Desconfiança
persiste: desde 2013, consumidores mantêm pessimismo em relação à economia do
país
Paulo Henrique
Lobato
CRÉDITO - Consumidor que não quiser receber oferta
de empréstimo consignado deve cadastrar telefones fixos e móveis
Janeiro de 2020 irá
marcar a economia de Belo Horizonte de forma desagradável. O Índice de
Confiança do Consumidor (ICC), único indicador mensal que sintetiza a opinião
dos compradores na capital em relação a diversos aspectos conjunturais – e que
afetam suas decisões de gastos –, terá novamente uma nota considerada
pessimista. Está sendo assim desde janeiro de 2013, última vez que a pontuação
foi classificada como positiva.
O ICC é elaborado
pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de
Minas Gerais (Ipead/UFMG) com base em seis componentes, entre eles inflação e
desemprego. A nota média oscila de zero a 100 pontos. Abaixo de 50, o resultado
mostra que os consumidores estão pessimistas com a economia. Acima, otimistas.
Em janeiro de 2013, última vez em que o indicador ficou positivo, a marca foi
de 50,5 pontos.
É com base no ICC
que lojistas aumentam ou reduzem estoques de mercadorias ou planejam
contratações efetivas ou temporárias. O indicador de janeiro deste ano e o de
dezembro do ano passado serão divulgados em breve, mas é certo que não irão
atingir a marca dos 50 pontos. No último boletim da Fundação Ipead/UFMG,
referente a novembro, o índice ficou em 39,08 pontos.
Mais que a longa
distância desta pontuação até a nota 50, que é a fronteira entre o pessimismo e
o otimismo, o ICC de novembro foi menor do que o de janeiro de 2019 (39,27). Em
outras palavras, corre o risco de o ICC no acumulado do ano passado decrescer,
caso o indicador referente a dezembro, que será divulgado na terça-feira que
vem, não ultrapasse o de janeiro (39,27).
“Já faz muito tempo
que não ultrapassa os 50 pontos. De janeiro (39,27) a novembro (39,08),
observamos uma queda de 0,85%. Acabou recuando. O de novembro de 2019 (39,08)
foi menor, inclusive, que o do mesmo mês de 2018 (39,42)”, recordou Taize
Martins, coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead.
Ela atribui a
desconfiança dos consumidores ao componente desemprego, um dos seis que formam
o ICC. “No ano de 2019, (o componente desemprego) apresentou queda. Registrou a
menor pontuação. Diante disso, o índice perdeu força no decorrer do ano”.
O componente emprego
obteve nota, também numa escala de zero a 100, de 25,89 em novembro passado. Em
janeiro de 2019, o resultado foi ainda menor: 24,64. Houve uma melhora, mas
ainda está longe de chegar à pontuação 50.
“Isso (a
recuperação) é a longo prazo. Não é uma recuperação tão rápida e acentuada”,
disse a coordenadora da Fundação Ipead/UFMG.