No Rio, Guedes
diz que não há razão para pessimismo no país
Agência Brasil
O ministro da
Economia, Paulo Guedes, disse que não há razão para pessimismo no Brasil. Na
visão dele, o país passa por um período de desenvolvimento institucional
extraordinário. “Estou vendo instituições brasileiras robustas, florescendo e
se aperfeiçoando. Não há nenhuma razão para pessimismo. O Brasil está avançando
institucionalmente”, disse ao participar da abertura do encontro BNDES com ‘S’
de Social e de Saneamento, na sede do banco, no centro do Rio de Janeiro: “[O
Brasil] vai voltar a crescer fazendo a coisa certa, aperfeiçoando as suas
instituições”.
Na visão de
Guedes, o país passa por um período de desenvolvimento institucional
extraordinário
Guedes voltou a
defender a desoneração da folha de pagamento. Segundo ele, um país que tem
imposto sobre folha de pagamento e duplica o custo da mão de obra, não quer
gerar emprego. “Os impostos sobre folha de pagamento são o imposto mais cruel,
armas de destruição em massa de empregos. Dezenas de milhões de empregos são
destruídos por estes impostos excessivos sobre a folha de pagamento. É um crime
contra o trabalhador brasileiro”, afirmou.
Saneamento
Ele destacou ainda
que o BNDES está voltando às suas funções, com financiamento a projetos sociais
e de saneamento, que vão se refletir em educação e saúde. O ministro chamou a
atenção para a situação de crianças que morrem no país por falta de saneamento:
“Como vamos salvar as crianças se elas não tiverem sequer saúde, por falta de
saneamento?”.
“A mortalidade
infantil é brutal. Se a criança brinca sem água, sem saneamento, saúde, não tem
nada lá embaixo, morre cedo, pega doenças letais. Esse é um crime contra as
crianças brasileiras”, completou.
“O S de saneamento é
viga mestra no novo BNDES. É um legado que o novo BNDES, no papel de
articulador dessas políticas, quer deixar”.
Segundo o ministro,
durante a campanha eleitoral e depois, na elaboração do programa de governo
Bolsonaro, a equipe diagnosticou o crescimento descontrolado dos gastos
públicos durante três, quatro décadas: “Isso causou hiperinflação, moratória
externa, congelamento de preços, sequestro de ativos financeiros e, mais
recentemente, juros muito altos, impostos elevados, corrupção no sistema
democrático nacional.”.
Guedes disse ainda
que esse excesso de gastos, que chegou a 45% do PIB, foi a fonte de vários
desacertos e disfunções, não só do sistema econômico, como do sistema politico.
Para ele, os governadores são eleitos e não conseguem realizar os projetos
necessários devido a dificuldade dos orçamentos estaduais. “Da mesma forma
queremos descentralizar os recursos públicos. O povo está nos estados e nos
municípios.”
Previdência
Paulo Guedes afirmou
que o excesso de gastos é apenas uma dimensão do problema, sendo a outra a má
gestão dos recursos públicos. No entanto, de acordo com ele, um dos principais
problemas do governo foi resolvido com a reforma da Previdência, que derrubou
os juros de longo prazo. “Já estão a 5% e continuam descendo. Ao contrário do
governo anterior, em que os juros baixos desceram, mas os longos não
acompanharam, porque havia o desequilíbrio fiscal. Dessa vez, como fizemos a
Previdência, demos um horizonte de 25 anos de estabilidade, pelo menos no
controle desses gastos”, disse.
O ministro disse
ainda que o governo tem acelerado as privatizações e o BNDES tem realizado as
devoluções dos recursos aplicados pelo governo federal, no passado recente. “O
BNDES, na linguagem popular, foi pedalado. Pedalaram o BNDES, com quadro
técnico extraordinário, gente espetacular, de ótima qualidade, mas a missão era
estreita: alavancar campeões nacionais, parte da gigantesca máquina de
transferência perversa de renda. No Brasil, quem tem mais poder econômico ou
político captura orçamentos públicos. Os recursos são desviados da finalidade
principal que seria ajudar as populações mais pobres”, apontou.
O ministro negou que
o redirecionamento dos recursos do banco seja contrário aos projetos da
iniciativa privada. “Somos totalmente favoráveis à iniciativa privada. Nada
contra, mas pelas suas próprias pernas. Ninguém pode virar campeão nacional,
bombado pelo governo. Isso é uma na alocação de recursos e principalmente se
depois isso vira dinheiro de campanha para financiar quem o financiou
previamente. Isso é um absurdo. É corrupção no melhor estilo da própria
confissão que foi feita.”

