quinta-feira, 6 de maio de 2021

COMO VENDER MAIS PARA O DIA DAS MÃES

 

Presentes que proporcionem conexão emocional à distância devem continuar em alta. Confira como ganhar dinheiro na data

  • Paulo Gratão

Dia das Mães (Foto: Ariel Skelley / GettyImages)

Em poucas semanas será comemorado o Dia das Mães, a segunda data mais importante no calendário anual do varejo brasileiro, perdendo apenas para o Natal. Pelo segundo ano consecutivo, as comemorações serão limitadas, por conta da pandemia do novo coronavírus, e os empreendedores precisarão se desdobrar para conseguir girar o estoque e ganhar dinheiro na data.

Ao longo do ano passado, as empresas tiveram alguns aprendizados importantes que podem prepará-las melhor para faturar na data neste ano. Será necessário oferecer os produtos para o consumidor por meios digitais, mesmo em cidades em que o comércio já esteja liberado, e adequar o mix de produtos ao momento atual, em que presentes com apelo emocional, que busquem conectar, mesmo que à distância, ainda são importantes.

“Assim como vimos no primeiro ano da pandemia, a distância física fez com que a busca por conexão ficasse mais latente nas pessoas e isso fica ainda mais forte quando se trata das mães. Então, produtos mais pessoais e voltados ao bem-estar devem estar em alta”, explica Lyana Bittencourt, CEO do Grupo Bittencourt, especializado em franquias e varejo.

A especialista elencou algumas dicas para que as pequenas empresas, desde as que vendem produtos apenas pela internet ou as que têm lojas em shopping centers, consigam driblar os desafios e faturar no Dia das Mães em 2021. Confira:

1. Utilize seu capital social

Uma das lições aprendidas ao longo do ano passado é que os empreendedores podem contar com as redes de relacionamento da própria equipe para incrementar o faturamento. “Nesse sentido, estamos falando de toda a capacidade de multiplicação de catálogos, promoções e ações exclusivas que o time pode proporcionar para a empresa ao utilizar a força da sua rede de contatos”, sugere Bittencourt.

2. Use e abuse de canais digitais de venda

Mesmo se a loja estiver aberta, o delivery ainda deve ser um canal importante, pois o consumidor experimentou e gostou da conveniência de receber as compras em casa ou retirar no drive-thru, por exemplo.

Turbine o e-commerce próprio ou procure entrar (se já não estiver) em um marketplace já estabelecido, que possa ajudar a ganhar visibilidade. “Ficou claro que a estratégia de venda online é garantia de receita adicional e não concorrência ao canal físico”, explica a especialista.

Além do delivery, utilize as redes sociais para se comunicar com o consumidor, seja com posts, lives ou até o live commerce, que é uma forma de apresentar conteúdo relevante e comprável ao mesmo tempo.

3. Antecipe a demanda e evite altos estoques de produtos

No ano passado, a maior parte das lojas físicas estava fechada durante a semana que antecedeu o Dia das Mães, com isso as compras foram quase totalmente feitas por canais alternativos.

Neste ano, é possível que o empreendedor precise dividir a atenção entre a loja física e as compras online. Para não sobrecarregar o delivery nos últimos dias que antecedem a data, a dica é tentar adiantar os pedidos o máximo que for possível, com campanhas de descontos ou kits promocionais para compras antecipadas, por exemplo.

“Não é tarefa fácil, mas é possível. O empresário precisa se equilibrar e estar abastecido – sem estar super estocado. Loja com estoque parado no cenário atual é algo para se evitar ao máximo”, explica Bittencourt.

4. Controle o fluxo na loja

Os dias que antecedem o Dia das Mães costumam levar multidões às compras. No entanto, é importante se atentar aos riscos de aglomerações, que podem colocar o seu negócio e a saúde pública em risco.

Os empreendedores precisarão respeitar as limitações máximas de ocupação nos espaços físicos, de acordo com as regulamentações locais. Para isso, podem recorrer a estratégias como o estímulo às vendas digitais, com live commerce, por exemplo; agendamento prévio de atendimento na loja; ou aplicativos de fila digital.

5. Aposte na personalização

A especialista explica que os melhores promotores que uma marca pode ter atualmente são os próprios clientes. Dessa forma, uma entrega consistente, com atendimento de excelência, e adicionais, como um produto bem embalado e outros detalhes que podem fazer a diferença geram recomendações e podem até virar posts nas redes sociais. “Vale o alerta de que uma entrega desastrosa pode ter o mesmo efeito, porém com impacto negativo”, aconselha Bittencourt.

Uma dica adicional: Vale ressaltar que todas as oportunidades para reforçar o caixa nesse momento são importantes. Fique de olho em promoções de fornecedores ou condições especiais para uso de aplicativos de delivery ou de maquininhas de pagamento e PIX. Nessa semana, por exemplo, o Mercado Pago anunciou taxa zero para clientes que usarem a maquininha Point Pro2 para link de pagamento ou Código QR para as vendas na data comemorativa.

A Plataforma Comercial da Startup Valeon é uma empresa nacional, desenvolvedora de soluções de Tecnologia da informação com foco em divulgação empresarial. Atua no mercado corporativo desde 2019 atendendo as necessidades das empresas que demandam serviços de alta qualidade, ganhos comerciais e que precisam da Tecnologia da informação como vantagem competitiva.

Nosso principal produto é a Plataforma Comercial Valeon um marketplace concebido para revolucionar o sistema de divulgação das empresas da região e alavancar as suas vendas.

A Plataforma Comercial Valeon veio para suprir as demandas da região no que tange à divulgação dos produtos/serviços de suas empresas com uma proposta diferenciada nos seus serviços para a conquista cada vez maior de mais clientes e públicos.

Diferenciais

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Nossos contatos: Fones: (31) 3827-2297 e (31) 98428-0590 (Wp)

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SENADO FOCA EM REFORMA TRIBUTÁRIA

 

 Idiana Tomazelli e Camila Turtelli – Jornal Estadão

BRASÍLIA – A queda de braço em torno do fatiamento ou não da reforma tributária deflagrou um clima de insatisfação entre parlamentares, secretários estaduais de Fazenda e representantes do setor produtivo, que tentam manter viva a discussão da reforma ampla apresentada na terça-feira pelo deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB).

A divisão da proposta em quatro partes é defendida pelo presidente da CâmaraArthur Lira (PP-AL), com aval do ministro da EconomiaPaulo Guedes, mas enfrenta resistências.

Antes mesmo do fim da leitura do parecer, Lira anunciou na terça a extinção da comissão e remeteu o texto ao plenário da Câmara, onde deve ser desmembrado em quatro partes e ter novos relatores. Na prática, a decisão de Lira “joga no lixo” o parecer de Ribeiro, que buscava unificar tributos sobre consumo federais, estaduais e municipais. Técnicos veem risco de as discussões retornarem à estaca zero, provocando atrasos em uma das reformas consideradas essenciais para melhorar o ambiente de negócios.

Congressistas favoráveis à proposta ampla de Ribeiro optaram por ignorar o anúncio de Lira de que a comissão mista da reforma tributária, composta por deputados e senadores, está extinta. Vice-presidente do colegiado, o deputado Hildo Rocha (MDB-MA) diz que está mantido o cronograma que prevê apresentação do relatório final na próxima terça-feira. “Os atos de Lira não têm influência porque a comissão é independente”, disse Rocha.

A estratégia é fazer com que o texto chegue à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, longe da alçada de Lira. A opção é viável porque uma das propostas abrangidas no parecer é a PEC 110, apresentada por senadores. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), se mostrou favorável à continuidade da comissão mista em nota emitida ainda na noite de terça-feira.

Embora tenha desagradado aos parlamentares, o ato do presidente da Câmara foi bem recebido pela equipe econômica, que quer o fatiamento da proposta. Guedes é crítico da proposta de Ribeiro e vê risco de a União ter de arcar com compensação bilionária a Estados e municípios por eventuais perdas de arrecadação com a reforma. A fatura poderia atingir R$ 400 bilhões e é considerada impraticável pela equipe econômica.

A interlocutores, o ministro da Economia tem dito que, se o objetivo dos parlamentares for “saquear” a União por meio do fundo de compensação, é preferível “deixar como está”, sobretudo em um contexto de recordes de arrecadação no governo federal. O fatiamento da reforma, por sua vez, é considerado uma estratégia eficaz para o governo ter “maior controle” sobre o resultado final.

‘Fatias’

Como mostrou o Estadão/Broadcast, a repartição pretendida por Lira prevê um projeto para unificar PIS Cofins nos moldes da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) enviada ao Congresso pela equipe de Guedes. Essa primeira fase também incluiria a tributação de lucros e dividendos na pessoa física, com redução de Imposto de Renda da Pessoa Jurídica. Outra “fatia” deve tratar da criação de um imposto seletivo em substituição ao Imposto sobre Produtos Industrializados.

Uma terceira parte incluiria um amplo programa de renegociação de dívidas tributárias, chamado de “passaporte tributário”, mas que segue os moldes de um Refis, com descontos em multas e juros e pagamento em parcela única. Outra fase prevê a criação de um imposto sobre transações, nos mesmos moldes da CPMF.

No dia seguinte à decisão de Lira de anunciar a extinção da comissão, os secretários estaduais de Fazenda se posicionaram contra a medida e defenderam a reforma ampla, que inclua Estados e municípios. Para eles, o ato desconsidera dezenas de reuniões e debates realizados ao longo de mais de dois anos entre legisladores, empresas e o próprio governo federal.

“Extinguir agora a comissão mista e paralisar o debate sobre a reforma tributária seria um enorme desrespeito não apenas ao relator, aos deputados e senadores e às entidades que participaram da construção conjunta da proposta, como também à sociedade, que espera e precisa de um sistema tributário mais justo para o País”, afirma o presidente do Comitê de Secretários Estaduais de Fazenda, Rafael Fonteles.

“O fatiamento da reforma não é o ideal. Vamos seguir a agenda com parlamentares e a comunicação com o grande público pela imprensa explicando os benefícios de uma reforma ampla”, disse Renata Mendes, líder do movimento Pra Ser Justo. Especialistas também alertam que mudar PIS e Cofins por um projeto de lei pode ser arriscado do ponto de vista jurídico e pode inviabilizar a “acoplagem” dos impostos estaduais e municipais no futuro. /COLABOROU EDUARDO LAGUNA

BOLSONARO QUER EDITAR DECRETO CONTRA LOCKDOWN

 

 Lauriberto Pompeu – Jornal Estadão

BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro fez mais uma vez ataques à China ao insinuar que a pandemia de covid-19 seria um instrumento de “guerra química” para garantir maior crescimento econômico ao país asiático. Mesmo após o problema diplomático com a China por causa dessas afirmações, Bolsonaro voltou a dizer que o coronavírus pode ter sido criado em laboratório. A tese é contestada por cientistas e pela própria Organização Mundial da Saúde (OMS).

“É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou se nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí, os militares sabem que o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu seu PIB? Não vou dizer para vocês. O que está acontecendo com o mundo todo, com sua gente e com o nosso Brasil?”, questionou o presidente em cerimônia no Palácio do Planalto referente à Semana das Comunicações.

Bolsonaro fez as afirmações justamente no momento em que vários Estados enfrentam dificuldades para aplicar a segunda dose da Coronavac, vacina produzida no Brasil pelo Instituto Butantan com insumos chineses.

Mais tarde, no Rio Janeiro, onde se encontrou com governador Cláudio Castro (PSC), Bolsonaro negou que tenha atacado a China e disse que não falou o nome do país. “Eu falei a palavra China hoje de manhã? Não falei. Eu sei o que é guerra bacteriológica, química, nuclear. Eu sei porque tenho informação, e só falei isso, mais nada”, declarou.

Em seguida, repetiu o afago ao principal parceiro comercial do Brasil: “Eu não falei a palavra China. Muita maldade tentar aí um atrito com um país que é muito importante pra nós e nós somos importantes pra eles também”. O presidente disse ainda que o governo está fazendo a coisa certa no combate à pandemia. O presidente disse ainda que o governo está fazendo a “coisa certa” no combate à pandemia. “Nunca nos omitimos”.

No último dia 27, o ministro da Economia, Paulo Guedes, também disse que “o chinês inventou o vírus”. Sem saber que estava sendo gravado em uma reunião do Conselho de Saúde Suplementar, Guedes afirmou, ainda, que a vacina produzida pela China era “menos efetiva que a do americano”. Horas depois, quando novo embaraço diplomático se desenhava, o chefe da equipe econômica disse ter usado “uma imagem infeliz”.O presidente da República, Jair Bolsonaro © Dida Sampaio / Estadão O presidente da República, Jair Bolsonaro

A versão de que o novo coronavírus foi criado em laboratório foi considerada “extremamente improvável” por cientistas que conduziram investigações a respeito do assunto na OMS. O ex-chanceler Ernesto Araújo, o ex-ministro da Educação Abraham Weintraub e o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) também provocaram atritos com a China, no ano passado, ao se referir à covid-19 e às vacinas.

Na mesma cerimônia, Bolsonaro defendeu o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho “02”, e os assessores da Presidência Tercio Arnaud Tomaz e José Matheus Salles Gomes. Conhecido como “gabinete do ódio”, esse núcleo de auxiliares é comandado por Carlos e faz o papel de milícia digital contra opositores do governo, nas redes sociais. “São pessoas perseguidas o tempo todo, como se tivessem inventado um gabinete do ódio”, afirmou o presidente. “É o gabinete da liberdade, da seriedade”.

Após a declaração de Bolsonaro, o presidente da Frente Parlamentar Brasil-China, deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP), defendeu a interdição do presidente por um possível “desvio de personalidade”. Em nota oficial, Pinato afirmou que o presidente não é “uma pessoa irresponsável, desequilibrada e sem noção de mundo”, mas que ele pode ter “uma grave doença mental” que o faria “confundir realidade com ficção”.

Presidente reclama de pedido feito por governista na CPI

Ao se referir à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Bolsonaro reclamou de um requerimento de informações sobre os lugares que visitou. Em muitos finais de semana, o presidente frequentou comunidades pobres em Brasília e provocou aglomerações. O pedido para que a Presidência detalhe os itinerários, no entanto, partiu do senador Eduardo Girão (Podemos-CE), um dos aliados do Palácio do Planalto no colegiado.

“Recebo agora documentos da CPI para dizer onde eu estava nos meus últimos fins de semana. Não interessa onde eu estava. Respeito a CPI. Estive no meio do povo, tenho que dar exemplo. É fácil para mim ficar no Palácio do Alvorada, tem tudo lá. Não posso, sem ouvir o povo, tomar conhecimento do que eles sentem e do que eles querem”, disse Bolsonaro. “Vou continuar andando em comunidades em Brasília. Alguns acham que vou passear. Não, vou continuar a fazer tudo que aqueles que me criticam deveriam fazer”.

Para justificar o pedido, Girão citou a ministra do Supremo Tribunal Federal Rosa Weber. “A Constituição Federal (arts. 6o e 196), segundo a ministra Rosa Weber (STF), não admite retrocessos injustificados no direito social à saúde e que, especialmente em tempos de emergência sanitária, as condutas dos agentes públicos contraditórias às evidências científicas de preservação da vida não devem ser classificadas como atos administrativos legítimos, sequer aceitáveis”, disse o senador.

Crítico de medidas de isolamento social adotadas por governadores, Bolsonaro avalia editar um decreto para garantir a “liberdade de culto, de poder trabalhar e o direito de ir e vir”. De acordo com o presidente, a medida “não poderá ser contestada por nenhum tribunal”. “Não podemos continuar com essa política de ‘feche tudo, fique em casa’”, argumentou. “Nas ruas já se começa a pedir por parte do governo que se baixe um decreto. E se eu baixar um decreto, vai ser cumprido. Não vai ser contestado por nenhum tribunal, porque será cumprido”. Logo em seguida, ele perguntou: “O que constaria no corpo desse decreto?”. E, sem esperar, respondeu: “Os incisos do artigo 5º da Constituição”.

O artigo 5º, citado por Bolsonaro, diz que “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros, residentes no País, a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade”.

Mais uma vez, Bolsonaro adotou discurso populista ao afirmar que o povo estará a seu lado. Recentemente, ele disse esperar um “sinal” para tomar providências. As manifestações de 1.º de Maio, quando pessoas foram às ruas vestidas de verde e amarelo, exibindo camisetas com a inscrição “Eu autorizo” foram vistas por ele como esse “sinal”.

“O Congresso, o qual integrei, tenho a certeza que estará ao nosso lado. O povo, o qual nós, Executivo e parlamentares, devemos lealdade absoluta, também estará ao nosso lado. Quem poderá contestar o artigo 5 da Constituição?”, perguntou.

Na sua avaliação, a “lealdade” do povo equivale à das Forças Armadas. “Os militares, quando se tornam praça, juram dar a vida pela Pátria. Os que estiveram nas ruas, nesse 1º de Maio, bem como outros milhões que não puderam ir às ruas, darão sua vida por liberdade”, afirmou.

A ameaça de Bolsonaro de editar um decreto contra medidas de isolamento social ocorre após crescerem nas redes sociais as críticas à forma como o governo tem conduzido o enfrentamento da pandemia. A morte do ator Paulo Gustavo comoveu o País e, segundo levantamento da consultoria Ap Exata, teve um efeito direto na rejeição ao presidente nas redes.

A empresa, que monitora o humor dos usuários no Twitter, mostra que o sentimento de tristeza em posts que mencionam Bolsonaro aumentou dez pontos desde terça-feira, 4. As publicações da família Bolsonaro lamentando a perda de Paulo Gustavo para a cultura brasileira não foram vistas como genuínas. Opositores lembraram de ocasiões em que o presidente menosprezou a doença e provocou aglomerações desnecessárias. /COLABOROU BRUNO DE CASTRO e FÁBIO GRELLET

CONSTRUÇÃO DE EDIFÍCIOS ESTILO "LEGO"

 

Obra foi realizada pela startup Brasil ao Cubo; foco da construção ‘off-site’ ainda são os hospitais, mas alternativa já é usada em outros segmentos, como o de prédios corporativos, escolas e universidades

Fernanda Guimarães, O Estado de S. Paulo

Quem acompanhou pelo lado de fora uma construção na cidade catarinense de Tubarão viu, em poucos dias, oito andares se erguerem, mudando a paisagem de forma radical. Na verdade, foram 20 dias para que grandes peças – uma espécie de “legos gigantes” – fossem acopladas e formassem o empreendimento. Popular no mundo, a construção “off-site” (ou seja, longe do local onde ficará de forma permanente) começa a ficar mais conhecida no Brasil, em especial porque, em tempos de covid-19, é necessário construir hospitais em tempo recorde.

O empreendimento de Tubarão é o primeiro prédio com esse tipo de construção na América Latina – ele funcionará como edifício corporativo. Além dos 20 dias para que os módulos fossem devidamente unidos no lugar da construção, foram necessários mais 80 dias para a finalização. Para se ter uma ideia, os banheiros do empreendimento já chegaram prontos ao local – sendo só “montados” cada um em seu andar.

A construção dos módulos ocorreu no parque fabril da startup de construção Brasil ao Cubo (BR3), que tem a siderúrgica Gerdau como uma das principais acionistas. Os blocos só saem para seu destino com instalações hidráulica, elétrica e de cerâmica já prontas.

Prédio off site da Brasil ao Cubo
Edifício em SC saiu da fábrica com instalações hidráulica e elétrica prontas. Foto: Henrique Blasius Machado

O edifício pioneiro no País abrigará, em seus últimos dois andares, a sede da Brasil ao Cubo. No restante haverá área para locação, serviço de coworking, além de uma loja de conveniência e um café, no térreo.

O presidente da Brasil ao Cubo, Ricardo Mateus, diz que o potencial desse mercado de construção modular é alto – ele prevê que o potencial chegue a R$ 150 bilhões.

Apesar dessa perspectiva, a “construtech” está, por ora, focada na construção dos hospitais necessários neste tempo de pandemia. O primeiro hospital modular foi entregue um ano atrás, na zona sul de São Paulo. Desde então, a demanda cresceu, e a empresa vai finalizar a sétima unidade em Brasília. E diz já ter mais dez cotações para esse tipo de obra.

Além de hospitais e do prédio corporativo, a empresa já entregou obras industriais, escolas, universidades e clínicas odontológicas. “Dá para fazer o que quiser”, garante Mateus.

No mundo, a construção modular tem ganhado espaço na última década. Dentre os exemplos há o Mini Sky City, um arranha-céu de 57 andares construído em apenas 19 dias na China. Outro é o Clement Canopy, em Cingapura, composto de 1,8 mil módulos habitacionais, sendo 505 apartamentos residenciais de luxo. No Japão, a construção modular residencial já representa mais de 30% do mercado imobiliário, com casas sendo montadas em apenas 24 horas.

Diversificação

As construções modulares fazem parte da estratégia de tornar os novos negócios responsáveis por 20% da receita da siderúrgica Gerdau em dez anos. Para isso, a Gerdau tem trabalhado com parcerias e incubado startups do ecossistema da construção civil.

Foi com esse objetivo que nasceu a Gerdau Builders. Dois anos depois de ajudar a “acelerar” a Brasil ao Cubo e de trabalhar com ela na construção de alguns hospitais, a Gerdau comprou, em outubro de 2020 um terço da construtech, por R$ 60 milhões.

O setor que engloba a Brasil ao Cubo, ligado ao aumento da produtividade da construção civil, é uma das cinco vertentes de novos negócios, área que nasceu há pouco tempo e hoje já tem um faturamento anual entre R$ 650 milhões e R$ 1 bilhão. “Já virou algo relevante”, diz Juliano Prado, vice-presidente da Gerdau.

coordenador do curso de Negócios Imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, afirma que, no Brasil, a construção civil ainda exige que a fábrica vá até o local da obra – um modelo que não é eficiente. “É arcaico. O modelo modular off-site seria o equivalente de ir do artesanato para uma industrialização.”

PERSONAGEM DONA HERMÍNIA NO PLANALTO

 

A gente se divertiria com o que dissesse a personagem de Paulo Gustavo

William Waack, O Estado de S.Paulo

Sentada na cadeira do presidente no Palácio do Planalto, a personagem Dona Hermínia, criada pelo genial Paulo Gustavo, falaria assim sobre a covid-19. “É um vírus novo, ninguém sabe se nasceu em laboratório ou nasceu por algum ser humano ingerir um animal inadequado. Mas está aí. Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês.”

Dona Hermínia gostaria e ao mesmo tempo se cansaria de lidar o tempo todo com seu principal auxiliar, o ministro Paulo Guedes, em quem daria broncas como fazia com o ex-marido Carlos Alberto ou a empregada Valdeia. “PG, pode sair e ganhar dinheiro por aí, mas não me tira poder.” Mas, por ser tão mãezona, Dona Hermínia admitiria que às vezes tem de negociar. “Obviamente, com o passar do tempo, vou dando minhas peruadas no Paulo Guedes e ele vai dando na política para mim.”

Quando ficasse brava, Dona Hermínia explodiria rápido e não toleraria ser contestada, especialmente por jornalistas, gente que ela teria certeza de que não serve para muita coisa a não ser criticá-la injustamente. “Vontade de encher tua boca de porrada.” É um tipo de desejo que, seguramente, Dona Hermínia expressaria também em relação a senadores que tentassem encher o saco dela com CPIs. “Vou ter de sair na porrada.”

Planalto
Palácio do Planalto, sede do poder Executivo federal Foto: Dida Sampaio/Estadão

Pessoas que não sabem ficar dentro do seu cercadinho, como ministros do STF, levariam Dona Hermínia a lembrar a educação que deu aos filhos – impondo limites, sabendo dizer “não”, aplicando uma coça de vez em quando. Seus filhos sempre baixaram a crista quando avisava “que estão esticando muito a corda, e já está bem esticada”. Dona Hermínia acha que as pessoas entenderiam muito bem o que poderia acontecer quando ela decidisse “baixar um decreto para garantir o direito de ir e vir, e não ouse contestar”.

Para o lado dela Dona Hermínia teria certeza de que a corda não iria arrebentar, graças ao “seu” Exército. Que lhe obedeceria sem piscar os olhos, principalmente para proteger o povo de gente malvada como governadores e prefeitos que não pensam em outra coisa senão prejudicá-la gastando o dinheiro que Dona Hermínia mandou para eles combaterem a pandemia e agora sabe-se lá que fim essa grana levou. “Meu Exército não vai às ruas agir contra o povo”, diria Dona Hermínia.

Mas Paulo Gustavo se foi, ceifado como outras centenas de milhares de brasileiros por uma tragédia sem precedentes de saúde pública, agravada em primeiro lugar por documentada incompetência governamental, mas também – é obrigatório que se diga – por irresponsabilidade coletiva, num país que carece de líderes. A perda é grande, pois o humor é a melhor autocrítica da qual possa dispor uma sociedade, e a brasileira vai se despedindo rápido daquilo que sempre gostamos de chamar da malandragem simpática do brasileiro, da sua irreverência, do seu sorriso aberto.

A Dona Hermínia de Paulo Gustavo que conquistou o coração de milhões de pessoas é, no fundo, um personagem carinhoso, solidário, engraçado no melhor sentido da palavra, que criou entre todos nós uma profunda identificação pelas suas dúvidas, suas incertezas, suas dificuldades em entender o mundo. Mesmo a acidez e palavras duras mal disfarçavam o coração enorme e mole de mãe. Atrás dos palavrões, das ameaças e do sarcasmo da personagem está uma figura doce, divertida, amiga, preocupada com o mundo e as pessoas que a cercam.

Infelizmente, não há mais chances de Dona Hermínia ocupar o Palácio do Planalto.

*JORNALISTA E APRESENTADOR DO JORNAL DA CNN

PROJETO DE IMPEACHMENT PARA MINISTROS DO STF NA CCJ

 

Projeto cria a figura do crime de responsabilidade para ministros do STF que usurparem competência do Legislativo e do Executivo

Anne Warth, O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA – A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara rejeitou, por apenas um voto, projeto que cria a figura do crime de responsabilidade para ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que usurparem competência do Legislativo e do Executivo.

A relatora do texto, deputada Chris Tonietto (PSL-RJ), apresentou parecer pela admissibilidade da proposta, a primeira etapa de tramitação do projeto na Câmara. O relatório foi derrotado por 33 votos a 32. Isso obrigou o colegiado a designar novo relator entre aqueles que votaram contra – neste caso, o deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS).

O deputado gaúcho disse que vai apresentar na sessão da CCJ desta quinta-feira, 6, um relatório contrário à admissibilidade do projeto.

Se o projeto for aprovado, poderá facilitar o impeachment de ministros da Suprema Corte e aumentar o poder do presidente Jair Bolsonaro para indicar novos integrantes. Por diversas vezes, Bolsonaro já manifestou a intenção de ampliar o número de ministros conservadores no STF e de nomear alguém “terrivelmente evangélico” para o cargo.

STF
A estátua da Justiça, em frente ao prédio do STF, em Brasília Foto: Dida Sampaio/Estadão

“O projeto é o sonho dos autoritários, pois facilita o impeachment de ministros do STF de forma absurda. Como sabemos, Bolsonaro quer ter mais indicações. É um projeto de vingança ao STF e me parece claramente inconstitucional”, disse a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), também integrante da CCJ.

Para a deputada, o projeto tenta facilitar o impeachment de ministros do STF por um pretexto “patético” de usurpação das funções do Legislativo. “Essa é uma tentativa sistemática da extrema-direita de atacar as liberdades democráticas da Constituição de 1988, tentativas que são amplamente rejeitadas pela maioria do povo brasileiro”, afirmou a deputada.

“Não à toa, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) enalteceu a ação do governo de extrema-direita de El Salvador de destituir a Suprema Corte. Por ora, eles não têm força social para isso, mas buscam criar atalhos, como esse projeto. É importante mostrar para a sociedade qual o intuito de Bolsonaro e da extrema-direita para enterrar qualquer possibilidade desse absurdo ter sequência na Câmara dos Deputados”, completou a parlamentar do PSOL.

No Twitter, a deputada Chris Tonietto lamentou a derrota e publicou o placar de votação, chamado por ela de “placar da vergonha”. “Eis o placar da vergonha! Por apenas 1 voto, meu parecer ao PL 4754/16 foi rejeitado na CCJ. Eis os nomes dos deputados que votaram pela subserviência aos mandos e desmandos do STF. Perde o Brasil, perde o povo brasileiro e perde o Congresso Nacional.”

Na emenda da proposta, o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), um dos líderes da bancada evangélica, afirma que sua intenção é evitar o “ativismo judiciário”. Sóstenes disse que a legislação não trata o Judiciário com o mesmo rigor que atribui ao presidente da República e a ministros do Estado ao definir crimes de responsabilidade.

“Este ativismo, se aceito como doutrina pela comunidade jurídica, fará com que o Poder Judiciário possa usurpar a competência legislativa do Congresso. Não existem atualmente, por outro lado, normas jurídicas que estabeleçam como, diante desta eventualidade, esta Casa poderia zelar pela preservação de suas competências”, disse o deputado.

O projeto foi apresentado em 2016. Ficou anos parado na Casa e chegou a ser arquivado, mas ressuscitou pelas mãos da presidente da comissão, Bia Kicis (PSL-DF), alvo de inquérito no Supremo por suspeita de estar por trás da organização de atos antidemocráticos, em 2020. Antes mesmo de assumir o comando da CCJ, ela já havia manifestado a intenção de resgatar a proposta.

quarta-feira, 5 de maio de 2021

CIRO ACUSA LULA: DEU POUCO PARA OS POBRES E MUITO PARA OS RICOS

 

Em nova peça produzida pelo marqueteiro João Santana, presidenciável critica gestão do ex-presidente; petista está em Brasília e se reúne com lideranças do Centrão

Pedro Venceslau, O Estado de S.Paulo

Em novos vídeos produzidos pelo marqueteiro João Santana para o PDT,  o ex-ministro Ciro Gomes, apontado como candidato à Presidência em 2022, escolheu os ex-presidente Luiz Inácio da Silva (PT) e Dilma Rousseff (PT) como alvos. “O Brasil era a sexta maior economia do mundo. Com Dilma virou a nona e com Bolsonaro a 12°. Precisa dizer mais?”, disse o pedetista na gravação mais recente, que será divulgada nesta terça-feira, 4, nas redes sociais. 

Os vídeos fazem parte da estratégia de Ciro de se apresentar como uma opção à esquerda do PT no debate eleitoral. “O governo Lula deu pouco para os pobres, e muito para os ricos. Como o Brasil estava tão pouco acostumado a cuidar dos pobres, o pouco que Lula cuidou, pareceu muito”, disse o ex-ministro. Em outro trecho, o pedetista afirmou que “como o Brasil estava há séculos acostumado a dar muito para os ricos, ninguém percebeu nem estranhou que um governo dito de esquerda fizesse isso também.” 

Ciro Gomes
Ex-ministro Ciro Gomes, apontado como candidato à Presidência em 2022, grava vídeo criticando Lula Foto: Reprodução

Ex-marqueteiro do PT, Santana foi contratado para produzir uma série de comerciais em clima de campanha, nos quais Ciro fala com os “desassistidos” e “inconformados” sobre emprego e outros temas. Os vídeos são de curta duração, cerca de um minuto cada.

Santana coordenou as campanhas vitoriosas de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, e de Dilma Rousseff em 2010 e em 2014. Em 2017, o publicitário foi condenado na Operação Lava Jato a uma pena de 7 anos e 6 meses por lavagem de dinheiro.

Após um acordo de delação premiada, cumpriu cerca de um ano e meio em regime fechado diferenciado – em que ficou em recolhimento integral domiciliar com uso de tornozeleira eletrônica. Em seguida, passou para os regimes semiaberto e, depois, para o aberto. 

No final do ano passado, em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, Santana avaliou que a candidatura de esquerda com maior chance de ser eleita seria uma chapa encabeçada por Ciro com Lula como candidato a vice.

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