quinta-feira, 4 de março de 2021

MUTAÇÕES DO VIRUS DIFICULTAM O COMBATE À PANDEMIA

 

‘Pessoas que têm imunidade comprometida e que estão infectadas por muito tempo acumulam mutações’

Declaração foi feita pela pesquisadora da Universidade Yale Akiko Iwasaki, referência global em imunologia, com base em dados que tentam explicar o surgimento das variantes do coronavírus

Fabiana Cambricoli e Giovana Girardi, O Estado de S.Paulo

O surgimento das variantes do coronavírus tem chamado a atenção de cientistas em todo o mundo, que têm começado a levantar algumas hipóteses para explicá-las. “Há alguns dados surgindo que apontam que pessoas que têm a imunidade comprometida e que estão infectadas por muito tempo acumulam mutações. As variantes que estão despontando podem estar vindo desses pacientes que estão infectados por um longo tempo com covid”, disse ao Estadão a pesquisadora da Universidade Yale Akiko Iwasaki, referência global em imunologia. Ela participa nesta quinta-feira, 4, de um webinar promovido pelo Instituto Serrapilheira, para lançar um programa gratuito de formação de jovens cientistas.

UTI COVID-19
Equipe médica atuando em hospital de São Paulo no combate à pandemia de covid-19 Foto: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

“Como essas pessoas não conseguem eliminar o vírus sozinhas, elas costumam receber plasma de convalescentes. Isso pode acabar eliminando o vírus, mas dá tempo para que as mutações se acumulem antes da eliminação. O vírus que é selecionado para escapar do plasma convalescente pode circular na população dando origem às variantes”, disse. https://www.estadao.com.br/widget/coronavirus

“Ainda não está claro quais são exatamente as fontes dessas variantes no momento. Pacientes imunocomprometidos podem ser uma delas porque tendem a acumular múltiplas mutações dentro de si”, continua.

A suspeita surgiu com um paciente de 70 anos do Reino Unido. Ele foi infectado com covid-19 logo após ter passado por quimioterapia para tratar um linfoma, de modo que seu sistema imune estava comprometido e nenhum medicamento dado a ele no hospital melhorava sua condição. A saída foi aplicar o plasma de convalescente (com anticorpos de pessoas que já tinham se curado da doença).

O paciente acabou falecendo 102 dias após testar positivo e, em análises posteriores feitas em amostras dele, cientistas observaram que o vírus havia evoluído e desenvolvido mutações que mudaram sua capacidade de infectar células e escapar dos anticorpos.

Uma das mutações observadas no paciente foi encontrada depois na variante B.1.1.7, originada no Reino Unido, o que fez os cientistas também suspeitarem que ela possa ter surgido em um paciente imunocomprometido.

“A interpretação da B.1.1.7 sugere que o surgimento pode acontecer quando o vírus evolui mais rapidamente num só hospedeiro devido, por exemplo, a um sistema imune fragilizado que permite a reprodução continuada de vírus durante um período prolongado”, explicou ao Estadão o pesquisador Nuno Faria, do Imperial College de Londres, especialista em evolução de vírus. Ele também está participando dos estudos com a P.1.

“Acho que mais dessas variantes vão surgir. É uma questão de tempo e de sequenciamento genético até encontrarmos mais VOCs pelo mundo”, disse.

“Quando a transmissão é galopante, novos mutantes podem surgir e se espalhar. É como colocar lenha na fogueira. No outono e inverno de 2020, a transmissão nos EUA foi galopante, mas tínhamos apenas um vírus. Agora, os EUA também têm as variantes. Eu me preocupo com outra onda e mais variantes se não controlarmos a propagação entre a população”, complementou Akiko.

quarta-feira, 3 de março de 2021

OS ESTADOS UNIDOS VAI FABRICAR UM NOVO DÓLAR?

 

O novo dólar

Nota de US$ 20 deve ter a abolicionista Harriet Tubman em sua estampa

Leandro Karnal, O Estado de S.Paulo

Alguns devem pensar que o dinheiro dos Estados Unidos emergiu pronto da explosão do Big Bang. Todavia, os próximos anos devem testemunhar uma mudança no rosto da moeda dos EUA.

O dólar deve seu nome a uma corruptela do thaler, uma das primeiras moedas de prata de grande tamanho cunhadas na Boêmia do século 16. O thaler passou a ser sinônimo de moeda valiosa e ultrapassou as fronteiras do vale em que foi criado originalmente. Era possível encontrá-las por todo o Velho Mundo e, em língua inglesa, ela virou o dollar, quase como uma gíria como “grana” ou “dindim” nos dias atuais. Era usada para expressar dinheiro.

Harriet Tubman
Modelo da nota de 20 dólares com Harriet Tubman Foto: US Treasury

A Inglaterra já usava libras quando isso ocorreu. Por lei, entretanto, a velha Albion não permitia que sua própria moeda saísse das ilhas britânicas, nem mesmo para suas colônias. Por isso, no século 18, era muito difícil encontrar libras e shillings circulando. A moeda que surgia de forma mais comum nas colônias britânicas do Novo Mundo era… mexicana! Ah, a ironia da História!

O México, também desde o século 16, tinha sua própria casa da moeda e cunhava os valiosos “reales de a ocho”, um peso de prata que equivalia a 8 unidades de menor valor, chamada real. Esse “spanish dollar”, como era chamado nas 13 colônias, a “Grana espanhola”, era uma das poucas moedas circulantes por ali. No início do século 18, a crise da falta de moeda estimulou o jovem Benjamin Franklin a escrever um manifesto que reclamava como a situação impedia a economia local de se desenvolver. Além disso, ele passou a imprimir dinheiro, na forma de vales em papel. A Coroa proibiu essa prática também. O ressentimento dessa medida estava entre os fatores listados para a guerra de independência pouco tempo depois.

Guerras custam dinheiro e isso a colônia não tinha, já vimos. Solução: imprimir dinheiro. O “continental” (nome dado em homenagem ao Congresso Continental que declarara a independência), em sua intenção inicial, se baseava no valor de um “dólar espanhol”. As cédulas vinham com o valor estabelecido em um pequeno texto que dizia algo como: este pedaço de papel vale 1, 10 ou 20 dólares. Os mais velhos entre nós, leitores, se lembrarão da URV, a unidade que estabelecia quanto valia o real nos tempos que antecederam a implementação de nossa moeda, nos longínquos anos 1990, quando achávamos que vivíamos uma crise.

Imprimiu-se tanto dólar de papel para sustentar o esforço de guerra que eles se desvalorizaram muito rápido. No fim do conflito, já corria o ditado: “Isso vale tão pouco quanto um continental”. As cédulas foram abandonadas e, em 1792, estipulou-se a criação efetiva do dólar americano. Nome alemão e referências espanholas, a moeda estadunidense deveria ser feita apenas e tão somente em metal, não mais em papel. Foi uma das primeiras do mundo a se basear em um sistema centesimal, facilitando a compreensão de suas frações (lembram-se do real de oito?). As efígies das primeiras moedas recém-nascidas eram alegorias da liberdade, da vitória e outros valores. Jamais pessoas.

Por quase um século, os americanos tiveram apenas moedas e não mais cédulas circulando. Precisaram de outro conflito para voltar a imprimir dinheiro: a Guerra da Secessão (1861 a 1865), que rachou o país em dois, Sul e Norte, em torno de várias questões. Tanto um lado quanto o outro, precisando desesperadamente de recursos, voltaram a imprimir dinheiro. O do Norte, criado pelo secretário de Finanças de Lincoln, Salmon P. Chase, era verde e, na sua nota de um dólar, trazia a efígie nada modesta de… Chase! Como na guerra anterior, rapidamente a cédula se desvalorizou e, ao fim do conflito, valia um terço do seu valor de face. Isso porque a cédula verde era uma promessa, um bônus de guerra, que poderia ser resgatado quando os canhões silenciassem.

Pior ocorreu com a moeda sulista, os “dixies”, que se desvalorizaram muito mais e, ao fim das batalhas, se tornaram pedaços de papel colorido com o fim do país e a reintegração ao norte.

A decisão de quem deve ou não estampar a cédula de dólar é atribuição do secretário de Tesouro. Critério é que a pessoa deve ser alguém cujo valor de face (literalmente) seja conhecido da história americana como personagem confiável. Por isso, há ex-presidentes e personalidades como Benjamin Franklin. Mas muita gente já entrou e saiu dessa galeria. Ela não é nem nunca foi fixa: só não podem mostrar pessoas vivas.

Daí o anúncio em 2016 de que, em 2020, as notas de 20 dólares deixariam de estampar o presidente Andrew Jackson, um controverso governante que era escravista, por uma notória abolicionista, Harriet Tubman. A primeira mulher negra (moedas de um dólar mostram, desde 2000, Sacagewa; ainda no século 19, por curto período, a primeira-dama Martha Washington estampou a nota de um “dólar de prata”) em uma moeda norte-americana. Jackson não reclamaria: ele era um feroz opositor das cédulas e de bancos poderosos!

A administração Trump anunciou que o custo seria alto e que postergaria a decisão por, no mínimo, dez anos. Biden, decidido a desfazer a herança do antecessor, anunciou que iniciaria a substituição.

Viram? Não dói mudar uma efígie em uma nota. Especialmente, porque elas estampam valores de época. E nossos tempos podem e devem ser mais plurais. A esperança é associada ao verde, cor tradicional dos dólares. É preciso ter ambos, dólares e esperança. 

É HISTORIADOR E ESCRITOR, AUTOR DE ‘O DILEMA DO PORCO-ESPINHO’, ENTRE OUTROS

A PANDEMIA NOS ESTIMULA A ADIAR PROBLEMAS

 

Notas de um contaminado

É minha impressão, ou estamos vivendo um texto de George Orwell? Mentir é verdade, vigarice é legalidade, confusão é lucidez, morte é vida, derrota é vitória, doença é cura

Roberto DaMatta, O Estado de S.Paulo

1. A pandemia expôs o que não queríamos ver. O nosso lado ambíguo que tende a adiar problemas. A despeito, entretanto, de nossa autocondescendência – afinal de contas, Deus é brasileiro! – a “gripezinha” do presidente Bolsonaro (e dos que são contra o seu estilo e governo, mas continuam se aglomerando) já matou 250 mil! A pandemia obriga a pensar anormalmente com o outro. 

Estamos contaminados e a reflexão inevitável nos leva a uma história repleta de contrastes em termos de costumes e instituições. Somos um país “descoberto” de propósito ou por acaso? (como reza a fábula); somos uma sociedade constituída por três raças? (como diz um mito); ou uma nação solidificada e modernizada, um tanto à força, por um rei e uma corte fugida, em 1808, de Lisboa? (como diz a história). 

Ou somos tudo isso e mais alguma coisa que a contaminação obriga a descobrir? 

Será que jamais vamos aprender a votar e, por isso, o absolutismo bolsonarista tem força inclusive no Congresso Nacional que, na semana passada, chegou perto de reinstituir imunidades aristocráticas? 

2. Com a vinda da corte, o Rio de Janeiro deixou de ser um povoado para virar a capital de um gigantesco reino ultramarino. Nele, instalou-se uma realeza que oprimiu com um inapelável “você sabe com quem está falando” a população nativa, desapropriando suas melhores moradas. 

Nessa época, o mundo iniciava uma caminhada contra o atraso, mas, aqui no Brasil, combinávamos neomercantilismo com escravidão, que alicerçou um estilo de vida hierarquizado e aristocrático. Um sistema escravocrata fundado no “um lugar para cada coisa, cada coisa em seu lugar”, que tirou do trabalho a sua grandeza e criou uma brutal indiferença para com o mundo público e impessoal da rua. “Da porta de nossa casa para fora, o problema é do governo!” 

Mas isso não funciona quando um vírus sem intencionalidade prova a nossa incapacidade para juntar forças e agir solidariamente porque as hierarquias que sustentam uma imensa desigualdade mostram como o familismo é recorrente e dominante. 

Julgamos duramente de um lado, mas com condescendência do outro. Sofremos de uma ambiguidade de raiz porque podemos resolver o mundo como fidalgos ou como cidadãos. Eleitos e de “posse” de um cargo, em vez de democratizar, aristocratizamos. Voltamos sempre ao familismo, rasgando promessas democráticas. No mesmo passo, vemos o retorno de uma política de controle de preços que implode investimentos. Tudo isso mostra como mudamos sem mudar.

3. A crise, porém, instiga a imaginação. 

A mais surreal seria imaginar o Brasil invadido por um país estrangeiro e sendo obrigado a defender-se e a declarar guerra ao inimigo. 

A julgar pela caótica reação à covid e aos seus exércitos invasores, ao tempo que o Executivo, o Legislativo, o Judiciário e a opinião pública (obviamente dividida entre declarar ou não guerra ao invasor) se entendessem, o país já estaria falando o idioma do solerte inimigo. Pior que isso, mas igualmente plausível, seria testemunhar o governo comprando armas ultramodernas, mas esquecendo da munição porque o comandante negava a guerra. O mais claro surrealismo, porém, seria ver o líder supremo das forças nacionais zombar do poder do ofensor (que teria tomado a Amazônia), comentando que se trata de uma “invasãozinha”. 

É minha impressão, ou estamos vivendo um texto de George Orwell? Mentir é verdade, vigarice é legalidade, confusão é lucidez, morte é vida, derrota é vitória, doença é cura. 

4. Desde que me entendo por gente ouço que somos os piores. Que somos um povo sem homogeneidade racial; que somos preguiçosos, safados e desonestos por natureza e não por situação; que não temos bons governos e, eis a negação da negação, que não sabemos votar. Deus fez o Brasil bonito, mas nele colocou um “povinho” …

No entanto, alguém comentou que esse “povinho” era pentacampeão mundial de futebol. Ele sequestrou – disse – um jogo sofisticado dos avançados ingleses, contrariando todas as teorias das colonizações perpétuas. Como foi possível? 

– Um milagre? 

– De modo algum. É que não criamos uma Futebolbrás. Se tivéssemos uma estatal do futebol, o seu presidente seria o cunhado do mandão; seus funcionários seriam do centrão; o técnico seria sobrinho do presidente da Câmara; e o selecionado brasileiro teria como titulares o 01, o 02, o 03 e o 04… Você tem alguma dúvida? 

5. O futebol vingou fora do governo porque governos têm que obter resultados. Não podem se preocupar somente em perpetuar-se e roubar. O domínio do esporte é conquistado por mérito e não por privilégios e laços de família. Ele existe com regras e, eis algo que os nossos políticos ainda não atinaram: ninguém é campeão para sempre. 

Seria o poder maior do que a lei? Sem dúvida, mas nas ditaduras. Nelas, porém – lembra? – não há disputa, há obediência.

É ANTROPÓLOGO SOCIAL E ESCRITOR, AUTOR DE ‘FILA E DEMOCRACIA’

LEI DAS ESTATAIS IMPEDE A NOMEAÇÃO DE GENERAL PARA A PRESIDÊNCIA DA PETROBRAS

 

A Lei das Estatais está em vigor

Governo pretende burlar os requisitos legais para a presidência da Petrobrás

Notas & Informações, O Estado de S.Paulo

Por mais estranhos que sejam os tempos atuais, uma lei federal ainda não pode ser revogada por conversa de corredor nos palácios do poder. Trata-se de uma obviedade, mas com o governo de Jair Bolsonaro faz-se necessário recordar até o mais básico. A Lei das Estatais (Lei 13.303/16) está em vigor e suas disposições devem ser cumpridas.

Segundo noticiou o Estado, o governo federal pretende burlar os requisitos legais exigidos para que se ocupe a presidência de uma estatal – a Petrobrás – dizendo que os anos de generalato de Joaquim Silva e Luna preencheriam as condições estabelecidas pela Lei das Estatais.

O art. 17 da Lei 13.303/16 é muito claro. O presidente de sociedade de economia mista deve ter experiência profissional na área, comprovada a partir de alguns dos seguintes requisitos mínimos: (i) dez anos de atuação na área da empresa, (ii) quatro anos de experiência em cargos específicos vinculados à área para a qual for indicado ou (iii) quatro anos como profissional liberal em atividade direta ou indiretamente vinculada à área da empresa.

Além disso, o indicado deve cumprir outras duas condições: ter formação acadêmica compatível com o cargo para o qual foi indicado e não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas na legislação.

A despeito da clareza das exigências legais, o presidente Jair Bolsonaro ignorou o seu conteúdo e indicou para a presidência da Petrobrás o general Joaquim Silva e Luna, que nunca atuou no mercado de petróleo. O general passou à reserva em 2014 e, em fevereiro deste ano, completou dois anos na presidência da Itaipu Binacional.

Antes de mais nada, é preciso reconhecer que o fato de a indicação de Jair Bolsonaro para a presidência da Petrobrás não cumprir os requisitos legais em nada desmerece o currículo e o bom nome do general Joaquim Silva e Luna. O erro está na atitude do presidente Bolsonaro de ignorar a lei e ainda envolver um general nesse imbróglio. 

Não é o general Joaquim Silva e Luna que está descumprindo a lei. Quem a descumpre é o presidente Jair Bolsonaro, ao forçar uma indicação que – apesar do currículo e do bom nome do general, repita-se – não cumpre os requisitos legais de experiência e de formação acadêmica.

Estivesse disposto a superar de fato os males trazidos pelas administrações petistas, Jair Bolsonaro seria o primeiro a cumprir minuciosamente a Lei 13.303/16. Aprovada em junho de 2016 pelo Congresso, a Lei das Estatais veio justamente assegurar padrões mínimos de gestão profissional para as empresas públicas e sociedades de economia mista. Seu objetivo era impedir, ou ao menos dificultar, o aparelhamento ideológico e a interferência político-partidária nas estatais, fenômenos muito presentes nos anos do PT no governo federal e que causaram tantos prejuízos ao País e às empresas públicas.

Agora, com sua tentativa de interferir na política de preços da Petrobrás, o presidente Jair Bolsonaro revela, em todas as suas cores, a proximidade do bolsonarismo com o lulopetismo. Nenhum dos dois quer gestão profissional nas estatais ou nas sociedades de economia mista. A rigor, aqueles que se apresentam como politicamente antagônicos almejam o mesmo objetivo, em sua dupla dimensão: a insubmissão do poder político a critérios profissionais objetivos e a prevalência do fator eleitoral nas decisões de governo.

Não é coincidência que o presidente Jair Bolsonaro entre em conflito com a Lei das Estatais, como também não é coincidência que, uma vez revelado o descumprimento da lei, ele manifeste tamanho desdém por suas exigências. Com a Lei 13.303/16, o Congresso tentou impedir a interferência política a que o presidente da República pretende submeter a Petrobrás.

O general Joaquim Silva e Luna não merecia estar envolvido nesse embate. A Petrobrás não merecia estar envolvida em interesses eleitorais do presidente Jair Bolsonaro. O País não merecia estar submetido a governantes que, quando lhes parece conveniente, fecham os olhos à lei. Não é demais lembrar que, ainda vigente no País, o regime republicano é o regime das leis, com seus claros limites.

IMÓVEIS DO FILHO DE BOLSONARO DÁ O QUE FALAR.

 

MP do Rio já investigou imóveis de Flávio no caso da ‘rachadinha’; entenda

Promotores suspeitam que senador teria usado transações imobiliárias para lavar dinheiro ilegal repassado por funcionários ‘fantasmas’

Redação, O Estado de S.Paulo

RIO – Muito antes da compra, por oficiais R$ 6 milhões, da luxuosa casa em Brasília pelo senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), transações com imóveis foram alvos privilegiados do MP do Rio nas investigações envolvendo o parlamentar. A promotoria acredita que um suposto esquema de rachadinha (desvio de salários de assessores) teria ocorrido no gabinete dele quando era deputado na Assembleia Legislativa fluminense, até 2018.

Promotores que investigam o caso suspeitam que o filho “01” do presidente Jair Bolsonaro teria, por exemplo, usado transações imobiliárias para lavar dinheiro ilegal repassado pelos funcionários “fantasmas”. Subfaturar o preço oficial de bens comprados – com parte do valor real quitado “por fora”, em dinheiro vivo – seria o início da ação de despiste. Depois, viria a venda por cifras muito acima das originais. Assim seria “esquentado”, nas novas escrituras, o  que fora recebido ilegalmente, calcula a promotoria.  Há ainda presumidos pagamentos de somas altas, em espécie, sem registro de saques nas contas dos compradores na mesma proporção e na mesma época. 

flavio bolsonaro
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) no Palácio do Planalto Foto: Dida Sampaio / Estadão

Flávio nega as acusações. Alega ser alvo de perseguição da imprensa, por motivos políticos. O alvo seria o governo do presidente Bolsonaro. Na semana passada, a 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJconsiderou ilegais as provas obtidas por meio da quebra dos sigilos de Flávio e outras pessoas físicas e jurídicas no caso – mais de 90. Por quatro a um, os ministros consideraram que a suspensão do direito à privacidade, uma garantia fundamental da Constituição, exige do magistrado uma decisão muito fundamentada. O juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara Federal, produziu apenas um despacho curto, basicamente acolhendo os argumentos da promotoria. 

Acusações no Judiciário

Na denúncia que apresentou à Justiça contra Flávio e outras 16 pessoas, o MP descreve o suposto mecanismo. Os promotores demonstram que Flávio e sua mulher, a dentista Fernanda Antunes Figueiras Bolsonaro, compraram, em novembro de 2012, dois apartamentos em Copacabana. Os preços foram mais baixos do os que tinham sido pagos pelos proprietários – investidores norte-americanos, um ano antes.   Em no máximo dois anos, os imóveis foram vendidos pelo casal com lucros pouco usuais.

Um dos apartamentos, na Avenida Prado Júnior, fora comprado pelo primeiro proprietário por R$ 200 mil, em  março de 2011. Tinha sido vendido ao casal em novembro de 2012 por R$ 140 mil, afirma a denúncia do Ministério Público fluminense. Em fevereiro de 2014, o então deputado e sua mulher repassaram o imóvel por R$ 550 mil, uma valorização de 292,85%. A variação foi bem acima do valor projetado com base no Índice Fipezap. Foi uma valorização de 11,18% no metro quadrado, que resultaria em preço bem menor: R$ 280.840,00.

O outro apartamento, na Avenida Barata Ribeiro, foi , segundo a denúncia do MP, comprado por Flávio e Fernanda por R$ 170 mil, em novembro de 2012. Um ano antes, seu proprietário pagara pelo imóvel R$ 240 mil. Logo, em tese, teve prejuízo de R$ 70 mil ao repassá-lo. Em novembro de 2013, o casal o vendeu por R$ 573 mil, 237,05% a mais. No período, segundo afirma o MP com base no Índice Fipezap, o metro quadrado na região subiu 9,09%. A variação projetaria um preço de R$ 282.416,00.

Também foram encontrados, segundo os promotores, indícios de que Flávio pagou, por fora, R$ 638 mil a mais em dinheiro vivo pelos dois imóveis. A quantia em espécie foi depositada pelo procurador dos proprietários, que fechou as duas transações. O depósito ocorreu na agência do HSBC, onde a venda foi concluída, no mesmo dia da venda, conforme sustenta a promotoria.  Nela também foram depositados os cheques dos preços oficialmente pagos pelos apartamentos.

“Essa prática de subfaturamento de registros imobiliários na compra possibilita a simulação de ganhos de capital em patamares expressivos na ocasião da revenda, razão pela qual são instrumentos corriqueiramente utilizados para lavagem de capitais já catalogados, inclusive, no artigo 9º, IX da Resolução nº 24/2013 do COAF”, afirmam os promotores, nas páginas 28 e 29 da denúncia.

O MP também encontrou sinais de movimentações atípicas no pagamento por Flávio do Imposto de Transmissão referente à compra de doze salas comerciais no Condomínio Barra Prime Office, em agosto e setembro de 2010. A quantia chegou a R$ 33.969,20, segundo a prefeitura do Rio. Como não constam, conforme apontou a quebra de sigilo bancário, débitos com cheques administrativos das contas do casal, os promotores deduziram que os pagamentos foram feitos em dinheiro vivo, provavelmente de origem ilegal.

“Entretanto, também não constam registros de saques em quantias suficientes para lastrear tais pagamentos, pois o denunciado FLÁVIO NANTES BOLSONARO realizou um único saque no mês de agosto de 2010, no valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais), e no mês seguinte todos os demais saques somaram apenas R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais)”, prossegue a peça acusatória. “Já a denunciada FERNANDA ANTUNES FIGUEIRA BOLSONARO não realizou nenhum saque em sua conta bancária entre os meses de agosto de 2010 e dezembro de 2014, não contribuindo com qualquer quantia em espécie para pagar as contas do casal nesse período.”

Em agosto de 2012, Flávio pagou, também pelo Imposto de Transmissão na compra de uma cobertura na Rua Pereira da Silva, em Laranjeiras, R$ 39.020,00 em dinheiro em espécie, de acordo com a denúncia. Os saques da conta de Flávio, naquele mês, somaram apenas R$ 5.200,00, “não havendo lastro de recursos lícitos para justificar os dispêndios em dinheiro ‘vivo’”, diz a peça do MP. Também o ITBI dos dois apartamentos em Copacabana (R$7.706,33) foi pago, em novembro de 2012, com recursos em espécie, “embora naquele mês tenha sido realizado um único e insuficiente saque no valor de R$ 200,00 (duzentos reais)”.

COMPRAS NOS PEQUENOS NEGÓCIOS DE BAIRROS AUMENTOU COM A PANDEMIA

 

73% dos consumidores começaram a comprar de pequenos negócios de bairro durante a pandemia

Fonte: Empresas & Negócios

Presença digital foi fundamental para que pequenos negócios se destacassem no período. Dados foram levantados em dois estudos divulgados pelo Facebook

Delivery (Foto: Norma Mortenson / Pexels)

Sete em cada dez consumidores começaram a comprar em pequenos negócios de bairro durante a pandemia. O dado foi levantado pela Pesquisa do uso das ferramentas digitais pelo Consumidor, feita pelo Facebook em parceria com a Deloitte durante o mês de julho. O levantamento foi realizado em 13 países, incluindo o Brasil, com pelo menos 500 entrevistados em cada.

A principal motivação identificada pelo estudo foi a sobrevivência dos negócios locais. Um fator que ajudou as pessoas a descobrirem essas empresas na região foi a presença online. Sobre essa presença online, a Startup Valeon um marketplace da região do Valeo do Aço, tem muito a contribuir para a divulgação desses pequenos comércios. Confira mais dados:

• 48% dos que começaram a comprar de pequenas empresas relataram que escolheram esses negócios porque estavam preocupados com a sobrevivência do empreendimento ou da comunidade local;
• 67% relataram que escolheram essas empresas porque elas ofereciam melhores ofertas ou um serviço mais rápido;
• 54% relataram que as redes sociais os ajudaram a descobrir essas novas pequenas empresas (locais ou não locais);
• 39% esperam gastar mais em pequenas empresas no futuro (locais ou não locais).

O aumento da presença online dos pequenos negócios foi mapeado na terceira edição do Relatório Global sobre a Situação das Pequenas Empresas (Global State of Small Business Report), também produzido pelo Facebook, em parceria com o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O relatório é feito com mais de 30 mil líderes de pequenos e médios negócios em 50 países e teve a primeira edição divulgada em maio. A previsão é que a coleta de informações se estenda até dezembro. A terceira edição foi realizada entre 24 e 30 de julho de 2020, com pelo menos 321 respondentes no Brasil.

Quase metade dos entrevistados reportaram que 50% ou mais das vendas foram provenientes do ambiente digital. De acordo com o Facebook, alguns números, referentes a empresas com páginas operacionais na rede social no mês de julho, detalham essa mudança para o virtual:

• 47% das pequenas e médias empresas operacionais no Facebook relataram que 50% ou mais de suas vendas foram feitas digitalmente em julho;
• 52% dos proprietários e gerentes de PMEs relataram se sentir otimistas em relação ao futuro de seus negócios;
• 77% das PMEs lideradas por mulheres e 91% das pequenas e médias empresas lideradas por homens relataram que estavam em atividade e engajadas em alguma atividade geradora de receita.

Os desafios das pequenas e médias empresas continuam similares as edições anteriores do estudo. O principal deles ainda é ofluxo de caixa. Confira:

• 48% das PMEs em atividade consideram que o fluxo de caixa será um desafio para elas nos próximos meses. No levantamento anterior eram 54% e na primeira edição, em maio, eram 52%;
• 58% das PMEs em atividade no Facebook no Brasil relataram que as vendas em julho foram menores do que no mesmo período do ano passado;
• 38% das PMEs operacionais no Brasil relataram ter reduzido o número de funcionários/colaboradores para enfrentar a crise.

Estamos lutando com as empresas para MUDAREM DE MENTALIDADE referente à forma de fazer publicidade à moda antiga, rádio, tv, jornais, etc., quando hoje em dia, todos estão ligados online através dos seus celulares e consultando as mídias sociais a todo momento.

Somos PROFISSIONAIS ao extremo o nosso objetivo é oferecer serviços de Tecnologia da Informação com agilidade, comprometimento e baixo custo, agregando valor e inovação ao negócio de nossos clientes e respeitando a sociedade e o meio ambiente.

Temos EXPERIÊNCIA suficiente para resolver as necessidades dos nossos clientes de forma simples e direta tendo como base a alta tecnologia dos nossos serviços e graças à nossa equipe técnica altamente especializada.

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NOTÍCIAS DIVERSAS DA POLÍTICA

 

Ordem no governo é acelerar volta do auxílio

Coluna do Estadão

Foto: Alex Silva/Estadão

Com Jair Bolsonaro em viés de baixa nas pesquisas e sob ataque dos governadores, o Planalto tem pressa: corre para colocar em pé o auxílio emergencial. A intenção de João Roma é começar a transferência direta de renda neste mês, porém, quem entende do riscado no Congresso avalia ser mais provável o início em abril. O modelo apresentado à equipe econômica prevê R$ 250 por mês para 46 milhões de brasileiros, em quatro parcelas, ao custo de R$ 11,5 bilhões por mês, R$ 46 bilhões no total. O mercado havia precificado a ajuda em R$ 30 bilhões.

Não é comigo. A ideia de retirar os recursos do Bolsa Família, orçado em R$ 34,9 bilhões, do teto de gastos neste ano foi submetida previamente ao ministro João Roma (Cidadania), mas a decisão em torno da medida ficou mesmo a cargo dos senadores. O ministério não fez qualquer análise técnica sobre a proposta.

Xá… Governadores se queixaram a Arthur Lira de falta de dinheiro, de leitos e de vacina. Saíram do encontro com o presidente da Câmara sem nada muito concreto, mas aliviados com as promessas de Lira de que vai atuar em favor deles.
…comigo. “O Congresso pode cumprir um papel em que o governo federal tem dificuldade”, disse Renato Casagrande (PSB-ES).

Vácuo. “Buscamos a colaboração da Câmara nessa interlocução para baixar a temperatura”, disse Helder Barbalho (MDB-PA).

Aham. Rui Costa (PT-BA) e Fátima Bezerra (PT-RN) subiram o tom contra o governo no encontro. Eduardo Leite (PSDB-RS) disse que não queria politizar a reunião, mas fez críticas à postura do presidente no fim de semana.

Cada um na sua. Governadores e Câmara deram de ombros aos pedidos do Conass (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) para que o Legislativo estabeleça os gatilhos de medidas restritivas nacionais. Ninguém, por ora, quer arcar com esse desgaste.

Cada um na sua 2. O Planalto não procurou os governadores para botar panos quentes na situação desde que Bolsonaro divulgou números equivocados de repasses aos Estados.

Na… Quando surgiu o assunto dos vetos de Bolsonaro à MP da vacina na reunião, o presidente da Câmara minimizou a retirada do artigo que liberava compra por Estados e municípios. Disse que a decisão do STF se sobrepõe ao veto.

…real. “O STF já autorizou a compra. É inócuo o veto. O problema nosso hoje é que a gente não tem vacina para comprar”, disse Casagrande à Coluna.

Vazio. De fato, a reunião de governadores com a União Química (Sputnik V) serviu mais como ato político do que ação concreta de compra de vacinas.

Vazio 2. “Não saímos com volume de vacina garantido, nem prazos estabelecidos e nem possibilidade de aquisição. Lamentavelmente, não”, afirmou Barbalho (MDB-PA). Uma volta à estaca zero: não há vacinas disponíveis no mercado.

CLICK. Os governadores Wellington Dias (PI), Renato Casagrande (ES) e Mauro Mendes (MT), da esquerda para a direita, se paramentaram para visitar as instalações de produção da Sputnik V.

Divulgação

Home. Em meio ao caos e à tragédia do País, a “brincadeira” em Brasília foi: o senador Flávio Bolsonaro inaugurou uma nova versão bolsonarista do programa Minha Casa Minha Vida ao adquirir a humilde moradia de quase R$ 6 milhões.

SINAIS PARTICULARES.
Flávio Bolsonaro, senador (Republicanos-RJ)

Ilustração: Kleber Sales

PRONTO, FALEI! 

Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente: “Seremos os párias do planeta? Seremos o último refúgio do coronavírus quando os países o derrotarem com isolamento social, máscaras e vacina?”

COM REPORTAGEM DE ALBERTO BOMBIG, MARIANA HAUBERT E MARIANNA HOLANDA.

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DECISÕES MONOCRÁTICAS DE JUÍZES ATRAPALHAM O STF

 

Barroso defende ‘estancar’ decisões monocráticas e diz que foro privilegiado ‘faz mal’ ao Supremo

“Nós precisamos estancar decisões cautelares monocráticas que imputam ao tribunal a posição de um único ministro”, disse em seminário virtual que discute tendências no tribunal

Rayssa Motta

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu nesta segunda-feira, 1º, a limitação das decisões monocráticas por integrantes da Corte. Na avaliação dele, quando apenas um magistrado decide, e não o colegiado, o debate acaba personalizado.

“Nós precisamos estancar decisões cautelares monocráticas que imputam ao tribunal a posição de um único ministro”, disse em seminário virtual promovido pela Associação dos Advogados de São Paulo (AASP).

A discussão reacendeu depois que o decano Marco Aurélio Mello mandou soltar o narcotraficante André do Rap, apontado como líder da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), e teve a liminar cassada pelo plenário. Depois disso, ganhou novo fôlego na esteira da prisão do deputado federal Daniel Silveira (PSL-SP), decretada pelo ministro Alexandre de Moraes e referendada por unanimidade pelos colegas.

O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. Foto: Carlos Moura/SCO/STF

Na apresentação, Barroso ainda lamentou o volume de habeas corpus levados ao tribunal e disse que o foro por prerrogativa de função ‘faz mal’ ao Supremo. Na avaliação do ministro, deveria haver um filtro mais restrito aos temas enquadrados na competência da Corte. “Nada justifica essa quantidade de habeas corpus que nós julgamos”, afirmou.

O evento virtual é dedicado a discutir as tendências do Supremo Tribunal Federal. Barroso defendeu que a Corte aposte no uso da tecnologia para racionalizar a prestação jurisdicional e abreviar o tempo dos processos. Ele defendeu, por exemplo, atenção aos casos de repercussão geral, para evitar eles fiquem na fila aguardando julgamento por muito tempo.

BRASIL E CHINA FAZEM PLANOS PARA CONCORRER COM A STARLINK DE ELON MUSK

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