domingo, 5 de abril de 2020

OS EUA SÃO ACUSADOS DE PRATICAR PIRATARIA MODERNA


EUA são acusados de 'pirataria' e 'desvio' de equipamentos que iriam para Alemanha, França e Brasil

 
© Getty Images O presidente Trump recorreu a uma lei da época da Guerra da Coréia para exigir que as empresas americanas forneçam mais máscaras para demanda interna

Os EUA foram acusados de redirecionar para si mesmos um conjunto de 200 mil máscaras que tinha como destino original a Alemanha, em um ato descrito como "pirataria moderna".
Autoridades em Berlim disseram que o embarque das máscaras, produzidas nos EUA. teria sido "confiscado" em Bangcoc, na Tailândia.
As máscaras modelo FFP2, que haviam sido encomendadas pela polícia de Berlim, não teriam chegado a seu destino final. Andreas Geisel, ministro do interior da Alemanha, disse que as máscaras foram "desviadas" para os EUA.
Casos semelhantes, incluindo o que vem sendo descrito como "roubo" de contratos pelos norte-americanos, que estariam fazendo propostas financeiras mais altas do que as já assinadas entre países e fornecedores, também foram reportados pela França e pelo Brasil.
A 3M, empresa americana que produz as máscaras, foi proibida de exportar seus produtos médicos para outros países após o presidente Donald Trump recorrer a uma lei da época da Guerra da Coreia, que aconteceu nos anos 1950.
Na sexta-feira, Trump disse que havia recorrido à regra para fazer com que empresas norte-americanas garantissem mais produtos médicos para a demanda interna dos EUA.
"Precisamos destes ítens imediatamente para uso doméstico. Precisamos tê-los", disse Trump em sua conversa diária sobre o coronavírus com a imprensa na Casa Branca.


© Getty Images O presidente Trump disse que ítens médicos desviados do exterior são urgentemente necessários nos EUA

Ele disse também que autoridades americanas estocaram aproximadamente 200 mil máscaras modelo N95, 130 mil máscaras cirúrgicas e 600 mil luvas. Trump não informou em que locais ou países elas foram postas à disposição dos EUA.
O ministro alemão disse que to desvio de máscaras foi um "ato de pirataria moderna", em um gesto de pressão para que o governo Trump cumpra regras comerciais internacionais.
"Não é assim que se lida com parceiros transatlânticos", disse o ministro. "Mesmo em momentos de crise global, não é correto usar métodos do 'velho oeste'."
'Caça ao tesouro' em busca de máscaras
Os comentários do ministro Geisel ecoaram reclamações de outras autoridades que também reclamaram sobre as práticas de compras e desvios adotadas pelos EUA.
Na última sexta-feira, uma carga de 600 respiradores artificiais encomendada por estados do nordeste de um fornecedor chinês não pode embarcar do aeroporto de Miami, onde fazia escala, para o Brasil.
Em nota enviada à imprensa brasileira, a Casa Civil da Bahia informou que "a operação de compra dos respiradores foi cancelada unilateralmente pelo vendedor"
O valor final da compra, de R$ 42 milhões, ainda não havia sido pago pelo governo baiano. A suspeita é de que os EUA tenham oferecido um valor mais alto pelos produtos - uma prática apontada, por exemplo, pelo governo francês.
Naquele pasís, líderes regionais dizem que estão tendo muita dificuldade para garantir equipamentos médicos, já compradores dos EUA têm "furado a fila" ao oferecer valores de compra mais altos que os já assinados.
A presidente da região da Île-de-France, Valérie Pécresse, comparou a disputa por máscaras com uma "caça ao tesouro".



© Reuters A 3M recebeu uma ordem para parar de exportar máscaras N95 fabricadas nos EUA

"Encontrei um estoque de máscaras disponíveis e os americanos - não estou falando do governo americano - ofereceram o triplo do preço e se propuseram a pagar adiantado", disse Pécresse.
À medida que a pandemia de coronavírus piora, a demanda por suprimentos médicos fundamentais, como máscaras e respiradores, aumenta em todo o mundo.
No início desta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que considera mudar sua orientação sobre o uso de máscaras em público pela população em geral.
Atualmente, a OMS diz que as máscaras não oferecem proteção suficiente para justificar seu uso em massa contra infecções. Mas alguns países adotaram uma visão diferente, incluindo os EUA.
Na sexta-feira, Trump anunciou que o Centros de Controle de Doenças (CDC) do país passou a recomendar que os norte-americanos usem proteção faciais não-médica para ajudar a impedir a propagação do vírus.


© Getty Images O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, pediu aos moradores que cubram o rosto quando estiverem fora de casa

Os EUA registraram 273.880 casos de Covid-19, disparado o número mais alto do planeta.
Doença causada pelo coronavírus, o Covid-19 já atingiu mais de um milhão de pessoas e matou quase 60 mil em todo o mundo, segundo dados recentes.
'Consequências humanitárias significativas'
Por sua vez, a 3M informou que o governo Trump pediu que a empresa pare de exportar para o Canadá e a América Latina máscaras do tipo N95 fabricadas nos EUA .
A solicitação tem "consequências humanitárias significativas", alertou a empresa, e poderia levar outros países a agir da mesma forma.
A empresa diz que fabrica cerca de 100 milhões de respiradores N95 por mês - cerca de um terço são fabricados nos EUA e o restante é produzido no exterior.
O presidente Trump disse que usou a Defence Production Act (Lei de Produção de Defesa, em tradução livre) para "atingir pesadamente a 3M", sem oferecer mais detalhes.
A lei foi criada nos anos 1950 e permite que presidentes forcem companhias a produzirem ítens para defesa nacional.
O primeiro-ministro canadense Justin Trudeau disse a jornalistas na sexta-feira que "seria um erro criar bloqueios ou reduzir o comércio".

sábado, 4 de abril de 2020

ÚLTIMAS NOTÍCIAS SOBRE A PANDEMIA DO CORONAVÍRUS


+ Coronavírus: As principais notícias sobre a pandemia +
dw.com

Mundo tem 1,1 milhão de casos confirmados e 59 mil mortes. Câmara Federal aprova PEC que cria "orçamento de guerra". Brasil registra 9.056 casos e 359 mortes, segundo Ministério da Saúde


© picture-alliance/ZUMAPRESS/A. Amra Agentes de saúde palestinos aplicam desinfetante nas ruas em meio à pandemia

Resumo deste sábado (04/04):
Mundo tem 1,1 milhão de casos confirmados, quase 59 mil mortes e 226 mil pacientes recuperados Brasil registra 9.056 casos e 359 mortes, segundo Ministério da Saúde Mortes na Alemanha passam de 1.200 EUA têm mais de 7 mil mortos e 278 mil casos
Pressione Ctrl + F5 para ver as últimas atualizações deste sábado (04/04) - horário de Brasília:
05:31 - Flórida entra em confinamento obrigatório
O número de casos confirmados de covid-19 na Flórida, nos Estados Unidos, aumentou para 10.268, com 170 mortes até agora, de acordo com os últimos números do departamento de saúde estadual, onde o confinamento obrigatório entrou em vigor em todo o território a partir de setxa-feira.
Os números divulgados na sexta-feira mostram que todos os indicadores de avanço da doença continuam crescendo. A quinta-feira terminou com 9.008 casos confirmados, 1.260 a menos que no relatório divulgado hoje. Nessas 24 horas, o número de mortos subiu de 144 para 170, e as internações por Covid-19 de 1.167 para 1.334, de acordo com o Departamento de Saúde.
O condado de Miami-Dade, com 3.364 casos, e o condado de Broward, com 1.598, localizados no sudeste do estado, são os mais afetados pela pandemia.
O prefeito de Miami, Francis Suarez, que teve covid-19 e se recuperoz, pediu nas últimas horas ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para suspender todos os voos internacionais e domésticos para a cidade provenientes de locais mais afetados pelo Sars-CoV-2, a fim de impedir a disseminação do vírus.
05:00 - Argentina chega a 1.353 casos de coronavírus, com 42 mortes
A Argentina confirmou 88 novos casos de coronavírus nesta sexta-feira, elevando o número total de infecções para 1.353, além de cinco novas mortes por covid-19, aumentando a quantidade de vítimas para 42.
O relatório diário emitido pelo Ministério da Saúde argentino informa que quatro homens morreram nas últimas 24 horas. Dois deles residiam na província de Buenos Aires, com 87 e 72 anos; um, de 60 anos, em Chaco; e outro, de nacionalidade espanhola e 76 anos, em Mendoza. A outra vítima é uma mulher de 53 anos, também da província de Buenos Aires.
Dos 1.353 casos positivos de coronavírus detectados desde 3 de março, 656 são "importados", 444 são contatos estreitos de casos confirmados anteriormente, 113 são de circulação comunitária e 140 estão sob investigação epidemiológica.
Desde o último dia 20, a Argentina tem uma política de isolamento obrigatório para quase toda a população, que foi decretada pelo governo e será mantida pelo menos até o final da Páscoa, no próximo dia 12.
Nesta sexta-feira, as ruas do país estavam cheias, principalmente de idosos, devido à abertura dos bancos, que estavam fechados desde o início do isolamento, para pagar aposentadorias e benefícios sociais.
Tendo em conta o grande afluxo, que provocou filas quilométricas em que o distanciamento social recomendado para evitar o contágio não foi respeitado, o governo decidiu que as sucursais permaneceriam abertas durante o fim de semana.
02:00 - Câmara aprova PEC que cria "orçamento de guerra"
O plenário da Câmara dos Deputados aprovou na noite de sexta-feira, em segundo turno por 423 votos favoráveis e um contrário, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 10/20, a chamada “PEC do Orçamento de Guerra”. A medida cria um regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações para o enfrentamento pandemia do novo coronavírus no país. O texto segue para o Senado, onde também terá que ser votado e aprovado em dois turnos.
Na prática, a PEC cria um instrumento para impedir que os gastos emergenciais gerados em virtude do estado de calamidade pública sejam misturados ao Orçamento da União. A medida flexibiliza travas fiscais e orçamentárias para dar mais agilidade à execução de despesas com pessoal, obras, serviços e compras do Poder Executivo e vai vigorar até o dia 31 de dezembro deste ano – mesmo prazo para o estado de calamidade pública causado pela pandemia.
A sessão na Câmara, em segundo turno, foi conduzida presencialmente pelo presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), e teve a maioria dos deputados participando via internet. O primeiro turno, que também foi aprovado nesta sexta-feira, ocorreu também em uma sessão virtual, com a participação de poucos parlamentares em plenário. O placar do primeiro turno foi 505 votos a favor e 2 contra o texto
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