sábado, 29 de fevereiro de 2020

O FOCO DA ESCOLA CÍVICO-MILITAR É A DISCIPLINA


Minas receberá três escolas cívico-militares em 2020

Da Redação Jornal Hoje em Dia








Três escolas em Minas vão fazer parte do novo modelo cívico-militar implantado pelo governo federal. O anúncio foi feito na tarde de quarta-feira (26) pelo ministro da Educação Abraham Weintraub. Foram contempladas as instituições estaduais Princesa Isabel, no bairro Aparecida, região Nordeste da capital, e Palmares, em Ibirité, na Grande BH. Também fará parte da iniciativa a Escola Municipal Embaixador Martins Francisco, em Barbacena, na região Central do Estado.
Conforme o ministro da Educação, ao todo, 54 unidades de ensino em 23 estados e no Distrito Federal foram escolhidas para participar do programa. A implementação do modelo ocorrerá ao longo do ano, em edição piloto.
Policiais e bombeiros militares foram capacitados para trabalhar nas unidades. Na primeira rodada de capacitação, realizada em dezembro, em Brasília, o trabalho envolveu diretores e coordenadores de escolas, além de representantes de secretarias estaduais e municipais de Educação que vão atuar como multiplicadores. A segunda rodada ocorreu neste mês, em Porto Alegre (RS). Foram capacitados 54 oficiais da reserva e da ativa e 17 profissionais das secretarias de Educação.
O Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares é uma parceria do MEC com o Ministério da Defesa. Cerca de mil militares da reserva das Forças Armadas, Bombeiros e Polícia Militar vão participar da gestão educacional das instituições. O MEC destinará R$ 54 milhões para levar a gestão de excelência cívico-militar para 54 escolas, sendo R$ 1 milhão por instituição de ensino. Guardadas as diferenças entre as escolas, existem padrões comuns a todas. O principal deles é a divisão em que os militares ficam responsáveis pelas áreas administrativa, patrimonial e disciplinar e o corpo docente se responsabiliza pela área pedagógica. Este também é o primeiro ponto polêmico da proposta.
“Não há como separar a disciplina da parte pedagógica. Trabalho regras da disciplina na convivência com o outro. O pedagogo não deveria delegar essa responsabilidade”, explica a professora especialista em clima escolar Telma Vinha. Em contrapartida, as secretarias que já possuem o modelo defendem que as escolas escolhidas estão em locais de vulnerabilidade e violência de modo a se fazer necessária uma disciplina mais rígida. “Utilizamos dados como o Ideb, o IDH e o mapa da violência externa e interna à escola para escolhê-las. (Nas escolas escolhidas) Aconteciam coisas como alunos jogarem a carteira no professor e a parede da sala ser pichada durante a aula”, afirma Mauro Oliveira, responsável na Secretaria de Educação pela implementação do modelo no Distrito Federal.
Para além de onde melhor se encaixaria a disciplina, se no âmbito pedagógico ou no âmbito administrativo, também surgem dúvidas sobre que tipo de aluno está sendo formado por este modelo. Apesar da tradição hierarquizada de maneira vertical, ou seja, com pouca ou nenhuma abertura para o questionamento de regras ou do seu superior nas carreiras militares, representantes de tais escolas afirmam que estão sim desenvolvendo um cidadão autônomo e crítico. O coronel Ubiratan Reges de Jesus, diretor do Colégio Estadual da Polícia Militar de Goiás (CEPMG) Major Oscar Alveólos, em Goiânia, defende espaços de escuta dos alunos. “A nossa escola não é um quartel. Queremos dar o direito às crianças de serem crianças, ouvir os estudantes e suas indagações, sempre cuidando para manter a autoridade sem autoritarismo”, explica. Ainda assim, quando perguntado se alguma das regras instituídas pelo regimento da escola poderia ser modificada por conta de uma eventual manifestação dos estudantes nesse sentido, ele afirmou não ser possível por conta das tradições militares.
Já, no Distrito Federal, que está a apenas duas semanas implementando o modelo, o diretor Márcio Jesus Farias, da Escola Recanto das Emas, foi questionado sobre quais explicações os militares estavam dando aos alunos a respeito das novas regras tais como utilizar cabelo curto, no caso dos meninos, e preso com coque, no caso das meninas, e o chefe de turma anunciar a entrada do professor para que todos se coloquem de pé até que ele permita que sentem. O diretor respondeu que os militares se mostravam carinhosos e amistosos, mas que até o momento ele não havia visto nenhum tipo de explicação para os estudantes que expressasse o porquê dessas regras e sua importância para a coletividade ou ainda que abrisse um espaço de discussão sobre as mesmas.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 29/02/2020


O discurso fideliza
Coluna Esplanada – Leandro Mazzini







Estrategicamente, o marketing eleitoral do presidente Jair Bolsonaro tenta manter o pragmatismo do discurso que o elegeu. Isso caracteriza o vídeo conclamando os aliados e eleitores para manifestação pró-Governo dia 15 de março. Bolsonaro mantém o tom patriota contra a “velha política”, contra tudo e todos. Isso não traz novos eleitores, mas fideliza o dele. É o que o presidente e seu staff pretendem, e assim ele mantém a dianteira para 2022. Bolsonaro sabe que, sem partido nas eleições municipais, corre sério risco de sair enfraquecido nos Estados no fim do ano. As manifestações populares serão seu artifício para peitar o jogo partidário atuante em Brasília.
Adversários
Sem candidatos de um partido seu, Bolsonaro pode ver a ascensão do DEM, de Rodrigo Maia, e dos partidos do Centrão – sua maior dificuldade de acordos no Congresso.
Teores & Teorias
Um tom ufanista exacerbado, um discurso de vitimização desnecessário e uma indicação de que é o salvador da Pátria. O vídeo que viralizou tem isso, mas em nenhum momento cita ataques ao Congresso Nacional e ao STF. A interpretação é livre.
Segue o jogo
O jogo do bicho migrou para apostas esportivas, e os pontos agora têm maquininhas online para passar cartão e computar as apostas. Com recibos impressos.
Alerta ignorado
Alertas sobre a precariedade na fiscalização nos portos e aeroportos brasileiros foram ignorados pelo Governo. Um deles, do Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências), foi protocolado no Palácio do Planalto no fim de janeiro. O ofício endereçado ao presidente Jair Bolsonaro já pedia reforços na fiscalização sanitária da Anvisa.
Homem só
“Informamos que a situação é gravíssima, no caso do aeroporto de Guarulhos, onde há apenas um plantonista”, registra o documento no qual o sindicato também cobra “a realização de concursos públicos para a Anvisa, de forma regional para localidades onde se encontram portos, aeroportos e fronteiras”.
Lembrete
Nos últimos anos, caíram os investimentos em controle sanitário de portos, aeroportos, fronteiras e alfândegas. Em 2019, foram R$ 45,8 milhões – pouco mais da metade do investimento de 2018, de R$ 82,8 milhões.
Cadeado na porteira
Pode ter passado despercebido para a maioria, mas tem gente atenta em Brasília: o MST parou suas invasões de fazendas desde o começo do ano passado.
Crise 
Em meio à crise com o Congresso Nacional, o Planalto tentar conter o movimento das alas bolsonaristas na Câmara e no Senado que tentam derrubar o MDB das lideranças do Governo no Congresso e no Senado. Os postos são ocupados, respectivamente, pelos senadores Eduardo Gomes (MDB-TO) e Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Teste final
A senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) é uma das que defende a deposição dos emedebistas. Mas, pelo menos por ora, Gomes e Bezerra Coelho serão mantidos. A prova de fogo dos dois será a votação, na próxima semana, do requerimento de convocação do ministro do Gabinete de Segurança Institucional, general Augusto Heleno – que foi flagrado em áudio criticando a ‘chantagem’ dos congressistas.

Canetada
O presidente Bolsonaro enxugou na canetada (decreto Nº 10.252) a estrutura do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Ocupantes de cargos em comissão e de funções de confiança serão exonerados ou dispensados, conforme o texto publicado no Diário Oficial dias atrás.
Zero no caixa
Pelo decreto, que entra em vigor no dia 9 de março, o pessoal do campo vai ficar desassistido de verba federal. Serão extintos programas que atendem assentados da reforma agrária, comunidades extrativistas e quilombolas, como o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), bandeira dos Governos do PT.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste
reportagem@colunaesplanada.com.br


TRUMP NOMEIA CHEFE DE INTELIGÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS


Republicano John Ratcliffe é indicado para chefe de Inteligência dos EUA
AFP



© MANDEL NGAN O republicano John Ratcliffe fala com a imprensa no Capitólio, em Washington, DC, 27 de janeiro de 2020

O presidente Donald Trump nomeou nesta sexta-feira (28) o congressista republicano John Ratcliffe para liderar o serviço de Inteligência dos Estados Unidos, após adiar a decisão por sete meses diante da falta de experiência do legislador.
Trump anunciou no Twitter a escolha deste fiel membro da Câmara de Representantes, acrescentando que "John é um homem excepcional, de grande talento".
Se for confirmado pelo Senado, Ratcliffe substituirá Richard Grenell, cuja designação - há duas semanas - como diretor interino de inteligência nacional recebeu numerosas críticas.
No começo de agosto, Trump tinha manifestado a intenção de promover Ratcliffe como diretor de Inteligência nacional (DNI, um organismo encarregado de supervisionar e coordenar as atividades de CIA, NSA e outras 15 agências de Inteligência).
Mas a escolha deste candidato, ex-prefeito de um subúrbio abastado de Dallas e procurador federal por um ano, em 2007, foi criticada particularmente pela oposição democrata, devido à sua falta de experiência e sua fidelidade ao presidente.
O bilionário republicano finalmente renunciou eleger Ratcliffe, denunciando a forma "injusta" em que tinha sido tratado pelos meios de comunicação.
Depois nomeou Joseph Maguire, então chefe de Antiterrorismo, como diretor interno depois da partida, em 15 de agosto, de Dan Coats, com quem tinha divergências frequentes.
Trump ignorou com frequência o ponto de vista de seu chefe de Inteligência, muitas vezes mantendo-o fora de vários temas, especialmente sobre a Rússia e a Coreia do Norte, e a nomeação de John Ratcliffe aumentou o temor de um controle maior do presidente sobre os serviços de Inteligência.