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Thaméa Danelon – Gazeta do Povo
Manifestação em apoio à Operação Lava Jato, em Curitiba.| Foto: Gazeta do Povo
A pesquisa Data Veritas divulgada no dia 24 de dezembro de 2021 ouviu os brasileiros sobre eventual apoio à Operação Lava Jato – dentre outros assuntos – e 76% das pessoas questionadas se declararam favoráveis à aludida operação. Importante relembrar que em 2015 outra pesquisa com resultados semelhantes foi divulgada; o Datafolha apurou que a corrupção era considerada pela população como o maior problema do país. Segundo este instituto de pesquisa, essa foi a primeira vez que os brasileiros alçaram a corrupção ao pior dos males de nosso país. Após a corrupção, seguiam-se os demais infortúnios, como saúde e desemprego.
Embora a Lava Jato tenha praticamente se encerrado em fevereiro de 2021, ainda hoje o brasileiro reconhece a importância dessa operação policial, pois, além de descortinar o maior esquema de corrupção da história do Brasil, e, possivelmente, do mundo, os resultados da Lava Jato jamais foram vistos anteriormente. Os números da força tarefa com atuação em Curitiba são impressionantes: foram oferecidas 179 ações penais; 174 réus foram condenados em primeira e segunda instância; foram realizados 209 acordos de colaboração premiada; e 17 acordos de leniência com as empresas. Ocorreram 79 operações policiais e 1.450 buscas e apreensões; Foram decretadas 163 prisões temporárias; 132 prisões preventivas e 211 conduções coercitivas. 553 pessoas foram processadas pelo Ministério Público Federal; e 4,3 bilhões de reais foram devolvidos aos cofres da Petrobrás e União, e ainda há 14 bilhões previstos para serem recuperados. No Rio de Janeiro, a força tarefa da Lava Jato ajuizou 56 ações penais; contra 339 denunciados; 41 réus foram condenados em primeira e segunda instância; foram celebrados 37 acordos de colaboração premiada; e ocorreram 39 fases da operação. Foram decretadas judicialmente 48 prisões temporárias; 217 prisões preventivas; 471 buscas e apreensões; e 35 conduções coercitivas. Retornaram aos cofres públicos 945 milhões de reais; e 250 milhões de reais recuperados foram encaminhados para o pagamento do 13º atrasado de 146 mil aposentados e pensionistas do estado do Rio de Janeiro.
Em relação aos criminosos investigados, dois ex presidentes da República foram presos, o ex-presidente Lula e o ex-presidente Temer, sendo que o primeiro foi condenado em três instâncias e permaneceu preso por mais de 1 ano. Além deles, outros dois ex-presidentes foram acusados por corrupção ou formação de organização criminosa – o ex-presidente Fernando Collor de Mello e a ex-presidente Dilma Rousseff. Dois ex-chefes da casa civil – que é o segundo posto mais importante do Poder Executivo – foram condenados e presos por corrupção. Dois ex-presidentes da Câmara também foram detidos: Henrique Alves e Eduardo Cunha. Ao longo da operação, diversos criminosos realizaram delação premiada, e as pessoas jurídicas celebraram Acordos de Leniência. Uma única empresa fez um acordo com o Ministério Público e mencionou condutas ilícitas de 415 políticos; sendo esses de 26 partidos. Além disso, um senador e um governador foram presos no exercício de seus mandatos; e mais de um ex-governador foi encarcerado e acusado por corrupção. Dezenas de sócios e altos executivos das maiores empreiteiras do Brasil e do mundo foram condenados e também presos. Ademais, as investigações se espalharam por quase todos os Estados e partidos políticos do Brasil, e também alcançaram ao menos outros 10 países da América Latina, tais como Angola, Argentina, Colômbia, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela, atingindo, também, 8 ex-presidentes estrangeiros.
O resultado dessa pesquisa divulgado dia 24 de dezembro demonstra que a população brasileira não esqueceu e não esquecerá jamais desta operação policial histórica, que tentou depurar o nosso país do grande mal que é a corrupção.
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