quarta-feira, 3 de junho de 2020

BOLSONARO CRITICA OS OPOSITORES DAS MANIFESTAÇÕES

Bolsonaro chama de marginais e terroristas integrantes dos grupos antifascistas

Presidente também defendeu retaguarda jurídica para a atuação policial nas manifestações

Por folhapress

Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil



O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) classificou integrantes de grupos antifascistas que estão promovendo protestos contra seu governo de marginais e terroristas. Na porta do Palácio da Alvorada, ele também defendeu retaguarda jurídica para a atuação policial nas manifestações.

"Começou aqui com os antifas em campo. O motivo, no meu entender político, diferente (daquele dos protestos nos EUA). São marginais, no meu entender, terroristas. Têm ameaçado, domingo (7), fazer movimentos pelo Brasil, em especial, aqui no DF", disse Bolsonaro na noite de terça-feira (2).

Na segunda-feira (1º), o presidente já havia dito a seus apoiadores que eles não deveriam ir às ruas no domingo (7), como fazem todos os finais de semana, já que, neste, está marcado um ato contra o fascismo e em oposição ao governo Bolsonaro.

Auxiliares do presidente, no entanto, não sabem como ele se comportará já que, em março, no início da pandemia do novo coronavírus, ele havia feito um pronunciamento desaconselhando seus apoiadores, mas ele mesmo compareceu ao ato de 15 de março.

"Eu já disse que não domino, não tenho influência, não tenho nenhum grupo e nunca convoquei ninguém para ir às ruas. Agradeço, de coração, essas pessoas que estão na rua apoiando o nosso governo. Agora, nós precisamos de uma retaguarda jurídica para que nosso policial possa bem trabalhar em se apresentando um crescente deste tipo de movimento que não tem nada a ver com democracia. Até, me desculpe aqui, uma parte da imprensa muito grande anunciava nosso pessoal como estando em movimento antidemocrático, do outro lado, o pessoal de preto, como movimento democrático", disse Bolsonaro.

Na mesma entrevista, o presidente citou a depredação em Curitiba e disse que não se pode deixar que episódios assim se alastrem pelo país.

"Não podemos deixar que o Brasil se transforme no que foi há pouco tempo o Chile. Não podemos admitir isso daí. Isso não é democracia nem liberdade de expressão. Isso, no meu entender, é terrorismo. A gente espera que este movimento não cresça, porque o que a gente menos quer é entrar em confronto com quem quer que seja", disse Bolsonaro.

Sobre as manifestações antirracistas que se espalharam por diversas cidades nos Estados Unidos depois que um policial branco matou um homem negro, Bolsonaro afirmou que, lá, o racismo é diferente.

"Estados Unidos: lá o racismo é um pouco diferente do Brasil. Está mais na pele. Então, houve um negro lá que perdeu a vida. Vendo a cena, a gente lamenta. Como é que pode aquilo ter acontecido? Agora, o povo americano tem que entender que, quando se erra, se paga. Agora, o que está se fazendo lá é uma coisa que não gostaria que acontecesse no Brasil. Logicamente que qualquer abuso você tem que investigar e, se for o caso, punir. Agora, este tipo de movimento, nós não concordamos", afirmou.

Bolsonaro também voltou a dizer que tem a intenção de desmembrar o Ministério da Segurança Pública do Ministério da Justiça, mas não quis se comprometer com data ou nome. Ele não garantiu a indicação do ex-deputado e seu amigo desde 1982 Alberto Fraga (DEM-DF).

"Não vou dizer que seja ele nem que não seja. Sou amigo do Fraga desde 1982. Ele está livre de todos os problemas que teve aí (processos judiciais), é um grande articulador. Ele é cotado aí, mas nada de bater o martelo não", declarou.

Na mesma entrevista, Bolsonaro disse não ter problema em prestar depoimento à Polícia Federal presencialmente no âmbito do inquérito que apura se houve interferência dele na instituição. Sem entrar em detalhes, afirmou que "coisas acontecerão". "Coisas acontecerão ao longo do caminho. Pode ter certeza. Mas não é nada contra a minha pessoa, muito pelo contrário."

Indagado sobre a que se referia, continuou enigmático. "Outras coisas. A Polícia Federal está trabalhando, senti que estão mais felizes", disse o presidente.

Nesta quarta-feira (3), também na porta do Palácio do Alvorada, ouviu um apoiador que se apresentou como policial militar do Rio de Janeiro reclamar do governador do estado, Wilson Witzel (PSC), e insinuou que o chefe do governo fluminense, seu adversário político, seria preso.

"Não vou conversar com o Witzel. Até porque brevemente já sabe onde ele deve estar, né?", indagou Jair Bolsonaro.

Na semana passada, Witzel foi alvo da Operação Placebo deflagrada pela Polícia Federal um dia após ser nomeado o novo superintendente da corporação no Rio, Tácio Muzzi. A representação da PF no estado está no centro de uma investigação autorizada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) que apura se o presidente buscava interferir politicamente em investigações da corporação.

A Polícia Federal fez buscas no Palácio das Laranjeiras, residência oficial em que mora o governador do Rio de Janeiro. A Polícia Federal apreendeu o aparelho de celular e o computador do governador.

A operação, autorizada pelo ministro Benedito Gonçalves, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), mira um suposto esquema de desvios de recursos públicos destinados ao combate ao coronavírus no estado.

O inquérito no STJ foi aberto no último dia 13, com base em informações de autoridades de investigação do estado do Rio. Os mandados em cumprimento foram solicitados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) na semana passada.

Segundo investigadores, a PF também buscou provas no Palácio da Guanabara, onde o chefe do Executivo fluminense despacha, em sua antiga casa, usada antes de se eleger, e em um escritório da mulher dele.

Ao todo, foram cumpridos mandados de busca e apreensão em 11 endereços. O governador seria ouvido nesta terça-feira, mas pediu para que o depoimento fosse adiado para que possa falar depois de ter acesso aos autos.

Em meio à operação, Witzel afirmou em nota que não cometeu irregularidades e apontou interferência de Bolsonaro na investigação. Ele apontou como evidência da interferência o fato de a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) ter mencionado, um dia antes, ações iminentes da PF contra governadores.

 

ESTADOS UNIDOS PROIBEM POUSO DE AÉREAS CHINESAS A PARTIR DO DIA 16/06/2020


Trump bloqueia voos de companhias chinesas a partir de 16/06
ANSA 



 


© Ansa Brasil Aeroportos norte-americanos serão fechados para companhias chinesas em resposta à medida de Pequim

(ANSA) - O governo de Donald Trump confirmou que suspenderá, a partir de 16 de junho, os voos de companhias aéreas chinesas para os Estados Unidos como uma resposta ao bloqueio de Pequim para as empresas do país. A medida afeta apenas os voos comerciais de passageiros, não os de transporte de cargas.
Segundo o governo norte-americano, a China ainda não autorizou que as companhias aéreas norte-americanas possam voar até as cidades do território chinês mesmo que a pandemia já tenha sido controlada. A ordem executiva, publicada nesta quarta-feira (03), poderá ser antecipada caso seja necessário.
Em nota oficial, o Departamento de Transportes informou que a meta "não é a perpetuação dessa situação, mas sim criar um ambiente aprimorado para que as empresas de ambos os lados possam exercer plenamente seus direitos bilaterais".
Desde março, o governo de Xi Jinping autoriza apenas um voo internacional de ida e volta para cada país, como forma de controlar o fluxo de estrangeiros que chegam ao território e, assim, evitar uma segunda onda de propagação do novo coronavírus (Sars-CoV-2). Conforme o Departamento norte-americano, se Pequim revisar a medida, Washington também o fará rapidamente.
O anúncio é mais um a aumentar a tensão entre os dois países nos últimos meses. Trump fez diversas acusações contra os chineses na pandemia de Covid-19 - de que eles estavam ocultando informações, ou que causaram propositalmente a pandemia, ou ainda que eram beneficiados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Pequim sempre negou todas as acusações. (ANSA)

terça-feira, 2 de junho de 2020

RAZÕES DOS PROTESTOS CONTRA O STF NO BRASIL


Afinal, pelo que se protesta?


É impróprio, para não se dizer que é de uma ignorância histórica sem medida, promover-se a violência e a baderna nas ruas para, ao modo de como se faz em mesas de bar, discutir direitos como se discute futebol
Os protestos recentes levados às ruas contra o STF e seus ministros trazem à discussão aspectos que deveriam ser enfocados de maneira mais ampla e responsável. Não pode ser uma concessão da sociedade respeitar o Judiciário como Poder do Estado, que funciona como marco mediador na atuação e extensão dos demais poderes da República. É impróprio, para não se dizer que é de uma ignorância histórica sem medida, promover-se a violência e a baderna nas ruas para, ao modo de como se faz em mesas de bar, discutir direitos como se discute futebol.
Tempos bicudos estes que estamos vivendo, além do flagelo da pandemia, que nos obrigam a ainda ter que assistir à priorização de temas mais próprios do dia a dia da Polícia Federal e dos Ministérios Públicos; ao contrário, estamos querendo parar o país. Por que parar o Brasil porque se quer investigar, por meio de procedimentos formais e legais, eventuais suspeitos do financiamento de redes sociais como instrumento de deterioração das instituições públicas? Se não há o que se temer, por que tanto cuidado?
Os problemas do Judiciário  são, na verdade e em especial, da desatualização dos códigos, do custo de acesso do cidadão comum ao processo e às suas decisões, das formas de composição dos tribunais, de que ninguém fala. São Paulo tem 360 desembargadores; Rio, 180; e Minas, 140. Nos demais Estados da Federação, os tribunais têm seus desembargadores em número ajustado à dimensão populacional de cada um. No Supremo Tribunal Federal (STF), são 11 ministros; no Superior Tribunal de Justiça (STJ), 33 ministros; no Tribunal Superior do Trabalho (TST), sete ministros; e no Superior Tribunal Militar (STM), 13 ministros.
Os membros de cada um dos tribunais citados são indicações facultativas dos governadores, no caso dos desembargadores; e do presidente da República, no caso dos ministros dos tribunais superiores, sempre na ocorrência de aposentadoria ou falecimento de algum desses. Além dos desembargadores e ministros, ainda cabe aos governadores e ao presidente a indicação dos procuradores gerais de Justiça dos Estados e do procurador geral da República, respectivamente.
Muito mais próprio seria de se entender que a população fosse às ruas exigir que o provimento desses cargos se desse por avaliação da competência pessoal, moral e técnica. Que se construísse nos tribunais, além de processo para recepção das candidaturas, também dos critérios, indiscutivelmente republicanos para escolha e nomeação para tais cargos, em comissões com personalidade, competência e isenção para tal seleção. E o mesmo se desse nos tribunais superiores, para que em todos esses postos tivéssemos nomes dignos de sua ocupação.
Esta, sim, salvo melhor juízo, deveria ser uma bandeira de se levantar, para que no Judiciário, especialmente no STF, pudéssemos sempre e cada vez mais nos orgulhar de ter na sua composição ministros probos, independentes, capazes, que lá chegaram por inquestionável compromisso com a aplicação e conhecimento da lei, e não porque são amigos de partidos, ou dos filhos ou da mulher de quem indica ou por serem terrivelmente evangélicos, ou absolutamente católicos, ou festivamente umbandistas, ou deliberadamente ateus.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...