terça-feira, 5 de novembro de 2019

ACABAR A PRISÃO EM SEGUNDA INSTÂNCIA SERÁ O CAOS


Promotores 'linha dura' dizem que fim da prisão em 2ª instância consagrará 'caos'

Estadão Conteúdo







A poucos dias da retomada do julgamento da prisão em 2ª instância, marcada para esta quinta-feira, 7, no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF), os promotores "linha dura" voltam à carga e afirmam que o fim da medida, em vigor desde 2016, vai "consagrar o caos e a impunidade". "A possível mudança de entendimento do STF sobre a prisão após condenação em 2.ª instância implicará a soltura de milhares de condenados, seja por corrupção, seja por delitos violentos, tais como estupro, roubo, homicídio."

Na avaliação do MP Pró-Sociedade, entidade que abriga promotores e procuradores conservadores, o fim de prisão em 2ª instância "se baseia na interpretação equivocada de que o princípio da não culpabilidade seria uma pretensa presunção absoluta de inocência".

"Consagrará o caos e a impunidade, com prejuízos gravíssimos à segurança pública", sustenta MP Pró-Sociedade em documento divulgado após assembleia da entidade, em Florianópolis, de 31 de outubro a 2 de novembro.

O placar no STF está 4 a 3 para manutenção da jurisprudência que a própria Corte consolidou em 2016 - condenados em segundo grau judicial já podem ir para a prisão. A prisão em 2ª instância é artífice da Operação Lava Jato. Condenados por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa foram presos com base nesse entendimento. Ainda restam quatro votos no julgamento do Supremo, inclusive o do presidente do STF, Dias Toffoli.

São 15 enunciados no documento dos promotores linha dura. O enunciado 3 aborda a Lei do Abuso de Autoridade, que intimida promotores, juízes e delegados de polícia.

"A 'Lei do Bandido Feliz', denominada eufemisticamente de Lei do Abuso de Autoridade, destrói a possibilidade de proteção efetiva da sociedade e atinge somente os policiais, promotores/procuradores e juízes que lutam contra a impunidade."

Segundo a entidade, o artigo 478 do atual Código de Processo Penal "é inconstitucional por cercear o direito de defesa da sociedade e das vítimas, enquanto garante liberdade total à defesa do criminoso".

O grupo aborda, ainda, no enunciado 5, outro ponto que os desconforta. "A aprovação do novo projeto de Código de Processo Penal, nos moldes em que está o relatório, violará a defesa das vítimas e da sociedade no Tribunal do Júri e aumentará a impunidade, criando uma verdadeira "Lei do Assassino Solto"."

"Os direitos do criminoso não se podem sobrepor à segurança pública, assim entendida como direito difuso fundamental de toda a sociedade", afirma o documento.

Os promotores abordam, ainda, outras questões, como cotas no funcionalismo, e sugerem. "O Ministério Público deve combater a criação de cotas em razão do sexo no serviço público, por violação ao princípio constitucional da igualdade."

Falam, também, de meio ambiente e de liberdade de expressão. "A verdadeira proteção do meio ambiente não é ideológica e não deve ser usada para limitar as liberdades individuais do ser humano, nem para a abolição gradativa das Soberanias nacionais (Enunciado 13)."

"Liberdade de Expressão é cláusula pétrea da Constituição. O texto original da Constituição não impõe restrições aos membros do Ministério Público e da Magistratura, razão pela qual não podem ser impostas por nenhuma norma (Enunciado 14)."

Por fim, o Enunciado 15. "O artigo 5.º, XVI, da Constituição Federal, garante o direito de reunião e de manifestação pública. Não há diferença entre manifestantes nas ruas com placas e palavras de ordem e manifestantes nas redes sociais com posts e memes. A censura nas redes destina-se apenas a suprimir a liberdade de expressão e manter a espiral do silêncio."

GOVERNO TRUMP DOS EUA VAI DEIXAR O ACÔRDO DE PARIS - AVANÇO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS


Governo Trump notifica ONU e inicia processo para deixar Acordo de Paris

Estadão Conteúdo









O governo dos Estados Unidos notificou a Organização das Nações Unidas (ONU) nesta segunda-feira, 4, sobre a saída de Washington do Acordo de Paris, pacto global para conter o avanço das mudanças climáticas. Esse é o primeiro passo formal do processo, que leva um ano.

A decisão de abandonar o tratado, ratificado por 195 países, já havia sido anunciada em 2017 pelo presidente Donald Trump e foi confirmada pelo secretário de Estado, Mike Pompeo, nesta segunda.

Os Estados Unidos, maiores emissores de gases-estufa do planeta, podem se tornar o primeiro país a sair do tratado. Pelos termos do documento, a saída do Acordo de Paris seria possível apenas três anos após o tratado entrar em vigor. Embora o pacto tenha sido firmado em 2015, ele passou a valer apenas no ano seguinte.

"O presidente Trump tomou a decisão de sair do Acordo de Paris por causa da carga econômica injusta imposta aos trabalhadores, às empresas e aos contribuintes americanos por promessas dos Estados Unidos feitas em virtude do acordo", defendeu Pompeo. A decisão é alvo de críticas das comunidades científica e ambientalista.

Antecessor de Trump, o ex-presidente Barack Obama assinou o acordo prometendo um corte de 26%-28% nas emissões dos Estados Unidos até 2025, tomando referência os níveis de 2005. Na campanha presidencial, em 2016, Trump prometeu não seguir essa promessa e negou os efeitos do aquecimento global.

Governo Bolsonaro desconfia de aquecimento global, mas diz que ficará no tratado

A próxima Cúpula do Clima será realizada em Madri entre 2 e 13 de dezembro, após a desistência de Santiago em receber o evento em meio à onda de protestos nas ruas. Antes, a previsão era de que a conferência fosse realizada no Brasil, mas o governo federal desistiu a pedido do presidente Jair Bolsonaro.

Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, são críticos à pressão internacional por ações contra as mudanças climáticas e já questionaram a real existência do aquecimento global. Ainda em janeiro, porém, o presidente disse que, "por ora", o Brasil iria permanecer no Acordo de Paris.

A ideia de abandonar o tratado preocupa ambientalistas e cientistas. Essa possibilidade também deixou em alerta o setor agropecuário, que teme retaliações de parceiros econômicos, como a União Europeia, caso haja afrouxamento dos compromissos ambientais.

BOLSONARO E GUEDES ENTREGAM HOJE NO SENADO MAIS REFORMAS


Bolsonaro e Guedes vão ao Congresso propor novas reformas

Agência Brasil








O presidente Jair Bolsonaro é aguardado nesta terça-feira, (5), às 11h, no Senado para a entrega de propostas das próximas reformas que o governo quer ver aprovadas.
O esforço é uma sequência à aprovação da reforma da Previdência, ocorrida no fim de outubro. Além de Bolsonaro, o ministro da Casa Civil, Oxyx Lorenzoni, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, deverão acompanhar o presidente.
Bolsonaro e seus ministros serão recebidos pelo presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (DEM-AP), no gabinete da presidência do Senado. Após a entrega das propostas, está prevista uma entrevista coletiva para detalhar as ações do governo. A presença de Alcolumbre na coletiva está confirmada. A assessoria do Palácio do Planalto, no entanto, não confirmou se Bolsonaro também falará com a imprensa.
O governo apresentará três propostas de emenda à Constituição (PEC). A primeira PEC traz gatilhos que elevam o controle fiscal para conter o avanço de gastos obrigatórios, principalmente com funcionalismo e benefícios sociais.
A segunda proposta traz uma espécie de regra de ouro para os estados, um instrumento que proíbe o endividamento público para pagar as despesas correntes, como os salários do funcionalismo público, benefícios de aposentadoria, contas de luz e outros custeios.
A terceira PEC vai propor ampla revisão dos fundos constitucionais e infraconstitucionais.
Hoje, são 260 fundos desse tipo. O governo ainda pode apresentar uma quarta PEC, a da reforma administrativa. Essa proposta alteraria as regras do serviço público, como a estabilidade, por exemplo.
O presidente eleito da República, Jair Bolsonaro, afirmou que "está empenhado" nas negociações para a aprovação da reforma da Previdência. De acordo com ele, serão realizadas nesta quarta-feira (7), e, na quinta-feira (8), reuniões com integrantes do Congresso que estão tratando do tema, para verificar se podem ser apressadas questões relativas a este tema, inclusive por meio de lei ordinária ou complementar.

Bolsonaro não revelou com quem serão as reuniões e fez questão de tentar desfazer o mal-estar criado pela afirmação do seu futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, que disse que precisava dar "uma prensa" no Congresso para aprovar a Previdência. "A palavra não é prensa. É convencimento", tentou amenizar, lembrando os parlamentares são independentes e não são movidos a pressão. "Ninguém vai pressionar parlamentar. Nos vamos é tentar convencê-los", avisou.

Depois de dizer que reconhece que a sua participação nessas negociações é fundamental, Bolsonaro emendou: "Lógico que vou me empenhar e já estou me empenhando."

Ele salientou que também vai conversar sobre a tramitação deste tema no Congresso com o presidente da República, Michel Temer, no encontro da tarde desta quarta, além de se reunir com alguns deputados, mas disse que eles pediram sigilo.

"De hoje para amanhã estarei com alguns parlamentares que estão participando desse trabalho e alguns deles me disseram que tem propostas via lei ordinária, lei complementar, que dá para um avanço. O que queremos é votar alguma coisa quanto antes", declarou Bolsonaro, acrescentando que semana que vem, deve voltar a Brasília, para prosseguir nas negociações.

Para Bolsonaro, não é problema se desgastar para brigar pela reforma da Previdência, agora. "Obviamente é um desgaste votar reforma da Previdência. Mas eu não vou me furtar desse compromisso. Eu vim candidato e sabia que teremos muitos problemas pela frente", declarou ele.

E brincou: "Não é só felicidade e lua-de-mel. O casamento começou muito antes da data marcada, que é primeiro de janeiro."

Na opinião do presidente eleito, se conseguirem aprovar algo agora, não será vitória dele, Bolsonaro, "seria vitória do Brasil". Segundo ele, "só podemos avançar na área econômica se fizermos essa reforma da previdência".

Perguntado sobre a questão da reforma dos militares, ele lembrou que esta e outras carreiras têm suas especificidades.

Ao explicar a afirmação de Paulo Guedes, sobre dar uma prensa no Congresso, Bolsonaro tentou justificar: "Não tem prensa. O que acontece com alguns do meu lado é que não tem a vivência política. Eu apesar de ter, levo, tantas vezes, cascudo de vocês. Imagina quem não tem essa experiência. A palavra não é prensa, é convencimento."

Independência Banco Central

Ao ser questionado se irá tentar votar projeto de independência do Banco Central ainda este ano, o presidente eleito disse que não estudou isso ainda. "Está com Paulo Guedes", avisou ele.

"Eu coloquei na mesa os problemas que vejo no Brasil na área econômica. Ele (Guedes) falou que tem como resolver e passa pela independência do BC. O que a gente quer, obviamente, é inflação baixa, juros baixos, dólar compatível, que se comece a pagar dívida interna ou pelo menos que ela não cresça. Querermos diminuir a carga tributária também e ele disse que é possível, desde que certas medidas sejam tomadas", comentou Bolsonaro, acrescentando que uma das medidas passa pela independência política do Banco Central.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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