quinta-feira, 25 de julho de 2019

SECRETÁRIOS ENTREGAM CARGOS AO PRIMEIRO-MINISTRO DO REINO UNIDO


Secretários de Defesa, Justiça e Negócios entregam cargos, após posse de Johnson

Estadão Conteúdo





Boris Johnson se tornou o primeiro-ministro do Reino Unido

Os secretários de Defesa, Justiça e Negócios, Energia e Estratégia Industrial entregaram seus cargos nesta quarta-feira (24), após a posse de Boris Johnson como primeiro-ministro do Reino Unido. Johnson terá agora a incumbência de formar sua equipe, com a promessa de retirar o país da União Europeia.

O secretário de Justiça, David Gauke, divulgou carta na qual afirma que foi um privilégio atuar no governo por mais de nove anos e, durante os últimos três, como membro do gabinete da ex-premiê Theresa May. Gauke afirma esperar que Johnson cumpra o objetivo de deixar a UE, mas alerta que, para ele, isso deve ser feito de modo negociado. "Sem esse acordo, eu temo pela prosperidade, segurança e unidade do Reino Unido", alertou. Gauke ainda ressaltou na mensagem que, diante do fato de que o novo premiê deseja deixar o bloco em 31 de outubro "a qualquer custo", ele não pretende participar da nova administração. "Eu acredito que posso ser mais eficaz em fazer valer o argumento contra um Brexit sem acordo a partir do Parlamento", disse.

Outro demissionário foi o secretário de Estado para Negócios, Energia e Estratégia Industrial, Greg Clark, que parabenizou Johnson por se tornar premiê. "Ele está certo em nomear uma nova equipe para um novo premiê e desejo a ele o melhor diante do trabalho vital pela frente", afirmou, também lembrando que voltará a atuar como deputado.

A secretária de Defesa, Penny Mordaunt, anunciou sua saída e também que voltará a ocupar seu lugar como deputada, dizendo que dará "total apoio" a Johnson. Ela ficou apenas 85 dias no posto e agradeceu pela ajuda recebida, "especialmente de nossas Forças Armadas e dos civis na defesa".






A PRODUTIVIDADE DOS DEPUTADOS BRASILEIROS É MUITO BAIXA


O recesso parlamentar e a produtividade dos deputados

Tiago Mitraud








Após uma semana de casa cheia, com quase todos os deputados presentes na Câmara para votar o primeiro turno da reforma da Previdência até a madrugada de sábado, tivemos uma semana em que três dias de sessão foram cancelados devido à falta de quórum. A razão? Como o recesso parlamentar se iniciaria na quinta-feira, dia 18, muitos deputados resolveram emendar a semana toda e já não vir mais a Brasília este mês.
A Constituição Federal prevê que a sessão legislativa do Congresso aconteça de 2 de fevereiro a 17 de julho, e de 1º de agosto a 22 de dezembro. Os demais dias configuram, portanto, o recesso parlamentar, que somente pode acontecer se a Câmara votar a Lei de Diretrizes Orçamentárias do ano seguinte. Como neste ano isso não aconteceu, entramos no chamado de “recesso branco”, em que as sessões simplesmente não acontecem por falta de quórum.
É importante ressaltar que o trabalho de um parlamentar vai além de sua presença em Brasília durante as sessões e comissões. Grande parte da atuação é feita junto à população dos nossos Estados, como a divulgação dos resultados do mandato e a coleta de demandas locais. Além disso, também nos dedicamos às mudanças na legislação fora das sessões em si – estudando, propondo e articulando a aprovação de medidas – e atuamos junto ao Poder Executivo para fiscalizar o trabalho do governo.
O problema é que nossa presença em Brasília está longe de ser eficiente. Com praticamente só dois dias de sessões por semana (terças e quartas), a produtividade da Casa é muito baixa. Até porque mesmo as sessões regulares são canceladas com alguma frequência por falta de quórum por motivos irrelevantes, como é o caso de quando há feriado na quinta-feira. Seria muito mais eficiente, por exemplo, concentrarmos as sessões durante duas semanas inteiras e liberar os deputados para suas bases na semana seguinte, economizando inclusive nas centenas de passagens aéreas compradas com dinheiro público a cada semana.
O excesso de dias de recesso é um outro problema, até pelo fato de o período ser encarado como sinônimo de férias por muitos deputados. Isso daria aos congressistas um total de 55 dias de férias por ano, quase o dobro dos 30 dias de um trabalhador comum. Não há justificativa para isso, e não é justo que os políticos tenham mais este privilégio.
Em meu gabinete, seguimos trabalhando, independentemente do recesso. Há quem esteja agora aproveitando o recesso e tirando parte dos seus 30 dias, o que pode ser justificável desde que não seja ultrapassado este limite no ano. Quando for o momento, também irei usufruir de dias de férias, mas nunca indo além do que é concedido a quem está na iniciativa privada. Trabalho para fazer é o que não falta!


HACKERS VÃO DENUNCIAR OS MANDANTES DA INVASÃO DOS CELULARES DE MORO E OUTRAS AUTORIDADES


PF investiga supostos 'patrocinadores' de hackers de Moro

Estadão Conteúdo







A Polícia Federal (PF) investiga supostos patrocinadores do grupo preso sob suspeita de hackear os celulares do ministro da Justiça Sérgio Moro, de delegados da PF e de juízes. Ao decretar a prisão temporária de quatro investigados, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10º Vara Federal de Brasília, apontou para a incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira, que em dois períodos de dois meses - abril a junho de 2018 e março a maio de 2019 - movimentou R$ 627 mil com renda mensal de R$ 5.058.

"Diante da incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal de Gustavo e Suelen, faz-se necessário realizar o rastreamento dos recursos recebidos ou movimentados pelos investigados e de averiguar eventuais patrocinadores das invasões ilegais dos dispositivos informáticos (smartphones)", registrou.

Além do casal, também foram presos Walter Delgatti Neto e Danilo Cristiano Marques. Os presos foram transferidos para Brasília. Segundo a PF, por questão de espaço, dois deles permaneceram na carceragem da superintendência e os outros dois foram levados por volta das 23h desta terça-feira, 23, para local não informado.

Um dos endereços alvo de buscas nesta terça foi a residência da mãe de Gustavo Henrique Elias Santos, em Araraquara (SP). Santos, no entanto, foi preso na capital paulista. Ele trabalha com shows e eventos, segundo investigadores.

Além do casal, detido em São Paulo, a PF prendeu em Araraquara Walter Delgatti Neto, que já responde a processos por estelionato. Segundo informações da Justiça Eleitoral, ele foi filiado ao DEM. A defesa de Delgatti Neto não foi localizada. Há, ainda, um quarto preso, em Ribeirão Preto (SP), Danilo Cristiano Marques.

O inquérito está sendo conduzido pelo delegado Luiz Flávio Zampronha, que, em 2005 e 2006, presidiu o inquérito do mensalão.


Preso em Araraquara, interior de São Paulo, na Operação Spoofing, deflagrada nesta terça-feira, 23, Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", confessou à Polícia Federal que hackeou o ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública), o procurador Deltan Dallagnol (coordenador da Operação Lava Jato no Paraná) e centenas de procuradores, juízes e delegados federais, além de jornalistas. "Vermelho" acumula processos por estelionato, falsificação de documentos e furto.

Em seu Twitter, Sérgio Moro postou nesta quarta-feira, 24, que "pessoas com antecedentes criminais" são a "fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime".

O ministro não citou nomes em sua mensagem. Ao apontar para "pessoas com antecedentes criminais", o ministro se refere ao grupo aprisionado pela PF na Operação Spoofing.

Desde junho, Moro é alvo de divulgação de diálogos a ele atribuídos com o procurador Deltan Dallagnol, pelo site The Intercept. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material, mas não revelou a origem. Moro nega conluio - ele e Dallagnol afirmam não reconhecer a autenticidade das conversas.

Nesta quarta-feira, os diretores do site The Intercept, Leandro Demori e Glenn Greenwald, comentaram, também no Twitter. "Está cada vez mais claro: Moro virou político em busca de um foro privilegiado pra poder falar impunemente em público as coisas que dizia antes em chats secretos", disse Demori.

"Nunca falamos sobre a fonte. Essa acusação de que esses supostos criminosos presos agora são nossa fonte fica por sua conta. Não surpreende vindo de quem não respeita o sistema acusatório e se acha acima do bem e do mal. Em um país sério, o investigado seria você", afirmou o jornalista, em resposta à declaração de Moro, na rede social.

Já Greenwald afirmou que Sergio Moro está "sendo Sérgio Moro - está tentando cinicamente explorar essas prisões para lançar dúvidas sobre a autenticidade do material jornalístico".

"Mas a evidência que refuta sua tática é muito grande para que isso funcione para qualquer pessoa", disse.

Investigação

Além de "Vermelho", a Polícia Federal prendeu o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira e também Danilo Cristiano Marques. A PF investiga supostos patrocinadores do grupo.

Ao decretar a prisão temporária de quatro investigados, o juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10.º Vara Federal de Brasília, apontou para a incompatibilidade entre as movimentações financeiras e a renda mensal do casal em dois períodos de dois meses - abril a junho de 2018 e março a maio de 2019 - movimentou R$ 627 mil com renda mensal de R$ 5.058.

Autoridades

Além de Moro, procuradores da força-tarefa da Lava Jato no Paraná e outras autoridades teriam sido alvo de hackers - no mandado de buscas, há menção ao desembargador federal Abel Gomes, do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, no Rio, ao juiz Flávio Lucas, da 18.ª Vara Federal do Rio e aos delegados da PF Rafael Fernandes, em São Paulo, e Flávio Vieitez Reis, em Campinas.

A PF informou também nesta terça que vai investigar a suspeita de invasão nos aparelhos celulares do ministro da Economia, Paulo Guedes, e da deputada Joice Hasselmann (PSL-SP).

Desde 9 de junho, o site The Intercept Brasil divulga supostas mensagens trocadas pelo então juiz federal titular da Lava Jato em Curitiba com integrantes do Ministério Público Federal, principalmente com Dallagnol. Foram divulgadas pelo The Intercept e outros veículos conversas atribuídas ao ex-juiz e a procuradores no aplicativo Telegram. O site afirmou que recebeu de fonte anônima o material, mas não revelou a origem. Moro nega conluio - ele e Dallagnol afirmam não reconhecer a autenticidade das conversas.

O ministro da Justiça já afirmou que a invasão virtual foi realizada por um grupo criminoso organizado. Para ele, o objetivo seria invalidar condenações por corrupção e lavagem de dinheiro, interromper investigações em andamento ou "simplesmente atacar instituições".

Em 19 de junho, Moro passou oito horas e meia respondendo a questionamentos de senadores na Comissão de Constituição e Justiça da Casa sobre supostas mensagens que sugerem atuação conjunta com os procuradores quando ele era juiz.

Falsificação

Spoofing, segundo a PF, é um tipo de falsificação tecnológica que tenta enganar uma rede ou pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável. "As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados", informou a PF. A operação mira "organização criminosa que praticava crimes cibernéticos".

O celular de Moro foi desativado em 4 de junho. O aparelho foi invadido por volta das 18h. Ele percebeu após receber três telefonemas do seu próprio número. O ex-juiz acionou então investigadores da PF. O último acesso de Moro ao aparelho foi registrado no WhatsApp às 18h23 daquele dia. O suposto hacker teria tentado se passar pelo ministro no Telegram.

DEPUTADO DA OPOSIÇÃO FALOU ALGUMA COISA É INDICIADO PELA PF

Brasil e Mundo ...