quinta-feira, 16 de julho de 2020

NOVO MARCO DO SANEAMENTO É SANCIONADO PELO GOVERNO



Bolsonaro sanciona, com vetos, novo marco do saneamento

Maurício Ferro




© Maurício Fero/Poder360 Em isolamento por causa da covid-19, presidente participou de cerimônia por videoconferência

O presidente Jair Bolsonaro sancionou na tarde desta 4ª feira (15.jul.2020), com 11 vetos, a lei que define o novo marco regulatório do saneamento (conjunto de normas, regras e leis que tratam da regulação do setor). Aprovado pelo Senado no dia 24 de junho, o texto facilita a entrada de investimento privado no setor.
Em nota enviada à imprensa (eis a íntegra – 324 KB), a Secretaria-Geral da Presidência informou que, hoje, “35 milhões de pessoas não têm acesso à água tratada e 104 milhões não contam com serviços de coleta de esgoto no Brasil”. O objetivo do novo marco, diz o governo, é universalizar os serviços.
O Ministério da Economia informou que serão investidos “mais de R$ 700 bilhões” no setor nos próximos 14 anos. O prazo para universalização do saneamento é 31 de dezembro de 2033. A Secretaria-Geral disse, no entanto, que o prazo pode ser prorrogado para 2040, “caso se comprove inviabilidade técnica ou financeira”.
Eis as metas:
  • 99% da população com acesso à água potável;
  • 90% da população com acesso ao tratamento e à coleta de esgoto
Houve cerimônia no Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo, para comemorar a assinatura do novo marco. Em isolamento por estar com covid-19 (doença causada pelo novo coronavírus), Bolsonaro participou por videoconferência, direto do Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência. Ele não discursou.
O ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) afirmou que, ao todo, foram 11 vetos. A nota que a Secretaria-Geral enviou à imprensa não tem todos. A assessoria de comunicação da pasta afirmou que destacou os principais.
A Secretaria-Geral também informou que não está definido se o novo marco será publicado em edição extra do DOU (Diário Oficial da União) desta 4ª feira ou se sairá na edição regular desta 5ª (16.jul).
Eis os principais vetos e seus respectivas justificativas, de acordo com a Secretaria-Geral:
– Art. 14, §§ 6º e 7º, pois ao criarem uma nova regra para indenização de investimentos não amortizados das prestadoras de saneamento, geram insegurança jurídica por descompasso ao já previsto na Lei nº 8987/95 (Lei de Concessões). Ademais, como não é possível na prática a distinção da receita proveniente de tarifa direcionada para 1 ativo, haveria inviabilidade de pagamento da indenização;
– Art. 16, caput e parágrafo único, ao permitirem o reconhecimento de situações de fato e a renovação, por mais 30 anos, destes ajustes atualmente informais e dos atuais contratos de programa, prolongam demasiadamente a situação atual, de forma a postergar soluções para os impactos ambientais e de saúde pública de correntes da falta de saneamento básico e da gestão inadequada da limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos. Ademais, os dispositivos foram vetados por estarem em descompasso com os objetivos do novo marco legal do saneamento básico, que orientam a celebração de contratos de concessão, mediante prévia licitação, estimulando a competitividade da prestação desses serviços com eficiência e eficácia, o que por sua vez contribui para melhores resultados;
– Art. 20, integralmente, por quebrar a isonomia entre as atividades de saneamento básico, de forma a impactar negativamente na competição saudável entre os interessados na prestação desses serviços, além de tornar menos atraente os investimentos, em descompasso com a almejada universalização dos serviços, foco do novo marco do saneamento, que busca promover ganhos de qualidade, efetividade e melhor relação custo-benefício para a população atendida.

quarta-feira, 15 de julho de 2020

COLUNA ESPLANADA DO DIA 15/07/2020

Turma do barril

 

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini

 

 

O presidente Jair Bolsonaro, num cronograma bem preparado pelo chanceler Ernesto Araújo, segue intensa agenda de telefonemas para líderes de outras nações, em defesa de seu Governo e atrás de investidores para o País. Há dias, ligou para dois contatos importantes que há anos estão de olho na Petrobras e suas reservas: conversou com o xeique Mohammed bin Zayed Al Nahyan, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, e em outro telefonema, com Mohammad Bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita. Al Nahyan tem um interesse especial no Brasil – e um episódio que não esquece. Perdeu quase US$ 1 bilhão em ações na derrocada do valor de mercado da Petrobras após a operação Lava Jato, revelou a Coluna em 2014.

Meu bolso

O herdeiro do Emirado de Abu Dhabi é um dos ‘minoritários’ que acionou seus advogados em Manhattam para recuperar tudo, na ação coletiva que rendeu acordo.

Vizinhança

Bolsonaro já telefonou, nos últimos dias, para o presidente do Paraguai, Mario Abdo; para o colega do Chile, Sebastian Piñera; e ontem falou com Jeanine Áñez, da Bolívia.

Agora, vai!

A Secretaria Nacional da Cultura criou comissão preparatória para festividades da comemoração do Bicentenário da Independência, em 2022. Os focos são Rio e Brasília.

Cannabis na farmácia
 
O Instituto de Tecnologia do Paraná mandou a primeira pá na hortinha de um mercado que pode ser lucrativo no Brasil: no chamamento nº 3/20, da sexta-feira, cita “prospeção de mercado para potenciais parceiros interessados em transferência de tecnologia, desenvolvimento, fabricação e fornecimento de medicamentos à base de cannabis”. 
 
Aliás..
 
..Já existe uma fila de empresários, na Anvisa, querendo autorização para cultivo a fim de fornecer para grandes laboratórios a matéria prima do canabidiol.

Palanque?

Está na Mesa Diretora da Câmara a Indicação 594/20, do deputado federal Gildenemyr (PL-MA), sugerindo que o Governo federal construa Memorial pelas vítimas do Covid-19 em São Luís (MA), com verba do Ministério dos Direitos Humanos.

Empreendedora$

Pesquisa Global de Empreendedorismo realizada com 9 mil mulheres em 15 países, incluindo 500 brasileiras, constatou que a maioria delas (72%) quer abrir seus próprios negócios, sendo que 50% delas ainda não têm negócios e 22% tocam uma empresa, mas gostariam de abrir outro.

Batom & planilhas

A principal motivação apontada para iniciar negócio foi “se tornar minha própria chefe” (61%) – no Brasil, percentual foi de 63%. Os resultados mostram que, no mundo, 43% das mulheres adiaram ideia de ter filhos. Já aqui, o índice sobe para 51%. A pesquisa foi encomendada pela Herbalife Nutrition, conduzida pela OnePoll em março e abril.

Prévia do sermão
 
A CNBB, da Igreja Católica, peitou o Governo Federal oficialmente. Na Carta Aberta ao Congresso Nacional (334/2020), os bispos – em conjunto com outras entidades – cravam: “vivemos uma grave crise – sanitária, econômica, social e política — exigindo de todos, especialmente de governantes e representantes do povo, o exercício de uma cidadania guiada pelos princípios da solidariedade e da dignidade humana”.

Adiado

Foi adiado o julgamento do TRF4 das ações que devem definir o transporte de mais de 11 milhões de usuários na região Sul. A desembargadora Marga Tessler se deu por impedida e agora o julgamento, que poderia barrar o funcionamento da Buser, aguarda nova formação da turma julgadora.

Caroneiros

Ao mesmo tempo que lutam na Justiça para impedir que as novas plataformas atuem no mercado de transportes, empresas tradicionais do setor como Viação Cometa e 1001 anunciaram a criação de um aplicativo idêntico para concorrer contra Buser e 4Bus.

Base

A FAB informa que, ao contrário do publicado aqui, nunca teve base aérea no Paraná. 

ESPLANADEIRA

# Conab realiza leilão para compra de alimentos para população carente. # O escritor israelense Gad Adler ensina técnicas psicológicas para encarar o isolamento social. # Estudo da GS Ciência revela que pessoas com mais de 60 anos voltaram a fazer compras nos supermercacos.

 

O STF TIROU A GERÊNCIA DA PANDEMIA DO COVID-19 DO GOVERNO

Alexandre Garcia: Foi o STF que tirou gerência da pandemia de Bolsonaro

 

Alexandre Garcia


 

© Antonio Cunha/CB/D.A PressNão lembro de ter lido nota mais dura de militares do que essa resposta ao ministro Gilmar Mendes. Ou “senhor Gilmar Mendes” — a nota nem sequer lhe dá o tratamento de ministro ou excelência, para mostrar que não vincula a reação ao Supremo. Numa live, Gilmar Mendes comentou que há militares e um general na Saúde, como ministro interino, e acrescentou que “o Exército está se associando a esse genocídio”. A Defesa responde que o comentário está afastado dos fatos e causa indignação; que é uma acusação grave, infundada, irresponsável e leviana. A resposta é assinada pelo ministro da Defesa, com o reforço das significativas assinaturas dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Os militares registram que na lei brasileira genocídio é definido como “a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso”. Pelo jeito, o ministro Gilmar aderiu à “narrativa”. Como sabemos, a palavra narrativa, que significa a maneira de narrar, hoje quer dizer versão de um fato. A menção “esse genocídio” é a “narrativa” com que um gabinete de ódio procura carimbar o presidente.

Ironicamente, foi o Supremo, com o voto de Gilmar, que tirou do presidente a administração da pandemia, atribuindo-a aos governadores e prefeitos. Se houvesse, pois, o “genocídio”, teria sido gerado nos estados e municípios, não em nível federal. O ministro Gilmar desconheceu os milhares de militares das três forças que estão trabalhando para aliviar os efeitos da covid-19, desde o voo pioneiro que resgatou brasileiros em Wuhan, no início de fevereiro. Além disso, como jurista, deve saber o significado de genocídio.

O ministro Gilmar também adere à narrativa sobre militares no governo. Como homem de leis, deve saber que não há preconceitos legais na ocupação de cargos por civis ou militares. O engenheiro João Pandiá Calógeras foi um poderoso ministro da guerra no governo do presidente Epitácio Pessoa; José Serra foi um bom ministro da Saúde sem ser médico. E o general Pazuello realiza um trabalho com eficiência que ouvi ser elogiada por prefeitos; o governador de Brasília chegou a afirmar no Estadão que o general vai ser o melhor ministro da Saúde que já existiu. Militares têm formação de planejamento estratégico, patriotismo, obediência às leis, princípios éticos e sentido de missão. Declarações de juízes fora de tribunais são perigosas, porque eles podem ter que julgar questões sobre as quais já emitiram opinião. De Portugal, Gilmar tentou se explicar, mas sua nota ficou parecendo um pronunciamento. Quem fala demais dá bom-dia a cavalo.

 

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...