sábado, 8 de fevereiro de 2020

MORRE MÉDICO CHINÊS QUE ANUNCIOU O INÍCIO DO CORONAVÍRUS NA CHINA


Morte de médico que fez primeiros alertas sobre coronavírus causa revolta online na China

Li Yuan

Primeiro, eles postaram vídeos da canção do musical Les Misérables, Do You Hear the People Sing (Você ouve o povo cantar). Depois, invocaram o artigo nº 35 da Constituição da China, que estipula a liberdade de expressão. Então, tuitaram uma frase do poema Por quem os sinos dobram.
O público chinês encenou o que equivale a uma revolta online após a morte de um médico, Li Wenliang, que, no final de dezembro, tentou alertar as autoridades sobre um vírus misterioso. O novo coronavírus já matou mais de 630 pessoas na China e infectou milhares de pessoas.


© Reprodução/Redes Sociais Médico Li Wenliang, que teve problemas com autoridades de saúde por alertar sobre o coronavírus, foi infectado pela doença e morreu
Desde a última quinta-feira, 6, pessoas de diferentes origens, incluindo autoridades do governo, figuras proeminentes do mundo dos negócios e usuários comuns da internet, postaram inúmeras mensagens expressando sua tristeza pela morte do médico e sua raiva pelo silenciamento da polícia depois dele compartilhar seu conhecimento sobre o novo coronavírus.
"Nunca tinha visto minha linha do tempo do WeChat cheia de tanta tristeza e indignação. Esta noite é um momento grandioso para a nossa consciência coletiva", escreveu Xu Danei, fundador de uma empresa de análise de rede social.
Embora haja alguns dissidentes declarados na China, esse número diminuiu quando o Partido Comunista, sob o comando de Xi Jinping, reprimiu repetidamente advogados, jornalistas e empresários.
Nesta sociedade chinesa, altamente censurada, é raro pessoas comuns fazerem exigências e expressarem abertamente a raiva contra o governo. É ainda mais raro ver oficiais e chefes de grandes empresas demonstrarem emoções que podem ser interpretadas como descontentamento com o Estado.
Depois que as especulações sobre a morte de Li começaram a rodar online na noite de quinta-feira, a máquina de propaganda do Partido Comunista entrou em ação, tentando controlar a mensagem. Mas não parecia tão eficaz quanto no passado.
A enxurrada de mensagens online de pessoas tristes, enfurecidas e de luto foi demais para os censores. O governo até pareceu reconhecer o tamanho da comoção do país enviando uma equipe para investigar o que chamou de "questões relacionadas ao Dr. Li Wenliang que foram relatadas pelo público", embora sem dar mais detalhes.
Para muitas pessoas na China, a morte do médico trouxe à tona a raiva e a frustração reprimidas pela maneira como o governo lidou com a situação ao não compartilhar informações sobre o novo vírus. Também pareceu, para os internautas, que o governo não havia aprendido lições de crises anteriores, continuando a anular as críticas e relatórios investigativos online que fornecem informações vitais.
Alguns usuários do Weibo, a plataforma de rede social da China que é semelhante ao Twitter, dizem que a morte do médico ressoou porque ele era uma pessoa comum que foi forçada a admitir que fez algo errado enquanto, na verdade, fazia a coisa certa.
Li foi repreendido pela polícia depois que compartilhou preocupações sobre o vírus em um aplicativo de mensagens com colegas da escola de medicina em 30 de dezembro. Três dias depois, a polícia o obrigou a assinar uma declaração de que seu aviso constituía "comportamento ilegal".
O médico acabou divulgando suas experiências e deu entrevistas para ajudar o público a entender melhor a epidemia. O The New York Times entrevistou Li dias antes de sua morte.
"Ele não queria se tornar um herói, mas para nós, em 2020, alcançou um patamar superior ao que podemos imaginar que um herói teria", dizia um post do Weibo. O post é um dos muitos que os usuários dizem que escreveram com vergonha e culpa por não resistirem a um governo autoritário, como Li fez.
Muitas pessoas publicaram uma variação de uma citação: “Quem defende a lenha para as massas é quem congela até a morte no vento e na neve.” A versão original do ditado é do escritor chinês Murong Xuecu, que a escreveu cerca de sete anos atrás, quando ele e alguns amigos estavam arrecadando dinheiro para as famílias de presos políticos.
Foi escrito como um lembrete para as pessoas de que era do seu interesse apoiar aqueles que ousavam desafiar as autoridades. Muitas dessas pessoas morreram congeladas, figurativamente falando, pois menos pessoas estavam dispostas a apoiar publicamente essas figuras dissidentes.
A atmosfera era muito diferente na noite de quinta-feira. Enquanto a confusão aumentava sobre o destino de Li, as pessoas acusavam as autoridades de tentar adiar o anúncio de sua morte. O próprio hospital onde ele estava internado chegou a negar a morte, mas depois confirmou a notícia, A tristeza foi tão generalizada que apareceu em cantos improváveis.
"Recusando-se a ouvir sua 'denúncia', seu país parou de pulsar, assim como seu coração", escreveu Hong Bing, chefe da agência de Xangai do jornal oficial do Partido Comunista, Diário do Povo, em sua linha do tempo no WeChat, uma plataforma de mensagens instantâneas. "Qual é o preço que temos que pagar para que você e sua denúncia soem mais altos e possam alcançar todos os cantos do Oriente?"
As contas no Twitter em chinês e inglês do Diário do Povo - jornal oficial do Partido Comunista na China - tuitaram que a morte de Li provocou "tristeza nacional". Ambas as contas excluíram essas mensagens antes de substituí-las por postagens mais neutras e com aparência oficial.
Nas redes sociais, muitas pessoas pediram ao governo que fizesse de Li um mártir e realizasse um funeral com regalias de chefe de Estado com a presença dos líderes da nação.
"É a primeira vez que minha tela está repleta com o nome de uma pessoa", escreveu Zheng Wenxin, advogado. "É a primeira vez que esta nação realiza um funeral tão grandioso para um médico."
"Descanse em paz, nosso herói", publicou Fan Bao, um importante investidor em tecnologia, em sua linha do tempo do WeChat.
Ainda é muito cedo para saber se a raiva e a frustração online serão demais para a China. Houve indignação pública palpável em algumas tragédias passadas, incluindo um terremoto de 2008 na província de Sichuan e um acidente de trem em 2011. Mas ela desapareceu depois de algum tempo nesses casos.
Algumas pessoas na China estão mais esperançosas dessa vez. Nessas tragédias passadas, muitas podiam se abster, disse Hou Zhihui, um comentarista que foi detido duas vezes por seus discursos online. “Mas desta vez, ninguém pode ficar de fora. É impossível."/ TRADUÇÃO DE ROMINA CÁCIA

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

GOVERNO VAI INVESTIR PESADO EM FERROVIAS


Governo prevê investimento de R$30 bi em ferrovias nos próximos 5 anos

Agência Brasil








O Ministério de Infraestrutura prevê investimentos de R$ 30 bilhões para ampliar a malha ferroviária do país. Os recursos seriam obtidos por meio de concessões. Informações foram detalhadas pelo ministro Tarcísio Gomes de Freitas, que participou hoje do 1º Fórum de Desenvolvimento Sustentável da Costa Verde, realizado na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), na cidade de Seropédica (RJ).
"Vamos investir R$ 30 bilhões em ferrovias nos próximos 5 ou 6 anos", disse. O primeiro contrato de concessão foi assinado no ano passado e envolve a Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela D'Oeste (SP). Para este ano, são previsas as concessões da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que ligará Ilhéus (BA) a Figueirópolis (TO), e a Ferrogrão, projeto com origem em Cuiabá (MT) e término em Santarém (PA).
O governo planeja ainda trabalhar por uma mudança legislativa que permita o regime de autorização. Trata-se de um modelo em que o investidor tem mais liberdade do que no regime de concessão. "Hoje não é possível nós operarmos com autorização nas ferrovias. No setor portuário, nós já fazemos isso. As autorizações abrem uma nova porta. Vale para aquele investidor que quer tomar o risco de engenharia, para que possa empreender e ter a propriedade da ferrovia, ter o benefício da perpetuidade, a liberdade para definir sua tarifa. Isso é importante para quem assume risco de longo prazo e proporciona novos investimentos ferroviários no Brasil", disse Tarcísio.
Segundo um estudo de 2018 da Fundação Dom Cabral, a malha rodoviária é utilizada para o escoamento de 75% da produção no país. As ferrovias respondem por 5,4%. Os impactos causados pela greve dos caminhoneiros de 2018 expôs a dependência do país do transporte rodoviário e gerou um debate público sobre a necessidade de se ampliar a malha ferroviária .
Tarcísio disse que o Ministério da Infraestrutura tem conversado com todos os setores em busca de melhorias coletivas. No caso dos caminhoneiros, ele destacou ter abarcado algumas demandas nos projetos de concessões de novas rodovias como a Rodovia Presidente Dutra, conhecida popularmente como Via Dutra, que liga o Rio de Janeiro à São Paulo.
"Eu tenho 70 grupos de Whatsapp de caminhoneiros para vocês terem uma ideia. E eu costumo responder todas as questões. Dá um trabalho danado, mas é importante porque isso muda um ponto de vista, às vezes segura uma greve", disse.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 07/02/2020


Mineração

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini





  
O projeto enviado pelo governo Bolsonaro ao Congresso Nacional, que regulamenta a mineração em terras indígenas, tem o mesmo teor de outra proposta que se arrasta há mais de duas décadas. O autor é o ex-senador Romero Jucá (MDB-RR). A proposta (1.610/1996) foi aprovada no Senado em 98 e estacionou na Câmara. No início do ano passado, o deputado Luis Miranda (DEM-DF) apresentou requerimento com pedido de criação de comissão especial para discutir a matéria, mas o colegiado nem foi instalado.

Garimpo
O novo projeto (PL 191/20) prevê que os indígenas poderão vetar garimpo nas suas terras, mas não terão poder para impedir a instalação de empreendimentos para produção de óleo e gás e de mineração.

Empresas
Em janeiro, a Coluna registrou que, em ofício enviado à Câmara, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, posicionou que elaboração da proposta aconteceu no “âmbito da administração federal e não houve a realização de encontros com quaisquer empresas do setor”.

Reação
A Articulação dos Povos Indígenas do Brasil manifestou repúdio ao projeto: “A maioria dos povos e comunidades não comunga com os anseios de uma minoria de indivíduos indígenas que se dobram às camufladas más intenções deste governo”.

Auditoria
O corregedor nacional de Justiça, ministro Humberto Martins, pediu auditoria dos cálculos apresentados pelo Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) sobre o pagamento de verba indenizatória de férias a desembargadores e juízes, em dezembro de 2019.

Teto
O corregedor também solicitou, recentemente, informações ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) sobre o pagamento de valores aos magistrados que teriam ultrapassado o teto constitucional.

Cheque
O deputado Wilson Santiago (PTB-PB) foi mantido no mandato pelos colegas um dia depois de a Procuradoria-Geral enviar ao STF a cópia de um cheque no valor de R$ 3 milhões assinado pelo parlamentar.

Relatório
No documento, a PGR afirma que não há informação sobre a quem se destinou o cheque, mas, conforme relatório da PF, a sua existência pode indicar a “capacidade financeira do investigado”. A Câmara derrubou a decisão do ministro Celso de Mello que havia determinado o afastamento de Wilson Santiago.

Cesta
O custo da cesta básica em janeiro subiu em 11 capitais pesquisadas e caiu em seis, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 517,51), seguida pelo Rio de Janeiro (R$ 507,13) e Porto Alegre (R$ 502,98).
Mais um
Frita no cargo o presidente da Fundação Nacional de Saúde (Funasa), Ronaldo Nogueira, após a operação da Polícia Federal que apura indícios de irregularidades no Ministério do Trabalho. Nogueira foi chefe da pasta extinta e é alvo da investigação. O ex-ministro diz “não ter receio algum da apuração dos fatos”.


ORAÇÃO PROFÉTICA DE UM PASTOR DOS EUA

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