quarta-feira, 8 de abril de 2020

NOTÍCIAS DO DIA 08/04/2020


Agenda do dia: veja o que você precisa saber hoje




© Foto: Adriano Machado/Reuters 


GOVERNO
- Bolsonaristas atacam Mandetta depois do ‘fico’
Ao anunciar na segunda-feira que seguia como ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta pediu ‘paz’ para trabalhar no enfrentamento à pandemia do coronavírus, mas não terá a tranquilidade que espera. Grupos considerados mais radicais e ligados ao guru Olavo de Carvalho intensificaram a ofensiva nas redes sociais contra ele. Na terça-feira (7), a claque que aguardava o presidente na saída do Palácio da Alvorada entoou um coro de ‘Fora Mandetta’. Segundo a agenda presidencial, Bolsonaro e Mandetta se encontram hoje em reunião no Palácio do Planalto, das 9h às 9h30. (Via Estadão)

- Juiz libera fundos partidário eleitoral para luta contra Covid-19
Uma decisão do juiz federal Itagiba Catta Preta Neto, da 4ª Vara Federal do Distrito Federal, determina que os repasses da União para o fundo eleitoral e ao fundo partidário sejam bloqueados e os recursos usados para combater a epidemia de coronavírus. Em sua decisão, o magistrado afirma que manter os recursos à disposição de partidos políticos no cenário de pandemia fere a moralidade pública. (Via Correio Braziliense)

SAÚDE
- Brasil confirma 114 mortes por Covid-19 em 24 horas
O número de casos confirmados de Covid-19 no Brasil saiu de 12.056 para 13.717, conforme os dados oficiais de terça-feira (7). Foram 1.661 novos casos notificados em 24 horas. As mortes provocadas pelo novo coronavírus chegaram a 667. Até segunda-feira, 553 vidas haviam sido vidas perdidas. Foi o maior número de novas confirmações de vítimas em um só dia, com mais de cem registros. Há pessoas infectadas em todos os estados brasileiros. (Via Estadão)

ECONOMIA
- FGTS: governo libera saque em junho e acaba com PIS-Pasep
O governo federal autorizou o saque de R$ 1.045 para cada conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), a partir de 15 de junho, e extinguiu o PIS-Pasep. A Medida Provisória, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, foi publicada em edição extra do Diário Oficial da União (DOU) na noite de terça-feira (7). Segundo a MP, o valor retido nas contas do Fundo PIS-Pasep fica preservado. (Via Estadão)
- Auxílio: presidente da Caixa se desculpa por falhas em app
O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, pediu ontem ‘desculpas e paciência’ devido a problemas nas plataformas de acesso ao auxílio emergencial do governo, conhecido como coronavoucher. O benefício será pago para MEI (microempreendedores individuais), beneficiários do Bolsa Família e trabalhadores informais. Diante da alta procura, o site e o aplicativo da Caixa registraram problemas. Somente até ontem, mais de 18 milhões de pessoas se cadastraram no site e aplicativo. (Via Poder360 e Estadão)

MUNDO
- Ex-presidente do Equador é condenado à prisão
O ex-presidente do Equador Rafael Correa foi condenado na terça-feira (7) a oito anos de prisão por ter supostamente ter liderado uma rede de corrupção entre 2012 e 2016. A sentença da Corte Nacional de Justiça também determina que ele perca os direitos políticos durante 25 anos. Segundo a acusação, Correa favoreceu empresas em licitações em troca de recursos para seu partido político. Entre as empresas envolvidas no caso está a empreiteira brasileira Odebrecht. (Via Deutsche Welle)

ESPORTES



TELEVISÃO
- ‘BBB20’: Marcela é eliminada por 0,58% de diferença
A médica Marcela foi eliminada do ‘BBB20’ na noite de terça-feira (7). Ela teve 49,76% dos votos em disputa com Babu (1,06%) e Flayslane (49,18%) e deixou o reality show da Globo. Oito participantes permancem na busca pelo prêmio final, de R$ 1,5 milhão. (Via Estadão)

LOTERIA
- Mega-Sena acumulada sorteia R$ 10,5 milhões
Acontece nesta quarta-feira (8) o concurso 2.250 da Mega-Sena. A loteria está acumulada e deve pegar R$ 10,5 milhões para quem acertar as seis dezenas. O sorteio será às 20h, horário de Brasília, e as apostas podem ser feitas até uma hora antes.

FIQUE EM CASA
Dicas e informações para enfrentar o período de isolamento

CONSIDERAÇÕES SOBRE O CORONAVÍRUS NO BRSIL


Alexandre Garcia: "Coronavírus já tem partido e ideologia aqui no Brasil"
O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo

(foto: Maurenilson Freire/CB/D.A Press)



 
O coronavírus, que nem brasileiro é, já tem partido e ideologia aqui no Brasil. Como partido, por ser estrangeiro, é inconstitucional e não pode, por exemplo, ter atividade política com intenções de reeleger ou derrubar presidente nem pode, pela lei eleitoral, ter candidatos a prefeito, governador ou presidente da República. Esse estrangeiro oportunista, no entanto, está fazendo política e conseguindo matar brasileiros, empresas, empregos e renda.

Será que não percebemos que a politização e a ideologização do vírus são o que nos torna reféns desse perigo para a nossa saúde física, mental e financeira? E que o bate-boca ideológico só agrava a situação?  Enquanto nos mandam cobrir nosso nariz e boca com máscara, na verdade quem se mascara para não ser reconhecido na sua personalidade política e ideológica é o corona. Superando a perplexidade do pânico que imobiliza o pensamento e a ingenuidade passiva de massa-de-manobra, é tempo de perceber que não se pode permitir que esse estrangeiro seja usado na disputa do poder. Politizar o vírus é potencializar seu poder de destruição. A manipulação a que temos sido submetidos por razões políticas é o velho truque de tirar vantagem no caos. E quem tem o caos como meta pouco está ligando para a sobrevivência dos brasileiros.

Veja uma questão óbvia. Descobriu-se que um velho conhecido remédio contra a malária é capaz de combater com êxito a Covid-19, desde que aplicado logo nos primeiros sintomas, sem sequer esperar o resultado do exame. A contraindicação é mínima, que o diga a ex-senadora Marina Silva, 62 anos, que já passou por cinco malárias. Em São Paulo, em alguns hospitais, a aplicação da hidroxicloroquina com azitromicina tem salvado vidas e recuperado rapidamente os doentes. Mas há resistências políticas, pois poderia significar uma vitória sobre o vírus e um antídoto contra o caos. O mundo inteiro está combinando esse remédio contra a malária com antibiótico ou antiviral, mas aqui não pode, opõem-se os que têm o caos como alvo.

Já se sabe que o vírus perde força no calor e num corpo jovem e saudável. O nosso país tropical tem 80% de brasileiros abaixo dos 50 anos. São quase 170 milhões de pessoas. Tirando dessa faixa doentes e primeira infância, ainda temos uma população de mais de 140 milhões que está sendo paralisada. Protegendo os de saúde debilitada, poderíamos segurar as duas pontas da crise: a doença e o despencar da renda. Em ambas, estão vidas. Mas se associaram ao corona, os subvírus da política, do ódio, da vingança, do egoísmo, da vaidade. Se nos isolássemos disso, cedendo espaço à razão, ao método, à união, amanhã estaríamos mais fortes.

GABINETE DO ÓDIO COMANDADO PELO FILHO DO BOLSONARO É INADMISSÍVEL


Após Mandetta, Braga Netto se torna o novo alvo do gabinete do ódio
Jorge Vasconcellos 


 

© Isac Nóbrega/PR Braga Netto, que conseguiu convencer Bolsonaro a não demitir Mandetta, desagradou o grupo olavista    

O ministro-chefe da Casa Civil, general Braga Netto, entrou na mira da ala ideológica do governo depois de tomar as rédeas das ações federais na crise do novo coronavírus e de convencer o presidente Jair Bolsonaro a não demitir o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. A projeção do general tem desagradado ministros ligados ao escritor Olavo de Carvalho e também o chamado gabinete do ódio, como é conhecido o grupo de assessores palacianos ligados ao filho 02 do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ).
Braga Netto passou a ser alvo de uma série de ataques de perfis bolsonaristas nas redes sociais, à semelhança do que já vinha sendo feito contra Mandetta. O titular da Saúde, mesmo tendo reiterado que permanece no governo, continua com o cargo ameaçado, por não sucumbir às pressões do presidente para relaxar as medidas de distanciamento social, recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para conter o avanço da pandemia.
Braga Netto, que ficou conhecido por comandar a intervenção da Segurança Pública no Rio de Janeiro, em 2018, assumiu a Casa Civil com a missão de ser uma espécie de gerente do governo, encarregado de coordenar as ações dos ministérios.
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O convite foi feito após um acordo entre vários ministros, incluindo os militares. Estes últimos, internamente, têm tratado Braga Netto como “chefe do Estado-maior do Planalto” e “presidente operacional” do Brasil, encarregado de cuidar do dia a dia da máquina do governo em um momento de grave crise.
O general é o mais novo colaborador a ofuscar a imagem de Bolsonaro dentro do governo, após o mesmo papel ter sido desempenhado por Mandetta e pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro. Em 30 de março, quando inaugurou o novo formato das entrevistas diárias sobre as ações federais contra o coronavírus, Braga Netto disse a que veio ao assegurar que “não existe essa ideia de demissão do ministro Mandetta”, antecipando-se a responder uma pergunta dirigida ao titular da Saúde.
Na segunda-feira, Braga Netto e outros ministros militares conseguiram, pelo menos por enquanto, demover Bolsonaro da ideia de exonerar Mandetta. Pesou o argumento de que uma eventual demissão fortaleceria governadores que travam uma queda de braço com o presidente por manterem as medidas de distanciamento social, principalmente os de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), maiores desafetos do chefe do Executivo.
A ala ideológica do governo e o gabinete do ódio sempre rejeitaram o poder concedido aos militares na equipe, e os ataques a Braga Netto nas redes sociais são reflexo dessa oposição. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, publicada ontem, o general disse que não se incomoda com as agressões e que continua trabalhando normalmente, gerenciando as ações do governo.
O vice-presidente da República, general Hamilton Mourão, criticado com frequência por Carlos Bolsonaro nas redes sociais, saiu em defesa do chefe da Casa Civil. Ele negou que Braga Netto tenha enquadrado o presidente ao convencê-lo a não demitir Mandetta.
“Ele não está enquadrando ninguém, mas apenas fazendo a verdadeira governança. Assim, a Casa Civil passa a atuar como um verdadeiro centro de governo”, disse Mourão, ao jornal paulista. “Braga Netto está fazendo o que sabemos: colocar ordem na casa, coordenando as ações ministeriais, de modo que haja sinergia, cooperação e, como consequência, os esforços do governo sejam mais eficazes.”