quarta-feira, 16 de outubro de 2019

TENSÃO NA CATALUNHA APÓS CONDENAÇÃO DE LÍDERES SEPARATISTAS


Segundo dia de tensão na Catalunha após condenação de líderes separatistas
afp.com 

 

© Kenzo Tribouillard Um ativista da independência da Catalunha protesta em Bruxelas, em 15 de outubro de 2019

Manifestantes separatistas catalães entraram em confronto nesta terça-feira (15) com a polícia pelo segundo dia consecutivo de protestos contra a condenação de nove líderes do movimento a penas de até 13 anos de prisão por seu envolvimento na frustrada tentativa de secessão de 2017.
No fim da tarde, grupos que lutam pela independência da Catalunha realizaram manifestações com velas diante de prédios do governo espanhol nas principais cidades da região
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Em Barcelona, num ato que reuniu cerca de 40 mil pessoas, segundo autoridades locais, a polícia avançou contra centenas de manifestantes, entre eles muitos jovens com os rostos escondidos por lenços e máscaras, que responderam lançando garrafas, pedras e sinalizadores, além de acenderem fogueiras diante de um cordão de isolamento formado por agentes de segurança na frente de um prédio do governo central, constatou um jornalista da AFP.



© Pau Barrena Manifestantes enfrentam a polícia diante do aeroporto El Prat em Barcelona, no dia 14 de outubro de 2019

A emissora de TV regional exibiu também uma ação da polícia contra os separatistas que participavam de um protesto em Tarragona, 100 km ao sudoeste de Barcelona.
Antes, os manifestantes bloquearam ferrovias e várias estradas, entre elas a AP-7 que liga Espanha à França e a A-2, entre Barcelona e Madri.
"Não há como parar a mobilização, ela vai continuar", advertiu Javier Martínez, um bancário de 60 anos no protesto de Barcelona. "É necessário forçar para que se tenha um diálogo e que o Estado venha conversar", acrescentou.

© Josep Lago Uma manifestante protege o rosto da espuma de um extintor diante de um policial no aeroporto El Prat em Barcelona, no dia 14 de outubro de 2019

"Agora mesmo não vejo possível um referendo mas, para isso, temos que ir às ruas para que possa ocorrer", declarou Gemma Gelpí, com cerca de 60 anos, que também estava no protesto.
- Inspirados em Hong Kong -
Na véspera, a misteriosa associação Tsunami Democrático fez uma convocação para paralisar o aeroporto de Barcelona.
Seguindo o exemplo dos manifestantes pró-democracia de Hong Kong, cerca de 10 mil pessoas segundo o governo espanhol foram no início da noite para o aeroporto tentar bloquear os acessos ao terminal.
Durante horas foram registrados confrontos com a segurança do local, que avançou contra a multidão disparando balas de borracha e espuma.
Mais de cem voos foram cancelados, muitos passageiros não puderam desembarcar e centenas deles passaram a noite no aeroporto, segundo a entidade gestora do serviço aeroportuário espanhol (Aena). Os efeitos duraram até a tarde desta terça, com 45 voos cancelados.
Pelo menos 115 pessoas necessitaram de atendimento médico no aeroporto, entre elas um manifestante que perdeu a visão de um olho por conta de um ferimento "compatível" com o provocado por uma bala de borracha, de acordo com fontes da área da saúde.
Para esta quarta estão previstos novos atos de protesto em diferentes pontos da região, que devem culminar com uma grande passeata prevista para sexta-feira em Barcelona, no mesmo dia para o qual foi convocada uma "greve geral".
"As sentenças abrem um novo ciclo político", disse à AFP o presidente do Parlamento regional, o separatista Roger Torrent.
Nesta etapa, o separatismo deve criar as condições "para que o Estado não tenha mais escolha além de sentar-se numa mesa de diálogo", acrescentou.
- Horizonte de semiliberdade -
Após quatro meses de julgamento e outros quatro de deliberação, os juízes do Supremo Tribunal decretaram penas de prisão de 9 a 13 anos para nove acusados na tentativa de secessão de outubro de 2017.
O ex-vice-presidente regional catalão Oriol Junqueras recebeu uma pena de 13 anos de prisão, a maior sentença contra os separatistas processados.
Três antigos conselheiros (ministros regionais) foram condenados a 12 anos; outros dois ex-conselheiros a 10 anos e meio; a ex-presidente do Parlamento regional a 11 anos e meio, e dois líderes do ativismo separatista a nove anos.
Além disso, após a condenação, a promotoria emitiu um novo mandado de prisão por sedição e peculato com base nos mesmos crimes contra o ex-presidente regional Carles Puigdemont, que fugiu para a Bélgica após a tentativa de secessão.
O principal tribunal espanhol considerou que o referendo ilegal de 1º de outubro de 2017 e a posterior declaração de independência corresponderam a um movimento para impedir a aplicação das decisões judiciais e da lei.
Perto das eleições legislativas previstas para 10 de novembro, o governo do primeiro-ministro Pedro Sánchez mostrou firmeza diante dos separatistas.
Segundo Sánchez, as penas serão cumpridas integralmente, enquanto o ministro do Interior, Fernando Grande-Marlaska, descartou qualquer tipo de indulto.
Apesar disso, a lei prevê a possibilidade de liberdade em poucos meses para os dois ativistas, Jordi Sánchez e Jordi Cuixart. Esta decisão depende da administração regional, nas mãos dos separatistas.
- Batalha pela opinião pública -
O anúncio das sentenças abriu uma guerra nos veículos de comunicação entre o governo espanhol e as autoridades regionais.
O ministro de Exteriores, o catalão Josep Borrell, que tem bom trânsito com as autoridades da União Europeia, denunciou a "atitude totalitária" do governo separatista, que "pensa que os catalães são apenas aqueles que seguem suas ideias".
Segundo uma pesquisa publicada em julho por um instituto ligado ao governo catalão, 44% dos catalães querem a independência, enquanto 48,3% são contrários à iniciativa.
Após visitar alguns dos líderes detidos, o presidente regional, Quim Torra, classificou o julgamento de "pantomima" e convocou pessoalmente a população para as manifestações.

VIAGEM DO PRESIDENTE BOLSONARO À ÁSIA E ORIENTE MÉDIO


Bolsonaro vai à Ásia buscar investimentos e prestigiar monarca japonês

Maurício Ferro 



           © Isac Nóbrega/PR Presidente Jair Bolsonaro embarca para a Ásia no domingo (20.out.2019)

A uma semana da viagem à Ásia e ao Oriente Médio, o presidente Jair Bolsonaro ainda não tem 1 cronograma fechado com as atividades que participará. O Secretário de Negociações Bilaterais na Ásia, Pacífico e Rússia, embaixador Reinaldo José de Almeida Salgado, falou nesta 3ª feira (15.out.2019) sobre a ida do presidente ao Japão e à China, a partir do dia 22 deste mês. No entanto, não soube confirmar alguns horários nem se realmente vão acontecer determinadas agendas, como encontro bilateral entre Bolsonaro e o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe.

O Japão será a 1ª parada de Bolsonaro. A visita agendada para os dias 22 e 23 está relacionada, principalmente, à entronização do novo imperador japonês. O evento marca a ascensão de 1 novo monarca. Os compromissos formais até agora são:
  • 22.out, às 13h – Cerimônia de entronização do Imperador;
  • 22.out, às 19h20 – Banquete imperial da cerimônia de entronização;
  • 23.out, às 18h – Jantar oferecido pelo primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, aos representantes estrangeiros.
Bolsonaro será o 2º presidente brasileiro a comparecer a uma entronização. O ex-presidente Fernando Collor assistiu à cerimônia do imperador Akihito, em novembro de 1990.
Este ano terá a 1ª troca no Trono do Crisântemo –que tem mais de 2.000 anos. Foi criado em 660 a.C. pelo imperador Jimmu. Jair Bolsonaro vai assistir à cerimônia de entronização de Naruhito, filho de Akihito.
COMPROMISSOS NO JAPÃO
O embaixador Reinaldo Salgado disse que Bolsonaro e Shinzo Abe devem ter 1 encontro bilateral, embora o compromisso não esteja confirmado oficialmente. Seria a 3ª reunião dos 2 neste ano.
Salgado também disse que o presidente brasileiro pode encontrar o grupo de notáveis japoneses –formado por CEOs de grandes empresas. A Toyota, por exemplo, faz parte.
Bolsonaro ainda deve fazer visita a integrantes da comunidade brasileira no Japão, que é a 3ª maior do Brasil no exterior. Mais de 200 mil moram lá. Por aqui, os descendentes de japoneses são mais de 2 milhões.
O embaixador Salgado disse que existe a possibilidade de Bolsonaro se encontrar com outros chefes de Estado quando estiver no Japão. No entanto, como a lista de autoridades presentes “foi guardada com muito zelo” pelos japoneses, não é possível assegurar com quem o presidente brasileiro pode se reunir.
“É possível que o presidente da República encontre outros presidentes, mas isso ainda não está definido. (…) Eles estarão com o mesmo problema que nós: sem saber quem vai. Existe dificuldade em pedir uma hora sem saber se esse alguém vai ou não”, disse.
Questionado se alguém teria pedido para ver Bolsonaro, primeiro o embaixador disse que não. Depois, foi corrigido e afirmou que o primeiro-ministro da República Tcheca pediu uma agenda. Não foi dito se a agenda vai realmente acontecer.


© Fornecido por Poder360 Jornalismo e Comunicação S/S LTDA.

CHINA
A visita à China ocorre nos dias 24 e 25, a convite do presidente chinês, Xi Jinping, que virá ao Brasil 20 dias depois para participar da cúpula do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Sobre a ida de Bolsonaro à China, Salgado disse que “a parte mais oficial de encontros deverá ser na tarde da 6ª feira (25.out.2019)”. De acordo com o embaixador, a agenda no dia 24 –quando o presidente desembarca no país– ainda “está em discussão.”
Já no dia 25, haverá “1 grande evento empresarial” promovido pela Apex (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) Ministros brasileiros, como Ernesto Araújo (Relações Exteriores), Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Tereza Cristina (Agricultura) darão palestras. Se for, o ministro Paulo Guedes (Economia) também falará.
FOCO NO COMÉRCIO
Diferentemente da viagem ao Japão, cujo objetivo está mais direcionado à cerimônia do novo imperador, Salgado afirmou que os objetivos da visita à China são focados no comércio e podem ser divididos em “3 grandes áreas”:
  • Ampliação das exportações;
  • Atração de investimentos “dentro das prioridades nacionais”;
  • Melhor aproveitamento de “potencialidades da cooperação de ciência, tecnologia e inovação”.
O embaixador confirmou que Bolsonaro vai se encontrar com o presidente da Assembleia Popular da China, Li Zhanshu, com o primeiro-ministro daquele país, Li Keqiang, e com o presidente Xi Jinping. Serão assinados “alguns atos”, que não foram detalhados. Os horários dos encontros também não foram especificados.
“Existe uma série de atos. (…) Essa visita foi confirmada no mês de agosto, 1 tempo relativamente pequeno. Mas acho que a gente terá 1 conjunto de atos bastante robusto, e 1 conjunto de atos que aponta na direção que falei”, afirmou.
MAIS VIAGENS
A viagem do presidente Jair Bolsonaro não se restringe ao Japão e à China. Ele passará também pelo Qatar, pelos Emirados Árabes e pela Arábia Saudita. Só retorna ao Brasil no dia 31.
No Oriente Médio, o governo também deve focar no fortalecimento comercial. Em 2018, a balança comercial brasileira com os 22 países que compõem a Liga Árabe foi positiva em US$ 3,9 bilhões.
Bolsonaro foi criticado pelos árabes no início do ano por afirmar ter a intenção de transferir a embaixada brasileira em Israel –de Tel Aviv para Jerusalém. Os Estados Unidos fizeram isso, mas o presidente brasileiro recuou. No final, decidiu pela abertura de 1 escritório em Jerusalém como saída diplomática.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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