terça-feira, 7 de abril de 2020

COMO PASSAR POR ESSA CRISE QUE A VIDA NOS IMPÔS


O que estamos aprendendo com o isolamento?

Simone Demolinari









Estamos passando por um momento tão atípico que nada mais cabível que desenvolver a nossa serenidade para conseguirmos passar, com equilíbrio psíquico, por essa crise que a vida forçosamente nos impôs.
Fiz uma sondagem entre amigos e pacientes sobre qual o aprendizado desse momento, e algumas respostas foram:
1- Serenidade: Há uma conhecida prece chamada “oração da serenidade”, que diz: “ Senhor, concedei-me, a serenidade necessária para aceitar as coisa que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para conhecer a diferença entre elas. Vivendo um dia de cada vez”
2- Aprender que não temos controle sobre quase nada: aceitar as condições nas quais não temos controle. Isso inclui aceitar desde familiares inconvenientes, até grandes tragédias. Aceitar não significa concordar, e sim entender que não conseguimos mudar as coisas e nem o outro, nem as intercorrências da vida.
3- Deixar de olhar para o próprio umbigo: muitas vezes damos importância exagerada a nós mesmos. O egocentrismo nos faz megalômanos:  sentimos como se o mundo girasse ao nosso redor e acreditamos que somos mais importantes do que realmente somos. Com isso, nos ofendemos quando o outro não nos trata conforme achamos que merecemos. Uma afronta ao ego.
4- Equilíbrio emocional para lidar com a incerteza: manter o equilíbrio é uma competencia que esta ligada à capacidade de administrar as emoções. É o domínio da razão sobre a emoção.  Avançar nesse sentido significa aceitar o sentimento de impotência que deriva dos desejos e expectativas não realizadas. Quando aprendemos a gerir nossas emoções, temos como resultado um estado emocional estável, na alegria, na dor ou na crise.
5- Percebendo o valor do meu trabalho e reclamar menos: quando estamos no piloto automático não temos tempo para ver a parte boa. Somente reclamamos daquilo que nos falta. Uma lastima!
6- Ser menos consumista e viver com pouco: a expressão “todo excesso esconde uma falta” tem sua razão de ser. O consumir exageradamente pode revelar uma tentativa de obter prazer para compensar um aspecto da vida que não vai bem. Porém, este prazer é efêmero e logo vem a necessidade de consumir mais. Um buraco sem fundo que só traz frustração e revela o descontrole sobre si mesmo.
7- Ser paciente: num momento onde não há o que fazer, precisamos ser pacientes e, paciência pressupões aceitar com docilidade aquilo que não está em nossas mãos. Paciência tem a ver com paz e não com revolta.
8- Apreciar as coisas simples e colocar a vida em dia: o por do sol, a musica, o cafe da manha demorado, a casa arrumada. A vida em ordem, a leitura em dia.
9- Procurar os amigos antigos: com tempo livre conseguimos aproximar de quem deixamos em segundo plano.

Eu, particularmente, aprendi a vencer o preconceito da tecnologia e trabalhar on line. Foi uma grata surpresa.
Sempre há o que aprender.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 07/04/2020


Olha o gás!

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








Uma crise de abastecimento silenciosa avança na região Sudeste, principalmente nos distribuidores de Rio de Janeiro e São Paulo. Pode faltar gás de cozinha na praça nos próximos dias. O movimento de saída do produto nas refinarias caiu muito, e o botijão já é vendido a mais de R$ 100 em cidades dos dois Estados. O Governo paulista se antecipou e tabelou o botijão a R$ 70 para não onerar mais o cidadão. Soma-se a isso o fato de o consumo caseiro ter aumentado muito, ao passo que o industrial teve queda drástica. Quem acompanha o setor garante que o mercado pode sofrer desabastecimento em duas semanas nesse ritmo, e o Espírito Santo pode ser o próximo atingido.
Mar & ar
O Governo tem um grande desafio para trazer os kits de testes de covid comprados na Ásia. De navio, a carga demora um mês. Há plano para enviar um KC 90 da FAB.

Cofre da Esplanada
Só dinheiro explica o sai-não-sai do ministro Luiz Mandetta do cargo. O presidente quer Saúde do DEM – cuja bancada e deputados de vários partidos se uniram para mantê-lo.
Abduzido na crise
O prefeito de Varginha (MG), Antonio Silva, renunciou ontem. Estava em outro mundo. Voltou de férias há dias, em meio à pandemia que assola o País há 3 semanas, e decretou reabertura do comércio. Não aguentou a pressão do MP e do povo.</CW>
China e EUA
O Ministério da Saúde não perdeu produtos para os Estados Unidos. É que não houve contrato a tempo na compra de máscaras e respiradores da China que foram parar no mercado americano. A burocracia mais uma vez prejudicou o País. A Coluna apurou que os trâmites foram cumpridos no rito processual da pasta: divulgação do edital, pregão, anúncio do vencedor, publicação no D.O. Mas antes da última fase, a assinatura do contrato, os EUA fizeram compra direta da fábrica chinesa. É do jogo capitalista.
Segurança jurídica
As regras jurídicas de contratos deste tamanho são rígidas e envolvem variados órgãos de fiscalização, além de multas milionárias. E o caso ainda poderia para nas mesas da Organização Mundial do Comércio. Mas simplesmente não houve contrato.

Kits garantidos
O Ministério da Saúde suou a camisa para conseguir os 200 milhões de kits. Após o pregão, só a quinta empresa consultada prometeu entregar o montante necessário para o Governo, e assinou o contrato. A vencedora, e as outras empresas que ficaram de 2º a 4º lugares no edital prometeram bem menos que isso – de 10 milhões a 30 milhões de kits.
Na pista
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro, civis e militares, programam grande carreata pela abertura do comércio, dia 15, em Brasília.

Se vira, povo
A desembargadora presidente do TRT de Alagoas, Anne Inojosa, derrubou decisão do juiz da 5ª Vara do Trabalho de Maceió, Nilton Beltrão, que obrigava a prefeitura a entregar material de EPI para médicos da rede muncipal. Ontem, houve relatos à reportagem de que havia profissionais sem material no atendimento em postos de saúde.
Telão no off
Com os cinemas fechados desde o início da segunda quinzena de março, o setor já prevê um prejuízo de R$ 1,2 bilhão no Brasil se as salas ficarem bloqueadas até o fim de junho. Os dados são da Associação Brasileira das Empresas Exibidoras Cinematográficas Operadoras de Multiplex (Abraplex), pedidos pela Coluna.

Sem licença, 007
Pelo menos, até agora, 20 grandes lançamentos de filmes foram adiados no Brasil. Entre eles o mais esperado, a nova aventura do espião 007. </CW>
Folga no saldo
O SESCON solicitou e o governador de São Paulo, João Dória, confirmou a prorrogação por 90 dias do pagamento do ICMS e ISS para micro e pequenas empresas. Mas Dória pediu garantias de manunteção de empregos no comércio.
Estácio agiu
A Universidade Estácio, alvo de críticas de alunos de medicina por não aliviar nesta crise (R$ 10,4 mil de mensalidade), montou modelo de aulas presenciais teóricas com transmissão pela internet. Garantiu que 20 mil alunos terão mensalidades abonadas, e outros 20 mil terão pagamento flexibilizado durante a quarentena.</CW>
Correção
Os juízes Renato Brandão e Renata Gil, presidentes da AJUFE e AMB, respectivamente, são egressos da UERJ, e não da UFRJ.

Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste
reportagem@colunaesplanada.com.br



BOLSONARO NÃO COMPARECE A DOIS EVENTOS IMPORTANTES NESTA TERÇA-FEIRA


Em queda de braço com ministro, Bolsonaro não comparece a dois eventos sobre o coronavírus

Jussara Soares e Emily Behnke






© Dida Sampaio/Estadão Jair Bolsonaro no Palácio de Alvorada 



BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro deixou de comparecer a dois eventos sobre a covid-19 ocorridos na manhã desta terça-feira, 7, no Palácio do Planalto. Ambos estavam previstos em sua agenda oficial. O primeiro compromisso que o presidente faltou foi o lançamento de site e aplicativo para solicitar o auxílio emergencial de R$ 600 durante a pandemia do coronavírus. O segundo foi a apresentação do projeto Arrecadação Solidária para o enfrentamento da doença, que teve a participação primeira-dama Michelle Bolsonaro.
Nesta manhã, ao deixar o Palácio da Alvorada, o presidente também evitou contato com a imprensa. Ele chamou os apoiadores que o aguardavam na residência oficial para ficar longe dos repórteres. Nos últimos dias, ele tem adotado esta estratégia quando quer evitar a imprensa. O silêncio de Bolsonaro ocorre após, mesmo contrariado, ter cedido aos militares e mantido o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no cargo.
Em meio à pandemia do coronavírus, Bolsonaro trava uma guerra particular com o ministro da Saúde, a quem acusa de não ser “humilde” por não seguir suas orientações. Mandetta, por sua vez, reafirma diariamente que se pauta pela “ciência.”
A agenda do presidente foi divulgada pela Secretaria Especial de Comunicação (Secom) na noite de segunda-feira. Nela, constava a entrevista coletiva entre 9h e 10h, mas Bolsonaro, assim como o ministro da Economia, Paulo Guedes, não compareceu. O anúncio sobre o pagamento do auxílio emergencial foi feito apenas pelo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, e o presidente do Dataprev, Gustavo Canuto.
Mesmo após estar ausente do primeiro compromisso, a Casa Civil, por volta das 9h40, divulgou um comunicado à imprensa afirmando que o presidente participaria do evento de Arrecadação Solidária ao lado da primeira-dama. Bolsonaro não apareceu e a agenda foi atualizada, retirando os eventos que estava previstos.
Arrecadação Solidária
O projeto que incentiva doações para amparar população vulnerável foi anunciado por Michelle Bolsonaro ao lado do ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, e técnicos do governo. O Arrecadação Solidária faz parte do programa Pátria Voluntária, comandado pela primeira-dama, e é realizado junto à campanha Todos por Todos e com a Fundação Banco do Brasil.
“Diante dessa pandemia precisamos mais do que nunca de voluntários”, disse Michelle. Ela destacou que compartilha da angústia dos brasileiros em relação à covid-19 e que é preciso ter atenção com os mais vulneráveis durante a crise.
A iniciativa foi criada para apoiar instituições sem fins lucrativos que atuem com trabalho voluntário junto a grupos vulneráveis da sociedade durante o período de pandemia. Pelo projeto, empresas e pessoas físicas poderão fazer doações no valor mínimo de R$ 30 pelo site do Pátria Voluntária ou da campanha Todos por Todos. A Fundação Banco do Brasil será responsável por firmar contratos simplificados e transferir os valores para entidades atuantes junto a grupos vulneráveis da sociedade.
Em sua fala, Braga Netto reforçou o mote “o Brasil não pode parar” usado pelo presidente Jair Bolsonaro em declarações recentes para estimular a retomada da economia. “Não podemos nos esquecer de que somos um povo criativo e solidário, que não desiste nunca. Estamos certos que superaremos este momento com a união e participação de todos. O Brasil não pode parar”, disse.