segunda-feira, 5 de julho de 2021

O PODER DE ATRAIR TALENTOS PARA O NEGÓCIO

 

StartSe – João Kepler – Junior Bornelli

A união Nubank + Anitta foi pauta em todos os canais de mídia na última semana.   O mercado financeiro ficou surpreso, muitas pessoas até “torceram o nariz”, mas fato é: o Nubank tomou essa decisão estratégica porque funciona.   A Anitta é um canhão de engajamento e marketing, e sabe conversar com seu público como ninguém.   E a empresa viu o valor que ela pode trazer à companhia.   Por mais que isso pareça algo “novo”, o que Anitta (Ambev e Nubank); Taís Araújo (Banco Votorantin); Manu Gavassi (Tanqueray Gin); Iza (Olympikus) e Marina Rui Barbosa (Vivara) estão fazendo, já é algo comum nas principais empresas do mundo e está cada vez mais comum no mercado brasileiro.   O uso do Poder do Equity para atrair talentos que possam aumentar o valuation e potencializar os ganhos do negócio.   Mesmo empresas que não têm suas “sócias–estrela”, usam essa estratégia e estão tendo resultados excelentes com isso.   Você pode transformar seus principais talentos em sócios diretos do seu negócio. Pode usar o poder do equity em parcerias e aquisições estratégicas com outras empresas.   Ou até mesmo atrair grandes players do mercado para serem porta-vozes e estrategistas da marca. Como a Anitta com a linha Beats e Skol Zodiac, que ela lançou como diretora criativa da Ambev.   Essa é uma das várias formas de usar o equity como estratégia para empresas aumentarem seus valuations e conquistarem novos mercados. Todo mundo ganha com isso.   Eu acredito aqui na StartSe que ninguém se dedica tanto quanto um sócio. Eles são comprometidos com resultado, e estão ali com você, pensando em estratégias e formas do negócio ficar ainda melhor e mais relevante do que nunca.   Aquilo deixa de ser um acordo salarial (apenas dinheiro por horas trabalhadas) e vira uma relação de propósito, objetivos, sonhos comuns.   Nem é preciso dizer o quão engajado, comprometido e agregador um sócio pode ser em relação a um colaborador desmotivado, batedor de ponto que só quer ganhar mais (dentro ou fora da sua empresa).   Esse modelo deu certo em empresas como Facebook, Google e outras grandes do Vale do Silício.   Dá muito certo em empresas brasileiras como a XP Investimentos, Ambev, e empresas novas como a Cora e muitas outras.   E tem dado excelentes resultados na StartSe desde o começo. Valorizamos 25x nosso negócio, nos recuperamos da crise e estamos colhendo os melhores resultados da nossa história.   Eles ajudaram milhares de empresários e donos de negócios a usar o Poder do Equity e todos os segredos deste modelo de gestão.   Tenho certeza de que esse modelo pode dar certo para você também:   Veja aqui como ele funciona.  
 

Equity é a participação acionária em negócios, mas nem sempre os empresários pensam sobre isso quando vão abrir uma empresa. Pensam em margem, ganhos, trabalhador/hora, lucro, pró-labore e distribuição de dividendos aos sócios. “Nada de errado em relação a isso, mas quase sempre o fazem sem uma estratégia para geração de valor futuro”, dispara o autor João Kepler logo na abertura do livro, como forma de provocar o leitor de “O Poder do Equity”, da Editora Gente, que está em fase de pré-venda.

Com lançamento marcado para 05 de maio, durante live do autor e participação de Thiago Nigro, que assina o prefácio e também é investidor-anjo, a obra é verdadeiro “catalizador para a mudança de mindset” ao leitor que estiver acostumado com uma mentalidade tradicional sobre investimento. Nos primeiros capítulos, João Kepler explica o quanto é necessário que o empresário, o empreendedor e o investidor tenham pensamento e estratégia visando o longo prazo – o que no livro se trata da mentalidade equity, detalhada ao longo de todo o conteúdo. A ideia de “O poder do equity” é a “riqueza invisível” que existe nos negócios e na Nova Economia e que poucos conseguem entender e aplicar, ou seja, é aproveitar melhor as oportunidades desse novo mercado.

No livro, é possível aprender que investir requer mais do que simplesmente ter o dinheiro para colocar onde se acredita que obterá melhores dividendos. Tem a ver com dedicação, compreensão do mercado e das suas próprias limitações, bem como o peso e as consequências das suas escolhas. “Não pense que se um investidor se destaca mais do que outros, ele teve ‘sorte’. Certamente ele se preparou e, além de entender todo o racional que envolve cada escolha, manteve-se inabalável entre os altos e baixos justamente por entender e praticar a mentalidade equity”, defende o autor.

Para se tornar investidor-anjo e fazer parte, de maneira ativa, do ecossistema empreendedor, é preciso, antes de tudo, preparação e conhecimento. E é a isto que os leitores terão acesso ao longo dos capítulos: um compilado de experiências, aprendizados e muitos acertos nesse caminho. “O livro é uma coletânea de experiências adquiridas nos últimos 12 anos fazendo investimento em Startups. Uma ferramenta muito importante para quem deseja ter mentalidade equity. É voltado para quem busca compreender a Nova Economia e a lógica por trás dos investimentos em startups”, detalha o autor.

Visionário, João Kepler é fundamental no ecossistema brasileiro de startups e empreendedorismo. Seu papel tem sido essencial no desenvolvimento desse setor não só pela própria atuação enquanto investidor-anjo, mas também por popularizar esse tipo de atividade. Para ele, mudar a atual mentalidade, ou até mesmo definir uma a partir de agora, significa que o leitor passará a adotar um conjunto de manifestações de ordem mental (crenças, maneira de pensar, disciplina, ética e transparência) que caracterizam uma coletividade, uma classe de pessoas que compartilham dos mesmos interesses e foco e acabam, por vezes, adotando uma mesma postura que pode ser facilmente identificada nos vencedores.

“E é essa identificação, esse sentimento de pertencimento, que eu espero que os leitores sintam, a ponto de entender que, a partir de agora, passa a fazer parte do grupo de pessoas que já entenderam o poder da mentalidade equity e estão utilizando todo esse conhecimento a seu favor, no mercado e na vida”, conclui o autor.

PROBLEMAS QUE A STARTUP VALEON RESOLVE:

A dinâmica empresarial cria fluxos no qual a população busca por produtos e serviços cada vez mais especializados. Desse modo a dinâmica e a rede comercial gera interferências em todas as cidades aqui do Vale do Aço.

Existem as mudanças de costumes e hábitos inseridos na sociedade que por meio das tecnologias acessíveis e do marketing chegam até aos menores lugares, levando o ideário de consumismo e facilitando que esses locais igualmente tenham oportunidade de acesso aos diversos produtos.

A facilidade no acesso as novas tecnologias, à propaganda e estímulo ao consumismo fazem com que mesmo, com o comércio físico existente nessas cidades, ocorra a difusão das compras por meio da internet.

O setor terciário agrega as atividades que não fazem e nem reestruturaram objetos físicos e que se concretizam no momento em que são realizadas, dividindo-se em categorias (comércio varejista e atacadista, prestação de serviços, atividades de educação, profissionais liberais, sistema financeiro, marketing, etc.)

Queremos destacar a área de marketing que é o nosso negócio que contribui na ampliação do leque de informações através da publicidade e propaganda das Empresas, Serviços e Profissionais da nossa região através do site que é uma Plataforma Comercial da Startup Valeon.

A Plataforma Comercial da Startup Valeon é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial Valeon um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial Valeon veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

O QUE FAZ A STARTUP VALEON

A Statup Valeon através do seu site que é uma Plataforma Comercial feita para fazer publicidade e propaganda online das Empresas, Serviços e Profissionais Liberais da região do Vale do Aço para as suas 27 (vinte e sete) cidades.

A nossa Plataforma de Compras e Vendas que ora disponibilizamos para utilização das Empresas, Prestadores de Serviços e Profissionais Autônomos e para a audiência é um produto inovador sem concorrentes na região e foi projetada para atender às necessidades locais e oferecemos condições de adesão muito mais em conta que qualquer outro meio de comunicação.

VALEON É UM MARKETPLACE – QUE FAZ UM MARKETPLACE?

Marketplace é um site de comércio eletrônico no qual são anunciados produtos das empresas, serviços e profissionais liberais dos parceiros anunciantes.

Um marketplace funciona como um shopping virtual e dessa forma as vantagens desse modelo de negócio atinge todos os envolvidos.

Os consumidores podem comparar os preços, orçamentos e avaliações de vários profissionais nesta vitrine online de conquistar mais clientes.

Marketplace é na realidade uma junção de palavras: Market (mercado em inglês) e Place (lugar em inglês). É basicamente, um lugar onde se faz comércio.

O marketplace remete a um conceito mais coletivo de vendas online. Nessa plataforma, diferentes lojas podem anunciar seus produtos dando aos consumidores um leque de opções.

O QUE OFERECEMOS E VANTAGENS COMPETITIVAS

  • Fazemos anúncios de publicidade para vários tipos de Empresas, Serviços e para Profissionais Liberais;
  • Temos excelente custo x benefício;
  • Nossos sites: (https://valedoacoonline.com.br/ e https://valeonnoticias.com.br/) têm grande penetração no mercado consumidor com um bom marketing fit que satisfaz esse mercado;
  • A nossa Plataforma Comercial Valeon permite total flexibilidade de anúncios, promoções e de produtos, além de oferecer serviços de divulgação de Ofertas de Supermercados e de Veículos;
  • Os resultados são mensurados através de métricas diária/mensal;
  • O seu negócio estará disponível para milhares de Internautas através de uma vitrine aberta na principal avenida do mundo, 24 horas por dia, 7 dias da semana;
  • A sua empresa fica visível para milhares de pessoas que nem sabiam que ela existe;
  • Somos altamente comprometidos com os nossos clientes no atendimento de suas demandas e prazos e inteiramente engajados para aumentar as suas vendas.

Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wpp)

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Site: https://valedoacoonline.com.br/

PROTESTOS DA OPOSIÇÃO CONTRA O GOVERNO DE BOLSONARO

 

 RICARDO DELLA COLETTA – Folha de São Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Jair Bolsonaro reagiu aos protestos realizados no sábado (3) contra o seu governo e compartilhou nas redes sociais uma publicação associando os atos a violência. Na mensagem, ele faz provocações implícitas ao STF (Supremo Tribunal Federal) e à CPI da Covid.

“Nenhum genocídio será apontado. Nenhuma escalada autoritária ou ‘ato antidemocrático’ será citado. Nenhuma ameaça à democracia será alertada. Nenhuma busca e apreensão será feita. Nenhum sigilo será quebrado. Lembrem-se: nunca foi por saúde ou democracia, sempre foi pelo poder!”, escreveu Bolsonaro, na noite de sábado (3).

Junto ao texto, o presidente publicou imagens de violência nas manifestações, entre elas a depredação de um ponto de ônibus e de uma agência bancária.

Manifestantes realizaram neste sábado o terceiro ato em 35 dias pelo impeachment do presidente. Todas as 27 capitais registraram a ocorrência de protestos.

Foi a primeira mobilização desde que um superpedido de impeachment foi protocolado na Câmara dos Deputados, na última quarta-feira (30), e após novas denúncias de corrupção na compra de vacinas contra a Covid-19 pressionarem o governo federal.

As revelações de supostas irregularidades ganharam destaque na pauta dos atos, com faixas, cartazes e camisetas afirmando “Bolsonaro corrupto” e “Sua vida vale um dólar”, em referência a pedido de propina de um servidor do Ministério da Saúde em negociação de vacina, conforme revelado pela Folha de S.Paulo. No ato em São Paulo, foram espalhadas réplicas de cédulas de US$ 1 manchadas de vermelho.

Em São Paulo, o ato que teve início por volta das 15h foi em sua grande parte pacífico, mas houve episódios de depredação e confronto entre policiais e alguns manifestantes no encerramento.

No início da noite, um grupo ateou fogo em uma agência bancária no centro. Ao menos outra agência foi depredada, além de dois pontos de ônibus e uma vidraça da Universidade Mackenzie, na rua da Consolação, na região central. Depredadores também entraram em confronto com seguranças da estação Higienópolis-Mackenzie, da linha 4-amarela do metrô.

Na última quinta-feira (1), o ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou o arquivamento do inquérito dos atos antidemocráticos e a abertura de outra investigação para apurar a existência de uma organização criminosa digital voltada a atacar as instituições a fim de abalar a democracia, driblando pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).

O magistrado faz referência ao deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) 12 vezes na decisão publicada nesta quinta-feira (1°) e afirma que é necessário aprofundar as investigações para verificar se aliados do presidente Jair Bolsonaro usaram estrutura pública do Palácio do Planalto, da Câmara e do Senado para propagar ataques às instituições nas redes sociais. Moraes mencionou também o chefe do Executivo e outros dois filhos dele, o senador Flávio (Patriota-RJ) e o vereador Carlos (Republicanos-RJ).

Na mensagem nas redes Sociais, Bolsonaro diz que “nenhum genocídio será apontado”, e fala que nenhum sigilo “será quebrado”. As ações do seu governo no combate à Covid 19 têm sido investigadas pela CPI da Covid, que já quebrou sigilos de pessoas do entorno do presidente, incluindo os ex-ministros Eduardo Pazuello (Saúde) e Ernesto Araújo) Relações Exteriores.

Ainda nas redes sociais, Bolsonaro postou um vídeo que mostra o enfrentamento entre manifestantes e policiais na região da estação Higiênópolis do Metrô, em São Paulo. “Aos 36 segundos [do vídeo] um policial militar é atingido quase mortalmente por uma pedra. Esse tipo de gente quer voltar ao Poder por um sistema eleitoral não auditável, ou seja, na fraude. Para a grande mídia, tudo normal”, escreveu.

CPI À PROCURA DE PROPINA NO GOVERNO

 

 DANIELLE BRANT – Folha de São Paulo

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Sob influência do terceiro protesto em pouco mais de um mês pedindo a saída do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a CPI da Covid inicia a semana com a expectativa de ouvir Roberto Dias, ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde. Além disso, quer avançar no caso Covaxin, e quebrar sigilos bancário e telefônico de alguns dos principais personagens envolvidos em denúncias de irregularidades na compra de vacinas.

Estão na pauta da reunião deliberativa da CPI desta terça-feira (6) requerimentos pedindo dados de Cristiano Carvalho, representante da empresa Davati no Brasil, e de Luiz Paulo Dominguetti Pereira, que se apresenta como vendedor de vacinas e afirmou à Folha ter recebido pedido de propina de US$ 1 por dose em troca de fechar contrato com o Ministério da Saúde.

A CPI também quer quebrar o sigilo telefônico e bancário dos deputados Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, e Luis Miranda (DEM-DF). Em depoimento à CPI, o deputado e seu irmão Luis Ricardo colocaram Bolsonaro no centro da CPI ao afirmarem ter alertado o presidente sobre supostas irregularidades na compra da vacina Covaxin. O mandatário teria atribuído o caso a Barros, de acordo com Miranda.

Os requerimentos foram apresentados pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), que também pediu a convocação de Carvalho para depor na comissão. “A ideia é aprofundar as linhas que já temos, especialmente a compra da Covaxin”, afirma.

A decisão sobre quais requerimentos serão votados deve ser tomada na reunião que os membros da CPI fazem toda segunda-feira à noite.

A comissão também pautou requerimentos de informações para que a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social) e o Ministério da Saúde detalhem como é feita a administração das redes sociais dos dois órgãos e sobre as campanhas publicitárias desenvolvidas pelo governo federal sobre a Covid-19 entre março de 2020 e junho de 2021.

Em junho, reportagem da Folha revelou que o governo Bolsonaro desviou R$ 52 milhões previstos para campanhas sobre o combate ao vírus para fazer propaganda institucional de ações do Executivo.

Há ainda requerimento para convocação do diretor-presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antonio Barra Torres, para prestar esclarecimentos sobre pressões da empresa Precisa Medicamentos para a aprovação da Covaxin.

A negociação do imunizante é o tema do depoimento de Regina Célia Silva Oliveira, servidora da Saúde que teria autorizado a importação da Covaxin apesar de problemas no contrato. Ela falará na terça.

Autor do requerimento, o senador Humberto Costa (PT-PE) avalia que o depoimento da servidora ajudará a esclarecer pontos da negociação.

“Principalmente saber por que é que ela, sendo a fiscal do contrato, autorizou que a invoice [nota fiscal internacional] pudesse ser encaminhada para a Anvisa para garantir a importação da Covaxin no momento em que o analista dessa invoice chegou à conclusão de que ela não estava de acordo com o contrato, que aquilo era ilegal”, diz Costa. “Nós queremos saber por que é que ela tomou a decisão de mandar seguir, se foi resultado de alguma pressão, se ela tem alguma outra justificativa para isso.”

Internamente, os membros da CPI se debruçam sobre outras linhas de investigação a partir do empresário Francisco Emerson Maximiano, dono da Precisa. Ele aparece como sócio de outras companhias, como a Global Gestão em Saúde e a Primares Holding e Participações, entre outras.

Na quarta-feira (7), a comissão ouve Roberto Ferreira Dias, ex-diretor da Saúde exonerado após a Folha revelar a denúncia de que ele teria cobrado propina de US$ 1 por dose para fechar contrato.

E na quinta-feira (8) é a vez de Francieli Fontana, ex-coordenadora do PNI (Programa Nacional de Imunizações) que pediu demissão na quarta-feira (30). Em entrevista à Folha, ela afirmou que a decisão de deixar o cargo foi tomada por conta própria e ocorreu devido a dificuldades para alavancar a campanha contra a Covid, situação que ela atribui à falta de vacinas e de apoio em ações de comunicação.

Em meio a isso, a CPI avalia os efeitos dos protestos. Na opinião de Humberto Costa, as manifestações dão força à comissão. “Principalmente dá força para essa possibilidade de haver a prorrogação [dos trabalhos]”, diz. “Isso é uma das coisas que pode ajudar. Quando o movimento começa a tomar força maior, muita gente também toma coragem de fazer denúncias de coisas que viram e acompanharam.”

Neste domingo (4), um dia após os protestos, o relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), engrossou as críticas ao presidente Bolsonaro.

“Síntese de 60 dias de CPI: Bolsonaro desdenhou da pandemia, criou governo paralelo, sabotou os imunizantes, alastrou o vírus e entregou vidas a charlatães e lobistas de cloroquina como ele e os filhos;300 mil mortes eram evitáveis; só quis a vacina quando houve chance de propina”, escreveu.

A manifestação ocorre dias após o senador ser indiciado pela Polícia Federal sob suspeita de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, conforme relatório enviado ao STF (Supremo Tribunal Federal) na sexta-feira (2)

Segundo as investigações da PF, Renan teria ocultado e dissimulado a origem de R$ 1 milhão, em 2012, recebido do Grupo Odebrecht. Ainda segundo a PF, o senador teria recebido a quantia em troca de apoio político para a aprovação de um um projeto de lei que beneficiou a empresa.

Em nota, Renan disse que a PF não tem competência para indiciá-lo, apenas o STF. Afirmou ainda que a investigação está aberta desde março de 2017 e, “como não encontraram prova alguma, pediram prorrogação”.

FAZ PREVARICAÇÃO QUEM ACREDITA NO DEPUTADO LUIZ MIRANDA

 

CPI

Por
Alexandre Garcia – Gazeta do Povo

O deputado federal Luis Miranda (DEM-DF).| Foto: Pedro França/Agência Senado

O líder do Governo na Câmara foi acusado de estar pressionando o Ministério da Saúde para comprar a vacina indiana. Ele então foi convocado pela CPI da Covid, mas o presidente da CPI adiou o depoimento, que ficou sem data marcada. O líder do governo então recorreu ao Supremo dizendo que quer depor na CPI e que o acusam, mas não querem ouvi-lo.

Ele quer ser ouvido. Já foi ministro da Saúde, é líder do governo, é um deputado pelo Paraná, já foi prefeito no Paraná. Eles têm medo de ouvi-lo! Assim como tiveram medo de ouvir os médicos que foram chamados para expor como se trata um doente – e o relator da CPI fugiu. Eles não querem ouvir, já têm a sua verdade pronta.

Indiciamento
O relator da CPI, senador Renan Calheiros, acaba de ser indiciado pela Polícia Federal pelo suposto recebimento de R$ 1 milhão em propina da Odebrecht, quando era presidente do senado. Ele já está com uma dúzia de processos no Supremo. Como o relator da CPI tem essa ficha criminal? E como o presidente da CPI teve a própria esposa presa duas vezes? Além dos irmãos, também presos por desvio de verbas da Saúde em Manaus.

O Antagonista diz que Lula é o maior aliado de Bolsonaro, porque ajuda a candidatura do presidente. Eu discordo; eu acho que tem uma televisão que ajuda mais ainda, porque só fala nele o dia inteiro. Já ajudou a elegê-lo e vai ajudar a reelegê-lo.

Prevaricação
O presidente Bolsonaro foi acusado de prevaricação. O Supremo pediu para o Ministério Público investigar. Prevaricação seria acreditar no senhor Luís Miranda. Eu pergunto: alguém acredita em Luís Miranda? O presidente não acreditou. O Luís Miranda gravou um áudio falando que não disse tudo o que ele disse na CPI, que estão deturpando o que ele queria dizer.

Como é que o Supremo entra nessa? Não é por ingenuidade, é porque o Supremo quer. É a militância do Supremo, a qual podemos chamar por outro nome, “ativismo judicial”.

Julgamento
A Odebrecht já devolveu R$ 8,6 bilhões de ilícitos, que foram conduzidos pelo senhor Luiz Inácio. O Supremo diz que a condenação de Luiz Inácio não vale mais. Mas a Odebrecht já reconheceu os crimes. Então tem crime, mas não tem autor de crime? É o equivalente a dizer que o senhor Lázaro, que matou as primeiras pessoas na Bahia, só pode ser julgado na Bahia.

Foi o que disse o Supremo: ele só pode ser julgado fora do Paraná, não pode mais ser julgado em Curitiba. Essas coisas que o Supremo tem feito são um escárnio contra o nosso cérebro.


Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/vozes/alexandre-garcia/prevaricacao-seria-acreditar-no-deputado-luis-miranda/
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LULA SE LIVRA DE 12 PROCESSOS E AINDA TEM MAIS 6 PARA SEREM JULGADOS

 

Ex-presidente
Por
Tiago Cordeiro, especial para a Gazeta do Povo

Advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins entregam a Lula (ao lado da presidente do PT, Gleisi Hoffmann) a certidão do julgamento no STF que confirmou a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro.| Foto: Ricardo Stuckert/Reprodução Twitter

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alvo de 18 processos judiciais ao todo. Mas, atualmente, responde em apenas três. Outros quatro voltaram para a estaca zero com a declaração da suspeição do ex-juiz Sergio Moro pelo Supremo Tribunal Federal.

Em alguns casos, o petista já foi absolvido, ou as denúncias foram rejeitadas. Entre fevereiro de 2020 e junho de 2021, ele acumulou 12 vitórias.

Neste momento, Lula está autorizado a concorrer a cargos públicos eletivos, já que as duas ações em que tinha sido condenado, com sentenças do ex-juiz Moro, foram anuladas pelo STF.

Acompanhe a situação de cada um dos 18 casos.

Ações em que Lula foi absolvido
Processo 1018986-72-2018.4.01.3400

Acusação: Seis pessoas, incluindo Lula e o ex-ministro Gilberto Carvalho, responderam por suposta corrupção na aprovação da medida provisória 471, que havia sido assinada em 2009 e prorrogava por cinco anos os incentivos fiscais para montadoras atuando nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Carvalho teria recebido R$ 6 milhões em troca da MP.

Resultado: Absolvição em junho de 2021

Processo 0042543-76.2016.4.01.3400

Acusação: O ex-presidente, o ex-senador Delcídio Amaral e o banqueiro André Esteves teriam pressionado Nestor Cerveró, ex-diretor da Área Internacional da Petrobras, para que ele não fechasse um acordo de delação premiada com a força-tarefa da Operação Lava Jato.

Resultado: Absolvição em julho de 2018

Processo 1026137-89.20184.01.34001

Acusação: Dois ex-presidentes, Lula e Dilma Rousseff, além dos ex-ministros Antônio Palocci e Guido Mantega, e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, foram acusados pelo crime de organização criminosa, motivado pela suspeita de que teriam atuado em conjunto para desviar dinheiro público de empresas estatais, em especial a Petrobras. Eles formariam o chamado “Quadrilhão do PT”. O Ministério Público Federal solicitou a absolvição por falta de provas.

Resultado: Absolvido sumariamente em dezembro de 2019.

Denúncias rejeitadas contra o petista
Inquérito 1007965-02.2018.4.01.34000

Acusação: Outra denúncia contra o “Quadrilhão do PT”, também foi apresentada pela Procuradoria-Geral da República em setembro de 2017 – a PGR também denunciaria esquemas organizados do PP e do MDB, num total de quatro acusações.

Resultado: Esta acusação acabou rejeitada, em setembro de 2018.

Inquérito 0008455-20.2017.4.03.6181

Acusação: Lula e seu irmão, Frei Chico, teriam recebido mesadas da Odebrecht, em valores que, somados, ultrapassariam R$ 1 milhão.

Resultado: Em maio de 2020, o Tribunal Regional da 3ª Região (TRF3) rejeitou a denúncia por unanimidade, confirmando decisão anterior da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo.

Inquérito 50002161-75.2020.4.03.6104

Acusação: O ex-presidente teria instigado a ocupação do tríplex do Guarujá. Dois meses antes de ser preso, ele declarou: “Eu até pedi para o Guilherme Boulos mandar o pessoal dele ocupar aquele apartamento. Já que é meu, ocupem”. O imóvel acabaria sendo ocupado em 16 de abril de 2018, nove dias após a prisão de lula.

Resultado: Em fevereiro de 2020, a 6ª Vara Federal de Santos, rejeitou a denúncia do Ministério Público Federal.

Inquérito 5054533-93.2015.4.04.7000

Acusação: Lula teria recebido pagamento da Odebrecht por palestras que realizou para a empresa. Seria na verdade uma troca pela atuação do ex-presidente junto a órgãos federais, incluindo o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para liberar verbas para a realização de obras em Angola.

Resultado: Em setembro de 2020, a acusação foi arquivada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1).


Ações contra Lula que voltaram à estaca zero
Auto 1017822-67.2021.4.01.3400

Acusação: Doações ao Instituto Lula feitas pela Odebrecht configurariam uma retribuição aos favorecimentos proporcionados pelo ex-presidente.

Resultado: O caso não chegou a receber uma sentença. Com a suspeição do ex-juiz Sergio Moro confirmada pelo STF, a denúncia seguiu para a 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

Auto 1033115-77.2021.4.01.3400

Acusação: A compra de um terreno em São Paulo, no valor de R$ 12 milhões, seria uma forma encontrada pela Odebrecht para pagar propina ao ex-presidente. O imóvel seria utilizado para construir uma nova sede para o Instituto Lula.

Resultado: O caso não chegou a receber uma sentença. Com a suspeição de Moro confirmada pelo STF, a denúncia seguiu para a 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

Auto 1032252-24.2021.4.01.3400

Acusação: A compra de um sítio em Atibaia configuraria crime de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo a denúncia da acusação. O sítio não pertencia formalmente ao ex-presidente, mas ele usava o local com tanta frequência que chegou a levar para lá parte de seu acervo pessoal. A empreiteiras Odebrecht e OAS teriam custeado as reformas do local, em troca de favorecimentos em contratos com a Petrobras.

Resultado: Lula havia sido condenado a 12 anos e 11 meses de prisão. Na segunda instância, o TRF4 havia aumentado a pena para 17 anos, 1 mês e 10 dias. Com a suspeição de Moro declarada pelo STF, as denúncias foram anuladas. O caso agora recomeça do zero na 12ª Vara Federal do Distrito Federal.

Auto 1028899-73.2021.4.01.3400

Acusação: Em procedimento semelhante do ao sítio, o tríplex teria sido reformado pela empreiteira OAS em troca de benefícios indevidos para a empreiteira em contrato com a OAS.

Resultado: No TRF4, a pena havia sido estabelecida em 17 anos, 1 mês e 10 dias. Em abril de 2019, ao confirmar a condenação, o STJ havia reduzido o prazo para 12 anos e 11 meses de prisão. Mas, assim como no caso do sítio, com a suspeição de Moro declarada pelo STF, as denúncias foram anuladas. O caso agora recomeça do zero na 12ª Vara Federal do Distrito Federal.

Ações em andamento
Ação 1016027-94.2019.4.0.13400

Acusação: Segundo o Ministério Público Federal, as supostas negociações irregulares envolvendo a aquisição de caças Gripen caracterizariam tráfico de influência, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Situação atual: Depois que a defesa de Lula solicitou a suspeição dos procuradores da República envolvidos no caso, o depoimento do ex-presidente foi suspenso.

Ação 1004454-59.2019.4.01.3400

Acusação: Com base na delação premiada de executivos da Odebrecht, Lula teria influenciado na ampliação uma linha de crédito do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES) em Angola, visando favorecer a construtora.

Situação atual: O caso tramita na 10ª Vara Federal do Distrito Federal.

Ação 0006803-31.2018.403.61.81

Acusação: Em 2011, o Instituto Lula teria lavado dinheiro ao receber uma doação em troca de o ex-presidente ter intercedido junto ao presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang, para que a construtora ARG fosse selecionada para construir uma estrada no país.

Situação atual: O desembargador do TRF-3 Paulo Fontes determinou a suspensão do processo com base na decisão que acatou a suspeição de Sergio Moro. O trancamento definitivo do caso ainda será julgado pela 5ª Turma do TRF-3.

Ações arquivadas
Processo 1035829-78.2019.4.01.3400

Acusação: O Ministério Público Federal acusava o ex-presidente Lula de atuar junto ao BNDES a fim de favorecer a Odebrecht em empréstimos para obras em Angola. Os pagamentos aos envolvidos somariam R$ 30 milhões.

Resultado: Trancado pelo TRF-1 em setembro de 2020.

Inquérito 1045723-78.2019.4.01.3400

Acusação: Lula teria se enquadrado na Lei de Segurança Nacional ao declarar que o presidente Jair Bolsonaro é “um miliciano”, responsável “pela morte da Marielle”.

Resultado: O inquérito foi arquivado em maio de 2020.

Inquérito 0008633-66.2017.4.03.6181

Acusação: Lula teria solicitado ajuda a Emílio Odebrecht para lançar a carreira empresarial de Luís Cláudio, seu filho caçula. A ação era baseada na colaboração premiada do próprio Odebrecht e de Alexandrino Alencar, ex-executivo do grupo.

Resultado: Acusação arquivada em dezembro de 2020.

Procedimento Investigatório Criminal (PIC) 0005345-13.2017.4.03.6181

Acusação: Os contratos de patrocínio da Odebrecht com a revista Carta Capital seriam ilegais.

Resultado: Arquivamento solicitado pela Polícia Federal e acatado pela 10ª Vara Criminal Federal de São Paulo em setembro de 2020.

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RAZÕES PARA O BOLSONARO NÃO SOFRER IMPEACHMENT

 

Política

Por
Diogo Schelp – Gazeta do Povo

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o presidente Jair Bolsonaro| Foto: Marcos Correa/Presidência da República

A CPI da Covid no Senado passou da fase de investigar os pecados de omissão e comissão do governo de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia para apurar suspeitas de corrupção na compra de vacinas e possível prevaricação do presidente. A esquerda aumentou a frequência dos protestos de rua pedindo #foraBolsonaro e um grupo de deputados de oposição e ex-aliados protocolou o que foi apelidado de “superpedido” de impeachment do presidente. Com tudo isso, quem quer ver Bolsonaro pelas costas começa a acreditar que ele possa vir a sofrer impeachment.

A oposição elenca algumas dezenas de motivos para o presidente ser apeado do cargo. Sem precisar entrar no mérito de nenhum deles, é possível afirmar que Jair Bolsonaro está longe de sofrer impeachment. E assim deve continuar, a não ser que alguma revelação muito bombástica apareça.

Cinco razões explicam porque o cenário atual não sugere que Bolsonaro possa sofrer impeachment:

Na economia, o pior já passou. O ex-presidente Fernando Collor foi apeado do poder em processo de impeachment motivado por denúncias de corrupção e Dilma Rousseff foi derrotada no julgamento político por causa das pedaladas fiscais. Mas em ambos os casos, o contexto do país era de caos econômico. A situação atual é outra. O país enfrenta grave problema de desemprego e a inflação começa a tirar a cabeça para fora da toca, mas o clima geral é de otimismo, de que o pior da recessão econômica provocada pela pandemia já ficou para trás.


A popularidade de Bolsonaro é baixa, mas nem tanto. Em seu pior momento, Collor tinha apenas 9% de aprovação. Dilma chegou ao piso de meros 8% de avaliações ótimas ou boas. Praticamente todas as pesquisas de opinião mais recentes indicam que Bolsonaro vive seu pior momento de aprovação, mas mantém-se no patamar dos 20%. A última pesquisa Ideia-Exame aponta que o governo Bolsonaro é avaliado como ruim ou péssimo por 54% dos brasileiros, regular por 21% e bom ou ótimo por 23%. Nenhum presidente brasileiro com dois dígitos de popularidade chegou a sofrer impeachment.
O centrão quer chupar o caroço até o fim. Pode-se fazer a crítica que se quiser às pesquisas de opinião e até duvidar delas, mas o fato é que os dados de popularidade são um termômetro importante para aquele que detém o poder de pautar o impeachment (Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados) e para aqueles que são o fiel da balança em um eventual julgamento político (os parlamentares do centrão). Bolsonaro articulou uma aliança com os partidos do centrão no segundo semestre do ano passado, rendendo-se assim à velha política do toma-lá-dá-cá, o incluiu desde a criação de um bilionário orçamento paralelo e a distribuição de cargos — tudo às custas dos pagadores de impostos, claro, e com a elevação do risco de escândalos de corrupção. Quando mais fraco Bolsonaro parece, mais o centrão pode cobrar pelo apoio. Arthur Lira já deixou claro que não vai tirar os pedidos de impeachment da gaveta. Por que o faria, se pode chupar essa manga até o caroço por mais um ano, pelo menos?


Os protestos contra Bolsonaro são partidários. As grandes manifestações populares que pressionaram pelo impeachment de Collor e de Dilma eram suprapartidárias. No caso de Collor, houve liderança inicial de organizações estudantis e de grupos de esquerda, mas os protestos engrossaram de maneira espontânea e contaram com a adesão de partidos de centro como PSDB e PMDB. Os movimentos que pediram a saída de Dilma não contaram com o apoio da esquerda, obviamente, mas foram acima de tudo apartidários: tanto que a bandeira predominante era a do Brasil. Já as manifestações contra Bolsonaro, como a ocorrida neste sábado (3), cada vez mais se parecem com comícios pré-eleitorais do PT. Outros partidos de esquerda ou centro-esquerda aderiram, mas a tônica é dada pela estrela sobre o fundo vermelho. O PSDB de São Paulo aderiu de última hora e seus militantes acabaram agredidos pelos ativistas de extrema esquerda do Partido da Causa Operária (PCO). Cenas assim espantam potenciais manifestantes que querem ver Bolsonaro pelas costas mas que não se identificam com as ideologias esquerdistas.


Lula finge que quer, mas não quer. Lula, provável candidato do PT às eleições presidenciais do ano que vem, diz que Bolsonaro deve sofrer impeachment e apoia as manifestações. Mas, no fundo, do ponto de vista eleitoral, o melhor para o petista é que Bolsonaro cumpra o seu mandato até o fim para poder enfrentá-lo nas urnas, garantindo uma polarização que o favorece. Se Bolsonaro sofrer impeachment, qualquer outro candidato com menos rejeição poderá ficar com os votos antipetistas e mais um pouco, com potencial real de derrotar o ex-presidente.


A não ser que algo muito extraordinário aconteça, Bolsonaro não vai sofrer impeachment.


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domingo, 4 de julho de 2021

VOTO IMPRESSO É UM GOLPE?

 

  1. Política 

Nenhum dos lados do espectro político está interessado em resolver nada sobre o voto impresso no país

J.R. Guzzo, O Estado de S.Paulo

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, também é o presidente do Tribunal Superior Eleitoral – e, nesse cargo, o responsável último pelo comando da repartição pública encarregada, entre outros deveres, de contar os votos nas eleições e, no fim das contas, dizer quem ganhou.

Num país normal, deveria ser uma função neutra, mais cerimonial do que executiva, levando-se em consideração que são máquinas que fazem o trabalho – através de sistemas eletrônicos de votação e de apuração dos votos. Mas o Brasil não é um país normal. O que, em qualquer democracia deste mundo, é um absoluto não-assunto, transformou-se aqui no principal problema político das eleições de 2022.  Barroso, hoje, é o militante-chefe de um dos lados desta guerra. O presidente da República é o comandante do lado oposto.

Você já deve estar cansado de ouvir o que dizem os dois e os seus aliados. Barroso é contra qualquer mudança no atual sistema de votação e de apuração dos votos. Mais: ele garante que a campanha da facção adversária é uma tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro é a favor do chamado “voto impresso”, ou “auditável”, ou coisa parecida – que permitiria uma verificação mais segura dos votos. Mais: ele garante que se não for feito isso, vão roubar a eleição.

Luís Roberto Barroso
Luís Roberto Barroso determinou abertura da CPI para investigar ações e omissões do governo Foto: Gabriela Biló / Estadão

A coisa toda foi promovida à categoria de grande divisor político e ideológico deste Brasil de hoje. Por que não? Num país capaz de transformar a cloroquina em questão de vida ou morte para determinar quem é de direita e de esquerda, nada mais normal que uma operação digital passe a dividir os “defensores da democracia” dos “golpistas-fascistas”. 

Barroso, que será substituído no ano que vem na presidência do TSE por outro ativista do voto-como-está-hoje, o colega Alexandre de Moraes, disse ainda outro dia que entre os adeptos do voto impresso” há gente interessada em armar “confusão” para “melar o jogo” e “dar o golpe”.

Bolsonaro, pouco antes, disse que houve fraude na apuração das eleições de 2018; ele recebeu, com certeza, muito mais votos do que o TSE lhe deu. Não espere nada de bom desse bate-boca, porque nenhum dos partidos está interessado em resolver nada numa boa – na lógica, na disposição para aceitar a verdade e na serenidade dos fatos. É pena. Seria uma excelente oportunidade, em cima do que dizem, para demonstrar ao público pagante o que realmente estão querendo dizer – e, sobretudo, o que estão querendo fazer. 

Barroso e sua turma têm a obrigação de revelar os nomes dos indivíduos que querem “dar o golpe”. Quem são eles? O presidente da República está nesse bonde? Não é um probleminha menor; segundo o ministro, os defensores do voto impresso querem liquidar a democracia, nada menos que isso. Por que não informa, então, quem são os golpistas, e quais são as provas que existem contra eles? Bolsonaro e sua turma, do seu lado, têm a obrigação de mostrar ao público as provas de que houve fraude nas eleições de 2018 – e quem, exatamente, é o responsável por ela. O presidente do TSE da época? Outros? Quais? Quando? Como? 

Barroso diz que o “voto impresso”, além de golpista, é caro. Pelos seus cálculos, a mudança vai custar “2 bilhões de reais”. O ministro, ao mesmo tempo, acha perfeitamente normal a fábula de dinheiro que será queimada com o “Fundo Eleitoral”. Neste ano de 2021, sem eleição nenhuma, os políticos já vão receber do pagador de impostos quase 1 bilhão de reais; imaginem no ano que vem. 

O ministro se assusta, também, com “o inferno” que seria licitar a compra de “500 mil impressoras”. E a compra, sem licitação nenhuma, de 500 milhões de vacinas? É nesse nível que está a qualidade do debate.

*É JORNALISTA

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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