segunda-feira, 3 de janeiro de 2022

MARKETING DE CONTEÚDO É MUITO IMPORTANTE NAS VENDAS

 

 Por Raquel Pereira  – Blog do Mestre

Apesar de ter começado como uma tendência, o Marketing de Conteúdo é hoje uma das ferramentas mais valorizadas e utilizadas pelas empresas que pretendem gerar mais leads e aumentar o engajamento do público com a sua marca.

De acordo com o relatório do Content Marketing Institute (CMI), MarketingProfs e ON24, 42% dos 800 profissionais de marketing entrevistados afirmaram que o conteúdo deve ser o centro de receita da empresa. Afinal, é por meio de materiais informativos que a empresa passa confiança para visitantes que, consequentemente, se transformam em leads e, posteriormente, concluem uma compra.

No entanto, para que a estratégia de marketing de conteúdo seja aproveitada em sua totalidade, ela precisa ajudar o potencial consumidor a avançar no funil de vendas de um negócio. Quer saber como criar um funil de conteúdo que gera resultados? Confira neste artigo:

o que é um funil de conteúdo;

etapas do Funil de Conteúdo;

vantagens de utilizar o funil de conteúdo;

como criar um funil de conteúdos;

O que é o funil de conteúdo?

Você já deve saber que o funil de vendas é um processo, ou melhor, uma trajetória pela qual um consumidor passa ao realizar uma compra em um determinado site. Em cada etapa do funil é utilizada uma estratégia diferente que auxilia o visitante a caminhar até o objetivo final: comprar.

Este funil está dividido em três etapas: topo, meio e fundo de funil. O principal objetivo do funil de conteúdo é identificar quais materiais devem ser utilizados em cada uma dessas etapas, com o intuito de levar os leads do topo ao fundo.

Basicamente, funciona da seguinte maneira: uma pessoa que está interessada em aprender a andar de skate pesquisa sobre o assunto no Google e encontra um de seus materiais intitulado: “Os primeiros passos para aprender a andar de skate”.

Essa pessoa está no topo do funil, muito provavelmente ela não vai comprar o seu skate neste momento, mas, a partir deste material, você conseguirá coletar os dados necessários para transformar esse visitante em lead e nutrí-lo com materiais que o façam avançar gradualmente para o fundo do funil.

Ou seja, o marketing de conteúdo auxiliará no caminho do usuário até a compra de um determinado produto, mas para que isso aconteça é importante fornecer as informações certas no momento ideal. Entenda como aplicar os conteúdos com base nas etapas do funil:

Etapas do Funil de Conteúdo

Etapas do funil de conteúdo

As etapas do funil de conteúdo

Os consumidores têm um pensamento diferente em cada etapa do funil, que estão relacionados aos estágios da jornada de compra. Um consumidor que está descobrindo sobre um produto ou serviço possui um comportamento diferente daquele que já está em um estágio mais avançado da jornada.

Existem diversas formas de produzir conteúdo online e, cada uma delas, possui afinidade maior com um ou outro estágio do funil, veja quais conteúdos são mais relevantes em cada fase:

Topo do Funil (ToFu)

Conteúdos de topo de funil são utilizados para atrair visitantes que estão descobrindo ou aprendendo sobre seu produto ou serviço. O primeiro contato, ou seja, a primeira impressão que alguém vai ter do seu negócio, é por meio das informações que você transmite a ele.

Para criar a relação usuário-marca, é necessário usar ferramentas básicas de atração, como artigos de blog, vídeos e redes sociais. Geralmente, esses conteúdos possuem temas mais abrangentes sobre o seu nicho, que respondam perguntas como: o que é, como utilizar, para que serve e outros termos que ajudem a educar a audiência.

Além disso, no topo do funil você deve despertar a dor — muitas vezes desconhecida — dentro do usuário, fazendo com que eles tenham interesse em saber mais sobre aquele assunto. Portanto, conteúdos interessantes como curiosidades gerais relacionadas à sua marca são necessários.

Meio do Funil (MoFu)

Após atrair a atenção dos usuários é preciso começar a nutrí-los com conteúdos mais avançados. É comum que os leads no meio do funil já tenham consciência de que existe um problema, mas não estão certos quanto à solução.

Neste estágio é importante realizar a nutrição com foco em conduzir o lead para o estágio final, mostrando porque você é a melhor solução para a dor dele. Os materiais aqui possuem informações mais detalhadas sobre o nicho, podendo ser e-books, infográficos e até cursos. 

Mas, claro, o conteúdo só é entregue se o visitante reagir a algum tipo de interação, como responder a um formulário ou landing page e assistir a um webinar. O engajamento nos artigos continua e, dessa vez, os conteúdos são mais voltados para os serviços ou produtos da empresa.

Fundo do Funil (BoFu)

Se o lead começa a interagir com a marca, é porque o marketing de conteúdo está dando certo. Porém, ele precisa efetuar uma compra, não é mesmo? Ao chegar no estágio final do funil espera-se que o lead esteja totalmente consciente sobre a solução, mas precisa de um “empurrãozinho” para finalizar a compra.

Sendo assim, chegamos na etapa do fundo do funil, onde um fluxo de e-mail, ações no Google e Facebook Ads, entre outras estratégias deverão ser utilizadas para impactar o lead com a intenção de compra. Os artigos, por sua vez, são totalmente destinados àquilo que a empresa oferece, com foco total em uma ação.

Além dessas estratégias, alguns materiais utilizados nesta etapa são os catálogos de produto, teste da plataforma e cupons de desconto.

Depois do Funil

Muitos acreditam que o fluxo do funil de vendas termina com o fundo. Engana-se quem pensa assim. Depois de atingir o objetivo de vendas é imprescindível continuar nutrindo o atual cliente para ele se tornar fiel à marca. Faça o seu cliente sentir-se especial por ter escolhido você e não a concorrência! Não deixe ele te esquecer.

Conte com a ajuda das informações que você conseguiu coletar com os formulários e a trajetória do lead e envie materiais personalizados, como newsletters de ofertas exclusivas, descontos, novidades e cupons, dessa forma sua marca ficará sempre no radar desse cliente.

Vantagens de utilizar o Funil de Conteúdo

As vantagens em utilizar o funil de conteúdo

As vantagens em utilizar o funil de conteúdo

Já explicamos que o Funil de Conteúdo é importante para construir uma estratégia de marketing que auxilie seus leads a se tornarem clientes, e essa já é uma excelente vantagem para você começar a utilizar esta estratégia.

Além disso, o Funil de Conteúdo traz benefícios como:

maior assertividade durante a produção de conteúdo: sabendo o estágio que o lead está dentro do funil fica mais fácil saber quais materiais produzir para ajudá-lo a avançar;

é possível mapear quais leads tiveram contato com seus materiais e, dessa forma, mensurar os resultados que vieram a partir desta estratégia, além de conseguir maior previsibilidade de resultados com o tempo;

aumentar a quantidade de leads em sua ferramenta de gestão, utilizando materiais de topo e, consequentemente, aumentar as chances de conversão.

Como criar um funil de conteúdos

Se sua empresa ainda não utiliza uma estratégia de marketing de conteúdo, ou ainda não tem um funil trazendo resultados, temos algumas dicas que podem te ajudar a construir essa ferramenta.

Primeiramente, é preciso conhecer bem o produto ou serviço que deseja vender. Não apenas você, mas toda a equipe envolvida nesse processo de criação devem conhecer exatamente o que está sendo oferecido e todas as características, diferenciais e pontos de melhoria do produto, pois só assim será possível desenvolver materiais relevantes.

Outros dois pontos importantes que devem ser observados são: a definição da persona e a criação do manual de tom de voz. Essas duas ferramentas são essenciais, a partir delas você conseguirá entender para quem os seus conteúdos serão criados, quais as dores e necessidades desse público e como você deve se comunicar com ele.

Por fim, faça um levantamento de todos os materiais já produzidos pela empresa e segmente-os entre as fases do funil, dessa forma você saberá se o que a empresa já possui está sendo utilizado da forma correta. E lembre-se de utilizar esses conceitos nas produções futuras.

Preferências de Publicidade e Propaganda

Moysés Peruhype Carlech – Fábio Maciel – Mercado Pago

Você empresário, quando pensa e necessita de fazer algum anúncio para divulgar a sua empresa, um produto ou fazer uma promoção, qual ou quais veículos de propaganda você tem preferência?

Na minha região do Vale do Aço, percebo que a grande preferência das empresas para as suas propagandas é preferencialmente o rádio e outros meios como outdoors, jornais e revistas de pouca procura.

Vantagens da Propaganda no Rádio Offline

Em tempos de internet é normal se perguntar se propaganda em rádio funciona, mas por mais curioso que isso possa parecer para você, essa ainda é uma ferramenta de publicidade eficaz para alguns públicos.

É claro que não se escuta rádio como há alguns anos atrás, mas ainda existe sim um grande público fiel a esse setor. Se o seu serviço ou produto tiver como alvo essas pessoas, fazer uma propaganda em rádio funciona bem demais!

De nada adianta fazer um comercial e esperar que no dia seguinte suas vendas tripliquem. Você precisa ter um objetivo bem definido e entender que este é um processo de médio e longo prazo. Ou seja, você precisará entrar na mente das pessoas de forma positiva para, depois sim, concretizar suas vendas.

Desvantagens da Propaganda no Rádio Offline

Ao contrário da televisão, não há elementos visuais no rádio, o que costuma ser considerado uma das maiores desvantagens da propaganda no rádio. Frequentemente, os rádios também são usados ​​como ruído de fundo, e os ouvintes nem sempre prestam atenção aos anúncios. Eles também podem mudar de estação quando houver anúncios. Além disso, o ouvinte geralmente não consegue voltar a um anúncio de rádio e ouvi-lo quando quiser. Certos intervalos de tempo também são mais eficazes ao usar publicidade de rádio, mas normalmente há um número limitado,

A propaganda na rádio pode variar muito de rádio para rádio e cidade para cidade. Na minha cidade de Ipatinga por exemplo uma campanha de marketing que dure o mês todo pode custar em média 3-4 mil reais por mês.

Vantagens da Propaganda Online

Em pleno século XXI, em que a maioria dos usuários tem perfis nas mídias sociais e a maior parte das pessoas está conectada 24 horas por dia pelos smartphones, ainda existem empresários que não investem em mídia digital.

Quando comparada às mídias tradicionais, a propaganda online é claramente mais em conta. Na internet, é possível anunciar com pouco dinheiro. Além disso, com a segmentação mais eficaz, o seu retorno é mais alto, o que faz com que o investimento por conversão saia ainda mais barato.

Diferentemente da mídia tradicional, no online, é possível modificar uma campanha a qualquer momento. Se você quiser trocar seu anúncio em uma data festiva, basta entrar na plataforma e realizar a mudança, voltando para o original quando for conveniente.

Outra vantagem da propaganda online é poder acompanhar em tempo real tudo o que acontece com o seu anúncio. Desde o momento em que a campanha é colocada no ar, já é possível ver o número de cliques, de visualizações e de comentários que a ela recebeu.

A mídia online possibilita que o seu consumidor se engaje com o material postado. Diferentemente da mídia tradicional, em que não é possível acompanhar as reações do público, com a internet, você pode ver se a sua mensagem está agradando ou não a sua audiência.

Outra possibilidade é a comunicação de via dupla. Um anúncio publicado em um jornal, por exemplo, apenas envia a mensagem, não permitindo uma maior interação entre cliente e marca. Já no meio digital, você consegue conversar com o consumidor, saber os rastros que ele deixa e responder em tempo real, criando uma proximidade com a empresa.

Com as vantagens da propaganda online, você pode expandir ainda mais o seu negócio. É possível anunciar para qualquer pessoa onde quer que ela esteja, não precisando se ater apenas à sua cidade.

Uma das principais vantagens da publicidade online, é que a mesma permite-lhe mostrar os seus anúncios às pessoas que provavelmente estão interessadas nos seus produtos ou serviços, e excluir aquelas que não estão.

Além de tudo, é possível monitorizar se essas pessoas clicaram ou não nos seus anúncios, e quais as respostas aos mesmos.

A publicidade online oferece-lhe também a oportunidade de alcançar potenciais clientes à medida que estes utilizam vários dispositivos: computadores, portáteis, tablets e smartphones.

Vantagens do Marketplace Valeon

Uma das maiores vantagens do marketplace é a redução dos gastos com publicidade e marketing. Afinal, a plataforma oferece um espaço para as marcas exporem seus produtos e receberem acessos.

Justamente por reunir uma vasta gama de produtos de diferentes segmentos, o marketplace Valeon atrai uma grande diversidade e volume de público. Isso proporciona ao lojista um aumento de visibilidade e novos consumidores que ainda não conhecem a marca e acabam tendo um primeiro contato por meio dessa vitrine virtual. 

Tem grande variedade de ofertas também e faz com que os clientes queiram passar mais tempo no site e, inclusive, voltem com frequência pela grande diversidade de produtos e pela familiaridade com o ambiente. Afinal de contas, é muito mais prático e cômodo centralizar suas compras em uma só plataforma, do que efetuar diversos pedidos diferentes.

Inserir seus anúncios em um marketplace como o da Valeon significa abrir um novo “ponto de vendas”, além do e-commerce, que a maioria das pessoas frequenta com a intenção de comprar. Assim, angariar sua presença no principal marketplace Valeon do Vale do Aço amplia as chances de atrair um público interessado nos seus produtos. Em suma, proporciona ao lojista o crescimento do negócio como um todo.

Quando o assunto é e-commerce, os marketplaces são algumas das plataformas mais importantes. Eles funcionam como um verdadeiro shopping center virtual, atraindo os consumidores para comprar produtos dos mais diversos segmentos no mesmo ambiente. Por outro lado, também possibilitam que pequenos lojistas encontrem uma plataforma, semelhante a uma vitrine, para oferecer seus produtos e serviços, já contando com diversas ferramentas. Não é à toa que eles representaram 78% do faturamento no e-commerce brasileiro em 2020. 

Vender em marketplace como a da Valeon traz diversas vantagens que são extremamente importantes para quem busca desenvolver seu e-commerce e escalar suas vendas pela internet, pois através do nosso apoio, é possível expandir seu ticket médio e aumentar a visibilidade da sua marca.

VOCÊ CONHECE A ValeOn?

A MÁQUINA DE VENDAS ONLINE DO VALE DO AÇO

TEM TUDO QUE VOCÊ PRECISA!

A Valeon é uma caixinha de possibilidades. Você pode moldar ela em torno do negócio. O que é muito importante. O nosso é colocar o consumidor no centro e entender o que ele precisa. A ValeOn possibilita que você empresário consiga oferecer, especificamente para o seu consumidor, a melhor experiência. A ValeOn já é tradicional e reconhecida no mercado, onde você empresário pode contar com a experiência e funcionalidades de uma tecnologia corporativa que atende as principais operações robustas do mundo essencial e fundamental. A ValeOn além de trazer mais segurança e credibilidade para o seu negócio, também resulta em muita troca de conhecimento e ótimos resultados para ambos os lados, como toda boa parceria entre empresas deve ser. Lembrem-se que a ValeOn é uma Startup Marketplace de Ipatinga-MG que tem a responsabilidade de levar o cliente até à sua empresa e que temos potencial para transformar mercados, impactar consumidores e revirar empresas e indústrias onde nossos produtos e serviços têm capacidade de escala e de atrair os investimentos corretos para o nosso crescimento.

Apresentamos o nosso site que é uma Plataforma Comercial Marketplace que tem um Product Market Fit adequado ao mercado do Vale do Aço, agregando o mercado e seus consumidores em torno de uma proposta diferenciada de fazer Publicidade e Propaganda online, de forma atrativa e lúdica a inclusão de informações úteis e necessárias aos consumidores como:

domingo, 2 de janeiro de 2022

HISTÓRIA ISLÂMICA DO BRASILEIRO MALBA TAHAN

 

William Horta – Jornalista

Quem leu o clássico ”O Homem que Calculava”, muito provavelmente está familiarizado com o nome de seu autor, ”Malba Tahan”, porém, este é o pseudônimo de mistificação literária de Julio Cesar de Mello e Sousa (1895 — 1974) , professor, educador, pedagogo, conferencista, matemático e escritor brasileiro, cujas obras de ficção ambientadas no Oriente Médio entraram para a história. Para criar seus contos e personagens, Júlio estudou a língua árabe por 7 anos, se aprofundando tão bem no universo islâmico, que muitos acreditam até hoje que o autor ”Malba Tahan” ou Ali Iezid Izz-Edim ibn Salim Hank Malba Tahan é uma pessoa real.

Em entrevista concedida a Silveira Peixoto e a Monteiro Lobato e descrita no Terceiro Volume da obra “Falam os Escritores” em 1941, Júlio narra o nascimento de Malba Tahan:

“O caminho, então, seria tratar de escrever com um pseudônimo estrangeiro. Pensei mais sobre o caso. Qual o pseudônimo a adotar? Deveria ser um que tivesse todo cunho de realidade. Americano? Mas não. Queria um pseudônimo que se conformasse bem com o caráter dos trabalhos que pretendia escrever… Seria um árabe. – Por quê? – O árabe é homem que faz poesia a propósito de tudo. Suas atitudes sempre são romanescas. Não compreende a vida sem a poesia. Mas o pseudônimo não deveria ser nem masculino e nem feminino. Teria de ser sonoro. Teria de dar a necessária impressão de perfeita autenticidade. Na Escola Normal, havia uma aluna com um sobrenome interessante: “Maria Tahan”. Simpatizei-me com esse “Tahan”. Perguntei-lhe que queria dizer. “Moleiro” – respondeu-me ela. Fui, dias depois, descobrir num mapa da Arábia, o nome de uma cidade – Malba, aldeia perdida na Arábia Pétrea … – E nasceu Malba Tahan … – Que, como vê, pode ser traduzido por “moleiro de Malba”. Comecei, então, a estudar a civilização árabe. Li Gustavo Le Bon, comprei o Alcorão, numa edição comentada, percorri as obras de Massoudi. Tomei um professor de árabe: o dr. Jean Achar.”

Como Malba Tahan, o matemático brasileiro introduziu o gosto pelo estudo dos números em muitos jovens, e seu impacto na educação do país é sentido até hoje.

PRIORIDADES DO GOVERNO PARA A ECONOMIA EM 2022

 

Perspectiva

Por
Isabelle Barone – Gazeta do Povo

(Brasília – DF, 22/10/2021) Presidente da República Jair Bolsonaro e o Ministro de Estado da Economia Paulo Roberto Nunes Guedes, durante declaração à imprensa. Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

Bolsonaro e Guedes: economia será tema central em 2022, mas prioridades do presidente não são iguais às do ministro.| Foto: Clauber Cleber Caetano/PR

A economia será o tema que mais influenciará o voto em 2022, segundo pesquisas recentes. Levantamento do Instituto Paraná Pesquisas indica que os fatores mais importantes para os brasileiros na hora de escolher um presidente da República no próximo ano serão geração de empregos e recuperação econômica. De forma semelhante, pesquisa CNT/MDA mostrou que melhoria da economia e do emprego será tema importante na definição do candidato para 49% dos entrevistados, e o controle da inflação foi citado por 31%.

Tendo isso em vista, o governo de Jair Bolsonaro (PL), provável candidato à reeleição, deve reservar ao ano eleitoral medidas voltadas ao resgate econômico do país e focar em políticas de distribuição de renda para a população em situação de pobreza e os chamados “invisíveis”. Outras propostas econômicas de menor complexidade também estão na lista de prioridades do Executivo.

Reformas estruturantes, a exemplo das reformas administrativa e tributária, devem ficar em segundo plano, dada sua complexidade e pouco tempo para articulação – e, no caso das novas regras para servidores públicos, os impactos políticos envolvidos também devem pesar.

Entregue em julho de 2020 ao Congresso, a primeira fase da reforma tributária, voltada à tributação sobre o consumo, não avançou na Câmara dos Deputados. O projeto unifica PIS e Cofins em um novo tributo, a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), com alíquota de 12%.

Por outro lado, a reforma das regras do Imposto de Renda, apresentada em junho deste ano, foi aprovada pela Câmara dos Deputados já no início de setembro. Entre outras coisas, a proposta aumenta a faixa de isenção para pessoas físicas, restringe o desconto simplificado e recria a taxação sobre lucros e dividendos. Mas a matéria não saiu do lugar no Senado – o relator, senador Angelo Coronel (PSD-BA), avisou que ela deve ser arquivada.

A reforma administrativa não deve ser uma prioridade da base governista no Congresso e do governo, que não conta com o capital político necessário e tempo suficiente para aprovação da proposta. O próprio presidente admitiu que a janela para reformas estruturantes se fechou.

“Essas reformas têm que acontecer no primeiro ano de cada governo. Já estamos praticamente terminando o terceiro ano [de governo]. Se não aprovar neste ano, no ano que vem pode esquecer”, disse Bolsonaro no fim de outubro. Segundo o ministro Paulo Guedes, a matéria foi bloqueada pelo entorno do presidente.

Um dos mais experientes articuladores do Congresso, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), avalia que a disputa eleitoral vai contaminar a análise dos parlamentares e enterrar qualquer possibilidade de aprovação das reformas administrativa e tributária em 2022. “Não há chance de aprovação das reformas”, disse Barros no fim de dezembro.

O titular da Economia, no entanto, deve insistir na pauta mesmo no ano eleitoral e com poucas chances de aprovação. Em encontro com empresários, o ministro disse acreditar em um cenário em que é possível aprovar a reforma.

Guedes criticou o que vê como “convenção no mundo político de que ano de eleição não se faz reforma, não se faz nada, joga parado e o recado que eu recebi aqui da classe empresarial é ‘não, vamos prosseguir com as reformas’”. “Essas reformas são importantes, ajudam o Brasil a crescer e trazem votos”, afirmou.

A reforma administrativa foi enviada pelo governo ao Congresso em setembro de 2020, mas está parada no Legislativo. Foi aprovada em comissão especial da Câmara dos Deputados em setembro deste ano, mas desde então não saiu do lugar e segue sem previsão de votação em plenário.

Entre os principais pontos da reforma administrativa que tramita no Congresso está a previsão de estabilidade a todos os servidores, ainda que com possibilidade de demissão por desempenho insuficiente, corte transitório de jornada de trabalho em até 25%, com redução de remuneração em caso de crise fiscal, permissão para contratação temporária pelo prazo máximo de dez anos, travas para “privilégios” e fim da aposentadoria compulsória.

Bolsonaro também espera para 2022 a aprovação do PL 591/2021, que trata da privatização dos Correios. O projeto já foi aprovado pela Câmara e aguarda análise na CAE do Senado. Responsável pelo relatório da matéria, o senador Otto Alencar (PSD-BA) decidiu adiar o debate diante da resistência da oposição e dúvidas manifestadas por alguns partidos. Para críticos, a proposta é inconstitucional, já que a Carta Magna determina que compete à União manter o serviço postal e o correio aéreo nacional.

Entre outras coisas, a proposta legislativa cria um marco regulatório para o setor, hoje em regime de monopólio, e define normas gerais para o Sistema Nacional de Serviços Postais (SNSP), além de direitos e deveres dos consumidores e regras genéricas para as empresas privadas que entrarem no mercado postal.

Foco deve ser nas “microrreformas”
Sem o capital político necessário e diante de um cenário mais difícil para a aprovação das macrorreformas, no próximo ano o governo deve focar esforços no que está sendo considerada como nova agenda econômica, que foca nas chamadas “microrreformas” setoriais. A tramitação e a discussão das propostas que compõem essa agenda são consideradas de menor complexidade, tanto do ponto de vista técnico como político.

Exemplos de microrreformas recém-aprovadas pelo Congresso são o marco legal do câmbio e o marco legal das ferrovias. Mas ainda restam propostas a serem analisadas, como as seguintes:

Marco do Setor Elétrico (Projeto de Lei 414/2021);
Marco Legal do Reemprendedorismo (PLP 33/20);
Marco Legal das PPPs, as Parcerias Público-Privadas (PL 7063/17);
Projeto das Debêntures de Infraestrutura, que cria novos instrumentos financeiros para projetos de infraestrutura (PL 2646/20);
Nova Lei de Praticagem (PL 2149/15);
PEC da extinção dos fundos públicos (PEC 187/19);
Nova lei de licenciamento ambiental (PL 3729/04);
Mineração em terras indígenas (PL 191/20);
A reforma da lei de concessões florestais (PL 5518/20); e
Regime de partilha de produção de petróleo (PL 3178/19).

A expectativa do governo com a aprovação das propostas é reduzir o chamado “custo Brasil” em até R$ 124,5 bilhões por ano.

Políticas sociais e reajuste para servidores da segurança
Em 2022, o governo também deve focar em aumentar o atendimento do programa Auxílio Brasil, elevando o número de famílias beneficiárias de 14,5 milhões para 17 milhões. O executivo também tem a expectativa de zerar a fila de espera para o benefício no próximo ano. O benefício médio será de R$ 415, segundo o Orçamento de 2022 aprovado pelo Congresso.

Neste ano, o programa Bolsa Família foi encerrado e, em seu lugar, o governo lançou o Auxílio Brasil, voltado a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza. A medida provisória que cria o programa foi aprovada pelo Senado em dezembro.

Por outro lado, Bolsonaro deve retirar o foco de outras medidas sociais, como aquelas voltadas à moradia. Concentrado no Auxílio Brasil, o Executivo esvaziou o orçamento do Casa Verde e Amarela.

O dinheiro destinado pela União ao programa habitacional despencou nos últimos dois anos. Caiu de R$ 4,8 bilhões em 2019 – quando ainda se chamava Minha Casa, Minha Vida – para R$ 2,7 bilhões em 2020, o menor valor desde 2012.

Em 2021, houve nova queda, com a dotação atualizada reduzida a apenas R$ 1 bilhão. O valor mudará pouco no ano que vem: o Orçamento da União aprovado pelo Congresso reservou R$ 1,17 bilhão ao programa.

Em um aceno aos servidores públicos, o governo também providenciou um reajuste salarial no próximo ano. Trata-se de um outro ponto sobre o qual Bolsonaro e Guedes divergiram. O presidente dizia que era preciso “corrigir injustiças”.

Guedes, por outro lado, dizia que a medida deveria ser específica e focalizada. “Pode até se fazer reestruturação, uma reforma, mas tem que ser um negócio especifico, muito localizado e muito limitado em números”, afirmou ele a jornalistas em evento da Fiesp.

Embora o presidente tenha prometido aumento – “que seja 1% – para todos os servidores, “sem exceção”, o Orçamento de 2022 aprovado pelo Congresso prevê reajuste somente para as carreiras da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, do Departamento Penitenciário Nacional e do Ministério da Justiça. O valor reservado é de R$ 1,7 bilhão, abaixo dos R$ 2,9 bilhões que o governo havia solicitado para os congressistas.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/economia/quais-serao-as-prioridades-de-bolsonaro-na-economia-tema-central-na-eleicao-de-2022/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

POPULISMO ECONÔMICO DOS GOVERNOS BRAILEIROS E DA AMÉRICA LATINA

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Supermercado em Buenos Aires: em cem anos, inflação média no país foi de 105% ao ano.| Foto: EFE/Juan Ignacio Roncoroni

Em abril de 2019, a Gazeta do Povo publicou um editorial sobre os males do populismo econômico, cujo teor é atual e válido para esclarecer e contribuir com o discernimento da população diante de promessas demagógicas, que são a marca das campanhas eleitorais. Dada a fundamentação de como a demagogia funciona e o comprovado malefício do populismo político e administrativo – num efeito totalmente inverso ao que promete –, é útil que esse assunto seja trazido à discussão novamente, pois, como sempre acontece, as eleições federais e estaduais de outubro serão palco para a demagogia, populismo e promessas inviáveis.

Nos países pobres, onde as camadas pobres suplicam por melhorias e políticas sociais a seu favor, os candidatos tendem a usar o recurso das soluções simplistas e milagrosas embutidas em suas promessas populistas com a finalidade exclusiva de conquistar votos, mesmo quando eles próprios sabem que suas promessas não solucionam os problemas nem serão viáveis em sua administração, caso cheguem ao poder. Vale notar que, apesar de descumprirem com regularidade suas promessas, os demagogos vêm sendo reeleitos sistematicamente, razão por que o populismo não sai de moda nem os populistas são punidos por não cumprirem o que prometem.

O economista Nicolás Cachanosky, professor na Metropolitan State University, em Denver (EUA), escreveu um ensaio em 2016 sobre o que ele chamou de “as quatro etapas do populismo econômico”, e tratou do percurso que o populismo percorre desde a indignação com a pobreza até as más consequências das soluções adotadas. Essas soluções sempre vêm com a aparência de solidariedade aos pobres e de caráter humanitário, para depois se revelarem desastrosas até mesmo para os pobres. Tomando dados da realidade e estudos antes feitos por outros economistas, Cachanosky concluiu que os programas populistas em geral contêm forte intervenção do Estado na economia, incentivo desordenado ao consumo, descaso com os investimentos de longo prazo, excesso de gastos, imprudência fiscal, déficits públicos e endividamento governamental.

Apesar de descumprirem com regularidade suas promessas, os demagogos vêm sendo reeleitos sistematicamente, razão por que o populismo não sai de moda nem os populistas são punidos por não cumprirem o que prometem

As receitas populistas sempre trazem alguns elementos comuns, como a proposta de dar dinheiro, assistência social, mercadorias e outras ajudas aos pobres – tal ajuda não é errada em si mesma; programas de transferência de renda são defendidos e propostos por economistas liberais como Thomas Friedman; o problema está em defender o auxílio sob o argumento de que isso é mais importante que a preocupação com déficit das contas públicas. Cachanosky afirma que as experiências têm demonstrado que o populismo é insustentável no longo prazo e percorre quatro estágios desde sua implantação até chegar ao fracasso final, citando os exemplos de Argentina, Venezuela, Brasil e outros. A expressão “os quatro estágios universais inerentes ao populismo” já havia constado de um artigo intitulado Macroeconomic Populism, publicado no ano de 1990 por dois renomados economistas, Rudiger Dornbusch e Sebastián Edwards, no qual eles explicam o trajeto das políticas populistas até o resultado final, em geral oposto ao pretendido.

Entre outras características, o populismo tem como essência a promessa de soluções simples para problemas complexos e a tentativa de fazer o público acreditar que tais soluções somente não foram implantadas por incompetência ou insensibilidade dos adversários políticos e dos governos anteriores. Também faz parte do discurso populista afirmar que o governo pode tudo e a solução depende apenas de vontade política para aplicar os remédios que ele propõe. Candidatos populistas e demagogos, como não poderia ser diferente, se apresentam como os salvadores da pátria e os únicos capazes de resolver os problemas. Os quatro estágios do populismo são os que seguem.

No primeiro estágio, o populista destaca o que vai mal na economia e na vida dos eleitores; diz que, se eleito, criará programas assistencialistas e paternalistas que, em geral, atacam os sintomas dos males sociais em foco, porém sem eliminar as causas de tais males. O resultado é sempre uma sequência previsível: aumento dos gastos, inchaço da máquina estatal, medidas conducentes ao consumo insustentável, terminando por estourar as contas do governo e dificuldade de continuar a prática populista. Nos momentos iniciais das medidas populistas, pode parecer que a coisa vai funcionar, mas não dura muito até que a frustração chegue. Esse tipo de situação já ocorreu várias vezes nos países latino-americanos e, neste momento, está se repetindo em alguns deles.

Uma prática comum a todo governo demagogo e populista é o congelamento de preços dos produtos ofertados por empresas estatais, como é o caso da energia, combustíveis e transporte público. No Brasil, esse figurino já esteve presente em vários governos, a exemplo de José Sarney (1985-1990) e praticamente todos os governos que lhe seguiram, com algumas exceções curtas. O caso mais barulhento e desastroso em tempos recentes foi o congelamento de preços de energia e combustíveis pelo governo Dilma Rousseff, que teve entre seus efeitos a quase destruição da Petrobras e a fragilização de outras empresas estatais.

O segundo estágio ocorre uma vez passada a euforia inicial da primeira fase. O exemplo lapidar na história recente brasileira foi o Plano Cruzado, do governo Sarney, em 1986: as medidas radicais de congelamento de preços pareciam funcionar a princípio, mas em poucos meses terminaram em descalabro, com inflação, desorganização do sistema de preços, escassez de produtos, recessão, desemprego, explosão da dívida pública e desestímulo aos investimentos. Claro que o populista nunca assume seus erros e sempre procura bodes expiatórios nos empresários, especuladores, investidores financeiros, capitalistas e outros demônios inventados para não assumir a culpa de seus atos.

O estágio seguinte, o terceiro, é aquele em que a recessão, o desemprego, a inflação e as crises de abastecimento se apresentam de forma grave – aí está a Venezuela mostrando a inexorável sequência da demagogia e do populismo –, levando o mundo a desacreditar na capacidade do país em sair da crise. Na sequência, os investidores internacionais fogem, retiram seus capitais, os bancos estrangeiros negam novos financiamentos, o balanço com o resto do mundo entra em déficits, o preço do dólar explode e a fuga de capitais nacionais se torna corriqueira. Quando chega a esse ponto, o populista aplica doses maiores do veneno que criou a crise, aumenta impostos, empobrece o setor privado produtivo e a crise se torna estrutural. A Argentina, país que já foi desenvolvido e tinha tudo para ser uma das nações mais ricas do mundo, está aí como a prova dos estágios trágicos da demagogia e do populismo, apesar de a população continuar elegendo os populistas com singular rotina.

A dificuldade da população em rejeitar medidas populistas é que elas surgem embaladas em bonitas intenções, ainda que em seu conteúdo mais agravam o mal que pretendem combater

Por fim, no quarto e último estágio, em que o governo populista é tirado do poder (se for nação democrática), o novo governo tem de enfrentar as distorções e adotar medidas impopulares para tentar consertar a bagunça que, apesar de ter sido feita em nome da ajuda aos pobres, agora é o maior castigo justamente para os pobres. Na América Latina, é muito difícil o apoio a programas de ajuste capazes de colocar as nações no rumo do crescimento, pois os países pobres pedem urgência (com certa razão, dado o flagelo da pobreza) e não há paciência para esperar até que os planos produzam efeitos.

Nunca é demais recitar a principal regra da economia: um povo somente consome o que ele próprio produz; logo, os governos sucessores dos populistas não escapam de amargar impopularidade no período entre a recessão e a recuperação. No caso de recessões, há sempre um hiato entre as medidas para combatê-las e o início da retomada do crescimento econômico, período que é doloroso especialmente para os pobres e os desempregados. A dificuldade da população em rejeitar medidas populistas é que elas surgem embaladas em bonitas intenções, ainda que em seu conteúdo mais agravam o mal que pretendem combater. Entretanto, não se pode confundir medida populista com medidas sociais sérias e realistas, adequadas à realidade local, com potencial para resolver os dramas que os países pobres enfrentam. Uma das razões é que rigorosamente toda política econômica ou social mexe com interesses, e os grupos de interesses são mais organizados e com maior poder de desestabilização do governo do que a grande massa anônima de pobres. Aí está o desafio.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/o-populismo-economico-e-as-eleicoes/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

 

O BRASIL NÃO TEM LIBERDADE DE EXPRESSÃO PARA O PESSOAL DA DIREITA

 

Direito ameaçado
Por
Gazeta do Povo

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes expediu diversos pedidos e decisões relacionados à liberdade de expressão e opinião em 2021.| Foto: Rosinei Coutinho/STF

O ano de 2021 não foi fácil para os defensores da liberdade de expressão e opinião. Casos de censura, prisões, desmonetização, remoções de contas ou conteúdos em mídias sociais, quebras de sigilo com pouca ou nenhuma fundamentação jurídica ou movidos por meros achismos tornaram-se comuns. Infelizmente, o prognóstico para o próximo ano também não é dos melhores.

Mesmo sendo um dos preceitos fundamentais para um Estado Democrático, é importante ressaltar logo de início que a liberdade de expressão, como outros direitos, não é absoluta. Isso significa que em casos específicos – já definidos pela legislação – ela pode ser limitada juridicamente. Mas o problema é que esse argumento – de que a liberdade de expressão e opinião não é irrestrita e absoluta – está sendo usado como pretexto para justificar abusos. E eles incluem até a censura prévia de conteúdos e opiniões que não configuram nenhum crime.

“Existiam dispositivos legislativos para conter essa expressão, mas hoje há uma ampliação desses crimes de opinião”, ressalta Adriano Gianturco, coordenador de Relações Internacionais do Ibmec-MG. Além disso, para ele o ativismo político permeia muitas decisões judiciais, especialmente aquelas vindas do Supremo Tribunal Federal (STF), o que é um sério risco. “Hoje em dia as democracias não morrem com golpes ou tanques nas ruas, morrem gradualmente na margem da lei, ou por excessos do Judiciário”, declara.

STF contra a liberdade de expressão
Da mesma forma pensa o filósofo e editor Pedro Henrique Alves, para quem o Supremo tem demonstrado agir, seguidas vezes, de forma autoritária. “Alguns temas já iniciam com um placar de votos pronto. O Supremo de um país não deveria ter uma cartilha ideológica, e o nosso obviamente tem”, diz. Nesse sentido, ele lembra o caso do deputado federal Daniel Silveira (PSL), que acabou preso por ordem do ministro Alexandre de Moraes após ter publicado um vídeo com críticas e ofensas a ministros da Corte. Posteriormente, o parlamentar teve a prisão revogada, mas acabou sendo proibido de se manifestar em redes sociais e dar entrevistas, numa medida que juristas consideraram inconstitucional e abusiva.

Segundo o filósofo, o Supremo Tribunal “burla a Constituição para prender desafetos”, e isso configura autoritarismo político. “Para todos os que são de direita conservadora e extrapolam algum nível de debate político, eles [membros do STF] criam um crime de opinião e prendem, como fizeram com Daniel Silveira”, explica Alves.

Outro ponto a ser considerado, de acordo com o advogado Ariel de Castro, especialista em Direitos Humanos e Segurança Pública, é que a Constituição prevê o conceito de presunção de inocência, ou seja, que ninguém pode ser considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Assim, cercear previamente o direito de expressão ou opinião ou ainda retirar do ar páginas ou conteúdos sem antes analisar seu teor, seria um atentado direto a esse princípio. “As pessoas deverão ser responsabilizadas após cometer o crime, de acordo com a legislação criminal ou civil”, afirma. “Precisamos de moderação com relação a esses assuntos”, completa o advogado.

Entre os limites à liberdade de expressão, por exemplo, está o respeito a bens personalíssimos, como a honra, a privacidade e a imagem. Apologia ao crime e racismo são outras condutas que devem ser penalizadas. Essas são restrições bastante pontuais e bem delineadas. Para os demais, deve prevalecer a Constituição, que prevê, em seu artigo 5º ser “livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato” e “livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença”.

Porém, o problema é que até esses pressupostos constitucionais acabam sendo “interpretados” – muitas vezes de forma problemática, como alerta o advogado Ariel de Castro. Para ele, o que existe é uma espécie que “interpretação majoritária” da Constituição por parte dos ministros do STF. “Na medida em que a composição do Supremo muda, as interpretações também podem mudar”, explica.

A desculpa das “fake news”

Uma das justificativas usadas pelo Judiciário em muitas das decisões questionáveis em temas relacionados à liberdade de imprensa é o combate às fake news. O problema é que nem ao menos existe uma definição jurídica clara sobre o que seriam as fake news e nem como enquadrá-las do ponto de vista criminal ou civil.

Projetos atualmente em discussão no Congresso, como a chamada de Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, até tentam preencher essa lacuna, mas ainda são vagos. A proposta, que prevê a criminalização dos disparos em massa de “mensagens inverídicas”, que possam causar “dano à integridade física” ou “comprometer a higidez do processo eleitoral”, peca pelo uso de conceitos ambíguos e pela falta de especificidade do que seria considerado crime. No texto não há definições sobre qual número de envios ou compartilhamentos poderia ser caracterizado como disparo massivo, nem quais critérios devem ser usados para estabelecer se um conteúdo é ou não verídico.

Enquanto não há uma definição sobre o que são as fake news, o termo passou a ser usado de forma indiscriminada, sendo associado, por exemplo, a discursos ou conteúdos que simplesmente contrariam certos posicionamentos majoritários. Isso ocorreu, por exemplo, nas decisões contrárias à divulgação de estudos ou opiniões a respeito de tratamentos alternativos ou questionamentos sobre as medidas adotadas duramente a pandemia de Covid-19.

Um exemplo foi o ocorrido com o jornalista Fernando Beteti, que foi simplesmente proibido de publicar vídeos em seu canal no YouTube com fontes que “contradigam as autoridades de saúde locais ou as informações médicas da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o COVID-19”. A sentença foi proferida pelo juiz Antonio Carlos de Figueiredo Negreiros, da 7ª Vara Cível de São Paulo.

Também há as chamadas big techs, grandes provedoras de serviços de internet e redes sociais, que apelam ao combate das fake news para remover conteúdos e contas de acordo com seus próprios critérios. “É surreal imaginar empresas privadas centralizando o debate social de toda uma nação. É imoral, socialmente dizendo, que uma empresa diga o que eu possa ou não falar”, afirma Pedro Henrique Alves. “Quando você se sente ofendido tem instrumentos para reaver sua honra, mas quando empresas começam a ditar o que é certo ou errado no debate público não temos resguardo jurídico, mas uma condução do debate”, afirma.

Agências de checagem sem critérios
Nesse cenário confuso, têm se recorrido às chamadas agências de checagem para fazer a distinção entre fake news e opiniões ou conteúdos verdadeiros. Foi o que anunciou, por exemplo, o STF, que prevê em seu Programa de Combate à Desinformação (PCD), lançado em setembro, a contratação dessas empresas para “buscar solucionar o problema da desinformação e dos discursos de ódio”.

Como já mostrou a Gazeta do Povo, as agências de checagem de informações estão longe de serem isentas, possuindo interesses econômicos ou ideológicos bem claros. Assim, no entender de especialistas, é temerário deixar para essas empresas o papel de definir a verdade e de estabelecer o que pode ou não ser dito.

Como ressalta o filósofo Pedro Henrique Alves, “as agências checam as verdades que lhes convém”. Segundo Alves, a checadora da sociedade deve ser a consciência individual de cada um, uma vez que somos dotados de razão e poder de interpretação. “Quando existe a terceirização da capacidade de interpretação racional para uma empresa privada você está simplesmente abandonando sua própria consciência, isso é o conceito de alienação”, diz. Para o filósofo, o debate – e o posicionamento – das agências sempre será pautado pela ideologia. “A busca da maturidade politica é sempre a saída”, conclui.

Adriano Gianturco concorda. Segundo ele, idealmente as agências reguladoras teriam o papel de limpar a arena política das coisas negativas, como fake news, discurso de ódio, calúnia e difamação. A dúvida é se elas são, de fato, capazes de fazer isso. “E a resposta a essa pergunta é não”, diz.

*** Veja abaixo mais algumas notícias alarmantes sobre liberdade de expressão e opinião ocorridas em 2021:

Desmonetarização de canais conservadores

Uma decisão do corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luis Felipe Salomão, em julho deste ano, fez com as redes sociais suspendessem o repasse de valores a canais que, segundo o entendimento de Salomão, “comprovadamente” propagam desinformação sobre as eleições. Os canais listados na decisão divulgaram os questionamentos do presidente Jair Bolsonaro em relação às urnas eletrônicas. A decisão atingiu, por exemplo, canais como Te Atualizei, Jornal da Cidade Online, Terça Livre, Folha Política e Vlog do Lisboa. Mesmo que a decisão não tenha impedido a veiculação de conteúdos, comprometeu significativamente a arrecadação de recursos e consequentemente a manutenção dos canais.

Censura à ciência
Em meio à pandemia de Covid-19, casos de censura ou restrição de conteúdos contendo questionamentos sobre medidas como o lockdown ou passaporte da vacina, bem como sobre a eficácia e possíveis efeitos colaterais das vacinas foram sistematicamente taxados como “fake news”. Médicos e profissionais de saúde que se posicionaram contra posições de organismos como a Organização Mundial de Saúde também foram censurados pelas redes sociais e Justiça.

Proibição de entrevistas de Daniel Silveira

Deputado federal pelo PSL do Rio de Janeiro, Daniel Silveira foi preso no início deste ano por divulgar nas redes sociais um vídeo com críticas e ofensas a ministros do STF. O parlamentar foi preso em 16 de fevereiro de 2021, por ordem do ministro Alexandre de Moraes. O mesmo ministro revogou a prisão do deputado em novembro, mas determinou como medidas cautelares que o parlamentar não se manifestasse em nenhuma rede social e que não mantivesse contato com outros investigados em inquéritos conduzidos pelo STF. Posteriormente, Silveira foi proibido expressamente de dar entrevistas a veículos de comunicação. Como a Gazeta do Povo mostrou, juristas consideraram a proibição inconstitucional. Em nenhum país democrático, um parlamentar, eleito pelo povo, é proibido de dar sua opinião – ainda mais a partir de uma lei extinta, como é o caso da Lei de Segurança Nacional, pela qual o deputado foi preso, revogada em setembro deste ano.

Maurício de Souza e a cultura dos cancelamentos
O ano de 2021 foi marcado por uma série de “cancelamentos”, ou seja, condenações midiáticas e boicotes contra quem diz algo contrário ao chamado politicamente correto. Um dos exemplos mais marcantes disso foi o do jogador de vôlei Maurício Souza. Em outubro, o jogador, medalha de ouro nas Olimpíadas de 2016, foi demitido do Minas Tênis Clube, onde jogava, por criticar o ativismo LGBT.

Ele foi alvo de uma campanha de cancelamento nas redes sociais depois de questionar, em um post, o uso da linguagem neutra em novela da Rede Globo. Em outra mensagem ele criticou o fato de a DC Comics ter caracterizado o atual Super-Homem como bissexual. Em um terceiro post, ele publicou uma foto crítica à inclusão de Gabrielle Ludwig na equipe feminina de basquete dos EUA. Ludwig era da Marinha Americana, mudou de sexo e fez cirurgia aos 50 anos, e fisicamente é maior e mais forte que as outras atletas.

Quebras de sigilo
Durante os trabalhos da CPI da Covid, o relator, senador Renan Calheiros (MDB), apresentou diversos requerimentos pedindo a quebra de sigilo de dados, incluindo de informações bancárias, de pessoas, perfis e empresas que, segundo alegação de Calheiros, estariam relacionados a “disseminação de fake news”. Um dos pedidos era o da quebra de sigilo bancário do grupo Jovem Pan. No requerimento, Calheiros argumentou que queria “apurar o financiamento de informações falsas na pandemia de Covid-19”.

Em resposta, o presidente da emissora classificou o requerimento como “ataque à liberdade de expressão”. A ação de Calheiros causou repúdio da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), Associação Brasileira de Rádio e Televisão (Abratel) e da Federação Nacional das Empresas de Rádio e Televisão (Fenaert).

Incitar a população

Já o cantor Sérgio Reis teve sua casa revistada pela Polícia Federal por “eventual cometimento do crime de incitar a população, através das redes sociais, a praticar atos violentos e ameaçadores”. Quem fez o pedido de busca e apreensão foi o ministro Alexandre de Moraes. O motivo da ação foi a divulgação de um áudio em que o cantor Sérgio Reis, conversando com um amigo, defende o afastamento dos ministros do STF e fala “Se em 30 dias não tirarem os caras nós vamos invadir, quebrar tudo e tirar os caras na marra. Pronto. É assim que vai ser. E a coisa tá séria”. Depois da repercussão, o cantor disse estar arrependido e surpreso com o caso.

Roberto Jefferson
O ex-deputado e ex-presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, foi preso preventivamente por decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, em 13 de agosto deste ano, sob a acusação de atacar poderes da República e o Estado Democrático de Direito. Em sua decisão, Moraes coloca Jefferson como parte do núcleo político de uma organização criminosa que teria como objetivo “desestabilizar as instituições republicanas” e que vem sendo investigada pela Polícia Federal no chamado inquérito das “milícias digitais”. Ao mesmo tempo, o ministro afirmou que a prisão foi necessária para garantir a ordem pública e o adequado andamento da investigação.

Prisão por xingar o presidente

A fisioterapeuta Camila Santos Leitão acabou detida após xingar o presidente Jair Bolsonaro às margens da Rodovia Presidente Dutra, em Resende (RJ), no final de novembro. Bolsonaro chegava à formatura de cadetes na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). Camila teve que preencher um termo circunstanciado assumindo o compromisso de comparecer em juízo quando for intimada. A fisioterapeuta responderá pelo crime de injúria, que tem pena prevista de um a seis meses de detenção.

  • Colaborou Mariana Fanti, especial para a Gazeta do Povo.
    Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/liberdade-de-expressao-em-xeque-noticias-preocupantes-de-2021-e-o-que-esperar-em-2022/
    Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

PREVISÕES DOS ORIXÁS PARA 2022

 

Vem aí!

Por
Paulo Polzonoff Jr. – Gazeta do Povo

Forecast and fortune-telling about coronavirus on a crystal magic ball in 2022. The problem with the covid epidemic and vaccination against the virus

Nosso repórter conversou com babalorixás, astrólogos e tarólogos para trazer as melhores e mais inquestionáveis previsões para 2022.| Foto: Bigstock

Como o texto das “previsões infalíveis” é um clichê literário dos mais repugnantes e ao qual só mesmo um cronista medíocre se submete, convém começar esta crônica com uma profecia autorrealizável: ainda no primeiro dia do ano, alguém escreverá um texto com “previsões infalíveis para 2022”. E este alguém hei de ser eu.

Direi que visitarei babalorixás, ciganas, astrólogos, tarólogos e ODFAs (otherworldly digital forescaster & analyst). E na frase seguinte me pegarei pensando que alguém pode estar neste exato momento me condenando por reduzir comunidades raciais, étnicas e religiosas a estereótipos. Darei de ombros para minhas reflexões e seguirei com o texto. E começarei falando das previsões do babalorixá para os fenômenos naturais.

Sem muitas delongas, contarei como o babalorixá me recebeu em seu “ateliê de futurologia”: ele riu do meu ceticismo. Descreverei o ambiente nos mínimos detalhes. E, assim que os búzios forem lançados, serei obrigado a abrir aspas para as palavras do afrodescendente de corpanzil avantajado e voz de menino na puberdade: “O mundo será novamente assolado por catástrofes. No Pacífico, um vulcão entrará em erupção. Ou continuará em erupção, esse trecho da profecia tá rasurado aqui. Haverá ao menos um terremoto no mundo. Também vejo enchentes e secas, furacões e tornados. E em absolutamente todas as ocasiões haverá ao menos um especialista para dizer que a culpa é do aquecimento global, digo, mudanças climáticas”.

Então pagarei o homem, pedirei nota e encaminharei para o departamento responsável pelo reembolso, antevendo as explicações que darei para justificar a despesa. Entrarei num táxi depois de cinco úberes (sic) cancelarem meu chamado e rumarei para o astrólogo. No caso, uma astróloga – ou pelo menos acho que é. Ela me falará de aspectos, de ângulos, de cúspides e de planetas, e me apontará o nódulo lunar. Tudo parecerá tão científico e ela falará tão bem e com uma voz tão melíflua (!) que, sem acreditar, até acabarei acreditando. Ou quase isso.

A astróloga começará com más notícias: perderemos celebridades do cinema, da música e da literatura. Da política também. Porque não sei o que o Sol, não sei o que lá na casa oito em trígono com Marte. Se entendi direito (e há, sim, uma grande chance de eu não ter entendido), ela falou de variantes do coronavírus e muita brigalhada por causa das doses de reforço da vacina. “Ao menos uma celebridade será cancelada depois de tropeçar nas palavras”, previu. Percebendo meu muxoxo diante de tanto pessimismo, porém, ela abrirá o mais belo sorriso (espero que seja ela mesmo) para dizer que meu time ganhará ao menos uma partida em ao menos um dos campeonatos que disputará ano que vem. Ufa.

Da astróloga seguirei para o tarólogo. Por algum motivo que me escapa, ele estará com pressa. Muita pressa. Assim correndo como se o mundo fosse acabar amanhã (vai?), ele embaralhará as cartas e as disporá a mesa. Nem um incensozinho ele acenderá. Nem uma musiquinha da Enya ele porá para tocar. Sendo sincero, mal dará tempo de eu me ajeitar na poltrona antes de ele começar a dizer atabalhoadamente que o Enforcado ou a Torre (tudo será tão rápido que farei anotações em garranchos quase ininteligíveis) indicam um verão quente e um inverno frio. Reclamarei, claro, de previsão tão vaga, ao que ele responderá agressivamente (tarólogos são considerados os pitbulls das artes divinatórias).

“Quer uma previsão específica?! Mas bem específica mesmo?!”, perguntará ele ameaçadoramente. Sem que eu possa responder, ele dirá que um repórter (ou uma repórter), diante da neve (ou geada) no sul do país, aparecerá na televisão (ou Internet) passando a mão no teto de um carro a fim de mostrar o acúmulo de gelo. E concluirá com um “tá muito frio”. Sairei da consulta meio assustado, mas até que satisfeito, sabia?

Do pinscher ao poodle das artes divinatórias, entrego minha mão e meu futuro a uma cigana de olhos escuros enormes. Fazendo cócegas, ela explora as linhas da vida, do amor e da saúde em minha mão velha. “Você escreverá mais de duzentos textos para a Gazeta do Povo”, dirá ela. “E uns o chamarão de bolsonarista, outros de petista, uns de moristas e outros de isentão”, complementará ela. “Mas o mais importante é que, no primeiro texto que você publicará em 2022, depois de mencionar as previsões de um babalorixá, um astrólogo (era homem), um tarólogo e de uma cigana, você abrirá um parágrafo para falar de política”, preverá ela. Ao que responderei com um “duvido!” teimoso.

Deixando o melhor para o final, pegarei outro taxi e atravessarei toda a cidade para encontrar num barraco um eremita que, me garantirão os produtores desta crônica, é o mais sábio e o melhor jogador de runas e ODFA do Universo. Pesquisarei o que são runas e não entenderei nada. Mas cumprirei a pauta mesmo assim. Fingirei que acredito na palavra dos produtores e chegarei ao barraco esperando encontrar um senhor magro de longuíssimas barbas. Que me oferecerá um chá suspeito (que recusarei) antes de fazer as tão aguardadas previsões eleitorais para 2022.

Nem precisarei perguntar quem vencerá as eleições de 2022. O eremita jogador de runas e ODFA se adiantará e dirá que o novo (ou velho) presidente do Brasil será um homem. Coitada da Simone Tebet, pensarei, mas não direi nada para não correr o risco de sofrer sanções do TSE. Diante do silêncio, o eremita se sentirá seguro para falar mais. E falará.

E ele não me decepcionará: “O nome do novo (ou velho) começa com consoante. Ele terá mais de 35 anos. Vencerá aquele que prometer acabar com a corrupção e com a fome, e que se disser capaz de resolver todos os problemas econômicos”. Perguntarei se é só isso e ele dirá que é só isso e que as runas estão um tanto confusas hoje e o programa que ele desenvolveu para a análise de ODC (otherworldly digital content) está com um bug. E eu voltarei para a redação onde comporei essa crônica planejando encerrá-la com minha onomatopeia preferida. Humpf.

Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/polzonoff/natureza-celebridades-e-politica-as-previsoes-infaliveis-para-2022/
Copyright © 2022, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...