terça-feira, 17 de março de 2020

COLUNA ESPLANADA DO DIA 17/03/2020


Carona palaciano

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








O presidente Jair Bolsonaro passará por novos testes nesta semana para averiguar se contraiu mesmo o coronavírus. Questionada pela Coluna na sexta-feira, a assessoria do Palácio informou que não vai divulgar os resultados dos exames do teste e contra-prova, e os médicos que os validaram, para endossar o que o presidente se limitou a dizer vagamente no Twitter: de que deu negativo. Mesmo assim, cancelou agenda em Natal, usou máscaras e ontem, ao participar das manifestações pró-Governo, não desceu do carro na Esplanada. Depois, porém, teve contato com eleitores em frente ao Palácio do Planalto. Na sexta, a Coluna informou que o primeiro teste dera positivo para os sintomas do coronavírus. Bolsonaro desmentiu, mas não mostrou os exames. O presidente os fez no Hospital das Forças Armadas, e depois a contra-prova no Laboratório Sabin. O Palácio não quis dar publicidade.

Praxe
A praxe nos hospitais é: se a pessoa testa positivo para sintomas, deve fazer a contra-prova com mais exames detalhados, que pode constatar a contaminação ou apenas gripe. Deu negativo no primeiro, vai para casa.

Saúde do Brasil
O presidente foi prudente. Falar numa sexta 13, no meio do dia, que havia sido infectado ou estava com suspeitas, derrubaria a Bolsa de Valores, que já cambaleia em fuga de capitais.

Ombro a ombro
Os governos dos Estados não informam claramente se há exames em novos detentos que entram (em já lotadíssimos) presídios. São potenciais focos de contágio.

Diagnósticos 
Um médico que deu palestra no Ministério dos Direitos Humanos na sexta foi claro: há quem esteja contaminado, não sabe, e vai se curar. Há os que pegaram, mas os sintomas ainda não aparecem – e outros que deram negativo, mas o vírus, resistente, poderá aparecer num exame em sete dias. Daí a preocupação do presidente em novo teste.

Metal ‘condutor’
Maior contato com o coronavírus é pelo metal, no qual sobrevive até 12 horas. Corrimão de escada e de transportes coletivos deve ser evitado ao máximo. Há possibilidade grande também de uma pessoa pegar o vírus duas vezes - neste caso, a segunda vez pode ser fatal, a depender do grau de imunidade do organismo.

Caixa bancário
Os repasses do Tesouro para subsidiar os bancos não se limitarão à Caixa e BB. Os bancos privados pressionam. Receosas, recuam no crédito – e quem tem interesse, ainda pega a juros exorbitantes. É que o risco do calote na praça é alto nos próximos meses.

Do coldre
A Polícia Federal adiou o curso de formação na Academia Nacional em Brasília. Centenas de nomeados e a corporação, que demanda pessoal, terão de esperar.

Comitiva
Os ministros da comitiva aos Estados Unidos, que passaram por testes, e são monitorados: Ernesto Araújo (Itamaraty), Augusto Heleno (GSI), Fernando Azevedo (Defesa) e Bento Albuquerque (Minas e Energia).

Tão perto, tão longe
Da bancada do DF, apenas os deputados federais Bia Kicis e Luís Miranda votaram com o Governo na manutenção do veto ao aumento bilionário do BPC. Do contra, foram Érica Kokay, Celina Leão, Júlio Cesar, Prof. Israel, Flávia Arruda e Paula Belmonte – cujo marido, o advogado Luiz Felipe Belmonte, é um dos patrocinadores do Aliança pelo Brasil, novo partido dos Bolsonaro.

Turistando 
Depois de circular por pontos de Lisboa, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro, fez o circuito enogastronômico. Passou por restaurantes estrelados, sem deixar de entrar no emblemático Mercado da Ribeira Time Out, no Cais do Sodré. O passeio durou até o início da madrugada da quinta.

Turistando 2
A desculpa para estar em Portugal foi a renomada feira da Bolsa de Turismo de Lisboa, que se realizaria neste fim de semana. Mas o evento foi cancelado há muitos dias, por conta do surto de coronavírus, antes de ele embarcar para Lisboa.

Luiza e Curitiba
Luiza Trajano, da Magazine Luiza, enviou vídeo de incentivo para evento com público feminino que aconteceu em Curitiba. Ela virou fã da capital pelo Empreendedora Curitibana, programa para classificação de mulheres que querem um negócio próprio.

Correção
Ao contrário do publicado nesta Coluna, no senador Marcos Rogério, de Rondônia, é do DEM, não do PDT.


MEDIDAS GOVERNAMENTAIS CONTRA O CORONAVÍRUS


Governo anuncia pacote econômico contra impactos do coronavírus

Medidas devem injetar 147,3 bilhões de reais na economia nos próximos meses. Proposta prevê antecipação de 13º e abono salarial, além de redução de contribuições de empresas e alíquotas para produtos médicos.


© Reuters/S. Moraes Ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o pacote não terá impacto sobre o Orçamento

O governo anunciou nesta segunda-feira (16/03) anunciou um pacote de medidas para tentar reduzir os impactos econômicos da pandemia do novo coronavírus. As ações devem injetar 147,3 bilhões de reais na economia nos próximos meses.

De acordo com o Ministério da Economia, o pacote prevê medidas para atender a necessidade da população mais vulnerável, voltadas à manutenção de empregos e para combater a pandemia. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o pacote não terá impacto sobre o Orçamento.
As propostas para atender a população mais vulnerável correspondem a 83,4 bilhões de reais do pacote. Entre elas estão a antecipação de duas parcelas do 13º a aposentados e pensionistas, o adiantamento do abono salarial para junho e um reforço no Bolsa Família, para a inclusão de 1 milhão de beneficiários ao programa.
O governo anunciou também a transferência de recursos do Programa de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep) para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e autorização de novos saques.
Já as medidas para preservar os empregos incluem o adiamento por três meses do pagamento da contribuição das empresas para o FGTS, e a redução pela metade das contribuições ao Sistema S por esse mesmo período. Será ainda liberado crédito para as micro e pequenas empresas.
Para controlar a epidemia, o governo destinará 4,5 bilhões do fundo do seguro veicular obrigatório DPVAT para o Sistema Único de Saúde (SUS) e zerará as alíquotas para a importação de produtos médicos e hospitalares, além de desonerar o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de bens necessários no combate ao coronavírus.
"Precisamos também fazer o contra-ataque para atenuar os impactos econômicos, e os impactos podem ser sérios. Então o que estamos fazendo aí é um esforço inicial. Apesar de ser essa magnitude, ele é inicial", disse Guedes.
O ministro pediu que o Congresso aprove reformas e a privatização da Eletrobras para liberar mais recursos para os cofres públicos.
O possível impacto do coronavírus na economia brasileira ainda não foi dimensionado, mas o governo já reduziu a previsão de crescimento para este ano para 2,1%, em comparação com os 2,4% projetados no final do ano passado.
Segundo pesquisa realizada pelo próprio Banco Central com analistas de entidades privadas e divulgada nesta segunda-feira, a economia do país crescerá este ano 1,68%, ante 2,23% que havia sido calculado duas semanas atrás.
A economia brasileira ainda não se recuperou da recessão do período 2015-2016, na qual perdeu sete pontos percentuais. Desde então, mantém uma recuperação lenta e insuficiente, o que a levou a crescimento de apenas 1,3% em 2017 e 2018, uma taxa que caiu para 1,1% em 2019.
O surto da covid-19 começou na China, em dezembro, e se espalhou por mais de 140 países. Com mais de 55 mil casos confirmados e 2,6 mil mortes, a Europa se tornou o novo epicentro da pandemia. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem 234 casos confirmados e 2.064 suspeitas.

PRIMÁRIAS DOS DEMOCRATAS FICA PARALIZADA POR CAUSA DO CORONAVÍRUS


Ohio suspende primárias por temor do coronavírus

AFP 






© MANDEL NGAN Os pré-candidatos democratas Joe Biden (E) e Bernie Sanders (D) durante o debate eleitoral de 15 de março de 2020 em Washington

Apenas algumas horas antes da abertura dos locais de votação, o governador de Ohio anunciou o adiamento das primárias presidenciais por uma "emergência sanitária" provocada pelo coronavírus, mas outros três estados comparecem às urnas nesta terça-feira para  disputa democrata entre Joe Biden e Bernie Sanders.


Comícios com transmissão on-line, debate sem a presença do público e votações adiadas: a pandemia, que matou mais de 70 pessoas nos Estados Unidos, afeta profundamente a campanha dos dois pré-candidatos à indicação democrata para desafiar o republicano Donald Trump em novembro.
Apesar de as urnas estarem fechadas amanhã, o secretário de Estado @FrankLaRose buscará uma solução, através dos tribunais, para ampliar as opções de votação para que cada eleitor que deseja votar tenha esta oportunidade em uma data posterior", afirmou o governador de Ohio, Mike DeWine, na noite de segunda-feira no Twitter.
As votações previstas para outros três estados - Arizona, Flórida e Illinois - foram confirmadas, com medidas intensas de precaução.
Na segunda-feira, o presidente Donald Trump considerou "desnecessário" adiar as primárias", mas afirmou que decisão corresponde a cada estado.
Louisiana, Geórgia e Kentucky, que não votariam no fim de março e início de abril, adiaram as primárias para maio e junho. Outros estados podem seguir o exemplo, já que as medidas de prevenção para evitar o contágio do coronavírus estão sendo reforçadas em todo território dos Estados Unidos.
O ex-vice-presidente Joe Biden conquistou mais delegados até o momento, fundamentais para obter a indicação democrata, e está quase 20 pontos na frente de seu rival progressista Bernie Sanders na maioria das pesquisas nacionais.
As votações de terça-feira, portanto, podem representar uma vantagem decisiva para o vice de Barack Obama.
Mas o impacto do coronavírus na campanha, que já registrou mudanças espetaculares, continua sendo imprevisível.