terça-feira, 3 de setembro de 2019

O VICE-PRESIDENTE GENERAL MOURÃO FALA SOBRE VÁRIOS ASSUNTOS


Mourão diz que objetivo principal do governo é a reforma tributária

Agência Brasil







Mourão se manifestou favorável ao imposto com valor agregado

O vice-presidente Hamilton Mourão disse, nesta sexta-feira (30), que o objetivo principal do governo é a reforma tributária. Os contribuintes, segundo Mourão, pagam o equivalente a 33% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país) em impostos, em um sistema caótico, que enfrenta cerca de R$ 450 bilhões de evasão e sonegação. “O objetivo, agora, o ataque principal do governo do presidente [Jair] Bolsonaro, é a reforma tributária. Temos que regulamentar e desburocratizar”, defendeu em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Mourão se manifestou favorável ao imposto com valor agregado, mesmo reconhecendo que há dificuldade para se resolver uma legislação que agrade a todos os estados da federação. “A ideia geral é o imposto de valor agregado. Há a questão dos estados, a legislação é complicada”, disse, lembrando que há 5.700 legislações diferentes na União, estados e municípios.
O vice-presidente defendeu a desvinculação do Orçamento da União, diante da dificuldade do governo federal em seguir a lei orçamentária com receitas vinculadas, que representam aumentos de gastos, como o pagamento de pessoal reajustado em acordos realizados no passado, e as despesas previdenciárias, que aumentam em ritmo maior que a receita. Mourão lembrou ainda que existem as obrigações com a saúde e a educação.
“Vai comprimir os gastos discricionários, que é onde está o custeio da máquina pública e, principalmente, o investimento que o estado pode colocar na economia. Estamos hoje no sexto ano no vermelho, com um déficit previsto de R$ 139 bilhões, com um orçamento que tinha sido calculado para um crescimento de 2,5%, e não estamos crescendo isso, ou seja, estamos arrecadando menos”, disse, acrescentando que o governo está em dificuldade para fechar o ano.
Ajuste fiscal
Mourão disse que é preciso botar o Brasil nos trilhos, “e para isso tem duas colunas básicas: o ajuste fiscal com o equilíbrio entre receita e despesa e a produtividade. Essa é a nossa luta para equilibrar as contas públicas. O horizonte é de três ou quatro anos para zerar o deficit”. O governo, ainda segundo Mourão, conta também para o ajuste fiscal com a privatização de empresas e a concessão de serviços.
“O Brasil está cheio de ofertas. Temos rodovias, portos, hidrovias, ferrovias para destravar esse nosso gargalo logístico”.
Ainda para resolver a questão fiscal, o vice-presidente voltou a pregar a modernização do Estado, com redução no número de servidores. “Não vamos tomar decisão radical de demitir as pessoas, mas estamos vendo que nos próximos quatro ou cinco anos em torno de 40% do funcionalismo público vai se aposentar e não vai ser substituído. Não vamos fazer novos concursos. Vamos remanejar o que puder ser remanejado. Tem área com bastante gente. Tem áreas ociosas. Isso vai necessitar a ajuda do Congresso por causa do problema de planos de carreira e etc e tal, mas é a solução que temos que buscar. É uma solução menos traumática para quem está no serviço publico”, disse.
Cabotagem
Mourão defendeu mais investimentos na navegação de cabotagem, que, para ele, é muito reduzida diante da sua potencialidade. “Quase 7,5 mil quilômetros de costa e uma navegação de cabotagem desse tamaninho. Uma das tarefas primordiais do nosso governo é colocar a navegação de cabotagem novamente em funcionamento. Não é possível que a gente transporte uma carga do Rio Grande do Sul para o Rio Grande do Norte no lombo de um caminhão”, disse, acrescentando que esse é um dos aspectos das dificuldades de infraestrutura logística do país.
Queimadas
Para o vice-presidente, a questão das queimadas na Amazônia tomou as proporções atuais porque não houve informação adequada. “A primeira coisa que tem que ficar clara para todos é que temos que difundir e informar melhor. Existe uma diferença entre o que é a Amazônia Legal e o que é o Bioma Amazônico”, disse.
Mourão ressaltou o comportamento climático da região. “Como existe anualmente o sete de setembro, sempre nesse período do ano existem as queimadas entre agosto e outubro, por causa da questão cultural dos produtores do local como forma de limpar o campo”. Para resolver a situação, disse que é preciso levar assistência técnica e novas tecnologias a esses produtores.
De acordo com Mourão, apenas 7% do território brasileiro são utilizados para a agropecuária, e um terço da extensão territorial é de área protegida, e 2,6 milhões de quilômetros quadrados englobam áreas de proteção ambiental e de indígenas.
Mourão disse que o país tem uma legislação avançada de preservação. “Temos essa legislação avançada e temos capacidade, com o que temos de áreas hoje disponíveis, de produzir mais. Esses dados têm que ser colocados para o mundo de forma coerente e não aceitar ingerências outras em cima da gente. O presidente francês enfrenta problemas internos. O acordo Mercosul e União Europeia atinge um dos lobbies maiores que existem na França, que são os agricultores”.
O vice-presidente Hamilton Mourão vai no dia 7 de setembro para Londres. A pedido do presidente Jair Bolsonaro, ele intermediará os entendimentos comerciais entre o Brasil e o Reino Unido, com o novo governo. Para Mourão, a saída do Reino Unido do bloco da União Europeia, o Brexit, pode oferecer excelentes oportunidades para o comércio exterior brasileiro.
“Todos aqueles que estão afinados e com essa visão de mundo têm que começar a pensar como lidar com esse novo governo. Já fui encarregado pelo presidente Bolsonaro. No dia 7 de setembro estou indo a Londres para já estabelecer os primeiros contatos com o novo governo inglês e iniciarmos esse trabalho de aproximação extremamente importante”, disse em palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).
Boris Johnson
Ex-ministro do Exterior britânico, Boris Johnson foi eleito como sucessor da premiê Theresa May na liderança do Partido Conservador e, por consequência, assumiu a chefia do governo do país.
Durante a campanha, Johnson prometeu obter sucesso nos pontos em que May falhou e levar o Reino Unido para fora da União Europeia (UE) em 31 de outubro, com ou sem acordo.
May renunciou em 7 de junho deste ano, depois que o Parlamento britânico rejeitou repetidamente o acordo de retirada da UE que ela acertou com o bloco europeu. Johnson insiste que conseguirá levar a UE à renegociação do pacto do Brexit – algo que o bloco insiste que não fará –, caso contrário, ele diz estar disposto a retirar os britânicos da UE "aconteça o que acontecer".
Nesta quarta-feira (28), o governo do primeiro-ministro britânico obteve autorização da rainha Elizabeth II para suspender as atividades do Parlamento do Reino Unido por cinco semanas. A manobra é vista como uma tentativa de bloquear esforços de deputados que não desejam a saída do país da União Europeia (UE), o Brexit, sem um acordo com Bruxelas.
Dessa forma, o Parlamento britânico não vai se reunir entre 10 de setembro e 14 de outubro. Os trabalhos só serão retomados com a abertura da nova legislatura, que ocorre após uma cerimônia chamada "o discurso da rainha". Foi esse discurso que Johnson pediu para que a rainha adiasse.
Argentina
O vice-presidente ressaltou que é preciso manter as relações comerciais com a Argentina, independentemente de quem esteja no governo. Mourão disse que gostaria que o presidente Mauricio Macri permanecesse no cargo, embora o cenário político argentino tenha indícios fortes de uma vitória do advogado Alberto Fernandez, apoiado pela ex-presidente Cristina Kirchner, nas eleições de 27 de outubro. Mourão lembrou que a Argentina é o terceiro parceiro comercial do Brasil.
“Grande parte dos nossos produtos manufaturados são vendidos para a Argentina, então, temos que manter essa ligação, não só por isso, mas também pelas ligações históricas que temos. Gosto de lembrar dos grandes pensadores das relações internacionais. O Lord Palmerston (politico britânico do século XIX) dizia que não tem amizades eternas, nem inimigos perpétuos. Existem os nossos interesses. Então, temos que buscar os nossos interesses e os nossos interesses estão dentro da Argentina também, e temos que nos relacionar com eles”, disse.

COLUNA ESPLANADA DO DIA 03/09/2019


Cadê o nosso, Petrobras?

Coluna Esplanada – Leandro Ma\\ini 









O pagamento de bônus de desempenho de R$ 1 bilhão da Petrobras para seus funcionários, como revelou a Coluna, revoltou a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). A turma do piso diz que não sentiu o cheiro do óleo, que encheu os barris de gerentes, diretores e outros milhares de colaboradores. A FNP vai notificar a empresa para saber para onde foi o dinheiro. Em seu site, os petroleiros criticam a empresa por propor redução de salários, num processo de austeridade em prol do lucro, e aponta que parte da direção ganhou esses milhares de reais. “Neste modelo, em que muitos nada ganham, outros poucos recebem bônus gigantescos, concentrando a maioria das premiações nos cargos de alto escalão”, indica o informe da FNP.
Poço sem fundo
Segundo os sindicalistas, o presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, pode ter recebido mais de mil vezes seu salário só em prêmios. Algo perto de R$ 4 milhões.
Jorrou
Há casos citados, internamente, de gerentes e diretores que ganharam prêmios de R$ 300 mil a R$ 400 mil. A turma da cobertura passou do milhão de reais.
Resposta
A assessoria da Petrobras jogou óleo na fervura: avisou que não pode passar nomes e valores, que “todos os funcionários estavam aptos, mas nem todos receberam”, porque “a remuneração variável diz respeito ao desempenho dos empregados no ano de 2018”.
Brasillll
Esse episódio da Petrobras lembra a música ‘Brasil’ e sua tragicomédia, cantada por Gal: “não me ofereceram, nem um cigarro/fiquei na porta estacionando os carros”.
COMENTÁRIO: a Petrobras com uma dívida enorme distribuiu essa quantia enorme de dinheiro como lucro para alguns beneficiados. Como pode isso? Só mesmo uma empresa estatal do Brasil pode fazer isso. Um absurdo.
Vai bem...
De quem passou pela salinha-cela da PF em Curitiba e viu o ex-presidente Lula da Silva animadíssimo, com esperança de sair da cadeia: “Ele tem uma pilha de livros para ler, escreve e pratica exercícios diários, na esteira e com pesos”.  É caso único no Brasil de condenado em segunda instância, sem diploma, com cela especial com banheiro, TV, esteira ergométrica e escrivaninha.
Cota do lucro
Avança no Senado o PLS 215/2018, que cria alíquota de 15% no Imposto de Renda para remessa de lucros e dividendos para pessoas e empresas residentes ou domiciliadas no exterior. Estudo da Consultoria de Orçamento da Casa indica que a aprovação vai gerar aumento da arrecadação superior a R$ 8 bilhões, já a partir do primeiro ano de vigência. Isso prova o quanto de capital sai todo dia do Brasil, sem retorno aqui.
Governo S.A.
O texto determina que 21,5% do arrecadado deverá ser repassado ao Fundo de Participação dos Estados; 24,5% ao Fundo dos Municípios, e 3% ao financiamento do setor produtivo no Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A proposta foi aprovada pela Comissão de Relações Exteriores e segue para a Comissão de Assuntos Econômicos.
Nada muda
No Congresso, já se sabe que não há vontade alguma. E se alguém tem esperança de uma reforma política para valer, vinda do Palácio, um episódio envolvendo o então deputado Jair Bolsonaro com o então presidente do STF, Joaquim Barbosa, elucida a versão brasileira de uma velha novela que não sairá de cena em Brasília.
A cena
Eles se encontraram num ônibus de transfer, no Aeroporto Santos Dumont, em 2013, a caminho do embarque no pátio. Bolsonaro puxou papo: “E o ‘Petrolão’, ministro, o que acha?”. Barbosa, foi lacônico: “Se não fizeram a reforma política, vem mais por aí. Vocês (Congresso) não votam”. Citou um caso: o voto distrital como importante. No que o deputado gargalhou: “Aí o senhor me f. Tenho votos no estado inteiro”.
De quem sabe
“A Floresta Amazônica continuará ameaçada por desmatadores, porque não basta conservá-la, mas nela implantar uma bioindústria de cosméticos, medicamentosos, alimentícios e agroflorestais, com a capacitação de populações locais e povos indígenas para participação nesse processo. Isso está previsto no zoneamento regional vigente, nunca impulsionado e agora abandonado”, alerta o pesquisador Julio Aurelio.
Crescer sustentável
Cientista social da Fundação Casa de Rui Barbosa, Julio Aurelio foi consultor para a lei do zoneamento econômico-ecológico de Rondônia, em 1999, o primeiro estado a adotar a medida e hoje alvo de queimadas com suspeita para plantações a pecuária.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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