‘Estamos à beira do abismo’, afirma ministro
Augusto Heleno sobre Previdência durante palestra em BH
Renata Evangelista
O ministro falou
para uma audiência de empresários, a convite da Fiemg
"O Brasil não
sai do buraco sem a reforma da Previdência. Estamos à beira do abismo". A
afirmação é do ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República (GSI), general Augusto Heleno, que esteve em Belo
Horizonte, nesta segunda-feira (8), para evento empresarial.
"É inadiável e
fundamental para o nosso futuro. O investidor precisa de segurança. A partir
daí (aprovação da reforma) será um novo país, vai chover dinheiro, independente
do presidente", declarou o militar, que defendeu ferrenhamente a medida.
Na capital mineira,
Augusto Heleno discursou para cerca de 450 empresários e listou algumas das
ações tomadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL). "O crescimento não é
fácil. O Bolsonaro tem seis meses de governo, não vai concertar tudo neste
período. E pegamos o Brasil quebrado", disse. Ele adiantou que, depois da
reforma da Previdência, uma das metas do governo será a reforma Tributária
"que já está na agulha".
Na avaliação do general, o acordo entre o Mercosul e a União Europeia
vai abrir portas para outras negociações. "Foi importante para nós",
acredita
Investimento
Para o empresariado
mineiro, o ministro contou que Bolsonaro investirá na conclusão de obras que
foram iniciadas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que estão
inacabadas.
"A preocupação
do governo é acabar com as milhares de obras que foram iniciadas", disse.
"A infraestrutura é o grande motor do país", completou.
Entre as medidas que
estão sendo tomadas pelo governo federal, ele citou as concessões de rodovias,
arrendamento de aeroportos e integração de ferrovias.
Segurança
O general definiu o
ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, como "herói nacional"
e, também, ressaltou a importância do pacote anticrimes apresentado pelo
ex-juiz.
"A segurança
pública se tornou um problema de segurança nacional. Estamos caminhando para
nos tornar um ‘narcopaís’", falou em referência ao tráfico de drogas e
armas no Brasil.
Educação
Augusto Heleno
destacou que a educação do país está "deplorável" e, para mudar este
cenário, acredita que é preciso valorizar o professor e deixar de ensinar com
cunhos ideológicos.
Para o ministro, o
Brasil forma analfabetos funcionais e, também por isso, brasileiros com
"diploma não conseguem a produtividade do currículo".
Amazônia
Sobre a Floresta Amazônica,
o ministro foi enfático ao afirmar que não acredita nos índices de desmatamento
que são divulgados por ONGs. "Se fosse assim, não teríamos mais floresta.
A conta não fecha", argumentou.
Ele reconheceu que é
necessário fazer um trabalho de conscientização com as populações ribeirinhas,
para que elas não se envolvam com o ilícito para ganhar dinheiro, e reconheceu
que é necessário monitorar melhor as fronteiras com do país, até para evitar
"crimes de tráfico de drogas e armas."
O general Augusto Heleno
esteve em BH a convite da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais
(Fiemg) para proferir a palestra "Desafios para a reconstrução de um país
democrático e feliz".