quinta-feira, 26 de março de 2020

GOVERNADORES BRASILEIROS QUEREM CONTINUAR COM O ISOLAMENTO SOCIAL


Governadores manterão medidas de isolamento social contra a Covid-19

Agência Brasil
Hoje em Dia - Belo Horizonte








Governadores de 26 estados se reuniram nesta quarta-feira (25), por videoconferência, para discutir ações emergenciais em meio à disseminação do novo coronavírus no país. Eles pediram medidas como a suspensão do pagamento de dívidas e empréstimos com a União e bancos públicos federais e a imediata aprovação do Projeto de Lei Complementar 149/2019, conhecido como Plano Mansueto, que implementa um novo programa de auxílio financeiro a estados e municípios.
O encontro ocorreu após os governadores terem se reunido, em grupos separados, com o presidente da República e ministros, também por videoconferência, nos últimos três dias. Apenas o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, não participou da reunião de hoje.
Eles reivindicaram também mais apoio do governo federal para a aquisição de equipamentos e insumos necessários à preparação de leitos hospitalares. "Precisamos de uma estrutura adequada, temos poucos leitos de UTI [unidades de Terapia Intensiva]. A gente precisa de mais teste para o coronavírus", disse o governador de Rondônia, Marcos Rocha.
Na última segunda-feira (23), o governo federal já havia anunciado a suspensão do pagamento de parcelas de dívidas e o auxílio financeiro para compensar a queda na arrecadação dos estados.
Segundo o governador de São Paulo, João Doria, uma carta com as principais sugestões dos governadores será enviada ao presidente da República e ministros. "Todos os governadores fizeram intervenções, ajudaram e contribuíram com a elaboração da carta dos governadores, que será distribuída em breve, e encaminhada ao presidente da República, Jair Bolsonaro, e aos seus ministros da Fazenda [Economia] e da Saúde. O objetivo dos governadores é defender o Brasil e proteger os brasileiros em cada um dos seus estados, no plano da saúde, das suas vidas e no plano econômico", afirmou.
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, participou da videoconferência e sugeriu que os governadores priorizassem medidas emergenciais, que garantam o funcionamento dos estado e evitem o desemprego.
"A gente precisa resolver o curto prazo, garantir o emprego, garantir a renda dos municípios e dos estados para que eles possam continuar funcionando. A gente tem que tratar do curto prazo", afirmou.
Isolamento social
Numa referência às medidas de isolamento social, os governadores disseram que seguirão adotando regras com base nas recomendações técnicas da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Pernambuco teve ontem o seu primeiro óbito por coronavírus, e isso só nos faz reforçar todo o entendimento que tem colocado em prática desde o início dessa pandemia no Brasil. As restrições que têm sido feitas estão no caminho correto, em virtude de que os estados têm que se preparar", afirmou o governador pernambucano, Paulo Câmara.
Segundo ele, os governos estaduais ainda precisam ganhar tempo para montar uma estrutura mais adequada de leitos e equipamentos de saúde para enfrentar um período de alta demanda, que ocorrerá nas próximas semanas.O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, ponderou, por outro lado, que as medidas de isolamento social devem ser tomadas de forma equilibrada, para não afetar ainda mais a economia.
"Eu não posso tomar aqui no Mato Grosso a medida que São Paulo tomou porque eu tenho aqui 13 vezes menos população em uma área três vezes maior. Então, eu tenho muito medo dos reflexos econômicos de todas essas restrições que começaram a surgir no Brasil inteiro, e aqui no meu estado", disse.
Emprego e renda
Na reunião, os governadores também manifestaram preocupação com a garantia dos empregos e assistência social. "O coronavírus mata e a fome também, por isso nosso foco de estarmos todos empenhados na saúde da população e na sobrevivência dos setores mais vulnerabilizados da nossa sociedade. Faço coro ao que foi dito, garantir os empregos e proteger as milhões de pessoas que trabalham na informalidade, que estão desamparados", afirmou a  governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra.
"Que possamos criar um amplo programa de transferência de renda para famílias pobres, tendo como referência os beneficiários de programas já existentes", disse o governador do Pará, Helder Barbalho, afirmando que há R$ 1 trilhão em recursos do Tesouro Nacional em receitas vinculadas não utilizadas.
Prefeitos
Os integrantes da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), que inclui 406 municípios com população de mais de 80 mil habitantes, divulgaram nesta quarta-feira posicionamento sobre as manifestações do presidente Jair Bolsonaro no pronunciamento exibido em rede de rádio e TV nesta terça-feira (24). No documento, os gestores defendem que “resguardar a vida das pessoas, dos cidadãos brasileiros é o objetivo máximo de quem tem responsabilidade de liderar, seja nos municípios, nos estados e ainda mais no país”.
Os prefeitos relataram que não tiveram acesso a equipamentos de proteção individual (EPIs) que seriam disponibilizados pelo governo federal e que os R$ 8 bilhões, fracionados em quatro meses, destinados à área de saúde nos estados e municípios, ainda não foram pagos. Na nota, eles pedem a “necessária e constitucional liderança do governo federal no enfrentamento dessa pandemia”.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 26/03/2020


Jair & Mandetta
Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








Quem assistiu na coletiva de ontem a defesa do ministro da Saúde, Luiz Mandetta, sobre o discurso polêmico e controverso do presidente Jair Bolsonaro na noite anterior pode estranhar a surpresa, mas quem acompanha os bastidores do cenário garante: No início do dia, o ministro ensaiou entregar o cargo e avisou que deixaria o cargo à disposição. Bolsonaro deu um ultimato a ele, para escolher entre o DEM e o ministério; e Mandetta escolheu ficar. O ministro, consciente da sua importância no atual processo, engoliu seco o discurso que teve repercussão internacional e praticamente rifou todo o esforço da força-tarefa do ministério. Aliados de Mandetta no Mato Grosso do Sul, consultados, foram importantes na decisão de o ministro permanecer no cargo.
Jogo político
Bolsonaro quer afastar o DEM do Governo – partido de Mandetta, deputado federal licenciado. Começou por tirar Onyx Lorenzoni da Casa Civil – mas o manteve perto, por gratidão como aliado da campanha de 2018.
Bisturi nervoso
Padrinho de Mandetta no ministério, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), rompeu com Bolsonaro. Ele e Mandetta se conhecem há décadas, desde os tempos de faculdade de Medicina no Rio. Ficou brabo ao saber que o aliado decidiu ficar na pasta.
TV desligada
Após a teleconferência de ontem com governadores, Bolsonaro estava possesso com os governadores Wilson Witzel e João Dória. Os chamou de tudo, menos pelo nome.
Tô nem aí
Durante a teleconferência, o ex-BC e ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, hoje secretário de Dória, virou as costas para o presidente Bolsonaro. Foi o único na sala.

TI no plenário
O governador Caiado pediu ao presidente da Câmara de Goiânia, vereador Romário Policarpo (Patriota), que deixe as instalações do Legislativo preparadas para eventual uso pela força-tarefa anti-pandemia do novo coronavírus. A casa tem dois auditórios que podem ser usados para triagem de pacientes e salas que seriam convertidas em leitos. A Câmara doou R$ 2 milhões para o governo comprar um tomógrafo.
Correria
Veja como é tensa a situação na praça com o país parado. Em Muriaé (MG), um empresário procurou a delegacia para fazer B.O. contra fornecedor que decidiu descontar cheque pré-datado antecipadamente, com medo de calote. Outros correram para fazer o mesmo. O cidadão tem R$ 25 mil em cheques pré na praça e pode quebrar.
Federais
Dois federais estão contaminados com coronavírus. Um agente policial do Aeroporto do Recife, e um delegado que voltou de férias da Espanha.
Cadê o navio?
A Marinha e a PF estão perto de cravar o navio que despejou toneladas de pixe na costa brasileira, que causaram as manchas nas praias. As investigações continuam.

Turma da latinha
O presidente da Frente Parlamentar Brasileira de Bebidas, deputado Fausto Pinato (Progressistas-SP), enviou carta ao presidente Bolsonaro pedindo que elimine os R$ 5,8 bilhões de incentivos fiscais concedidos às grandes (Coca-Cola e Ambev, entre outras). É dinheiro suficiente para salvar muita gente no país – na saúde e na economia.

Na conta
O dinheiro, a priori, seria para bancar metade dos R$ 11 bilhões do Benefício de Prestação Continuada que sustenta milhões de brasileiros nas classes C e D. Em tempo, o reajuste do BPC aprovado pelo Congresso esbarrou em uma liminar do.. TCU.
Fim de papo
O presidente do STJ, ministro João Noronha, negou há dias recurso da transportadora marítima Easylog, representante no Brasil da gigante suíça Ceva Logistics. A empresa foi condenada na corte superior a pagar dívida de mais de R$ 3 milhões a empresa americana. O processo já dura mais de 13 anos e a conta ainda orbita no débito.
Cangaço moderno
Desde o dia em que sinalizou com uma greve dos enfermeiros em Pernambuco por falta de equipamentos no Instituto de Medicina Legal, a líder da categoria, Ludmila Outtes, tem sido importunada por supostos policiais que batem a sua porta diariamente. Anotou a placa e tiro foto do carro, um Gol branco.[/TXT_CE]{TEXT}
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste
reportagem@colunaesplanada.com.br




NOTÍCIAS DO DIA 26/03/2020


Bolsonaro inclui igrejas e lotéricas como 'serviços essenciais' que podem funcionar na quarentena








© Dida Sampaio/Estadão Presidente Jair Bolsonaro concede entrevista na portaria do Palacio da Alvorada, em Brasilia

O presidente Jair Bolsonaro incluiu as casas lotéricas e as igrejas na lista de serviços e atividades essenciais que podem funcionar durante a situação de emergência no País em decorrência do novo coronavírus. A decisão foi tomada por meio de decreto, o que não depende de aval do Congresso. Nesta quarta-feira, 25, Bolsonaro já havia anunciado nas redes sociais que incluiria as lotéricas nessa relação. Segundo ele, 2.463 dos 12.956 estabelecimentos no País estão fechados por decisões estaduais ou municipais.

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Em relação às igrejas, o decreto afirma que o funcionamento deve seguir as recomendações do Ministérios da Saúde. Os templos vinham limitando suas atividades presenciais para evitar aglomerações e se valendo das tecnologias e rdes sociais para fazer cultos e missas. Com a decisão de Bolsonaro, elas ficam liberadas da quarentena. Em alguns locais, como São Paulo e Santa Catarina, igrejas foram à Justiça para garantir a realização de cultos.
Com a edição decreto, Bolsonaro cria brechas na quarentena determinadas em alguns Estados. Na terça-feira, 24, em pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, Bolsonaro criticou o rigor das medidas de isolamento que têm sido recomendadas ou determinadas no País para conter o avanço do novo coronavírus. Na fala, o presidente chegou a recomendar que "algumas poucas autoridades, estaduais e municipais, devem abandonar o conceito de terra arrasada", em medidas como a "proibição de transportes", o "fechamento do comércio" e o "confinamento em massa" - adotadas em países com grande número de casos da doença, como Itália e Espanha, e mesmo em outros menos afetados, para evitar a propagação do vírus e o colapso do sistema de saúde.

O ato, publicado no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, amplia a relação de atividades consideradas essenciais durante a pandemia, que foi editada pelo governo no fim de semana. Dentre elas, já estavam serviços de saúde e segurança pública, por exemplo.
O decreto desta quinta também incorpora na lista, além de "atividades religiosas de qualquer natureza, obedecidas as determinações do Ministério da Saúde", e "unidades lotéricas", outros serviços e atividades, como geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, produção de petróleo e atividades de pesquisa científica e laboratoriais.

EX-ASSESSOR DE TRUMP CRITICA A ATUAÇÃO DE MINISTRO DO STF

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