terça-feira, 15 de outubro de 2019

ENTRADA DO BRASIL NA OCDE SERÁ NO ANO QUE VEM.


A briga entre EUA e Europa por trás de polêmica sobre Brasil na OCDE
 
© Getty Images Apesar da ausência do Brasil em carta americana na OCDE, Trump reiterou apoio à entrada brasileira na entidade


Por trás das polêmicas nas redes sociais sobre o apoio dos Estados Unidos à entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), há uma queda de braço entre americanos e europeus que se arrasta há meses sobre como deve ser o processo de ampliação da entidade, que envolve atualmente seis países. Daí o impasse em relação à candidatura brasileira.

A polêmica sobre o apoio ao Brasil surgiu na quinta-feira, após a agência Bloomberg ter revelado que o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, em uma carta enviada ao secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, em 28 de agosto, afirmou que seu país apoia apenas as candidaturas da Argentina e da Romênia. Segundo a Bloomberg, Pompeo rejeitou o pedido para discutir uma nova ampliação da OCDE.
"Os EUA continuam a preferir a ampliação a um ritmo contido que leve em conta a necessidade de pressionar por planos de governança e sucessão", dizia a carta enviada por Pompeo à OCDE.
A publicação de reportagens, análises e textos opinativos na mídia brasileira afirmando que os Estados Unidos negaram apoio ao ingresso do Brasil na OCDE, apesar da promessa feita pelo presidente Donald Trump em março, levaram as autoridades americanas a reagir rapidamente e reiterar que endossam a candidatura brasileira à organização com sede em Paris.
"A declaração conjunta divulgada com o presidente Bolsonaro em março deixa absolutamente claro que apoio o Brasil no início do processo de adesão plena à OCDE. Os Estados Unidos defendem essa declaração e defendem Jair Bolsonaro. Este artigo é notícia falsa!", escreveu Trump no Twitter em relação ao texto da Bloomberg.
O secretário de Estado americano também publicou um tuíte afirmando que "os Estados Unidos são apoiadores entusiastas do ingresso do Brasil nessa importante instituição" e acrescentou que seu país fará "um forte esforço" para apoiar a entrada.
Recuo americano ou movimento esperado?
Nas redes sociais, houve discussões sobre o suposto recuo da posição americana e o possível revés sofrido pelo governo brasileiro, que ofereceu contrapartidas durante a viagem de Bolsonaro aos EUA em março. Também não faltaram memes ironizando a situação.
Uma das medidas adotadas pelo Brasil foi abrir mão do status de nação em desenvolvimento na Organização Mundial do Comércio (OMC), que garante benefícios como regras mais flexíveis. Especialistas citam também outras medidas, como a concessão aos EUA da exploração da base espacial de Alcântara, no Maranhão, e a isenção de vistos para turistas do país sem reciprocidade para brasileiros.
Os defensores da iniciativa brasileira argumentam que a adesão à OCDE pode favorecer investimentos internacionais e as exportações, aumentar a confiança dos investidores e das empresas e ainda melhorar a imagem do país no exterior, favorecendo o diálogo com economias desenvolvidas.



© Alan Santos/PR Bolsonaro fez uma série de concessões para atrair apoio americano, como abdicar de status especial na OMC 


A OCDE, atualmente com 36 países, é um fórum internacional que promove políticas públicas, realiza estudos e auxilia no desenvolvimento de seus membros, fomentando ações voltadas para a estabilidade financeira e para fortalecer a economia global.
Apesar das novas mensagens de pleno apoio de autoridades americanas à entrada do Brasil na OCDE, na prática os Estados Unidos não estão dispostos, pelo menos no momento, a mudar sua posição em relação à ampliação da organização, que reúne 36 países. Mesmo que isso dificulte o lançamento da candidatura do Brasil, que continua sem prazo previsto.
Atualmente, seis países solicitaram adesão à OCDE, conhecida como "clube dos ricos": Argentina, Romênia, Brasil, Peru, Bulgária e Croácia.
A candidatura do Brasil se encontra em meio a uma disputa entre americanos, que defendem a expansão da OCDE "em ritmo moderado", e europeus, que querem discutir todas as seis candidaturas, uma forma de garantir que haja a contrapartida da escolha de um país do bloco para cada candidato não europeu selecionado.
Segundo um diplomata, ouvido sob condição de anonimato, o Brasil se encontra em uma situação "curiosa": o país tem o apoio de todos os membros da organização, mas o processo não avança porque não se consegue chegar a uma decisão sobre todas as candidaturas.
Os Estados Unidos, diz ele, têm questionado até que ponto a expansão da OCDE deve ser feita. Na visão americana, uma organização muito ampla dificultaria a tomada de decisões.
A prioridade para os EUA não é expandir a OCDE, mas sim discutir qual caminho a entidade deve tomar, como indica a nota da embaixada americana no Brasil, divulgado após a reportagem da Bloomberg, que retoma o teor da carta enviada por Pompeo.
O comunicado menciona o apoio a uma expansão "a um ritmo controlado que leve em conta a necessidade de pressionar as reformas de governança e o planejamento da sucessão" na organização.
De acordo com fontes ouvidas pela BBC News Brasil, os Estados Unidos chegaram a propor a realização de uma avaliação externa da OCDE, que não teria ocorrido justamente por falta de consenso em relação ao escopo dessa análise.


© Alan Santos/PR O Brasil solicitou a adesão à OCDE em 2017; Argentina fez o pedido um ano antes

Um europeu para cada não europeu
Os Estados Unidos, afirma um diplomata, também rejeitam a ideia de um paralelismo na ampliação da OCDE, defendida pelos europeus, ou seja, quando um país não europeu ingressa na organização, um europeu também deve entrar, como vem ocorrendo nas últimas adesões.
Desde 2010, seis novos países entraram na organização: Chile, Israel, Estônia, Eslovênia, Letônia e Lituânia. Os próximos membros serão a Colômbia, cuja adesão, já aprovada, é iminente, e a Costa Rica, que iniciou as discussões em 2015. Com esses dois futuros novos membros, serão quatro europeus e quatro não europeus.
Esse processo passou a ser adotado após a entrada, de uma só vez, de dez países na União Europeia, em 2004. Na época, os europeus queriam que todos os novos países do bloco se tornassem membros da OCDE, o que gerou críticas por parte de não europeus, que alegaram já ter muitos países do continente na organização.
O Brasil solicitou a adesão à OCDE em 2017. A Argentina fez o pedido um ano antes.
Na reunião ministerial anual da OCDE, em maio, os Estados Unidos oficializaram em Paris apoio à entrada do Brasil na organização. A partir disso, o secretário-geral da organização, Angel Gurría, elaborou um plano, que previa a ampliação da OCDE com seis países, com um cronograma para o início das negociações de adesão.



© Ministério da Defesa Uma das concessões brasileiras envolve também permissão de uso americano da base de Alcântara

A candidatura da Argentina seria formalizada agora; a da Romênia em dezembro; a do Brasil em maio de 2020; a do Peru em dezembro de 2020, a da Bulgária em maio de 2021 e a da Croácia ficaria para depois.
Foi em resposta a esse plano que o secretário de Estado americano afirmou, na carta enviada a Gurría em 28 de agosto, que os Estados Unidos apoiam apenas as candidaturas da Argentina e da Romênia.
A proposta americana de endossar somente dois países, sem nem mencionar os demais, foi rejeitada pelos europeus. "Na realidade, hoje, nenhum dos processos está começando", diz uma fonte que acompanha as discussões.
Na avaliação de um diplomata brasileiro, os americanos, seguindo a visão de uma expansão gradual, não mencionaram o Brasil e os demais países na carta ao secretário-geral da OCDE, para que isso não configurasse o adiantamento de um compromisso, como uma nota promissória.
Essa omissão dos Estados Unidos é "frustrante", diz ele, mas segue a lógica americana "de ir aos poucos". Ele afirma que o conselho da OCDE se reúne todos os meses e que a situação pode mudar rapidamente.
"Mas no momento é uma situação de impasse. Precisamos ver como vai evoluir", acrescenta.

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

MEGA LEILÃO DO PRÉ-SAL OCORRERÁ EM DEZEMBRO/2019


O megaleilão de R$ 112 bilhões

Carlos José Marques 




                                                                   © Divulgação Petrobras


Já desponta como a mais promissora notícia deste primeiro ano de Governo o megaleilão do excedente da cessão onerosa do petróleo do pré-sal, que deve ocorrer no mês que vem, com previsão de arrecadação na casa de R$ 112 bilhões. Será, em se confirmando, um resultado tão extraordinário que pode significar a redenção orçamentária do Estado. O Tribunal de Contas da União acaba de aprovar um acórdão com determinações relacionadas à operação. Foi o primeiro e importante passo, definido pelo secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, como “um passo histórico”.
Tamanho marco econômico deve impactar fortemente os resultados de emprego e renda mais adiante e significar uma guinada positiva para a retomada da economia. O objetivo declarado do ministro Paulo Guedes, que está à frente da empreitada, é “desentupir” o mercado de óleo e gás, ao mesmo tempo em que reduz a participação da estatal Petrobras nos processos de exploração e extração. Ao final e ao cabo, procura-se atrair empresas privadas de diversos países gerando, por tabela, maior arrecadação de recursos aos cofres públicos.
A expectativa do Executivo é de receber o dinheiro ainda em dezembro, “cash”. Sem o aval do TCU que saiu agora, o leilão não poderia ir adiante, nem avançar nas demais fases de definição. O endosso dado na quarta-feira 9 permite maior segurança jurídica aos players interessados e aumenta a atratividade das áreas disponíveis para compra. No Senado, se discutiu um modelo de partilha do bolo arrecadado. Serão 67% para a União, 15% para os estados, 15% para os municípios e 3% adicionais para o Rio de Janeiro, que é o produtor. Ainda existem alguns conflitos sobre esses percentuais.
Deputados querem rever as participações. Há uma espécie de guerra de posições entre as duas casas congressuais. No entender da Câmara, a União deve ficar com menos do que o sugerido pelo Senado. Serão oferecidos quatro blocos e, do total arrecadado, um montante da ordem de R$ 33,6 bilhões serão repassados diretamente à Petrobras. Uma das determinações do acórdão firmado pelo TCU é que, no caso de o leilão não alcançar o sucesso almejado — deixando de fora alguma área que será disponibilizada — a estatal Pré-Sal Petróleo (PPSA) seja responsável por dar sequência aos procedimentos necessários, identificando e delimitando as partes que caberão à União nas respectivas jazidas.
A estatal PPSA ainda está em vias de formatação. Orçamento para o seu pleno funcionamento também vem sendo discutido. O TCU quer acompanhar todas as fases, como essa, que antecedem o leilão marcado para o dia 6 de novembro. No calendário governamental não há nada mais importante no momento. Superando inclusive o tema da reforma da Previdência.

ENDIVIDAMENTO DAS EMPRESAS COM O GOVERNO FEDERAL


Endividamento de empresas com o governo atinge R$ 2,4 trilhões




© Sérgio Lima 45% do montante devido são considerados irrecuperáveis, segundo a PGFN


Dados da PGFN (Procuradoria Geral da Fazenda Nacional) mostram que o endividamento das empresas com o governo cresceu 84% de 2013 até agosto de 2019. O montante já chega a R$ 2,4 trilhões.
As informações são do jornal O Globo e foram publicadas nesta 2ª feira (14.out.2019).
De acordo com o jornal, 45% do montante devido são considerados irrecuperáveis pela própria PGFN. Muitas empresas vão à falência e não tem condições de pagar pela regularização dos débitos. Também há companhias que usam estratégias fraudulentas para não pagar as dívidas.
Atualmente, 4,6 milhões de empresas e pessoas físicas estão na lista suja. Eis infográfico que mostra o processo de inscrição no programa da Dívida Ativa da União:




© Reprodução/Receita Federal

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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