sábado, 4 de dezembro de 2021

INVESTIMENTO EM TECNOLOGIA E DIMINUIÇÃO DE CUSTOS FATORES PARA AUMENTAR OS LUCROS

 

Souf

As melhores Estratégias para Aumentar o Faturamento incluem aumentar a receita, investir em tecnologia e diminuir os custos. Sim: ao economizar você também pode lucrar! Por isso contratar uma consultoria financeira especializada em redução de custos pode ser a melhor estratégia para tornar a sua empresa mais rentável.

Dominar Estratégias para Aumentar o Faturamento é importante para empresas independentemente do porte. Seguindo esses processos você pode tornar o seu negócio mais lucrativo e interessante no que diz respeito às finanças.

Lucrar é o grande objetivo de um negócio. Existem diferentes formas de fazer isso – mas muitos gestores focam apenas no aumento de vendas – e se esquecem das outras possibilidades.

Leia mais sobre isso em “Impulsione O EBITA Sem Aumentar As Vendas”.

Custos devem ser cortados. No entanto, quando isso é feito sem cautela ou preparo, pode ser que você reduza em aspectos que são fundamentais, e acabe comprometendo a qualidade do seu negócio.

Para não cair nessa cilada é fundamental conhecer as Estratégias para Aumentar o Faturamento através da redução de custos que separamos a seguir, e entender como cada uma delas pode, de fato, lhe proporcionar bons resultados.

A importância do diagnóstico na redução de custos

Demissão não é solução

Reveja – e negocie – seus fornecedores

Marketing digital – um investimento necessário e expressivo

Vale a pena aumentar o preço? Será que essa é uma das melhores Estratégias para Aumentar o Faturamento?

Gestão de estoque e fluxo de caixa

Invista em tecnologia para reduzir os gastos de sua empresa!

Como uma empresa de redução de custos pode lhe ajudar?

A importância do diagnóstico na redução de custos

Diagnóstico é a palavra-chave para ter uma redução de custo que seja eficiente e segura na mesma medida. Somente obtendo um retrato cru das condições e dos processos de sua empresa é que isso se torna possível.

O primeiro passo, portanto, é fazer um levantamento que aponte quanto custa, efetivamente, o seu negócio. Para isso você deve focar em alguns pontos que são fundamentais e contam muito nas despesas, lucros e gastos. Alguns deles são:

Despesas mensais fixas

Despesas gerais com manutenção, materiais e insumos, expediente etc.;

Contratos de parceiros e fornecedores ativos;

Analisando criteriosamente esses pontos você tem maiores chances de entender os valores que circulam na sua empresa e conseguirá identificar os pontos falhos. São justamente nessas frestas que você injetará soluções.

Demissão não é solução

Quando pensamos em Estratégias para Aumentar o Faturamento através da redução de custos, imediatamente vem em mente a palavra “corte”. Mas, será que demitir é mesmo o melhor caminho?

Construir uma equipe sólida e de qualidade custa caro. Leva tempo para que um funcionário novo se torne realmente lucrativo, por isso nem sempre vale a pena abrir mão do recurso humano em prol da economia empresarial.

Que tal terceirizar?

Uma sugestão nesse âmbito é partir para a terceirização de alguns setores. Existem departamentos que podem ser plenamente administrados por empresas especializadas. Na verdade, isso pode trazer inúmeras vantagens.

Quando você terceiriza acaba entregando as tarefas em mãos muito habilidosas, que conseguem se dedicar integralmente aos resultados daquele departamento.

Em paralelo a isso, você tira uma carga grande de cima de alguns profissionais que são contratados de sua empresa e dá a eles tempo, autonomia e liberdade para trabalharem em outros âmbitos, – o que pode ser, por exemplo, a prospecção ou a fidelização de clientes.

Reveja – e negocie – seus fornecedores

Uma empresa com um tempo de vida médio de 3 ou 5 anos costuma já ter parcerias e fornecedores que são bastante próximos e fiéis. Se esse é o seu caso, talvez seja hora de revisitar os contratos e tentar obter benefícios.

Separe um tempo em sua agenda para reunir todos os contratos e verificar quais são as possibilidades de negociação. A redução de uma taxa ou outra, a diminuição de um pacote de telefonia ou mesmo a escolha por uma logística mais barata podem ser estratégias inteligentes.

Além disso, muitos contratos antigos trazem taxas e tarifas que nem sempre são verdadeiramente interessantes. Alguns serviços caem no ostracismo, e nem fazem mais sentido para o seu negócio.

O pacote de internet, a televisão a cabo, o serviço de segurança… pode ser que todos eles sejam além do que você realmente precisa e usa. Inclua nisso também os serviços bancários. Quantas taxas desnecessárias você anda pagando?

Marketing digital – um investimento necessário e expressivo

O marketing digital é um grande aliado das empresas no que diz respeito ao ganho de espaço mercadológico. É praticamente impossível pensar em crescimento e competitividade sem considerar a importância dessa ferramenta.

Mas, o marketing digital não deve abocanhar grande parte do seu lucro. Se for assim, não compensa. Afinal, a escolha por esse mecanismo de divulgação deve ser feita para gerar lucro, e não o contrário.

Pode ser interessante contratar equipe especializada para analisar essa questão e ajudar você a criar campanhas que sejam verdadeiramente qualificadas para o seu negócio. Assim você aproveitará melhor o potencial das mídias digitais.

Vale a pena aumentar o preço? Será que essa é uma das melhores Estratégias para Aumentar o Faturamento?

Na hora de pensar as Estratégias para Aumentar o Faturamento a dúvida que fica é: será que vale a pena aumentar o preço dos produtos ou serviços? Será que o consumidor está disposto a pagar mais pelo mesmo?

Nem sempre esse é o caminho mais adequado, mas, sempre cabe uma análise a respeito. Manter preços competitivos é importantíssimo. Isso significa que eles não podem estar nem muito acima nem muito abaixo da média.

Trabalhar com valores muito baixos pode até aumentar as vendas, mas, em contrapartida leva mais tempo para você obter o retorno referente à produção. Por isso essa decisão deve ser tomada com equilíbrio e parcimônia.

Gestão de estoque e fluxo de caixa

Chegamos em um dos pontos que talvez seja o mais crítico dentro das empresas: gestão de estoque e fluxo de caixa.

Ambos são assuntos de extrema importância e que podem representar um percentual altíssimo no lucro mensal e anual do seu negócio. A má gestão de ambos os fatores pode trazer prejuízos irreparáveis.

Como administrar o Estoque:

O estoque deve ser administrado com primor. Manter somente o necessário e estimular a circulação de mercadorias é fundamental. Afinal, produto parado é perda de dinheiro – e isso independe do seu segmento.

A dica aqui é que você utilize um software de gestão que permita o controle correto do estoque. Além disso, realizar um inventário com certa periodicidade pode ajudar a entender quais são os pontos falhos nesse setor.

Como administrar o caixa:

Somente uma coisa pode ajudar a manter o seu fluxo de caixa sob controle: atenção. É por isso que uma das Estratégias para Aumentar o Faturamento é justamente não abrir mão de um controle assíduo do dinheiro que circula.

Isso significa manter abertura e fechamento de caixa como atividades prioritárias e diárias. Assim, quaisquer problemas ou incompatibilidades poderão ser solucionados mais rapidamente.

Aqui também podemos citar a importância de uma equipe de qualidade. Quando você conta com operadores de caixa qualificados e treinados as chances de ocorrerem erros nos processos desse departamento são mínimas.

O fluxo de caixa não requer nenhum sistema extremamente complexo. Ele precisa apenas ser claro e objetivo, de modo que consiga registrar os lançamentos corretamente e permita um relatório de movimentação ao final de cada dia.

Invista em tecnologia para reduzir os gastos de sua empresa!

Pode parecer contraditório, mas comprar equipamentos e softwares de qualidade é um investimento que em pouco tempo trará retorno em forma de redução de custos.

Isso ocorre porque equipamentos mais antigos gastam muito mais energia. Além disso, eles demandam manutenção e podem custar caro para a roca de peças.

Por isso, a sugestão é que você reserve uma quantia para investir em equipamento mais novo, que consequentemente é mais econômico. O mesmo vale para os softwares.

Programas de gestão contribuem para que as tarefas sejam realizadas de forma mais rápida e eficiente. Na prática, isso torna o dia empresarial mais lucrativo e aumenta o retorno financeiro.

Também podemos citar o fato de que sua equipe terá menos trabalho e cometerá menos erros durante os processos. Isso libera os funcionários para focar em outras atividades que tenham como meta aumentar o faturamento.

RESUMO DO PITCH DA VALEON

Saudações da Valeon

Sou Moysés Peruhype Carlech CEO da Startup Valeon

Nossa Empresa: WML COMERCIAL DE INFORMÁTICA E ELETRÔNICOS LTDA.

A Startup Valeon é uma empresa desenvolvedora de soluções de Tecnologia da Informação com foco em divulgação empresarial e o nosso principal produto é a nossa Plataforma Comercial cujo site é um Marketplace.

Além do visual atrativo, bom Mídia Kit, participação do site em todas redes sociais, aplicativo Android “valeon” e métricas diárias e mensais, temos usado cada vez a tecnologia a nosso favor para nos aproximarmos das empresas, antecipar tendências e inovar sempre. Precisamos sempre estarmos em evolução para fazermos a diferença e estarmos sempre um passo à frente.

1 – IDEIA DO SITE

Iniciamos a nossa Startup Valeon durante um curso de Aceleração no SEBRAE- MG e a partir daí estamos trabalhando com uma ideia de projeto diferente, repetitivo e escalável e no início em condições extremas de incerteza.

O nosso produto que é uma Plataforma Comercial Marketplace site Valeon, foi pensada para atender os interesses dos clientes e para satisfazer uma necessidade específica deles para gerar negócios com as seguintes vantagens:

  • Gera maior visibilidade da sua marca;
  • É um investimento de baixo custo com alta capacidade de retorno;
  • Maior chance de conquistar novos clientes;
  • Aumenta a eficiência da sua equipe de marketing;
  • Serve como portfólio para todos os seus produtos e serviços;
  • Quando combinado com SEO atrai mais clientes;
  • É uma forma de seus clientes te encontrarem online.
  • Venda de produtos e serviços 24h por dia

2 – POTENCIAL INOVADOR

Temos um layout bonito, desenho Think moderno e um Product Fit bem aceito e adequado ao mercado consumidor, com objetivos claros e alinhados com uma carga de inovação e estratégias para conquistar o mercado.

Diferimos dos outros marketplaces pela inclusão de outros atrativos que não sejam só os produtos e promoções, utilizamos os seguintes artifícios para atrair os consumidores como: empresas, serviços, turismo, cinemas e diversão no shopping, ofertas de produtos de Lojas, Veículos e Supermercados, Notícias locais do Brasil e do Mundo, Rádios,  Músicas e Gossip.

3 – ESTÁGIOS DE VALIDAÇÃO DA IDEIA

A Startup Valeon já passou pelos três estágios a saber:

1º Estágio – A própria ideia do negócio

2º Estágio – Teste de Solução da proposta

3º Estágio – Teste do Produto que é o site da Valeon que passou por vários processos durante os dois anos de sua existência, com muitos ajustes e modificações, reorganização interna por várias vezes do layout e esses momentos de dificuldades nos levou a fases de grande aprendizado e juntamos todos os ingredientes para nos levar para um futuro promissor.

4 – POTENCIAL DE MERCADO

Fizemos um estudo profundo do Mercado do Vale do Aço para melhor posicionar a nossa marca Valeon junto às empresas e consumidores.

Nossos concorrentes indiretos costumam ser sites da área, sites de diretório e sites de mídia social e o nosso concorrente maior ainda é a comunicação offline que é formada por meios de comunicação de massa como rádios, propagandas de TV, revistas, outdoors, panfletos e outras mídias impressas e estão no mercado há muito tempo, bem antes da nossa Startup Valeon.

Consultando o nosso Mídia Kit verificamos que a região do Vale do Aço possui 27 Municípios e os 4 Municípios mais importantes têm 806 km² e uma população de +500 mil habitantes. – (Figuras)

O Potencial do Mercado Consumidor do Vale do aço é estimado em R$ 13 Bilhões.

O Potencial de Mercado no seu eixo logístico é aproximadamente 50% do Potencial de Negócios do País (R$ 13,093 bilhões) – (Figuras).

5 – ESTÁGIO DE DESENVOLVIMENTO DO PRODUTO

A Startup Valeon passou pelos estágios de desenvolvimento, introdução e se encontra no estágio de crescimento.

A mídia, as empresas e os consumidores já têm conhecimento da existência do site e o número de acessos tem aumentado consideravelmente e estamos chegando próximo de 70.000 visitantes.

Estratégias para o crescimento da nossa empresa:

  1. Investimento na satisfação do cliente. Fidelizar é mais barato do que atrair novos clientes.
  2. Equilíbrio financeiro e rentabilidade. Capital de giro, controle de fluxo de caixa e análises de rentabilidade são termos que devem fazer parte da rotina de uma empresa que tenha o objetivo de crescer.
  3. Desenvolvimento de um planejamento estratégico. Planejar-se estrategicamente é como definir com antecedência um roteiro de viagem ao destino final.
  4. Investimento em marketing. Sem marketing, nem gigantes como a Coca-Cola sobreviveriam em um mercado feroz e competitivo ao extremo.
  5. Recrutamento e gestão de pessoas. Pessoas são sempre o maior patrimônio de uma empresa.

6 – KNOW-HOW DOS EMPREENDEDORES

Temos a plena consciência que o nosso Know-How está relacionado com inovação, habilidade e eficiência na execução de modificações e atualizações do site e no atendimento aos clientes.

Somos muito Profissionais,  temos Experiência para resolver as necessidades dos nossos clientes, temos Gestão Estratégica, temos o conhecimento e soluções estratégicas para as constantes mudanças do mercado e aproveitamento de Oportunidades do Mercado para o lançamento da Plataforma Comercial Valeon.

7 – EQUIPE DE TRABALHO

Moysés Peruhype Carlech – Engº. Mecânico e Professor

André Henrique Freitas Andrade – Programador e Web Designe

E-Mail: valeonbrasil@gmail.com

Site: https://valedoacoonline.com.br/

Fones: (31) 98428-0590 / (31) 3827-2297

sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

CLÁUDIA LEITE E O CARNAVAL

 


Por
Jonatas Dias Lima
02/12/2021 17:03
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Claudia Leitte no show realizado no dia 27 de novembro, em São Paulo.| Foto: Instagram/@claudialeitte

No último final de semana, um vídeo da cantora Claudia Leitte invadiu as timelines de milhares de brasileiros nas redes sociais, viralizando o suficiente para que o nome da artista surgisse no topo das buscas no Google e entre os termos mais mencionados do Twitter. Dessa vez, contudo, não era um novo videoclipe, nem um single inédito, mas sim uma montagem que comparava dois momentos: o show lotado que protagonizou na capital paulista, dia 27, e outro, mais antigo, no qual a cantora se diz “preocupada com a quantidade de pessoas que não usa máscara e faz aglomeração”.

A contradição não passou despercebida. Os deputados federais Bia Kicis, Eduardo Bolsonaro e o ministro das Comunicações, Fábio Faria, foram algumas das figuras públicas de relevo que ajudaram a divulgar o vídeo.

O ocorrido teria todas as características de um simples meme satírico para gerar engajamento na internet, mas acabou indo além disso e turbinou uma campanha iniciada dias antes, simbolicamente representada pela hashtag #CancelaoCarnaval, levada adiante, sobretudo, por parte da direita.  

Se o objetivo da campanha pode ser facilmente identificado – o cancelamento dos eventos de carnaval, previstos para serem retomados em 2022 -, menos óbvias são suas reais motivações, que vão muito além da preocupação sanitária com a nova variante do coronavírus que assombra os europeus.

Variante ômicron e aumento de casos na Europa 
Desde o mês passado, a Europa tem registrado substancial aumento no número de infectados, embora a maior parte da população no continente já esteja completamente imunizada. Até o momento, segundo autoridades de saúde pública, a principal suspeita de ser a causa da nova onda seria a chamada variante ômicron, de origem sul-africana, aparentemente mais contagiosa do que as versões anteriores. A situação levou os países da União Europeia a suspenderem voos provenientes de sete países localizados ao sul do continente africano. A Alemanha chegou a endurecer as restrições para não vacinados, limitando seu acesso a bares, restaurantes, casas noturnas e outros locais fechados. 

Questionado na última quinta-feira (25) sobre esse novo avanço da COVID-19, o presidente Bolsonaro afirmou: “Por mim, não teria carnaval”. A frase foi dita em entrevista à Rádio Sociedade da Bahia, acrescida do lembrete de que “segundo o Supremo Tribunal Federal, quem decide são os governadores e os prefeitos”, em referência à decisão do STF que deu autonomia aos estados e municípios para decidirem sobre ações de combate à pandemia.  

Ainda que na mesma entrevista Bolsonaro tenha criticado a possibilidade de retorno do lockdown nas cidades brasileiras, a frase sobre o carnaval chamou a atenção de analistas e virou manchete em vários jornais, servindo de gatilho para que seus seguidores dessem início à divulgação da hashtag #CancelaoCarnaval na internet.  

Se à primeira vista a mobilização pelo cancelamento da festa parecia contraditório com as posições adotadas por parte da direita durante a pandemia, as reações ao show de Claudia Leitte em São Paulo – estado governado por seu rival, João Doria – expuseram que a preocupação com o risco de contaminação nesse evento, não era, exatamente, o cerne da questão. Do ponto de vista político, a chance de desgastar um oponente, expondo uma contradição era imperdível.

Por que Claudia Leitte entrou na mira
Na montagem do vídeo que viralizou, paralelamente às imagens da multidão eufórica dançando em seu show, sem máscara e, obviamente, sem manter nenhum distanciamento, foi incluída outra filmagem, mais antiga, na qual a cantora diz que a “indigna o fato de que as pessoas não usam máscaras, continuam aglomerando, promovendo aglomerações e incitando aglomerações”. Claudia Leitte conclui o raciocínio afirmando: “Isso mata. Está comprovado”.  

Dois dias antes do show polêmico, outro vídeo antigo de Claudia Leitte, gravado em 2019, também havia viralizado nas redes sociais. Nele, quem aparece dançando com a artista no palco e cantando música “We Are Carnaval” é um animado governador João Doria. Na manhã do dia 26, o próprio Doria retuitou o vídeo: “Me divirto com essas coisas”, disse o inimigo visceral de Bolsonaro, provavelmente sem imaginar que estava se vinculando à negativa repercussão do show na capital paulista, previsto para ocorrer no dia seguinte.

Apoiadora de longa data do governador paulista, Claudia Leitte foi indicada para se apresentar em vários eventos sob a gestão de Doria, desde quando ele ocupava a prefeitura da capital.

Vale tudo pelo Carnaval de São Paulo 
A festa é tão importante para Doria, e sua retomada tão desejada, que no dia 9 de novembro, numa reunião com a Liga das Escolas de Samba de São Paulo (Liga SP), o Carnaval de São Paulo foi declarado patrimônio imaterial do estado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, órgão subordinado à Secretaria de Cultura. No post em que comemorou o reconhecimento, a Liga SP destacou que aquela era a primeira vez em anos que eram recebidos pelo chefe do Poder Executivo estadual. No encontro, outro desafeto dos apoiadores de Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Frota (PSDB-SP), também estava presente e foi apontado com um dos responsáveis pela conquista do título. 

Com tudo engatilhado para a volta da folia, a fala de Bolsonaro e a campanha de seus seguidores acendeu o sinal de alerta nos organizadores que responderam lançando, no dia 26, as próprias hashtags #Carnavalsim e #Osambavive, além do slogan “Carnaval da Vida” e de um texto explicativo no qual argumentam que é possível promover um desfile de escolas de samba, com plateia, seguindo todos os protocolos de segurança sanitária. No dia 28, a Prefeitura de São Paulo divulgou a lista dos blocos de rua do carnaval de 2022, revelando que não apenas o desfile no Sambódromo do Anhembi estava no radar, mas também o retorno de 440 blocos populares, inclusive com estimativa de público: 18 milhões de participantes.

Campanha da Liga SP lançada para defender a viabilidade do Carnaval de São Paulo, mesmo com pandemia.
O prejuízo das celebridades num Brasil sem carnaval 
Desde a campanha #EleNao, promovida nas eleições de 2018, ficou explícito o clima de hostilidade entre parte do meio artístico brasileiro e Bolsonaro. Dado o fato de que a participação em carnavais badalados, em especial no Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, é extremamente lucrativa para as celebridades – muitas delas, opositoras ao presidente -, isso se tornou um incentivo para parte da direita agir pelo cancelamento.

Antes da pandemia, o carnaval brasileiro vinha numa sequência de recordes de público e lucro. Segundo estimativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em 2020 a festa movimentou 8 bilhões de reais na economia nacional. Uma das categorias mais favorecidas é a artística. Naquele ano, a imprensa especializada falava em cachês que variavam de 20 mil a 150 mil reais por dia, simplesmente para que a estrela estivesse em determinado camarote e fosse fotografada. O valor depende do quanto a celebridade está em alta naquele momento. Um papel de protagonista na novela em exibição, por exemplo, joga o preço para cima.

Independentemente do quão engajados estivessem na defesa de lockdowns, em 2021, quando não houve grandes carnavais, os cantores, modelos e atores politicamente mais ativos também foram severamente atingidos no bolso pelas consequências das restrições aos eventos de massa e, talvez, o tamanho do prejuízo tenha feito com que alguns reconsiderassem o vigor que estavam investindo na defesa de medidas de confinamento.

Rechaço religioso ao carnaval vai além da política 
Se as disputas políticas atuais foram determinantes para colocar o carnaval na mira por parte da direita, para os religiosos e conservadores em geral que compõe esse espectro político, ela não era nem sequer necessária para rechaçar a festa. A convergência das motivações apenas uniu forças.

A manifestação sobre a polêmica, feita no Twitter, pelo presidente da Fundação Cultural Palmares, Sergio Camargo, ajuda a explicar essa realidade:

Ainda que historiadores discutam sobre uma remota origem medieval da festa na Europa, que supostamente consistia na despedida do consumo de carne, bebidas alcoólicas e outros prazeres antes da abstinência e jejum que caracterizam a Quaresma no calendário católico, há décadas, o carnaval brasileiro provoca repúdio em cristãos de variadas denominações.

“Nós precisamos levar em consideração o que o carnaval é hoje. Inquestionavelmente, um tempo de perdição, no qual as pessoas se entregam a uma vida extremamente desordenada, comem em excesso, bebem em excesso, fazem uso de drogas, gastam em excesso, brigam umas com as outras, se entregam aos mais diversos tipos de pecados sexuais, dentre muitos outros pecados”, afirma Pedro Luiz Affonseca, presidente do Centro Dom Bosco, uma associação de fiéis católicos, com sede no Rio de Janeiro, que nos últimos anos ganhou notoriedade na imprensa pelas batalhas judiciais que travam contra organizações que ofendem a fé católica. Eles já processaram, por exemplo, o grupo humorista Porta dos Fundos e a ONG pró-aborto Católicas pelo Direito de Decidir.

Em 2020, surgiram notícias de que o grupo entraria com uma ação judicial contra a escola de samba carioca Mangueira, alegando crime contra o sentimento religioso, após esta apresentar um Jesus transexual no desfile. Dessa vez, o processo acabou não se concretizando, mas a entidade admite que estudou essa possibilidade.

Polêmicas envolvendo sátira a símbolos religiosos acabam sendo mais um agravante na controversa relação entre cristãos e os desfiles de carnaval no Brasil. Provocações à fé cristã também foram registradas nos desfiles da Gaviões da Fiel, em 2019, com uma encenação em que Jesus era derrotado por Satanás, e Unidos da Vila Maria, em 2017, com Nossa Senhora sendo representada por dançarinas seminuas. Ambas as apresentações ocorreram no carnaval de São Paulo.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/ideias/claudia-leitte-omicron-e-algo-mais-porque-a-direita-age-contra-o-carnaval/
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ALARMISTAS FAZEM ALARME DA NOVA CEPA DO VÍRUS

 

Coronavírus

Por
J.R. Guzzo – Gazeta do Povo

Descoberta de nova variante do coronavírus na África do Sul levou alguns países, inclusive o Brasil, a fechar suas fronteiras aéreas| Foto: Allan White/Fotos Públicas

O mundo vive, definitivamente, a era do pânico. Parece, até mesmo, que as pessoas se viciaram na necessidade de receber más notícias; ficam inquietas se passam três dias seguidos sem ouvir que a Covid voltou a piorar, no mundo e no Brasil, e só sossegam quando lhes é servida alguma nova cepa que, esta sim, vai detonar tudo outra vez.

É o caso, agora, da tal variante sul-africana. A médica que a descobriu (e revelou o que havia descoberto, ao contrário da China, que descobriu o vírus original e chamou a polícia para esconder a sua existência) garantiu, várias vezes, que essa cepa causa muito pouca consequência; se espalha com mais rapidez, mas não leva os infectados à UTI, ou nem ao hospital. Pura perda de tempo por parte da boa doutora. O complexo mundial pró-Covid declarou, imediatamente, estado de emergência urgentíssima, com fim do mundo a curto prazo.

O Japão, país que desfruta de alta reputação em matéria de governo sério, competente e eficaz, onde ninguém rouba e todo mundo trabalha direito, fechou o país para viagens ao exterior. Não quis nem saber: fechou o Japão inteiro, como um prefeito do interior do Brasil fecha a escola ou o borracheiro. Aproveitou, aliás, para fechar o espaço aéreo – nada menos do que isso, o espaço aéreo. Israel também se trancou; outros países foram na mesma onda.

Por aqui, foi anunciado com grande destaque que apareceram três casos em São Paulo e parece que há mais dois em Brasília. O Brasil já tem 22 milhões de infectados e mais de 600 mil mortos, mas o que interessa são os cinco da “ômicron”.

A era do pânico é um trabalho conjunto de autoridades à beira de um ataque de nervos perpétuo, médicos que se viram no centro do mundo e uma mídia histérica e enrolada na bandeira da revolução mundial através da pandemia. Todos precisam do vírus como as pessoas precisam do ar. Sua vida melhora com a doença. Piora sem ela.

Querem manter os poderes excepcionais e sem controle que ganharam com a Covid. Querem regular a vida em sociedade. Querem exigir vistos, emitir atestados, dar e negar licenças, impor questionários. Querem trabalhar em “home office”. Querem fazer “oposição” a “tudo isso que está aí”. Querem dar entrevista. Querem que os hospitais, consultórios médicos e filas de vacinação sejam o centro da vida social. Querem verba, se possível em “regime de emergência” e sem a necessidade de prestar contas. Esse vírus sul-africano, para todos eles, é uma benção do céu.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/jr-guzzo/alarmistas-de-plantao-estao-em-polvorosa-com-nova-cepa-sul-africana/
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CONSTITUIÇÃO TEM QUE SER A BÍLBLIA DA JUSTIÇA

 

Constituição

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

André Mendonça durante sabatina no Senado: aprovação da indicação dele ao Supremo é vitória do governo Bolsonaro.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A PEC dos precatórios, proposta pelo governo, foi aprovada pelo Senado por um placar de goleada nesta quinta-feira (2) — 64 a 13 no primeiro turno e, depois, por 61 a 10 no segundo turno. É a mesma emenda que já tinha recebido uma votação maciça na Câmara dos Deputados — 312 a 144 e 323 a 172 nas duas votações.

Essa PEC permite uma alteração na Constituição para que o governo possa pagar dívidas de outros governos com um certo alívio no ano que vem e, com isso, ficar liberado para pagar no mínimo R$ 400 de Auxílio Brasil.

O Senado aprovou ainda, no mesmo dia, a medida provisória do Auxílio Brasil. Isso significa que, a partir deste mês, as pessoas já receberão um bom acréscimo no valor do Auxílio Brasil. A medida provisória seguiu para sanção do presidente da República.

Duas frases de André Mendonça, novo ministro do STF
Na véspera, o governo já havia obtido uma vitória expressiva no Senado ao ver aprovado, por 47 votos a 32, a indicação de André Mendonça ao Supremo Tribunal Federal. A aprovação aconteceu quase cinco meses depois que o presidente Jair Bolsonaro mandou a indicação dele para o Senado — ficou parado graças ao senador Davi Alcolumbre (DEM-AP).

Eu destaco duas frases importantes do futuro ministro, que é pastor presbiteriano, formado em Direito no Brasil e com pós-graduação em Salamanca, a famosa universidade espanhola. André Mendonça disse que “em casa, a Bíblia. No Supremo, a Constituição”. É o “livrinho”.

Aliás, o ex-presidente Eurico Gaspar Dutra, cuja eleição acaba de fazer aniversário, sempre que tinha que tomar uma decisão dizia: “vamos ver o que diz o livrinho”. Então o “livrinho” tem que voltar a ser a bíblia do Supremo.

Falando nisso, uma frase do senador da República, Omar Aziz (PSD-AM), na sabatina, disse que abaixo de Deus é o Supremo. E que estão abaixo do Supremo o Executivo e o Legislativo. Ou seja, ele desconhece o “livrinho” chamado Constituição e, principalmente, o segundo artigo da Constituição que diz “os poderes são independentes e harmônicos”, e portanto, estão no mesmo nível, ninguém está abaixo do outro.

E o novo ministro André Mendonça também lembrou que “juiz não é defensor nem acusador, nem investigador. Juiz é juiz.” Bom recado para esse misterioso, incrível, fantástico e extraordinário inquérito em que o Supremo se julga vítima, investigador, faz a denúncia, julga e executa a sentença, enfim, é o faz-tudo. Isso só se vê no mais pleno e absoluto arbítrio, não no devido processo legal.

Não percam a esperança no PIB
O IBGE divulgou os números do PIB do terceiro trimestre. Houve uma queda em relação ao segundo de 0,1%. E uma alta em relação ao terceiro do ano passado de 0,4%. A justificativa é um aperto no freio do agronegócio, que exportou menos. A colheita da soja não é exatamente no terceiro trimestre e isso afetou o desempenho final. A indústria da construção cresceu bem, conseguiu melhorar os números, e os serviços subiram um pouco.

Nos últimos 12 meses o PIB está em 3,9%, o que significa que ainda há esperança de que o crescimento do PIB no ano chegue a 5% conforme projetado inicialmente. Principalmente agora com o aquecimento das vendas que acontece normalmente no último mês do ano.


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ENEM PARA INGLÊS VER

 

Por
Carlos Ramalhete – Gazeta do Povo

08-11-16 – Cadernos de prova do ENEM 2016

Incapazes de enfrentar o lobby da educação, MEC e presidente Jair Bolsonaro praticamente pedem desculpas diante de acusações de interferência no Enem.| Foto: Henry Milleo/ Gazeta do Povo / Arquivo

Cheguei a pensar em fazer o último Enem da era petista e o primeiro do bolsogoverno, para comparar as experiências. Creio que teria dado um bom tema pra uma coluna. Acabei deixando pra lá; afinal, a chance de haver qualquer mudança substancial na prova seria nula, de qualquer maneira. Só para começar, as questões do famigerado são sempre escolhidas dentre as já presentes num banco de questões concebido por educratas de esquerda. Substituí-las por outras exigiria uma transformação burocrática muito além da capacidade de um mero presidente. Mesmo assim, cada Enem nestes bolsoanos tem sido marcado por acusações de “interferência” vindas da monolítica esquerda midiática e acadêmica, como não poderia deixar de ser.

Não espero que a Nova Direita consiga entender, todavia, que o problema é muito mais grave que questões tendenciosas, ou mesmo o modelo da redação – que poderia ser resumido como “aponte uma intervenção estatal que poderia ser justificada pelo problema acima”. Não; o problema do Enem é algo que o próprio Enem aponta: um sistema supostamente educacional concebido com as piores intenções. A grande vantagem brasileira é que aqui até mesmo uma bem-azeitada máquina alemã consegue ser esculhambada de alto a baixo e transformada em mais uma coisa para inglês ver. É o caso.

Temos, então, uma espécie de emulsão cultural em que água e óleo se mesclam sem se misturar, tornando contudo a água venenosa e o óleo explosivo. Ao sistema de ensino moderno respondemos, inconscientemente mesmo, com esculhambação. A seus objetivos respondemos assoviando e olhando para cima. E assim uma máquina de transformar as pobres crianças e adolescentes em paus-mandados prontos para engolir qualquer imbecilidade que seja proferida por uma figura de autoridade torna-se, em Pindorama – como já batuquei aqui nestas mal-traçadas –, mero depósito de crianças. Apenas as escolas caras, de elite, têm sucesso na doutrinação e na negação dos talentos de seus alunos.

O problema do Enem é algo que o próprio Enem aponta: um sistema supostamente educacional concebido com as piores intenções

Curiosamente, quando a coisa começou, na Prússia, a ideia era fazer exatamente o oposto. E previsivelmente, em se tratando de alemães, funcionou direitinho por lá; tão direitinho que no século passado as máquinas genocidas nazista e comunista tiveram seus mais perfeitos sistemas implantados justamente nos territórios de cultura alemã. A ideia de base, como não poderia deixar de ser, foi mais um desses frutos venenosos do Iluminismo. No caso, Frederico o Grande, rei da Prússia, resolveu universalizar por seus territórios a escolarização, com o objetivo declarado de preparar bons soldados e bons operários. Ao fazê-lo, virou de cabeça para baixo o próprio sentido da palavra “educação”. Tal como “condução” significa “levar junto” e “abdução” significa “levar de algum lugar”, “educação” significa, ou deveria significar, “levar para fora”. Já nosso caro Fredão queria levar as crianças “para dentro”: para dentro da escola, primeiro, para que depois fossem sem reclamar para dentro de uma fábrica ou de um quartel.

Convém lembrar que se trata da mesma época em que Napoleão, com seus imensos exércitos de conscritos – jovens arrancados do seio da família para servir de bucha de canhão Europa afora –, estava, ele também, universalizando de uma certa maneira uma experiência estadocêntrica. As guerras sempre haviam sido, na Europa cristã, afazer apenas da nobreza. É claro que sempre sobrava para o mais fraco, e muitos membros do campesinato e do clero acabavam morrendo em tais aventuras. Nenhum deles, entretanto, corria o risco de ser forçado a fazer parte de um exército, justamente por não serem nobres.

Já na Era Moderna, acabou-se o pejo, e o sequestro de rapazes para aventuras militares tornou-se a regra. Da mesma forma, foi bem naquele tempo que começou a haver a concentração de renda e poder nas mãos da nova classe dominante burguesa que veio a permitir a Revolução Industrial. Fábricas e regimentos, regimentos e fábricas: para lá era do interesse dos governantes europeus conduzir a população que antes fora, na medida do possível, livre para cuidar da própria vida. O projeto de escolarização universal de Frederico, assim, tinha por objetivo imediato garantir que os rapazes forçados a “servir” em suas forças militares já chegassem ao quartel não apenas capazes de ler uma instrução ou fazer uma conta, mas também, e principalmente, acostumados a obedecer sem pensar. É para isto, mais que para qualquer outra coisa, que serve o modelo de escola que ele criou e que hoje temos em versão para inglês ver.

Afinal, convenhamos: praticamente toda a matéria escolar além dos primeiros anos é, na melhor das hipóteses, irrelevante para a maioria das crianças e adolescentes submetidos a tais fábricas de salsicha. Mesmo assim, não é por acaso que continue sendo obrigatório que a molecadinha permaneça na escola muito depois de já ter tirado dela o que lhes seria útil. É de pequenino que se torce o pepino, e enquanto o pepino não se conformar à espiral de parafuso do sistema ele é forçado a ficar ali. Usando a mesma roupa que todos os colegas de sala. Forçado a ficar calado horas a fio, com um pequeníssimo intervalo no qual – como qualquer outro ser humano – quererá falar com o colega que estava ao lado. Numa sala em que só o que há de comum entre os alunos é a idade, um dado perfeitamente irrelevante em termos de capacidade no mais das vezes. Com uma sineta pavloviana que o adestra para parar de pensar em algo imediatamente ao ouvir seu toque, por mais interessante que seja o assunto a abandonar, e passar a pensar noutra coisa que lhe mandam pensar. Sucedem-se os professores, cujo supremo desinteresse pela matéria que lecionam só é maior que o que porventura tenham pela missão de ensinar.

É bastante evidente, para quem tenha olhos para ver, que o objetivo de todos esses rituais não é garantir que os alunos decorem a fórmula de Báskhara – cujo uso, aliás, ignoram. Ao contrário; é um sistema extremamente bem construído, que visa uniformizar a cabeça das crianças como se lhes uniformiza o corpo, as ações, e tudo o mais que é o verdadeiro objetivo dos rituais. Não interessa qual seja a matéria de uma ou de outra disciplina (veja-se o nome…), mas interessa sobremaneira que os alunos aprendam a só pensar nela no tempo alocado. Não interessa o potencial do petiz, mas é crucial que ele aprenda a sentir-se bem apenas na companhia de quem pense e aja de maneira exatamente igual. Daí, aliás, o sinal de sucesso do processo que é ver os adolescentes odiando ou desprezando quem tenha outro gosto musical ou use roupas de outro feitio, fora da escola.

Da mesma maneira, coisa ainda mais fundamental é que eles sejam treinados para receber e aceitar o que o educador americano John Taylor Gatto chama de “pensamentos pré-pensados”. Todo o sistema visa criar cidadãos intercambiáveis, que não usem a própria cabeça, mas aceitem o que lhes é dito pela autoridade; que não tenham imaginação; que odeiem o diferente e, consequentemente, a diferença; que, em suma, estejam prontos para arregimentação ideológica e para participação ao modo de uma porca ou parafuso em empreendimentos que não entendem. O mais engraçado é que, tanto aqui quanto nos EUA, chama-se ironicamente “pensamento crítico” a tal aceitação passiva dos pensamentos pré-pensados pelos mestres, pela mídia etc.

Todo o sistema visa criar cidadãos intercambiáveis, que não usem a própria cabeça, mas aceitem o que lhes é dito pela autoridade; que não tenham imaginação; que odeiem o diferente e, consequentemente, a diferença; que, em suma, estejam prontos para arregimentação ideológica

A coisa funcionou terrivelmente bem na Alemanha, como escrevi acima. Os pensamentos pré-pensados por um cabo austríaco ou pelo Politburo soviético foram devidamente deglutidos e incorporados ao senso comum da população que, no começo do século passado, era a mais escolarizada do mundo. Nos EUA a coisa também foi bem longe, com as escolas públicas sendo há muito a regra e as particulares a exceção. Seria de estranhar que assim seja no país que passa por ser a vanguarda do capitalismo, até nos lembrarmos do simples fato de que mesmo em tal sistema os operários e soldados obedientes são requeridos em quantidade muito maior que os capitalistas. É bastante comum entre os grandes capitalistas americanos, aliás, ter abandonado a escola.

Mas Frederico não era bobo, e simultaneamente ao sistema acima descrito instaurou um outro, paralelo. Aquele – que se tenta importar aqui faz tempo – é a “baixa escola”, para os membros das classes inferiores da sociedade. Os filhos da nobreza e dos capitalistas, para o bem do sistema, no entanto, passavam por um sistema quase diametralmente oposto, o da “escola alta”. Lá aprendiam a pensar imaginativamente, a desenvolver ao máximo seu potencial, e tudo o mais que fosse garantir – como garantiu por muitas e muitas gerações – a preponderância de sua pátria nos campos de batalha e na economia mundial. Daí o curioso de no Brasil serem os filhos dos ricos que efetivamente passam pela “escola baixa”. Não que os dos pobres – ou quem quer que seja, ao menos institucionalmente – passem pela “escola alta”. Não; estes passam é por depósitos de crianças, onde o Estado finge que paga, os professores fingem que ensinam e os alunos fingem que aprendem.

O ideal prussiano foi adotado no Brasil indiretamente, com intermediação americana. Anísio Teixeira, muito mais que Paulo Freire, é o inspirador maior do sistema de escolarização brasileiro. Pois, após uma turnê pela Europa, apreciando os horrores da fonte original da escolarização em massa, ele foi aluno de John Dewey nos EUA e trouxe na mala as ideias prussianas que Dewey absorvera de seus mestres, formados diretamente por alemães. A “escola pública, gratuita, laica e obrigatória” pregada por Anísio Teixeira era eco da que tomou os EUA de ponta a ponta, por sua vez expansão ultramarina do modelo de Frederico.

A visão dos adeptos da versão mais avançada desse modelo no começo do século passado – incluindo aí os mestres de Anísio Teixeira em Columbia – era quase mecanicista. Os alunos eram percebidos como maleáveis quase ao infinito, os pais eram tidos por más influências, e a fábrica ou o regimento eram o destino certo de todos. Para medir o “progresso” da transformação de crianças vivazes em máquinas de obedecer aos superiores e odiar o diferente, nada melhor que testes padronizados. Afinal, uma padronização eficaz das mentes deveria resultar numa padronização dos resultados de tais testes. E foi daí que veio o Enem.

Não contavam eles, todavia, com a herança marrana brasileira, tão bem treinada em fazer uma coisa para inglês ver enquanto cuida de outra mais interessante. Nem, menos ainda, com a fixação de nossas elites supostamente intelectuais com o processo, em detrimento do resultado. O pragmatismo e o instrumentalismo de Dewey chegaram aqui e foram imediatamente substituídos por minuciosas instruções completamente desligadas da realidade. O resultado dos mecanismos de criar soldados e operários jamais puderam ser medidos, pela simples razão de que medir resultados não faz sentido para positivistas. Criou-se, em suma, um vasto sistema de processos que não levam a lugar algum, cópias delirantes para inglês ver dos processos utilitaristas dos americanos e dos prussianos.

A única exceção é exatamente onde seria mais necessário que houvesse um campo livre da ação da “baixa escola”: entre as elites. Criaram-se assim elites imbecilizadas, sempre ansiosas para aderir à última leva de pensamentos pré-pensados, sempre incapazes de imaginação criativa, sempre presas a mecanismos mentais fortemente inculcados desde a mais tenra infância. Daí os bairros mais ricos das capitais serem hoje os currais eleitorais da extrema-esquerda mais reducionista: só os filhos da elite foram adestrados para aderir a ideologias irracionais. No interior dos partidos de extrema-esquerda o mesmo ocorre, e o grosso dos quadros é de classe média para cima. Quando aparece a rara exceção de alguém com origens proletárias num tal partido (como o Lula), festeja-se-o tanto que ele acaba convencido de ser a última coca-cola do deserto.

Para medir o “progresso” da transformação de crianças vivazes em máquinas de obedecer aos superiores e odiar o diferente, nada melhor que testes padronizados

O próprio Enem, pelo que vi comentado por aí, foi cada vez mais se tornando uma prova em que nada se mede ou poderia se medir que não a capacidade de ficar sentado e manter ao menos um que outro neurônio funcionando depois de um massacre de imbecilidades textuais, seguidas de perguntas sem sentido. Não se tenta medir nem mesmo o que é medido pelos testes americanos equivalentes – que, diga-se de passagem, não são quase nunca empregados como critério único para determinação de quem pode ou não ser admitido numa universidade; quanto mais de elite a universidade for por aquelas bandas, aliás, menos importante é o resultado do teste. O Enem é simplesmente um mergulho na loucura coletiva dos educratas, no mundo de nonsense em que o que ali se pede teria algo a ver com o resultado de um processo educativo.

Com a ascensão do Enem, aliás, tornaram-se irrelevantes os vestibulares tradicionais. Estes ao menos ainda tinham alguma coisa a ver com as capacidades mínimas exigidas de calouros nos cursos desta ou daquela universidade; este é apenas uma prova de resistência. Nem mesmo as famosas “matérias” (que, como vimos, são meras desculpas no mecanismo original) são mais cobradas. Em outras palavras, uma pessoa com o fundamental incompleto, mas muito paciente e com hábito de leitura suficientemente arraigado para não gastar tempo demais a ler os textos, tem tanta ou mais chance de obter uma boa nota que um bom aluno de ensino médio.

Tudo, absolutamente tudo no nosso sistema escolar é para inglês ver.


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DICAS PARA A UTILIZAÇÃO DO 13º SALÁRIO

 

Leonardo Oliveira de Almeida – CELOS

Para o especialista, o ‘pagamento extra’ do final de ano é uma excelente oportunidade para colocar as finanças em dia

O final de ano se aproxima e além de todos os simbolismos e reflexões que naturalmente são feitos nesse período do ano, muitos brasileiros também precisam lidar com a dúvida de como melhor aproveitar o tão aguardado 13º salário.

São tantos planos para essa ‘renda extra’ que, na maioria das vezes, o valor acaba não sendo suficiente para realizar a lista de desejos por completo. Por isso é tão importante pensar em como usar o recurso com sabedoria, e elencar prioridades se torna um processo obrigatório.

Só que a tomada de decisão é algo bastante pessoal. Podendo variar de acordo com a cultura, nível de renda, momento financeiro atual ou sentimento de valor que cada indivíduo atribui para as diversas áreas da sua vida pessoal e financeira.

Sendo assim, o analista financeiro da CELOS – Fundação Celesc de Seguridade Social, Leonardo Oliveira de Almeida, separou algumas dicas que vão te ajudar na hora de planejar o que fazer com esse dinheiro. Principalmente para que ele renda mais e você consiga, por exemplo, colocar as dívidas em dia. Confira:

Bom momento para saldar dívidas: Utilizar o 13º salário para saldar dívidas é sempre uma boa escolha. Principalmente as com incidência de encargos financeiros, como cheque especial, cartão de crédito, empréstimos e financiamentos.

Se estiver em situação de inadimplência, procure negociar descontos e priorize as dívidas com taxas de juros mais altas. Mas, caso as prestações estejam em dia, você pode optar por antecipar parcelas futuras nos contratos em que houver abatimento nos juros. Dependendo da taxa de desconto, reduzir juros de empréstimos e financiamentos pode ser mais vantajoso que a maioria dos investimentos disponíveis.

Vamos falar de investimentos? O tema investimentos ainda é considerado complexo ou inacessível para uma parcela considerável da população brasileira. Que de forma equivocada vincula o termo investimento a quem possui grande expertise no assunto ou muito dinheiro para investir, o que não é verdade para ambas as afirmações. O fato é que nunca foi tão simples investir.

Por exemplo, para quem possui plano de previdência complementar, esta é uma forma de investir o seu 13º e obter um resultado que lhe dê uma renda complementar, no momento em que estiver na condição de aposentado. Este é um tipo de investimento a longo prazo, porém com resultados que lhe atenderão num cenário onde você deseja conforto e tranquilidade.

Você já planejou seu próximo ano? A chegada de um novo ano traz a sensação de renovação e disposição para realizar antigos projetos. Mas, também é um momento de muitas despesas sazonais características, como matrículas, material escolar e impostos como o IPTU e IPVA. Se você não constituiu uma reserva durante o ano, utilizar o 13º salário para cobrir essas despesas pode ser uma boa decisão. Evitando dores de cabeça quando as contas chegarem, além de obter descontos bastante atrativos para pagamento à vista.

Presentes e festas de final de ano: Final de ano também é tempo de confraternizar, e se você manteve a disciplina no controle financeiro durante o ano, pode aproveitar esses momentos de confraternização com mais tranquilidade. Utilizando seu 13º salário para cobrir as despesas com o happy hour do trabalho, presentes de Natal e as festas de final de ano.

Mas, é sempre bom recordar que o Natal não deve ser sinônimo de consumismo. Portanto, realize suas compras com consciência, afinal um presente não precisa ser caro para emocionar. Fazer lista de compras e comprar com antecedência são boas práticas para evitar os supérfluos ou as compras por impulso. Outra dica importante é optar pelo pagamento à vista, que além de garantir bons descontos, evita que você inicie um novo ano com parte da renda comprometida com parcelamentos.

Invista em você: Se seu orçamento está tranquilo, você já tem o hábito de investir ou possui uma reserva de emergência, separe parte do seu 13º para investir em você. Utilize para pagar um curso que deseja fazer, uma viagem de férias, conhecer um restaurante novo ou comprar algo que você deseja muito. Afinal de contas, o 13º é uma bonificação por um ano inteiro de trabalho e você merece satisfazer algum capricho. Entretanto, procure não utilizar o valor integral para o consumo, poupe parte do dinheiro para outras necessidades em períodos diferentes.

PROPOSTA DE FIM DA ESCALA DE TRABALHO 6X1

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