terça-feira, 3 de dezembro de 2019

COLUNA ESPLANADA DO DIA 03/12/2019


Marinha dá alerta

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini








A Marinha destacou uma tropa para tentar, sem sucesso até agora, detectar e impedir o avanço das manchas de óleo no litoral brasileiro. Em documento (Ofício 34.580) encaminhado à Câmara dos Deputados, ao qual a Coluna teve acesso, a informação é de que, nos últimos três meses, foram mais de 3 mil militares, de “56 Organizações Militares”, distribuídos em 20 navios, dois helicópteros, dois grupamentos de fuzileiros e 28 equipes de inspeção naval. “Apesar de todos os esforços”, pontua o documento, “há grande dificuldade para impedir o avanço do óleo, uma vez que seu movimento é influenciado pelas correntes marítimas... o que dificulta sua prévia detecção”.
Oficial
O documento garante que a Marinha atua no combate ao desastre desde o dia 2 de setembro, quando as primeiras manchas de óleo chegaram ao litoral nordestino.
Inferno no verão
A previsão é de que sejam 40 mil toneladas de óleo à deriva, desprendidas de bloco em alto mar, e que não vão parar de chegar às mesmas praias nos próximos meses.
Frevo de 2020
Segue o frevo para a disputa da Prefeitura do Recife. Marília Arraes (PT), Túlio Gadelha (PDT) e um bolsonarista estão na fila. O PSB quer João Campos, filho do saudoso Eduardo, mas ele não confirma.
Muita calma...
O delegado da Polícia Federal Gastão Shefer Neto ficou famoso quando se envolveu em uma confusão no acampamento pró-Lula da Silva em Curitiba. Vizinho da Superintendência da Polícia Federal, Shefer quebrou o aparelho de som e comprou briga com a militância.
...nessa hora
Ele é conhecido por ter temperamento difícil entre colegas. Hoje, ocupa a chefia de gabinete da Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial no Ministério dos Direitos Humanos. O cargo tem exigido paciência.
Verde & Amarelo
A Medida Provisória 905/19, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro em novembro, para criar o contrato Verde Amarelo e alterar a legislação trabalhista, não tem estimativas de impactos fiscais ou de medidas compensatórias suficientes para assegurar sua “plena neutralidade fiscal”.
Saldo no vermelho
A conclusão está em nota técnica da Consultoria de Orçamento da Câmara. No documento, o consultor Mauro da Costa e Silva aponta que “não foram plenamente observadas na edição da MP as normas orçamentárias e financeiras aplicáveis à esfera federal, em especial da Lei de Responsabilidade fiscal”.
Memória
A MP visa impulsionar contratação de jovens de 18 a 29 anos no mercado de trabalho e está parada à espera da instalação da comissão, para discussão e votação.
Cegueira & Repúdio
Deputados da Comissão de Cultura da Câmara, comandada pelo PT e o PSol, articulam moção de repúdio à nomeação de Sérgio Camargo para a presidência da Fundação Palmares. No requerimento, os partidos informam que “Camargo defende a escravidão como algo que foi benéfico para o país, nega a existência do racismo e da importância estrutural do Movimento Negro, além de atacar símbolos da História afro-brasileira”.
PEC da corrupção
Procuradores apontam que a PEC 48/2019, que prevê transferência direta de recursos de emendas parlamentares para estados, DF e municípios, fragiliza o combate à corrupção. De autoria da presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), e relatada em comissão especial pelo deputado Aécio Neves (PSDB-MG), a proposta passou com folga pela Câmara e pode ser aprovada pelo Senado antes do recesso.
Sinal amarelo
Para os procuradores da Câmara de Combate à Corrupção do MP, a PEC “abranda o controle e a vigilância sobre a execução dos valores, que não mais estariam sujeitos à apreciação de órgãos federais atuantes no combate contra a malversação e desvio de verbas públicas”. Se aprovada pelo Senado e promulgada ainda em 2019, a nova regra entra em vigor já em 2020, ano de eleições municipais.
Esplanadeira
# O advogado Eduardo Grebler tomou posse como cônsul honorário da República da Coreia em Minas Gerais.

TRUMP VAI TAXAR O AÇO E O ALUMÍNIO PRODUZIDO NO BRASIL E EXPORTADO PARA O EEUA


Por que Trump quer taxar o Brasil agora (e a consequência disso)

Ligia Tuon

São Paulo — A declarada aproximação e admiração do governo de Jair Bolsonaro não impediu que o Brasil entrasse no alvo de Donald Trump.



© Alex Wong/Getty Images Bolsonaro e Trump se encontram em Washington. Março de 2019. Foto: Alex Wong/Getty Images)

Em março de 2018, o governo norte-americano anunciou novas tarifas de importação no valor de 25% sobre o aço e de 10% sobre alumínio com base em “segurança nacional”.
Parceiros como Canadá, México e União Europeia foram os mais atingidos. Já em maio, após negociações, Trump se comprometeu em não incluir a Argentina e o Brasil na lista dos países com sobretaxas.
O clima, de forma geral, entre as empresas do setor é de tensão, de acordo com Camila Tapias, advogada da Utumi Advogados, escritório tributário da área.
“A partir do momento que essa tarifa é repassada para o comprador, o produtor nacional perde competitividade. E o americano vai atrás de outros fornecedores mais baratos”, diz ela.
Esse movimento, segundo Tapias, pode ser o suficiente para que o Brasil deixe de ser um dos principais exportadores de aço e alumínio para os EUA. “Sem dúvida isso pode acontecer”, diz.
Segundo a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), as exportações de produtos de alumínio brasileiro aos Estados Unidos pagam sobretaxa desde o início de junho de 2018. De janeiro a outubro, 43% do que o setor de alumínio produziu para exportações foi destinado aos Estados Unidos.
“Esse acerto foi ratificado no ano passado com governo Trump, quando este abriu a possibilidade de substituir a sobretaxa por cotas limitadas de exportação. Na época, optamos pela sobretaxa e seguimos assim desde então.”
O impacto, no entanto, não deve ser sentido de forma significativa nas exportações brasileiras, já que o setor não tem um peso grande na balança comercial, avalia Sérgio Vale, economista chefe da MB Associados.
A exportação de produtos semimanufaturados de aços e ferro para os EUA é 1,2% da exportação total do Brasil. Das exportações do país para os EUA, essa porcentagem é de 9,3%, considerando o acumulado de janeiro a outubro deste ano.
Os setores, por outro lado, que são os principais exportadores desses produtos para os EUA, devem sentir o impacto, e o anúncio não deixa de ser uma ameaça para outros setores, segundo Tapias.
“Se mais setores entrarem nessa represália que, segundo ele, é sobre câmbio, o cenário fica mais preocupante. Querendo ou não, uma eventual queda das exportações podem implicar numa redução de crescimento econômico, redução de geração de empregos etc”, diz Tapias.
Câmbio
A justificativa usada por Trump, de que o Real está artificialmente baixo, já foi utilizada também contra a China mas não faz sentido econômica, de acordo com economistas.
O Real está e deverá continuar estruturalmente fraco nos próximos anos, segundo nota assinada por Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Fibra S/A.
“Além da questão estrutural (relacionada ao equilíbrio macroeconômico: juro real baixo, PIB potencial extremamente baixo e etc.), temos uma série de motivos conjunturais que explicam a fraqueza do Real nos últimos meses: fluxo cambial bastante negativo (mesmo após considerar a substituição de dívida externa por dívida local), maior déficit em conta corrente (de 3% do PIB), piora nos termos de troca, ruídos provocados pelo próprio governo, além, é claro, dos fatores externos (dentre os quais podemos citar a continuidade das incertezas globais relacionadas ao trade war entre EUA e China e em relação à eleição presidencial norte-americana)”, diz.
O mais provável é que a ofensiva esteja relacionada ao contexto político interno dos próprios Estados Unidos. O fechamento comercial e a ideia de que os americanos são colocados para trás por outros países é defendida por Trump desde a campanha eleitoral:
“Me parece claro que essa fala de Trump se enquadra numa jogada para agradar seu eleitorado, os fazendeiros, num contexto em que o presidente perde força em sua batalha contra o impeachment”, diz Vinicius Vieira,  professor de Relações Internacionais da FGV.
Vieira afirma ainda que, historicamente, a questão do câmbio sempre explicou o aumento das exportações desse setor para os Estados Unidos.
“No governo Bush (2001 a 2009), há 16 anos, houve momentos similares. Nosso câmbio estava relativamente elevado e nossos produtos entraram com força no mercado norte-americano. Nesse momento, o governo Bush impôs tarifas mais elevadas na entrada de aço brasileiro”, diz.
Sobre o poder de o governo Bolsonaro de reverter essa sobretaxa, Vieira está pouco otimista. “Se olharmos o histórico, o Brasil não é capaz de reverter essa decisão na conversa. Primeiro, que Brasil e EUA seguem não tendo uma relação próxima. Segundo que os EUA têm mostrado que não apoia o Brasil em momentos como a entrada do país na OCDE e em relação à volta da importação da carne. Não vejo como pode ser diferente agora”, diz.
O presidente Jair Bolsonaro disse em resposta ao tuíte de Trump que iria falar com Paulo Guedes, ministro da Economia e que, se fosse o caso, contataria o presidente dos Estados Unidos.
Veja nota completa da Abal:
Com relação a manifestação do presidente norte-americano, Donald Trump, pelo Twitter, na manhã desta segunda-feira, 02/12, em que afirma querer retomar a sobretaxa às exportações do alumínio brasileiro, a Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), esclarece: desde 1º de junho de 2018, as exportações de produtos de alumínio brasileiro aos Estados Unidos pagam sobretaxa. Esse acerto foi ratificado no ano passado com governo Trump, quando este abriu a possibilidade de substituir a sobretaxa por cotas limitadas de exportação. Na época, optamos pela sobretaxa e seguimos assim desde então.
A ABAL esclarece ainda que, exceto pela manifestação do presidente Trump pelo Twitter, não há nenhuma posição oficial do governo norte-americano em relação ao assunto, que seguimos acompanhando atentamente.
Veja nota completa do Instituto Aço Brasil:
O Instituto Aço Brasil recebe com perplexidade a decisão anunciada hoje (02) pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de restaurar as tarifas de importação de aço e alumínio provenientes do Brasil e da Argentina, sob o argumento de que estes países têm liderado uma desvalorização maciça de suas moedas, e que isso não é bom para os agricultores dos EUA.
O Instituto Aço Brasil reforça que o câmbio no País é livre, não havendo por parte do governo qualquer iniciativa no sentido de desvalorizar artificialmente o Real e a decisão de taxar o aço brasileiro como forma de “compensar” o agricultor americano é uma retaliação ao Brasil, que não condiz com as relações de parceria entre os dois países.
Por último, tal decisão acaba por prejudicar a própria indústria produtora de aço americana, que necessita dos semiacabados exportados pelo Brasil para poder operar as suas usinas.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

  Brasil e Mundo ...