em meio ao barroquismo de Greenaway, facilitado pelas novas tecnologias audiovisuais.https://www.youtube.com/embed/rp6ZYCSiPhA?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘Ran’, de Akira Kurosawa (1985)

É uma adaptação livre do Rei Lear. Um chefe de clã no Japão medieval avisa que pretende dividir o reino entre seus três filhos. O cerne da tragédia é a rivalidade e também os impasses da divisão do poder.https://www.youtube.com/embed/Dd-k9URvO0Q?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘Hamlet’, de Grigory Kozintsev (1964)

A versão soviética é tida como das mais fiéis, e possivelmente, a melhor já feita da peça famosa. O príncipe (Innokenty Smoktunovsky) retorna à casa, aprende que o pai morreu e sua mãe casou-se com seu tio. Clássica, neste texto, a hesitação de Hamlet em vingar-se, mesmo instigado pelo espectro do pai. A peça influenciou até Freud, que via nessa postergação do ajuste de contas um sintoma do Complexo de Édipo (inconsciente) do príncipe.https://www.youtube.com/embed/OvssXTX2tuw?enablejsapi=1&origin=https%3A%2F%2Fcultura.estadao.com.br

‘A Herança’, de Ozualdo Candeias (1970)

É, talvez, a melhor aclimatação de Shakespeare ao Brasil. O príncipe da Dinamarca, atormentado pela morte do pai, aqui se torna o filho de um fazendeiro assassinado que procura se vingar. Ao mesmo tempo, a realidade brasileira, com o sertão e os seus despossuídos, insinua-se na trama. Filme brilhante, provavelmente o melhor de Candeias.

MARKETING MOBILE PARA 2022

 

Por Guilherme Kapos – Sales Director LATAM na Adjust

Com o começo de um novo ano, começam também as previsões e tendências que estão por vir. Com os efeitos da pandemia de COVID-19 e a introdução de alterações no IDFA com o iOS 14 no início deste ano, mudanças profundas ocorreram no marketing mobile (e no mundo como um todo).

Com os efeitos desses eventos ainda presentes, 2022 parece ser outro ano transformador para o marketing mobile. Vejamos algumas das principais previsões e tendências que acredito para 2022.

#1) O e-commerce continuará priorizando cada vez mais o mobile

Os efeitos da pandemia de COVID-19 levaram a mudanças duradouras em muitos setores, e um dos mais notáveis é a aceleração do e-commerce ao invés do comércio físico, comum no varejo. De acordo com o último relatório da Adjust, o Brasil registrou o segundo maior número de downloads de apps de comércio eletrônico no mundo, e a América Latina registrou um aumento de 27% de tempo de uso em apps de compras em 2021, mostrando a força das compras por celular no continente.

Como resultado dessa mudança, uma série de grandes varejistas, como a Sephora, mudaram seu orçamento interno para se concentrar mais em campanhas mobile do que em campanhas de lojas físicas. Para navegar neste espaço cada vez mais competitivo, os profissionais de marketing e desenvolvedores de aplicativos precisarão se concentrar na criação de experiências convenientes entre dispositivos, além de incentivar e reter seus usuários com sucesso.

#2) Aplicativos de finance se tornando “super apps” de estilo de vida financeiro

Populares na Ásia, os “super apps” são aplicativos mobile que fornecem vários serviços para se tornar uma abrangente plataforma de comércio e comunicação. Aplicativos como o WeChat integram um grande número de “mini programas” que permitem aos usuários pedir um táxi, solicitar um empréstimo ou comprar de uma empresa local, tudo no mesmo lugar.

Seguindo essa tendência, os aplicativos financeiros em outras regiões, como o PayPal nos EUA e o Nubank se destacando no Brasil,  estão se expandindo cada vez mais para fora dos serviços bancários, criando apps de finanças gerais e de estilo de vida. Muitos bancos estão criando recursos, como planejamento financeiro, diretamente em seus aplicativos, criando uma oportunidade para que seus apps forneçam serviços financeiros ao consumidor além de um banco regular.

#3) Podcasts terão uma participação cada vez maior nos investimentos com anúncios para celular

Embora os podcasts não sejam uma novidade no espaço da mídia digital, nos últimos anos eles deram um salto em termos de crescimento do número de ouvintes, e os anunciantes perceberam. De acordo com a eMarketer, os investimentos com anúncios em podcasts ultrapassaram US $1 bilhão em 2021 e devem ultrapassar US $2 bilhões até 2023. O crescimento e as atividades de conversão que acontecem na publicidade em podcast apresentam grandes oportunidades para os profissionais de marketing, especialmente no mercado brasileiro, já que 57% da população começou a ouvir podcasts durante a pandemia. Além disso, o Brasil é o quinto maior consumidor de podcasts no mundo atualmente.

Os podcasts estão intimamente ligados ao desenvolvimento do marketing de influência, com a confiança implícita no host ou criador do conteúdo, desempenhando um papel fundamental nas decisões de compra. Isso é particularmente verdadeiro para os compradores mais jovens, com 70% dos consumidores dos Millennials e da Geração Z relatando que compraram itens por recomendação de um social influencer.

Os compradores de anúncios estão respondendo, com quase metade planejando aumentar seus investimentos em podcasts e 71% planejando aumentar o investimento em conteúdo de marca por influenciadores, de acordo com Kantar. Nos próximos anos, esperamos que os podcasts, e particularmente seus hosts, desempenhem um papel fundamental no direcionamento aos ouvintes mais jovens.

#4) O excesso de serviços por assinatura levará a mais canais com suporte de anúncios e inventário de anúncios para CTV / OTT 

A última década viu uma mudança constante nos hábitos de assistir televisão, da TV aberta ou serviços de TV por assinatura, para streaming e serviços Over The Top (OTT). A pandemia apenas acelerou essa tendência. O crescimento da TV conectada (CTV) explodiu em 2020 e 2021, e um grande fluxo de novos serviços de streaming entrou no mercado, incluindo HBO Max, Disney +, Apple TV + e Discovery +. Mais de um milhão de assinaturas de TV Paga foram canceladas no ano passado, o movimento em direção ao streaming de CTV e OTT é claro.

No entanto, este grande fluxo também criou uma “overdose de serviços por assinatura”, já que o aumento nos serviços de streaming também significa mais taxas mensais para os usuários acessarem o conteúdo. Em última análise, há um limite para o número de assinaturas que a maioria das pessoas está disposta a fazer para esses serviços, e uma pesquisa recente da Hub Research já mostra que 41% dos entrevistados preferem assistir a conteúdo gratuito com anúncios.

Em 2022, esperamos ver muito mais opções de canais de streaming gratuitos e com suporte de anúncios. Isso dará aos anunciantes novas oportunidades dentro da CTV, que está evoluindo rapidamente como um canal de marketing. Enquanto os anúncios lineares da Televisão convencional funcionam principalmente como um canal de reconhecimento de marca, os recursos da CTV permitem que as grandes telas se tornem mais um canal de marketing de desempenho, com novas opções de análise, rastreamento, refinamento, segmentação e promoção em dispositivos diferentes.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.
  • E-Mail: valeonbrasil@gmail.com
  • Site: https://valedoacoonline.com.br/
  • Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

PACHECO UTILIZA OS JATOS DA FAB PARA FAZER POLÍTICA

 

O blog que fiscaliza o gasto público e vigia o poder em Brasília

Por
Lúcio Vaz – Gazeta do Povo

Despesa de viagens com jatinhos e assessores somaram R$ 2,16 milhões| Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

Pré-candidato a presidente da República pelo PSD, o presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, tem viajado pelo país nos últimos meses em jatinhos da Força Aérea Brasileira (FAB). Por onde passa, fala de soluções para as crises econômica a sanitária que arrasam o país. O senador já torrou R$ 1,2 milhão com voos em aeronaves oficiais – um pouco mais da metade para se deslocar para casa nos finais de semana. O custo total das viagens chegou a R$ 2,16 milhões.

Em encontro nacional do PSD, em Brasília, no final de novembro, Pacheco criticou duramente o presidente Jair Bolsonaro e deixou claro que o seu partido terá candidatura a presidente neste ano. “Amor ao Brasil definitivamente não é só colocar uma camisa da seleção brasileira e sair xingando o STF, o Congresso Nacional e a política brasileira. Amor ao Brasil é praticar a cidadania, é cumprir seus deveres, é criticar de maneira respeitosa aquilo que se revela diferente”, afirmou o senador.

Sobre a candidatura do partido, afirmou: “O que fica claro, e houve aderência unânime de todos os filiados do partido, é que o partido terá candidatura a presidente em 2022. Esta candidatura deverá ser construída primeiro no campo das ideias e das propostas do partido para o Brasil e depois se personificar isso a partir de uma candidatura. Então não há uma definição de nomes”, disse.

Pacheco não se apresentou no evento como o candidato do partido, mas o presidente do PSD, Gilberto Kassab, ficou otimista: “Mineiro, para ter falado como ele falou, é candidatíssimo”.


Quanto custam as viagens
As viagens do presidente do Senado têm despesas variadas. Só as 122 horas de voos em jatinhos da FAB custaram R$ 1,22 milhão. Tem ainda as diárias nacionais e internacionais para assessores e, principalmente, seguranças que acompanham a autoridade. Os seis policiais legislativos que se revezaram na escolta em Belo Horizonte, de 22 de dezembro a 2 de janeiro, por exemplo, receberam 36 diárias no valor total de R$ 24 mil.

Para o exterior é mais caro. As diárias dos assessores e seguranças que acompanharam o presidente na COP26, em Glasgow (Escócia), e no Fórum Jurídico de Lisboa, onde palestrou, somaram R$ 142 mil. Só um deles recebeu R$ 28 mil – ou US$ 5 mil – por 12 diárias. O próprio presidente recebeu mais R$ 14,3 mil em diárias. Durante o ano de 2021, as diárias dos servidores que acompanharam o presidente somaram R$ 474 mil.

Como o presidente do Senado deixou o jatinho em Brasília, todos os assessores e seguranças viajaram em avião de carreira. As passagens dos servidores custaram R$ 117 mil. Ao longo do ano, com as viagens de Pacheco para casa, para São Paulo, Rio de Janeiro e outros sete estados, a despesa com passagens de seguranças e assessores somaram R$ 233 mil. Alguns servidores viajam antes do presidente para os locais dos eventos. Outros retornam depois.

Mas ainda faltam as despesas com cartões corporativos, feitas por assessores e seguranças do presidente durante as viagens. Cobrem gastos emergenciais com material de consumo, serviços, passagens e despesas com locomoção, como aluguel de carros. Em 2021, totalizaram R$ 233 mil. Os detalhes dessas despesas não são divulgados por questão de segurança do presidente. Assim, o total de gastos com viagens do presidente do Senado ficou em R$ 2,16 milhões.

Até meados de setembro, Pacheco havia realizado 60 voos em jatos da Aeronáutica, mas 45 eram de ida ou volta para Belo Horizonte. Outros deslocamentos eram para São Paulo ou Rio de Janeiro. No dia 15 daquele mês, tiveram início as viagens para outros estados. O senador esteve no Encontro Municipalista Goiano, em Goiânia, onde estavam 133 prefeitos. “Não há forma de sairmos da crise no Brasil que não seja pela descentralização e atribuição de direitos e deveres aos municípios, onde as pessoas vivem, onde criam sua família, onde trabalham”, afirmou.

Cinco dias depois, Pacheco estava em Campinas (SP), num evento do setor de supermercados. Deu a primeira estocada em Bolsonaro. “Tem faltado respeito ao país, especialmente nas relações entre os poderes, permitindo-se inclusive discutir essas relações através de redes sociais ou coisa que o valha, quando isso deveria estar sendo discutido em alto nível com respeito entre as instituições”.

No início de outubro, o presidente do Senado voou para Porto Alegre e seguiu para Gramado, na serra gaúcha, para um evento de procuradores: “O Ministério Público de Uma Nova Era: Reflexões e Projeções”.

No dia 15, em Vitória, Pacheco tocou num tema que atormenta Bolsonaro, e passou a sua receita ao presidente: “O problema do preço de combustível envolve, sobretudo, estabilidade. O Brasil precisa de estabilidade, inclusive estabilidade política. Com a estabilidade, nós podemos ter um câmbio que seja tolerável, sem a desvalorização que tivemos do real nesses últimos anos, e aí vamos ter uma forma de contenção do preço do combustível no Brasil. Esse é o primeiro ponto, estabilidade e mecanismos de contenção de inflação e de câmbio”.


A vasta pauta do pré-candidato
Pacheco filiou-se ao PSD no final de outubro. Em 26 de novembro, esteve no encontro de líderes do partido, em Cuiabá, o Fórum Brasil de Ideias. No dia seguinte, usou as redes sociais para tocar no ponto mais sensível do governo Bolsonaro: “Externei a minha preocupação com a pandemia da Covid-19, no contexto da descoberta de mais uma variante da doença. Que não baixemos a guarda e tenhamos as precauções redobradas no enfrentamento do vírus neste momento em que se avizinham as festas de fim de ano e o Carnaval”.

E continuou relatando a sua extensa pauta, quase um plano de governo. “Por outro lado, o Senado trabalha para destravar as principais pautas do país, como a questão dos precatórios, do combate à fome, à miséria e ao desemprego”, afirmou, tocando em pautas petistas.

Em 29 de novembro, em encontro com entidades empresariais em Curitiba, o presidente do Senado defendeu a aprovação do novo Refis, sempre dando estocadas no governo Bolsonaro. “Há resistências naturais do governo, do próprio Ministério da Economia, mas vamos tentar com diálogo mostrar a importância para a sociedade. O Refis significa a vida ou a morte de uma série de CNPJs no Brasil”. A votação do projeto no Congresso acabou adiada para 2022.

Em encontro com empresários em Cascavel (PR), em 10 de dezembro, Pacheco falou das perspectivas para a economia: “Temos que crescer nossa economia, gerar empregos, nos desenvolver, mas esbarramos em uma coisa básica, não há energia para poder ter crescimento nacional, fruto da falta do planejamento”. Como pré-candidato por uma terceira via, lamentou a atual polarização, mas apontou um caminho: “O país está dividido, desunido. Nosso caminho é único e exclusivamente da democracia”.

O blog informou à assessoria do senador Rodrigo Pacheco os valores gastos com jatinhos e diárias e perguntou se o presidente do Senado não estaria fazendo uma pré-campanha eleitoral com dinheiro público, nas asas da FAB. Lembrou, ainda, que foram gastos R$ 653 mil com voos de jatinho para casa nos finais de semana, e perguntou se não seria uma despesa exagerada num momento em que o país vive uma crise fiscal, com déficit orçamentário.

A Assessoria de Comunicação do Senado afirmou que presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, “tem dentre suas prerrogativas o direito ao uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) para o cumprimento de sua agenda oficial, conforme previsto no artigo 2º, inciso II do Decreto nº 10.267/2020”. O decreto diz que “poderão requerer transporte aéreo em aeronave do Comando da Aeronáutica: os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados e do Supremo Tribunal Federal (STF).

A Assessoria acrescentou que “a norma também explicita as seguintes situações em que os aviões podem ser requisitados e que são respeitadas pela Presidência da casa: por motivo de segurança e emergência médica; em viagens a serviço; e em deslocamentos para o local de residência permanente. Esclarecemos, ainda, que as solicitações passam pelo crivo do Ministério da Defesa, por intermédio do Comando da Aeronáutica, que as cumpre estritamente”.

A nota da Assessoria não toca na questão do uso dos jatinhos numa fase de pré-campanha eleitoral – um benefício não disponível para os demais pré-candidatos. Com exceção do presidente Jair Bolsonaro, que já gastou mais de R$ 45 milhões com viagens pelo país e exterior em três anos de mandato.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/lucio-vaz/pacheco-percorre-o-pais-nas-asas-da-fab-como-pre-candidato-a-presidente/
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CANDIDATURA DE MORO E O SEU APOIO NO CONGRESSO

Eleições
Eleições 2022
Terceira via
Por
Olavo Soares – Gazeta do Povo
Brasília

Pré-candidatura de Sergio Moro a presidente ainda não despertou o apoio de forças políticas dentro do Congresso.| Foto: Saulo Rolim/Podemos

Passada a euforia da filiação ao Podemos, a pré-candidatura presidencial do ex-juiz Sergio Moro ainda não mobilizou o meio político a ponto de romper a polarização entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Membros do Congresso ouvidos pela Gazeta do Povo avaliam que, da forma como o tabuleiro político está posto, é pouco provável que Moro ou qualquer outro nome da terceira via consiga atrair o apoio de forças políticas que já estão comprometidas, ou mesmo sinalizadas, com Lula ou Bolsonaro.

“Hoje não há espaço para uma terceira candidatura”, disse o deputado Capitão Augusto (PL-SP), presidente da “bancada da bala” na Câmara e apoiador de Bolsonaro. O parlamentar vê Moro na “prateleira de cima” da política, ao lado de Lula e Bolsonaro, mas sem condição de abalar o favoritismo de ambos, evidenciado pela primeira pesquisa de intenção de voto do ano, realizada pelo Instituto Quaest. “Ele [Moro] deve bater entre 15% e 17% [nas eleições]. Mas a esquerda já se fechou em torno de Lula, e a direita se fechou em torno de Bolsonaro. É uma disputa muito segmentada”, afirmou.

Moro ganhou notoriedade ao conduzir os julgamentos da Lava Jato na 13ª Vara da Justiça Federal em Curitiba, em que condenou, entre outras figuras de peso, o próprio Lula. Deixou a magistratura ao fim de 2018 para atuar na equipe de transição de Bolsonaro e, depois, como ministro da Justiça e Segurança Pública.

Em abril de 2020, rompeu com o presidente, após acusá-lo de interferir na Polícia Federal com o intuito de proteger os filhos, que eram alvo de investigações de corrupção. Moro filiou-se ao Podemos em novembro e, embora não crave ser candidato, é tratado pelo partido como seu nome para a Presidência da República. Por conta de sua trajetória, ele se tornou alvo das críticas de petistas e bolsonaristas.

O líder do PT na Câmara, deputado Bohn Gass (RS), opina que o ex-juiz terá dificuldade em expor à sociedade que é diferente de Bolsonaro. “Ele avalizou a política de Bolsonaro. Foi conivente em questões como a destruição da Amazônia e o enfraquecimento das instituições”, apontou.


União Brasil ó que demonstra mais entusiasmo com Moro
O Podemos tem, atualmente, nove senadores e 11 deputados federais. O partido buscou se identificar com a operação Lava Jato – tanto que filiou, além de Moro, o ex-procurador Deltan Dallagnol. No Congresso, a legenda oscila entre a adesão ao governismo e a contestação a algumas diretrizes do governo, mas não a ponto de aproximar seus integrantes da oposição formal, composta por legendas como PT, Psol e PCdoB.

A chegada de Moro ao Podemos e sua possível participação como candidato na próxima disputa presidencial motivaram poucas demonstrações públicas de elogio de membros de outros partidos. Na busca de viabilizar sua candidatura ao Planalto, Moro e a presidente nacional do Podemos, Renata Abreu, negociam o apoio do União Brasil, nova legenda resultante da fusão entre PSL e DEM.

O ex-juiz e o futuro presidente do União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), se encontraram na semana passada em João Pessoa, na Paraíba, no aniversário do também deputado Julian Lemos (PSL-PB). Chegaram a posar juntos para fotos, mas não deram declarações públicas. Bivar é cotado para ocupar a chapa de Moro como candidato a vice-presidente.

Pacote anticrime foi fonte de embates no Congresso

Como ministro, Moro viveu seu principal momento de interlocução com o Congresso durante a tramitação do pacote anticrime. O conjunto de proposições legislativas avançou na Câmara e no Senado do início ao fim de 2019. O resultado foi a aprovação de um texto que, embora tenha recebido elogios públicos de Moro, passou por significativa desidratação na comparação com a proposta inicial.

As discussões em torno do pacote levaram Moro a ter um dos seus primeiros embates públicos na condição de ministro. Ele e o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), divergiram por conta da prioridade dada ao pacote. Moro cobrou de Maia foco no texto, enquanto o deputado dava preferência à tramitação da reforma da previdência.

A contestação irritou Maia, que chamou Moro de “funcionário do presidente Bolsonaro” e disse que o pacote anticrime proposto pelo ex-juiz era, na verdade, um “copia e cola” de uma iniciativa elaborada pelo antecessor de Moro na Justiça, Alexandre de Moraes, atual ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).

O pacote de Moro motivou críticas de esquerda e direita. Os parlamentares vinculados à esquerda contestaram ações como o excludente de ilicitude, que poderia dificultar a aplicação de punições a policiais que matassem em serviço. Já os de direita reclamaram de concessões feitas por Moro e de tópicos aprovados que não estavam no projeto original, como o juiz de garantias, que possibilita uma revisão do processo legal.

Para o deputado José Nelto (Podemos-GO), a tramitação do pacote anticrime indicou que Moro tinha disposição para dialogar com o Congresso. “Ele sempre foi acessível. Tive mais de 40 audiências com ele, e ele discutia todos os assuntos. O pacote anticrime só não passou como ele queria porque o governo não quis colaborar”, afirmou.

O deputado acrescentou que o momento de seu partido e de Moro é o de diálogo com diferentes forças, o que inclui mesmo siglas que contêm nomes lançados para a Presidência, como PSDB, MDB e Cidadania. “É um processo de amadurecimento. Mas verificamos que a cada momento o projeto vai ganhando apoio”, disse.


Metodologia da pesquisa citada

A pesquisa do Instituto Quaest, encomendada pelo Banco Genial, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-00075/2022. O levantamento ouviu 2 mil eleitores entre os dias 6 e 9 de janeiro. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos; e o nível de confiança é de 95%.


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O BRASIL É DEFICIENTE NA TESTAGEM PARA IDENTIFICAR OS CONTAMINADOS PELO COVID-19

Editorial
Ômicron, testagem e restrições
Por
Gazeta do Povo

Hospital Osvaldo Cruz faz coleta de amostras do covid-19 em sistema de draive-thru. Foto: Ari Dias/AEN.

Demanda por testes de Covid aumentou muito nos últimos dias com o alastramento da variante ômicron.| Foto: Ari Dias/AEN

O avanço acelerado da variante ômicron do coronavírus trouxe de volta à tona uma antiga vulnerabilidade da estratégia brasileira de combate à pandemia de Covid-19: as deficiências na testagem para identificar os contaminados, de forma que eles possam se isolar e, com isso, impedir que se tornem transmissores da doença. Logo no início da pandemia, quando a possibilidade de uma vacina ainda era um sonho distante, os países que tiveram mais sucesso no controle da Covid foram aqueles que respondiam rapidamente a cada confirmação de infecção, testando também o máximo possível de pessoas com quem o doente havia tido contato. O Brasil jamais conseguiu chegar a esse nível de resposta e, se o país já deixou para trás o problema da falta de vacinas, o mesmo não ocorreu com os testes; com o aumento substancial na demanda por testagem causado pela ômicron, duas consequências surgem no horizonte: a demora no agendamento e a falta pura e simples de testes, risco apontado pela Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed).

A ênfase na testagem se torna ainda mais importante porque a ômicron, além de ser muito mais contagiosa que as demais cepas, também tem apresentado menor agressividade, o que leva a uma proporção muito maior de casos assintomáticos ou com sintomas muito leves. Muitas dessas pessoas provavelmente só tomarão a iniciativa de fazer um teste para Covid caso saibam que alguém próximo se infectou; se tiverem contraído a doença inadvertidamente, em alguma outra circunstância, é possível que sigam adiante com sua vida normalmente, contaminando outros e contribuindo (mesmo que sem intenção alguma) para que a pandemia continue causando estragos.

Se o cancelamento de eventos em que a aglomeração é inevitável, como o carnaval de rua, surge como decisão prudente, nem de longe estamos em um cenário que justificaria restrições mais severas como lockdowns e o fechamento de negócios

E o dano é real: o fato de a ômicron estar se mostrando menos perigosa que as variantes anteriores não significa que o coronavírus deixará de fazer vítimas. É verdade que um indivíduo saudável que teria sido mandado para um leito de hospital por outras cepas do Sars-CoV-2 tem muito mais chances de passar ileso caso se contamine com a ômicron, mas pessoas com saúde fragilizada, seja pela idade avançada, seja por outras doenças, seguem inspirando cuidados, mesmo estando vacinadas – a primeira morte no Brasil causada pela nova variante reforça essa necessidade. Mesmo que uma fração muito menor de contaminados pela ômicron precise de internação ou de UTI, se a Covid se espalhar indiscriminadamente essa fração mínima ainda representará um número absoluto capaz de pressionar o sistema de saúde.

Essas considerações, e o acompanhamento dos indicadores de situações mais graves, como internações e mortes, precisam guiar as autoridades no momento de decidir que medidas tomar para segurar a curva de contaminação. Se o cancelamento de eventos em que a aglomeração é inevitável, como o carnaval de rua, surge como decisão prudente, nem de longe estamos em um cenário que justificaria restrições mais severas como lockdowns e o fechamento de negócios. Tampouco o passaporte vacinal se torna opção mais palatável agora do que era antes do surgimento da ômicron: continua sendo uma exigência desproporcional e desnecessária em um país onde a adesão espontânea à vacinação é bastante alta. Além disso, o fato de que mesmo indivíduos vacinados podem contrair e transmitir Covid, embora a imunização comprovadamente reduza as chances de agravamento da doença, colocam em xeque a eficiência do passaporte do ponto de vista epidemiológico, já que podem ocorrer surtos mesmo em ambientes ocupados apenas por pessoas vacinadas.


Assim como temos lembrado praticamente desde o início da pandemia, qualquer medida restritiva com o intuito de combater a pandemia precisa passar pelo crivo da proporcionalidade. Infelizmente, o que vimos por muito tempo foi o desrespeito completo ao bom senso, com intervenções desnecessariamente severas ou prolongadas que cassaram direitos individuais – alguns deles ainda hoje não plenamente restabelecidos. O Brasil superou o desafio logístico da vacinação e vinha colhendo bons resultados; a ômicron, até agora, não muda substancialmente este cenário. Ajustes podem e devem ser feitos – um exemplo é o pedido do governo à Anvisa para a liberação dos autotestes – e os cuidados preventivos ainda são importantes; os brasileiros não podem se comportar como soldados que resolvem se arriscar desnecessariamente justo no momento em que seu exército está prestes a vencer a guerra. Mas nem a necessidade de precauções justifica uma nova onda de liberticídio.


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COMEÇAM OS PRIMEIROS TESTES DA VACINA BRASILEIRA EM PESSOAS

 

Fase 1
Começam os testes em pessoas da primeira vacina brasileira contra Covid

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

Voluntário recebeu a dose da primeira vacina genuinamente brasileira em cerimônia nesta quinta-feira (13), em Salvador.| Foto: Neila Rocha/MCTI

A primeira vacina genuinamente brasileira contra a Covid-19 foi aplicada pela primeira vez em voluntários, de forma experimental, nesta quinta-feira (13), em Salvador. Estavam presentes no lançamento da fase 1 o ministro da Tecnologia, Ciência e Inovações, Marcos Pontes, autoridades sanitárias de Salvador e representantes das duas empresas que estão nesse projeto — uma americana e outra indiana.

Nesta primeira fase, com 90 voluntários, 45 receberão placebo e 45 receberão a vacina. Depois de três meses virá uma segunda fase com mais 400 voluntários, quando será feita a avaliação dos resultados, de eventuais efeitos colaterais e de eficácia da vacina. E, depois de um ano mais ou menos, será feita a aplicação na fase 3, com um público bem maior. Esse é o ritmo normal de desenvolvimento de uma vacina.

E que vacina é essa? É esse moderno RNA mensageiro, que mexe com proteínas e tal, desenvolvida aqui mesmo no Brasil. Só que tem uma vantagem sobre as outras: ela tem capacidade de funcionar contra cinco variantes do coronavírus. Diferentemente dessas que ainda estão centradas na primeira, que saiu da “fábrica” e já nem existe mais. Essa vacina brasileira com certeza será aplicada quando já não houver mais essa pandemia e sim as endemias, os surtos, que serão anuais ou sazonais.

Outra boa notícia é que a Fiocruz começou o descongelamento do IFA nacional, o insumo farmacêutico ativo para produção de vacinas da AstraZeneca. Só que não é exatamente nacional, mas sim uma transferência de tecnologia prevista em contrato quando o Brasil comprou as doses da AstraZeneca. A partir de fevereiro, a Fundação Oswaldo Cruz vai estar disponibilizando essa vacina.

Mortes por Covid em 2022
Qualquer pessoa pode acessar o site transparência do registro civil e verificar as causas de morte no Brasil. É lá que se registram as certidões de óbito, onde constam a causa da morte, que é dada pelo legista ou pelo médico.

Pois bem: neste ano, a Covid matou, até quarta-feira (12), 1.214 pessoas. O total das mortes foi 33.033. Ou seja, por causa da Covid, menos de 3,7% das mortes. E quanto mataram as outras doenças respiratórias? 8.207. E doenças cardiovasculares? 7.531 mortes.

Derrota de Biden
A Suprema Corte dos Estados Unidos derrubou a decisão do governo Joe Biden que obrigava os empregadores com mais de 100 empregados a exigir dos trabalhadores a vacina contra Covid para entrar no emprego. A exigência foi derrubada por 6 a 3. A estatística mostra que até hoje apenas 18% dos empregadores exigiam.

Agora, por 5 a 4, um placar mais apertado, a mesma Corte decidiu que os hospitais que recebem verbas públicas, esses sim podem exigir a vacina de seus profissionais de saúde.

Palmas para o barbeiro

Vejam só como as pessoas comuns têm consciência de sua responsabilidade. O barbeiro estava na porta de sua barbearia em Ouro Preto (MG) e percebeu a encosta do Morro da Forca se agitando e o perigo de deslizamento. Ele correu para a rua gritando, logo veio uma funcionária municipal, e mais uma pessoa, e eles passaram a desviar o tráfego dos automóveis e as pessoas.

Em seguida, o talude não resistiu e o Morro da Forca desabou, levando três grandes casarões históricos que já estavam interditados justamente por causa da eminência do desmoronamento.


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MUDANÇAS CLIMÁTICAS E CONTRIBUIÇÃO DOS PAÍSES

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