quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

PLANEJAMENTO AJUDA A CUMPRIR METAS

 

Valêncio Garcia

Uma das características comuns entre executivos, independente da área em que atuam, são metas e desafios. Se o olhar do executivo e da equipe estiverem voltados para o planejamento estratégico, isso pode ajudar toda a equipe a marcar muitos pontos.

Vender mais, reduzir custos, e apresentar resultados e lucros é o que mais as empresas esperam de seus executivos. 

Embora nem todos tenham o domínio das técnicas e metodologias capazes de simplificar esse processo, aqueles que fazem uso de planejamento estratégico são comprovadamente mais assertivos.

Se formos buscar a definição de planejamento estratégico em qualquer dicionário comum, encontraremos a explicação sobre um conjunto de mecanismos sistêmicos baseado em processos metodológicos para contextualizar e definir o estabelecimento de metas, a mobilização de recursos e a tomada de decisões.

E é claro, com o grande objetivo de apresentar os melhores resultados para a empresa.

O mercado hoje

Hoje em dia o que mais vemos são executivos pressionados no curto prazo para atingir resultados e metas que muitas vezes se realizam a médio e longo prazo.

No entanto, ao meu ver, o que falta mesmo é planejar estrategicamente as ações. É preciso evitar, por exemplo, a perda de tempo e o gasto de energia em tarefas que não trazem os resultados almejados.

Foco no cliente

Como posso, então, calcular o valor do cliente para a empresa?

O cliente é visto como um investimento de longo prazo, assim como o retorno por ele gerado.

Dessa forma, é preciso distinguir o que a empresa oferece como Valor para o Cliente (investimento) do que é o Valor do Cliente (retorno sobre o investimento).

E para ser mais pontual, é preciso definir o público alvo com clareza, além de saber a representatividade que ele tem para a empresa.

Uma das mais ricas estratégias de mercado é acertar o público-alvo, e oferecer a ele a compra perfeita. E aqui se entende exatamente o produto que ele precisa e o que você tem para servir a ele.

Mas afinal, como descobrir qual o perfil do cliente ideal – ICP?

Para chegar ao mais fiel perfil do cliente ideal, é preciso ter conhecimento da maior quantidade possível de variáveis que você conseguir.

Por exemplo:

CNAE;

Porte da Empresa Faturamento ou quantidade de funcionários;

Filiais;

Tempo de existência;

Importadora ou Exportadora;

Multinacional

Nacional

LTDA

SA …

Região da Matriz e Filiais;

Poder aquisitivo da região;

Nível Sócio Econômico;

Mobilidade urbana;

Nível de escolaridade;

Idade da população…

E agora que você já sabe quem eles são, é preciso entender onde eles estão.

Em outras palavras, onde estão os potenciais clientes e como podemos atingi-los?

Uma das maneiras mais simples é utilizar Big Data Analytics para isso.

Por exemplo, se o ICP que você identificou é uma empresa, é preciso medir o market size do ICP no Brasil utilizando tecnologia de ponta.

Assim, têm-se o resultado da aplicação de modelagem à realidade nacional, justamente sabendo quantas empresas se adequam ao ICP modelado por você.

É com o auxílio da tecnologia e Big Data que você identifica onde estão as empresas que ainda não se tornaram seus clientes e pode agir diretamente nelas, para inverter esse dado.

Ora, se existem clientes ideais para o seu negócio, porque as deixar de fora do hall?

Dicas para conquistar o cliente ideal – ICP

Aposte em uma comunicação interativa e direcionada

Permita que seu cliente o encontre no Google, Yahoo, Bing, blogs, e redes sociais como LinkedIn, Instagram, Facebook.

Entretenha e eduque por meio da produção de conteúdos direcionados.

Disponibilize artigos, vídeos, eBooks, Webinars, e-mail marketing, blog posts.

Tenha sempre a clara a premissa de acrescentar valor à venda.

E faça negócios com propósito. O cliente precisa, além disso tudo, entender que fez o melhor negócio economicamente falando e em relação ao tempo gasto na negociação.

ESCALANDO NEGÓCIOS DA VALEON

1 – Qual é o seu mercado? Qual é o tamanho dele?

O nosso mercado será atingir os 766 mil habitantes do Vale do Aço e poder divulgar os produtos / serviços para vocês clientes, lojistas, prestadores de serviços e profissionais autônomos e obter dos consumidores e usuários a sua audiência.

A ValeOn atenderá a todos os nichos de mercado da região e especialmente aos pequenos e microempresários da região que não conseguem entrar no comércio eletrônico para usufruir dos benefícios que ele proporciona. Pretendemos cadastrar todas as empresas locais com CNPJ ou não e coloca-las na internet.

2 – Qual problema a sua empresa está tentando resolver? O mercado já expressou a necessidade dessa solução?

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

Viemos para suprir as demandas da região no que tange a divulgação de produtos/serviços cuja finalidade é a prestação de serviços diferenciados para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O nosso diferencial está focado nas empresas da região ao resolvermos a dor da falta de comunicação entre as empresas e seus clientes. Essa dor é resolvida através de uma tecnologia eficiente que permite que cada empresa / serviços tenha o seu próprio site e possa expor os seus produtos e promoções para os seus clientes / usuários ao utilizar a plataforma da ValeOn.

3 – Quais métodos você usará para o crescimento? O seu mercado está propício para esse tipo de crescimento?

Estratégias para o crescimento da nossa empresa

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

O mercado é um ambiente altamente volátil e competitivo. Para conquistar o sucesso, os gestores precisam estar conectados às demandas de consumo e preparados para respondê-las com eficiência.

Para isso, é essencial que os líderes procurem conhecer (e entender) as preferências do cliente e as tendências em vigor. Em um cenário em que tudo muda o tempo todo, ignorar as movimentações externas é um equívoco geralmente fatal.

Planeje-se, portanto, para reservar um tempo dedicado ao estudo do consumidor e (por que não?) da concorrência. Ao observar as melhores práticas e conhecer quais têm sido os retornos, assim podemos identificar oportunidades para melhorar nossa operação e, assim, desenvolver a bossa empresa.

4 – Quem são seus principais concorrentes e há quanto tempo eles estão no mercado? Quão grandes eles são comparados à sua empresa? Descreva suas marcas.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social. Nós não estamos apenas competindo com outras marcas – estamos competindo com todos os sites que desejam nos desconectar do nosso potencial comprador.

Nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

5 – Sua empresa está bem estabelecida? Quais práticas e procedimentos são considerados parte da identidade do setor?

A nossa empresa Startup Valeon é bem estabelecida e concentramos em objetivos financeiros e comerciais de curto prazo, desconsideramos a concorrência recém chegada no mercado até que deixem de ser calouros, e ignoramos as pequenas tendências de mercado até que representem mudanças catastróficas.

“Empresas bem estabelecidas igual à Startp Valeon devemos começar a pensar como disruptores”, diz Paul Earle, professor leitor adjunto de inovação e empreendedorismo na Kellogg School. “Não é uma escolha. Toda a nossa existência está em risco”.

6 – Se você quiser superar seus concorrentes, será necessário escalar o seu negócio?

A escalabilidade é um conceito administrativo usado para identificar as oportunidades de que um negócio aumente o faturamento, sem que precise alavancar seus custos operacionais em igual medida. Ou seja: a arte de fazer mais, com menos!

Então, podemos resumir que um empreendimento escalável é aquele que consegue aumentar sua produtividade, alcance e receita sem aumentar os gastos. Na maioria dos casos, a escalabilidade é atingida por conta de boas redes de relacionamento e decisões gerenciais bem acertadas.

Além disso, vale lembrar que um negócio escalável também passa por uma fase de otimização, que é o conceito focado em enxugar o funcionamento de uma empresa, examinando gastos, cortando desperdícios e eliminando a ociosidade.

Sendo assim, a otimização acaba sendo uma etapa inevitável até a conquista da escalabilidade. Afinal de contas, é disso que se trata esse conceito: atingir o máximo de eficiência, aumentando clientes, vendas, projetos e afins, sem expandir os gastos da operação de maneira expressiva.

Pretendemos escalar o nosso negócio que é o site marketplace da Startup Valeon da seguinte forma:

  • objetivo final em alguma métrica clara, como crescimento percentual em vendas, projetos, clientes e afins;
  • etapas e práticas que serão tomadas ao longo do ano para alcançar a meta;
  • decisões acertadas na contratação de novos colaboradores;
  • gerenciamento de recursos focado em otimização.
  •  
  • E-Mail: valeonbrasil@gmail.com
  • Site: https://valedoacoonline.com.br/
  • Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

ATIVISMO JUDICIAL DO STF AVANÇA SOBRE OUTROS PODERES

 

Ativismo judicial
Por
Leonardo Desideri – Gazeta do Povo
Brasília

Supremo Tribunal Federal adere à campanha Novembro Azul. Foto: Rosinei Coutinho/SCO/STF (07/11/2019)

Ativismo judicial do STF ocorreu em relação à pandemia, ao racismo, à liberdade de expressão e ao despejo em terras invadidas| Foto: Rosinei Coutinho/STF

Seguindo a tendência de anos anteriores, o Supremo Tribunal Federal (STF) fez as vezes dos poderes Executivo e Legislativo em diversas decisões de 2021. O ativismo judicial da Corte pôde ser observado em campos variados, tais como a pandemia, o racismo, a liberdade de expressão e o despejo em terras invadidas.

As propostas do Legislativo para limitar o poder do Supremo não vingaram, e a expectativa é de que o ímpeto ativista continue prevalecendo ao longo de 2022.

A Gazeta do Povo reuniu cinco exemplos emblemáticos de ativismo judicial dos ministros do STF durante o último ano.

Ações do STF ferem o Legislativo. Há omissão do Congresso em relação ao ativismo judicial?

Rede, partido nanico que pediu passaporte da vacina no STF, está acostumado a vencer no “tapetão”
A equiparação da injúria racial ao racismo
Em outubro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que o crime de injúria preconceituosa – que envolve ofensas racistas, xenofóbicas, homofóbicas ou antirreligiosas contra uma pessoa – é inafiançável e imprescritível. Pela primeira vez na história, um crime se tornou imprescritível sem ato do Poder Legislativo, com base numa decisão da Justiça.

Antes, só havia dois crimes imprescritíveis no Brasil, segundo a Constituição de 1988: a ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o preconceito contra coletividades definidas por critérios como raça, cor, etnia e religião.

Essa cautela da lei com a imprescritibilidade tem um motivo claro, como explicou o jurista Andrew Fernandes Farias, especialista em Direito Penal, em fala à Gazeta do Povo. “A regra do sistema é a prescrição. O Estado tem um prazo para processar uma pessoa, para punir e para executar a pena. A regra é a prescritibilidade dos crimes, porque senão passaríamos ad aeternum esperando o Estado processar. Se a pessoa praticou crime com 18 anos, você vai punir a pessoa com 68? Você não está punindo a mesma pessoa. A imprescritibilidade é a exceção do sistema”, disse.

Conforme o Código Penal, a injúria por preconceito contra raça, cor, etnia, religião ou país de origem deveria prescrever em um prazo de oito anos. Mas a Corte consagrou o entendimento de que injúrias desses tipos são uma espécie de racismo – crime cuja pena, de acordo com a Constituição, jamais prescreve.

Além disso, como o STF equiparou o crime de homofobia ao de racismo em 2019, a injúria homofóbica também passou a ser um crime imprescritível. Isso porque ela faz parte, do ponto de vista judicial, da mesma classe penal das injúrias relacionadas a raça, cor, etnia, religião e procedência.

Dessa forma, em 2021, xingamentos homofóbicos também passaram a ser crimes imprescritíveis por via puramente judicial, sem que o Poder Legislativo tenha sequer debatido o tema.

A instauração de inquéritos
Os inquéritos do STF para apurar ofensas feitas contra a Corte – que a transformam em vítima, investigadora, acusadora e juíza ao mesmo tempo – continuaram sendo uma tendência forte em 2021.

Em fevereiro, o ministro Alexandre de Moraes decretou a prisão do então deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), após um vídeo com fortes críticas a membros do STF, em decisão relacionada aos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos.

Em julho, Moraes mandou arquivar o inquérito dos atos antidemocráticos, atendendo a sugestão da Procuradoria-Geral da República (PGR). Por outro lado, decidiu abrir uma nova investigação para continuar apurando a existência de uma “organização criminosa” digital montada “com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado de Direito”.

No âmbito dessas investigações, ele determinou, em outubro, a prisão e extradição do jornalista Allan dos Santos, do Terça Livre. Em agosto, Moraes já havia ordenado a prisão de Roberto Jefferson, ex-presidente nacional do PTB, pela suposta participação em uma organização digital criada para realizar ataques à democracia.

O próprio presidente Jair Bolsonaro também se tornou alvo dessas investigações, após declarações que relacionaram a vacina contra Covid com a Aids. Moraes considerou necessário apurar a relação entre essa informação veiculada pelo presidente e a atuação de uma suposta organização criminosa investigada pelo Supremo e que envolve aliados do presidente Bolsonaro.

Embora o regimento interno do STF já previsse a possibilidade de instauração de inquéritos pelos próprios magistrados, essa não era, até pouco tempo atrás, uma prática comum. Em 2020, isso começou a mudar; em 2021, a tendência se consolidou.

“A imparcialidade do magistrado é o que ele tem de mais sagrado. Quando o magistrado se envolve na investigação, a imparcialidade dele fica comprometida. Ele não pode ter protagonismos. A partir do momento em que o juiz participa da investigação, a imparcialidade dele fica em xeque”, disse Andrew Fernandes, advogado criminalista e sócio do Bayma e Fernandes Advogados Associados, em fevereiro, em entrevista à Gazeta do Povo.

A exigência do passaporte da vacina
Fechando o ano, em dezembro, o Supremo decidiu determinar as regras no Brasil sobre o passaporte da vacina, estabelecendo exigência de comprovante de vacinação contra a Covid-19 para que viajantes ingressem no Brasil, vindos do exterior.

Em novembro, o governo Bolsonaro havia editado uma portaria que exigia o documento, mas permitia a entrada se a pessoa apresentasse um teste negativo para a doença e se comprometesse a ficar em quarentena por cinco dias, seguida de um novo exame.

Mas, acolhendo um pedido do partido Rede Sustentabilidade, o ministro do STF Luís Roberto Barroso determinou que, para o ingresso no país, seria obrigatório comprovar a vacinação contra a Covid, exceto para quem tivesse recomendação médica contrária, de pessoas provenientes de países sem ampla vacinação ou por questões humanitárias.

Após um apelo do governo, o Supremo flexibilizou um pouco as exigências, e definiu que as pessoas que tivessem saído do Brasil antes do dia 14 de dezembro estariam dispensadas da comprovação da vacina ou da quarentena no regresso, mas deveriam apresentar o teste negativo para a Covid. Quatro dias depois da decisão monocrática de Barroso, seus colegas de Supremo confirmaram a liminar em votação no Plenário virtual. Mas o ministro Nunes Marques pediu para levar o julgamento ao plenário presencial e a análise no STF começará do zero.

Em seu perfil no Facebook, André Uliano, colunista da Gazeta do Povo, afirmou que as escolhas políticas sobre a vacinação exigem deliberação e, por isso, não cabem ao Judiciário. “Não é simples aplicação mecânica de um princípio sobre uma questão supostamente ‘óbvia’”, disse Uliano. “Em nenhuma democracia o Judiciário decidiu sobre política de vacinação ou impôs passaporte vacinal”, acrescentou.

A criação do “flagrante permanente”
Em fevereiro, entre suas justificativas para a decisão de prender o deputado federal Daniel Silveira, o ministro Alexandre Moraes afirmou que o parlamentar encontrava-se em “infração permanente” ao ter disponibilizado o vídeo em suas redes sociais, e que, por isso, poderia ser preso em flagrante.

De fato, o Código de Processo Penal prevê em seu artigo 303 que há “infrações permanentes”, isto é, que não se dão só em um dado momento, mas se perpetuam no tempo, o que dá origem à noção de “flagrante permanente”.

Mas, por meio de uma manobra jurídica, Moraes inovou ao trazer para a internet o conceito de infração permanente. O raciocínio do ministro foi o seguinte: se a disponibilização de um vídeo nas redes sociais pode ser considerada um motivo para prisão em flagrante de forma permanente, não importando quando o espectador assiste ao vídeo, isso quer dizer que vídeos publicados há anos podem ser motivo para uma prisão em flagrante, se ainda estiverem no ar.

A interpretação de Moraes foi considerada por juristas como um grave exemplo de ativismo judicial, já que houve um salto de interpretação entre aquilo que a lei prevê e como isso se aplica ao caso de vídeos publicados em redes sociais.

A alteração da lei sobre despejo em áreas rurais

Em dezembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) acatou pedido feito pelo PSOL e mudou a Lei 14.261 de 2021, aprovada pelo Congresso em outubro de 2021, estendendo para 31 de março de 2022 o impedimento de execução de medidas judiciais de desocupação de áreas invadidas, sejam elas urbanas ou rurais, por causa da pandemia.

Para justificar a alteração da lei em âmbito judicial – a Constituição rege que a função de alterar uma norma é do Poder Legislativo, não do Judiciário -, o relator da decisão, Luís Roberto Barroso, citou o surgimento da nova variante ômicron, a existência de 123 mil famílias ameaçadas de despejo no país e as condições socioeconômicas da população.

Sobre a inclusão de terrenos rurais, não prevista por deputados e senadores na aprovação da Lei 14.261 de 2021- para evitar abusos de grupos como o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) -, Barroso afirmou que não haveria justificativa para proteger apenas “pessoas em situação de vulnerabilidade nas cidades”. “A Lei nº 14.216/2021, nessa parte, cria uma distinção desproporcional e protege de forma insuficiente pessoas que habitam áreas rurais, distorção que deve ser corrigida na via judicial”, diz o ministro.

Para o juiz federal Eduardo José da Fonseca Costa, doutor em Direito pela PUC-SP e ex-presidente da Associação Brasileira de Direito Processual, o ativismo judicial no caso é patente.

“A lei que havia sido sancionada, promulgada e publicada estabelecia um prazo que acabou de expirar para se impedirem despejos no curso da pandemia de Covid. Esse prazo já expirou. Usurpando competência do Poder Legislativo, o ministro prorrogou o prazo, como se legislador fosse. A usurpação de função legislativa é manifesta de tal maneira que ele prorrogou por critérios pessoais. Ele não declarou a lei inconstitucional e nem disse que a falta de legislação prorrogativa seria inconstitucional. E, ainda que o fizesse, não poderia legislar em lugar do Congresso Nacional”, avalia.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/5-vezes-stf-tomou-papel-outros-poderes-2021/
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JUAN GUAIDÓ CONTINUA SENDO O PRESIDENTE VIRTUAL DA VENEZUELA

 

Editorial
Por
Gazeta do Povo

Juan Guaidó, presidente interino da Venezuela.| Foto: EFE/Rayner Peña

A legítima Assembleia Nacional venezuelana – aquela eleita em 2015, não o Legislativo usurpador escolhido na farsa eleitoral de 2020 – está discutindo uma reforma que prorrogue a sua continuidade como o verdadeiro Poder Legislativo do país, e a consequente manutenção de Juan Guaidó como presidente interino da nação. A reforma, aprovada em primeira votação, mas que precisa passar por um segundo escrutínio no próximo dia 30, é a única solução possível desde que a ditadura de Nicolás Maduro passou a manipular os processos eleitorais que supostamente lhe deram um novo mandato presidencial em 2018 e renovaram o parlamento em 2020, sem o reconhecimento da maioria das democracias ocidentais.

Guaidó assumiu interinamente a presidência da Venezuela em janeiro de 2019, em obediência à Constituição venezuelana, que, na ausência de um chefe legítimo do Poder Executivo, atribui essa função ao chefe da Assembleia Nacional, posto que Guaidó exercia. Em 2018, Maduro vencera uma eleição nada livre e com inúmeras suspeitas de fraude, mas insistira em tomar posse no início de janeiro de 2019, contra os apelos de boa parte da comunidade internacional. Diante desse desafio às leis venezuelanas, Guaidó e a Assembleia Nacional – único poder legítimo do país, já que o Judiciário também havia perdido sua independência, estando subserviente ao ditador – responderam com um movimento inédito até então, deixando claro para o mundo todo que o “novo mandato” de Maduro era ilegítimo. No entanto, Guaidó jamais conseguiu cumprir a principal atribuição de um presidente interino, a convocação de novas eleições, pois Maduro, tendo a seu lado todo o aparato de repressão, o oficial e o paramilitar, jamais permitiu que isso ocorresse.

A Venezuela tem um ditador ilegítimo “eleito” em 2018, um Legislativo ilegítimo “eleito” em 2020, e uma Assembleia Nacional legítima, eleita em 2015, que precisa seguir renovando seu mandato para que o país continue a ter um presidente

O impasse cresceu em 2020, com o término do mandato parlamentar da Assembleia Nacional eleita em 2015. A renovação do parlamento, no entanto, se deu em condições ainda mais escandalosas que a “reeleição” de Maduro em 2018, com interferência ativa da Justiça Eleitoral para que apenas o chavismo e atores políticos coniventes com a ditadura tivessem representação na Assembleia Nacional. Novamente, o pleito foi rechaçado pelas nações democráticas, que se recusaram a reconhecer o resultado. Os “deputados” usurpadores até tomaram “posse”, mas o Legislativo genuíno continuou a ser aquele eleito em 2015, que prorrogou seu mandato para evitar que não houvesse mais governo algum no país. Esta é a situação institucional em que se encontra hoje a Venezuela: há um ditador ilegítimo “eleito” em 2018, um Legislativo ilegítimo “eleito” em 2020, e uma Assembleia Nacional legítima, eleita em 2015, que precisa seguir renovando seu mandato para que o país continue a ter um presidente, até que seja possível realizar novas eleições gerais limpas.

Guaidó continua enfrentando um desafio duplo. Embora seja o presidente de direito, continua incapaz de governar a Venezuela porque Maduro detém o comando de fato, por manter a lealdade do poder armado; todas as recentes tentativas de trazer para seu lado figuras importantes das Forças Armadas, ou de promover manifestações populares capazes de mudar os rumos do país, não tiveram sucesso. Internacionalmente, o apoio às formas democráticas se enfraqueceu na esfera regional: o Grupo de Lima perdeu Argentina e Peru, e o número de seus membros governados pela esquerda está aumentando, o que deve aumentar a dissensão dentro do grupo quanto às medidas que precisam ser tomadas contra Maduro. Os Estados Unidos, sob Joe Biden, continuam reconhecendo Guaidó como presidente, mas a Comissão Europeia, o braço executivo da União Europeia, não reconheceu a continuação do mandato da Assembleia Nacional, por mais que também condenasse o pleito fraudado de 2020 – na prática, isso significa que a UE não mais considera Guaidó o chefe interino do Poder Executivo venezuelano.


Essas baixas no reconhecimento enfraquecem a reivindicação de Guaidó e facilitam a vida de Maduro, que continua usando as rodadas de diálogo para ganhar tempo e se consolidar no poder. A mais recente delas, mediada pela Noruega e realizada no México em setembro e outubro de 2021, foi abandonada pela ditadura bolivariana, que usou como pretexto a extradição para os Estados Unidos de Alex Saab, empresário colombiano e aliado próximo de Maduro que estava detido em Cabo Verde. A má-fé dos chavistas é tanta que foi reconhecida até pelo papa Francisco, em carta enviada por ele a Maduro no início de 2019, em resposta a um pedido de mediação, e que acabou vazada para a imprensa.

As grandes vítimas do apego de Maduro ao poder, com seu autoritarismo e truculência que fazem do “socialismo do século 21” nada mais que uma cópia dos socialismos do século 20, são os venezuelanos comuns. A pobreza, a fome, o caos na segurança, nada disso pode ser atribuído a Guaidó e seu esforço diplomático contra Maduro, pois o ditador faz o que quer sem enfrentar resistência alguma, apesar do apoio popular de que goza o presidente interino. Pelas projeções do FMI, no fim deste ano o PIB per capita da Venezuela será menor que o do Haiti; apenas a aplicação do socialismo explica o fato de o país detentor das maiores reservas petrolíferas do mundo ser também a nação mais pobre de seu continente.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/editoriais/na-venezuela-o-poder-legitimo-segue-resistindo/
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ECONOMIA SERÁ O TEMA CENTRAL DOS DEBATES POLÍTICOS NAS ELEIÇÕES 2022

 

Preocupações do eleitor

Por
Isabella Mayer de Moura – Gazeta do Povo

Economia deve ser o principal tema das eleições de 2022, segundo analistas| Foto: EFE/Antonio Lacerda

A situação econômica do país promete estar no centro do debate presidencial das eleições de 2022. Especialistas e analistas ouvidos pela Gazeta do Povo acreditam que a alta inflação, o desemprego e a consequente perda do poder aquisitivo dos cidadãos são os temas que, no momento, mais preocupam os brasileiros. Se os índices econômicos não melhorarem, a tendência é que o eleitor dê mais relevância à agenda econômica na hora de escolher seu candidato no ano que vem. Mas outros assuntos também têm potencial para movimentar o pleito no ano que vem.

Confira a seguir os temas que tendem a pautar a campanha eleitoral de 2022:

  1. Saúde e pandemia
    Embora as preocupações do brasileiro com a saúde e a pandemia de Covid-19 tenham diminuído ao longo de 2021, por causa da melhora da situação epidemiológica, o tema continua sendo um dos mais importantes para os eleitores.

O Instituto Paraná Pesquisas, por exemplo, informou em novembro que 17% dos entrevistados em um levantamento nacional acreditam que o tema precisa ser tratado como prioridade pelo governo. Em dezembro, uma pesquisa de opinião encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT/MDA), apontou a gestão da saúde e da pandemia como segundo tema mais importante de ser discutido durante as eleições para que se possa definir o voto – 38% dos eleitores entrevistados citaram esse tópico. O mais citado foi melhoria da economia e desemprego.

Historicamente, a saúde está no topo da lista das preocupações dos brasileiros. Em 2018, por exemplo, o tema foi apontado como principal problema do país em quase todos os estados, segundo pesquisa do Ibope. Em tempos de pandemia, isso não seria diferente.

Os candidatos da oposição tendem a explorar o tema para criticar o presidente Bolsonaro. Acusações feitas durante a CPI da Covid no Senado podem ser relembradas, como a de crime contra a humanidade, crime de epidemia e charlatanismo. A seu favor, Bolsonaro tem a mostrar um alto índice de vacinação no Brasil, maior do que em países desenvolvidos – embora João Doria, governador de São Paulo, seja o pré-candidato que assumiu o papel de defensor nacional da vacina contra a Covid-19.

A discussão de políticas públicas para preparação contra uma pandemia futura deverá estar presente nos debates e nos planos de governo dos candidatos. Além disso, novas ondas de Covid-19, como as que estão ocorrendo na Europa, também podem afetar o Brasil e, por consequência, as eleições.

Qual a chance de Sergio Moro quebrar a polarização entre Lula e Bolsonaro na eleição de 2022?
Total, já que é o melhor candidato da terceira via
Remota, pois a força eleitoral do ex-juiz é incerta
Nenhuma chance, Lula e Bolsonaro vão para o 2º turno

  1. Inflação, crescimento econômico e desemprego
    A pandemia e as restrições de circulação afetaram a economia mundial. No Brasil, isso está sendo sentido principalmente na inflação, no desemprego e no aumento da pobreza, três assuntos que devem dominar as eleições do ano que vem, segundo analistas e diretores de institutos de pesquisas ouvidos pela Gazeta do Povo.

Neste momento, a economia é o tema que mais aflige os brasileiros. De acordo com pesquisa da Genial/Quaest, em julho ela era considerada o principal problema do país por 28% dos brasileiros. Em dezembro, o número saltou para 41%, com especial preocupação com o crescimento econômico, inflação e desemprego. A maioria acredita que a situação econômica do país vai continuar parecida ao longo de 2022 ou que vai piorar e considera que houve um aprofundamento da desigualdade social.

Se os indicadores continuarem ruins e a previsão de uma estagnação no crescimento do PIB do ano que vem se confirmar, o tema tende a ser o mais importante nas eleições de 2022.

Já prevendo isso, alguns pré-candidatos estão se preparando para apresentar propostas nesta área, como é o caso de Ciro Gomes (PDT), Sergio Moro (Podemos) e o tucano João Doria.

Cila Schulman, vice-presidente do Instituto de Pesquisa Ideia, acredita que o tema econômico será um componente tão relevante para as eleições de 2022 quanto em 1994, quando o país passava por uma transição monetária após anos de hiperinflação. O candidato vencedor naquele ano, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), tinha como principal plataforma o Plano Real – que controlou a inflação no país.

Ainda no campo econômico e social, o aumento da pobreza também deverá ser debatido. Programas sociais para erradicação da pobreza já vêm sendo estudados por pré-candidatos e o Planalto já começou a pagar o Auxílio Brasil, programa social que substituiu o Bolsa Família, no valor de R$ 400 mensais a famílias carentes. A aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Precatórios no Congresso garantiu espaço fiscal para que o benefício continue sendo pago no ano que vem.

“O que muda para a eleição de 2022 é que estamos em um grau de desgaste social muito forte causado pela pandemia, com aumento significativo da pobreza, ambiente inflacionário muito alto, a questão do desemprego em patamares elevados e tudo isso com a pandemia ainda muito recente na memória das pessoas”, afirma Cristiano Noronha, vice-presidente da consultoria política Arko Advice. “Esse debate sobre como foi enfrentada a questão da pandemia e os impactos econômicos e sociais que ela causou vão dominar muito o debate eleitoral”, opina.

  1. Lava Jato e o Judiciário
    Casos de corrupção movimentaram as eleições de 2018. As prisões do ex-presidente Lula (PT) e de vários políticos durante os anos da Lava Jato tiveram um impacto significativo na eleição de congressistas, governadores e do presidente Jair Bolsonaro, que abraçou a causa anticorrupção durante sua campanha e se mostrou como um candidato antissistema, distante dos partidos tradicionais que se viram envolvidos em escândalos.

Nas eleições de 2022, o tema promete voltar, mas em um contexto diferente e não com a mesma força. A Lava Jato acabou. Lula foi solto. Moro foi considerado parcial ao julgar o petista. E o anseio do eleitor por renovação arrefeceu.

Até mesmo a preocupação do brasileiro com o tema vem diminuindo ao longo dos anos, desde 2016, segundo pesquisas de opinião. Segundo a levantamento da Genial/Quaest, em dezembro de 2021 cerca de 10% dos entrevistados elencaram a corrupção como principal problema do Brasil.

Mas a presença dos principais personagens da operação – Moro e Lula – na corrida presidencial deverá, naturalmente, trazer o tema para o debate, ainda que estratificado em narrativas.

O pré-candidato Sergio Moro (Podemos) tem como principal agenda o combate à corrupção e usará seu histórico como ex-juiz da Lava Jato para criticar Lula, lembrando que o ex-presidente foi solto não porque foi absolvido, mas sim porque os processos foram anulados por questões técnicas. Assim, a tendência é que Lula tenha de abordar os casos de corrupção envolvendo o seu governo e o da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Mas o contra-ataque do PT será apontar a parcialidade de Moro e exaltar as vitórias de Lula na Justiça, apoiando-se para isso em decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) e no desgaste de Moro frente à opinião pública desde a série de reportagens que ficou conhecida como “Vaza Jato”, na qual foram divulgadas conversas entre o ex-juiz e membros do Ministério Público sobre a operação. O trabalho de Moro na Lava Jato, no auge da operação, era aprovado por 65% dos brasileiros, segundo o Datafolha. No começo de 2021, o porcentual havia caído para 45%.

O candidato do PT já vem afirmando há anos que é vítima de perseguição judicial – o chamando lawfare, um conceito bastante usado por políticos de esquerda da América Latina, como a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, para se defender em processos de corrupção.

Ainda nesta área, decisões judiciais também podem mobilizar eleitores. Os protestos de 7 de setembro são uma prova clara disso, quando milhares de apoiadores do presidente Bolsonaro saíram às ruas no Brasil para pedir o impeachment de ministros da corte. Eventuais decisões do STF e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante 2022, como a possibilidade de barrar candidaturas, têm potencial de mudar os rumos das eleições.

  1. Democracia e liberdades individuais

Alguns temas tendem a movimentar eleitorados de determinados perfis ideológicos – talvez não tanto quanto em 2018, mas ainda assim, servirão para mobilizar as bases de apoio de candidatos à esquerda e à direita.

A preocupação com a democracia no caso de reeleição do presidente Bolsonaro é algo que já vem sendo trabalhado por seus opositores. O ex-candidato à Presidência pelo Psol Guilherme Boulos, que já indicou apoio a Lula em 2022, disse que a reeleição de Bolsonaro seria “a destruição da democracia brasileira”.

Na outra ponta do espectro político, o tema das liberdades individuais, que vieram à tona devido às restrições impostas por prefeitos e governadores por causa da pandemia, deve continuar relevante. Restrições de publicações nas redes sociais e prisões de apoiadores de Bolsonaro devem continuar sendo temas relevantes para o eleitorado do presidente, embora os analistas salientem que, de uma maneira geral, eles não devem influenciar na corrida eleitoral do ano que vem – a não ser que novos atos do STF e do TSE e novas restrições devido à pandemia deem fôlego ao debate.

“Liberdade de opinião e de imprensa estarão presentes, mas não são necessariamente temas que mobilizem a maior parte do eleitorado. Pode afetar nichos eleitorais, mas a grande massa está preocupada com os problemas que enfrentam no dia a dia”, afirmou Noronha.


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ÁLCOOL HIDRATADO FORNCEDIDO DIRETAMENTE NOS POSTOS DE COMBUSTÍVEIS FAZ BARATEAR O SEU CUSTO

 


| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo

Levantamento feito pela Agência Nacional de Petróleo em postos de combustíveis no Brasil inteiro encontrou uma diferença de quase R$ 3 no litro do álcool hidratado entre o Rio Grande do Sul e São Paulo. Um posto do Rio Grande do Sul está vendendo o álcool a R$ 7,80 o litro. E, em São Paulo, o preço médio nem é o preço mais baixo – o preço médio é R$ 4,90. A maior parte das refinarias de álcool estão em São Paulo. Mas quase, praticamente R$ 3, porque esse é o preço médio em São Paulo. E está mais baixo em São Paulo por que? Consequência de uma medida provisória do governo autorizando a venda direta da refinaria para o posto. Não precisa fazer uma viagem até a distribuidora, para depois voltar para o posto. Pode vender para qualquer bandeira. Liberação é isso: o governo tem que abrir, facilitar, e não prender, amarrar, complicar para ficar tudo mais caro. Para fazer passeio por aí.

Na semana antes do Natal, o preço caiu muito, na maior parte dos estados. Em 19 estados o preço do litro do álcool caiu. Em Mato Grosso, chegou a cair 15% – ao passo que, no Rio Grande do Sul, esse preço em média é R$ 7, enquanto a média em São Paulo é R$ 4,90. Só para a gente registrar, comparar, na hora de abastecer. Tem muita gente, eu já ouvi muito motorista se queixar de que está vindo pela BR-101, por Santa Catarina, indo em direção ao Rio Grande do Sul, e abastece antes de entrar na divisa do Rio Grande do Sul. Porque no Rio Grande do Sul o imposto estadual é mais alto do que em Santa Catarina, e o preço do combustível fica mais caro, qualquer combustível.

Chuvas e inundações

Bahia sofrendo com chuvas, e também Minas Gerais, outros estados. Muita chuva neste verão. E o presidente Bolsonaro assinou uma medida provisória criando um crédito extraordinário de R$ 200 milhões para refazer estradas destruídas pelas chuvas, pelas inundações. R$ 80 milhões para estradas baianas. Mas também vai para estradas do Pará, de São Paulo, de Minas Gerais e do Amazonas. Há mais de 20 mortos e mais de 30 mil desabrigados só na Bahia. É uma grande tragédia numa época em que a gente costuma festejar o Natal e o fim de ano.

A vitória de Alex
Quem está festejando também é o jogador que começou no Grêmio, o Alex dos Santos Gonçalves, que estava enrolado na Indonésia, não podia sair, estava sem o passaporte. E o governo brasileiro entrou nessa dando apoio diplomático e jurídico ao atleta. E o clube em que ele jogava, unilateralmente, violou o contrato reduzindo o salário dele em 75%. Aí ele se queixou para a FIFA, e a FIFA puniu o clube e mandou o clube pagar as diferenças. O clube ficou furioso e retaliou, dando uma queixa na polícia, dizendo que ele já estava com o visto de trabalho vencido na Indonésia, por isso estava em situação irregular e a situação ficou difícil para ele voltar para o Brasil em festas de fim de ano, para se reunir com a família.

O governo brasileiro entrou nessa, conseguiu a liberação dele também, e ontem eu vi um tweet do presidente Bolsonaro e do ministro de Relações Exteriores, o ministro França, anunciando que ele havia passado na alfândega, na migração em Jacarta. Estava em um voo da Emirates para Dubai, ia fazer escala em Dubai, de lá iria para São Paulo, e de São Paulo ia voltar para Porto Alegre onde ele começou a carreira esportiva.

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OPERAÇÃO LAVA JATO APROVADA PELA MAIORIA DOS BRASILEIROS

 


Por
Thaméa Danelon – Gazeta do Povo

Manifestacao contra o PT e pelo impeachment da presidente Dilma Roussef, em Curitiba. Tag: Fora Dilma, Fora PT, protesto

Manifestação em apoio à Operação Lava Jato, em Curitiba.| Foto: Gazeta do Povo

A pesquisa Data Veritas divulgada no dia 24 de dezembro de 2021 ouviu os brasileiros sobre eventual apoio à Operação Lava Jato – dentre outros assuntos – e 76% das pessoas questionadas se declararam favoráveis à aludida operação. Importante relembrar que em 2015 outra pesquisa com resultados semelhantes foi divulgada; o Datafolha apurou que a corrupção era considerada pela população como o maior problema do país. Segundo este instituto de pesquisa, essa foi a primeira vez que os brasileiros alçaram a corrupção ao pior dos males de nosso país. Após a corrupção, seguiam-se os demais infortúnios, como saúde e desemprego.

Embora a Lava Jato tenha praticamente se encerrado em fevereiro de 2021, ainda hoje o brasileiro reconhece a importância dessa operação policial, pois, além de descortinar o maior esquema de corrupção da história do Brasil, e, possivelmente, do mundo, os resultados da Lava Jato jamais foram vistos anteriormente. Os números da força tarefa com atuação em Curitiba são impressionantes: foram oferecidas 179 ações penais; 174 réus foram condenados em primeira e segunda instância; foram realizados 209 acordos de colaboração premiada; e 17 acordos de leniência com as empresas. Ocorreram 79 operações policiais e 1.450 buscas e apreensões; Foram decretadas 163 prisões temporárias; 132 prisões preventivas e 211 conduções coercitivas. 553 pessoas foram processadas pelo Ministério Público Federal; e 4,3 bilhões de reais foram devolvidos aos cofres da Petrobrás e União, e ainda há 14 bilhões previstos para serem recuperados. No Rio de Janeiro, a força tarefa da Lava Jato ajuizou 56 ações penais; contra 339 denunciados; 41 réus foram condenados em primeira e segunda instância; foram celebrados 37 acordos de colaboração premiada; e ocorreram 39 fases da operação. Foram decretadas judicialmente 48 prisões temporárias; 217 prisões preventivas; 471 buscas e apreensões; e 35 conduções coercitivas. Retornaram aos cofres públicos 945 milhões de reais; e 250 milhões de reais recuperados foram encaminhados para o pagamento do 13º atrasado de 146 mil aposentados e pensionistas do estado do Rio de Janeiro.

Em relação aos criminosos investigados, dois ex presidentes da República foram presos, o ex-presidente Lula e o ex-presidente Temer, sendo que o primeiro foi condenado em três instâncias e permaneceu preso por mais de 1 ano. Além deles, outros dois ex-presidentes foram acusados por corrupção ou formação de organização criminosa – o ex-presidente Fernando Collor de Mello e a ex-presidente Dilma Rousseff. Dois ex-chefes da casa civil – que é o segundo posto mais importante do Poder Executivo – foram condenados e presos por corrupção. Dois ex-presidentes da Câmara também foram detidos: Henrique Alves e Eduardo Cunha. Ao longo da operação, diversos criminosos realizaram delação premiada, e as pessoas jurídicas celebraram Acordos de Leniência. Uma única empresa fez um acordo com o Ministério Público e mencionou condutas ilícitas de 415 políticos; sendo esses de 26 partidos. Além disso, um senador e um governador foram presos no exercício de seus mandatos; e mais de um ex-governador foi encarcerado e acusado por corrupção. Dezenas de sócios e altos executivos das maiores empreiteiras do Brasil e do mundo foram condenados e também presos. Ademais, as investigações se espalharam por quase todos os Estados e partidos políticos do Brasil, e também alcançaram ao menos outros 10 países da América Latina, tais como Angola, Argentina, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela, atingindo, também, 8 ex-presidentes estrangeiros.

O resultado dessa pesquisa divulgado dia 24 de dezembro demonstra que a população brasileira não esqueceu e não esquecerá jamais desta operação policial histórica, que tentou depurar o nosso país do grande mal que é a corrupção.


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JOHANNES VERMEER O PINTOR NEOLANDEZ DESCONHECIDO


  1. Cultura
     

No século 19, foi redescoberto e, hoje, são catalogadas pouco mais de 35 telas de sua lavra

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

Deft era uma cidade vibrante no século 17. Era ponto importante da Companhia das Índias Orientais, uma empresa holandesa que revolucionara o comércio global. 

Naquela rica e pujante urbe, em pleno século de ouro da pintura neerlandesa, viveu um de meus pintores favoritos: Johannes Vermeer. Sabemos pouco sobre ele. Quase nada, para dizer a verdade. Vivia de forma modesta, beirando a pobreza, como comerciante de arte. Casado e pai de incontáveis filhos, Vermeer chegou a ser presidente da guilda local de pintura, porém isso não lhe garantia sustento, apenas um limitado prestígio local. 

Vermeer
A imagem de um Cupido ficou escondida em ‘Moça Lendo uma Carta à Janela’ por quase 300 anos Foto: Coleção Estatal de Arte de Dresden

Tão logo morreu, caiu no esquecimento. Nos séculos que se seguiram, obras assinadas por ele foram vendidas com o nome de outros pintores, com o intuito de valorizá-las. No século 19, foi redescoberto e, hoje, são catalogadas pouco mais de 35 telas de sua lavra. Certamente pintou mais, porém elas se perderam. São poucas cenas de exterior (uma delas mostra a sede da VOC). A maioria mostra um mesmo cômodo de sua casa, sempre o canto esquerdo com a janela à vista e como foco de luz, variando o ângulo do pintor, os objetos retratados, o fundo e as personagens.

O filme Moça com Brinco de Pérola (2003) mostra a talentosa Scarlett Johansson como a menina que posou para o pintor em boa parte de seus quadros, incluindo a pintura homônima. A história é totalmente ficcional.

Entre seus temas conhecidos, está o de uma jovem ou uma mulher lendo uma carta diante de uma janela aberta. Numa delas, um mapa ao fundo. Em outra, a parede vazia. Em ambas as telas, a solidão de quem lê notícias (seriam boas?) de quem está distante. Pois, em 1979, a galeria Gemäldegalerie Alte Meister, em Dresden (Alemanha), local de custódia da tela em que uma garota lê uma carta com uma parede vazia por trás dela, submeteu a obra a um raio X. Atônitos, os curadores perceberam que o pintor, aparentemente, escondera uma pintura de um cupido por trás de uma grossa camada de tinta. Em 2017, depois de anos e anos de estudo, concluíram que a intervenção que escondera o cupido (razão da tristeza da moça, que lia a carta de seu amado distante) era muito mais recente. Talvez do tempo em que Vermeer se tornara um simples desconhecido. E começaram um meticuloso restauro da tela, tirando a capa de tinta do deus do amor.

Se você ocultou Eros em 2021, desejo que restaure. O ano foi bicudo, chegou a hora de desejar amor de novo. Amor é um gesto de esperança.

 

SUCESSO NOS NEGÓCIOS EXIGEM TEMPO E PACIÊNCIA

 

MAURÍCIO BENVENUTTI

Muita gente busca resultados imediatos e não entende que calma e equilíbrio são imprescindíveis às vitórias

 Por Maurício Benvenutti* – O Estado de S. Paulo

Em geral, as pessoas me associam não só à inovação e ao empreendedorismo, mas também à velocidade e ao ritmo intenso que coloco nas coisas. Em 2021, por exemplo, abordei vários temas aqui que se encaixam neste “estereótipo”.

Mas grandes feitos levam tempo. Vinhos demoram para maturar, jardins demoram para florescer, projetos demoram para evoluir. Em geral, pouco se fala sobre a importância da palavra “paciência”. Principalmente nos negócios. Afinal, tudo anda rápido e a sensação é que devemos andar mais rápido ainda.

A pressa faz você tirar conclusões precipitadas, desejar ganhos da noite para o dia e desistir antes da hora. Muita gente busca resultados imediatos e não entende que calma e equilíbrio são imprescindíveis às vitórias. Claro que há exceções. Sortudos acertam na loteria, jovens lançam hits e ficam milionários. Sempre veremos histórias assim, que ganham destaque justamente por serem improváveis. Mas não dá para contar com elas ao planejar uma vida. A sua maior chance está no trabalho diário e de longo prazo, não nas situações raras e incomuns. A vontade de obter retornos rápidos geralmente nos afasta das verdadeiras conquistas.

A sua maior chance está no trabalho diário e de longo prazo, não nas situações raras e incomuns

A sua maior chance está no trabalho diário e de longo prazo, não nas situações raras e incomuns

Imagine isso. Digamos que você está em uma canoa no meio de um lago. Em certo momento, você olha para a água e atira uma pedra. Rapidamente, ela afunda e some. Em seguida, você atira outra, no mesmo lugar. Ela também afunda e some. Talvez você passe horas atirando pedras e as vendo desaparecer. É bem provável, inclusive, que você passe semanas, meses e anos fazendo isso. Porém, haverá um dia em que você atirará uma pedra e ela não afundará. Que você atirará outras e elas começarão a formar uma montanha à sua frente. Que cada pedra lançada permanecerá visível e tornará essa montanha ainda maior.

Desenvolver uma carreira não é muito diferente disso. No início, você investe tempo e esforço, mas quase nada acontece. Lança várias coisas, mas quase ninguém vê. Porém, enquanto você “atira essas pedras” que somem na água, um alicerce oculto se forma para lhe sustentar profissionalmente. E quando as pessoas começarem a enxergar o resultado das suas ações, significa que esse alicerce se tornou forte o suficiente para que todas as suas iniciativas seguintes sejam reconhecidas pelo público. Lembre-se: os 80% do iceberg que ficam embaixo da água sustentam os 20% que ficam em cima. Torço para você refletir sobre essa proporção. E para você ter em 2022 uma grande oportunidade para chamar de sua. Feliz Ano Novo!

*É SÓCIO DA PLATAFORMA PARA STARTUPS STARTSE

DELEGADOS DA POLÍCIA FEDERAL CONTRA OS CORTES NO ORÇAMENTO DA PF

  Brasil e Mundo ...