Estados finalizam proposta alternativa para a reforma tributária
Edoardo Ghirotto
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José Cruz/Agência Brasil Fórum de governadores analisará a proposta de reforma
tributária elaborada pelos secretários estaduais
A proposta de reforma tributária
encabeçada pelos governos estaduais está prestes a ser finalizada. O texto foi
concluído nesta segunda-feira, 22, pelo grupo de trabalho coordenado pelo
secretário da Fazenda de Pernambuco, Décio Padilha. O documento irá para
a discussão de todos os 26 secretários estaduais e mais o do Distrito Federal
na próxima semana, em Brasília.
Após a versão final do texto ser aprovada, um fórum
com todos os governadores do país será marcado para que os secretários apresentem
os termos elaborados. Os governadores farão os ajustes necessários e
encaminharão a proposta de reforma para a Câmara dos Deputados. Padilha espera
que, ao chegar na Casa, o presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ) priorize a
tramitação do texto endossado pelos governos estaduais.
“A reforma tributária precisa partir dos
governadores, que possuem todas as condições para liderar esse movimento. Não
temos que esperar o governo federal nessa questão”, disse Padilha. Entre
as propostas estão a simplificação de alíquotas, em que cada estado será
autorizado a ter no máximo uma alteração, e a substituição de cinco impostos
(PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS) por uma única tributação, o Imposto de Bens e
Serviços (IBS).
Também está prevista a criação de um fundo que será
abastecido a partir de uma cobrança de 3,6% sobre o IBS. O valor será usado
para estabilizar as contas de estados que perderão arrecadação com a nova forma
de tributação, além de incentivar a vinda de indústrias em federações mais
pobres.
Outras propostas
Já existem outras propostas de reforma
tributária em análise no Congresso. Na Câmara, a Proposta de Emenda à
Constituição nº 45 já cumpriu as primeiras etapas do trâmite obrigatório e está
em análise em comissão especial. Cunhada pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP) e
pelo economista Bernard Appy, ela conta com a simpatia de Rodrigo Maia.
Há outro projeto capitaneado pelo
secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, que, em tese, teria de iniciar o
processo de tramitação do zero. Para não perder tempo, o ministro da Economia,
Paulo Guedes, tem interesse de que a Comissão da PEC 45 apresente um
substitutivo e suplante a reforma de Rossi e Appy em prol das ideias do
Executivo.
No Senado, existe uma terceira versão
de reforma, criada pelo ex-deputado Luiz Carlos Hauly e já aprovada na Câmara,
que unifica nove impostos, mas não altera a forma de arrecadação nem mexe no
vespeiro dos estados.
O Instituto Brasil 200, uma agremiação
de empresários, entregou ao Congresso uma quarta opção, que integra Cofins, IPI
e INSS patronal, desonerando a folha de pagamentos. Eles temem que as propostas
atuais sejam lentas demais para acelerar a economia.