Trump enfrenta protestos em visita a El Paso e Dayton
Da Redação
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Bryan Woolston/Reuters Manifestantes protestam contra a presença do presidente
americano, Donald Trump, na cidade de Dayton, Ohio - 07/08/2019
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
visita nesta quarta-feira, 7, as cidades de Dayton e El Paso, que foram palco de massacres no último fim de
semana. Apesar de tentar unir o país contra o racismo e a supremacia branca, as
causas da maioria dos atentados no país, Trump tem sido acusado de ser parte do
problema. Isso motivou os moradores das duas cidades a prepararem protestos
contra sua visita.
Trump chegou pela manhã em Dayton, no estado de
Ohio, e foi direto para o hospital local conversar com as vítimas que seguem
internadas e com as autoridades que foram as primeiras a chegar ao local do
tiroteio. Nove pessoas morreram quando o atirador, Connor Betts, abriu fogo no
centro do município.
Nas ruas da cidade, manifestantes
preparam placas com pedidos para o presidente “parar com este terror”. O balão Baby
Trump, inflado como símbolo da contrariedade com a presença do líder
americano, trazia a faixa: “Pare de ser um bebê! Confronte a NRA (Associação
Nacional do Rifle)”.
Nesta tarde, Trump também visitará El Paso, no
estado do Texas, onde o atirador Patrick Crusius, de 21 anos, matou 22 pessoas
após ter deixado um manifesto na internet onde denunciava uma “invasão
hispânica” nos Estados Unidos. No Texas, um estado tradicionalmente
republicano, o presidente sofre maior resistência. Os manifestantes pedem que
Trump não vá à cidade.
“Eu culpo o presidente. Desde o momento em que sua
retórica e o ódio que tem com as pessoas de cor de pele diferente chegaram à
Presidência. Não tem direito”, disse Silvia Ríos, moradora de El Paso.
Desde que Trump lançou sua campanha à
Presidência, em 2015, em muitos de seus discursos chamou os imigrantes
mexicanos de “estupradores” que levam “drogas” e “crime” para os Estados
Unidos. Em 2018, denunciou as caravanas procedentes da América Central como uma
“invasão”. Um dos principais projetos de seu governo é levantar o muro em toda
a extensão da fronteira do país com o México.
Na segunda-feira, o chanceler mexicano, Marcelo
Ebrard, classificou a matança de El Paso como “um ato de terrorismo contra os
mexicanos”. O governo do México deverá solicitar a extradição de Crusius para
seu julgamento pela justiça mexicana. Nos Estados Unidos, o atirador estará
sujeito à pena capital.
Ontem, em pronunciamento pela
televisão, Trump disse condenar o racismo e a ideologia dos supremacistas
brancos, mas insistiu em que as doenças mentais são a principal causa das
mortes por armas de fogos nos Estados Unidos. Até o momento, ele não
responsabilizou o acesso fácil às armas nos Estados Unidos pelos recorrentes
massacres nem se distanciou do lobby da NRA.
Nesta
terça-feira, Trump parecia irritado com as críticas veladas de seu
antecessor Barack Obama, segundo o qual a retórica divisiva dos líderes americanos é parte do
problema.
Os investigadores continuavam tentando descobrir a
motivação do autor do tiroteio em Dayton. A prefeita da cidade, Nan
Whaley, disse estar decepcionada com o discurso de Trump de segunda-feira.
“Não sei se ele sabe no que acredita”, lamentou.
(Com AFP)
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