segunda-feira, 1 de julho de 2019

TRUMP E KIM-JONG-UN SE CUMPRIMENTAM NA FRONTEIRA ENTRE AS DUAS CORÉIAS.


Trump dá 20 passos com Kim e reabre negociação nuclear

Presidente americano torna-se o primeiro líder de seu país a pisar em território norte-coreano, formalmente um terreno inimigo
SEUL - Durante décadas, os presidentes dos EUA que visitaram a Zona Desmilitarizada, dividindo a Península Coreana, seguiram o mesmo manual: usar binóculos para ver os guardas norte-coreanos, manter um olhar severo e advertir Pyongyang contra provocações. Donald Trump rompeu o precedente ontem, tornando-se o primeiro líder americano no cargo a pisar na Coreia do Norte. O terceiro encontro com o ditador Kim Jong-un representa a reabertura das negociações entre os países.

"Atravessar essa linha foi uma grande honra", disse Trump, referindo-se aos 20 passos dados ao lado de Kim em território que formalmente ainda é inimigo. Ele elogiou o ditador norte-coreano e convidou-o para visitar a Casa Branca. O encontro durou pouco mais de uma hora.
 Trump e Kim se cumprimentam na fronteira entre as Coreias
Trump demonstrou irritação com comentários de que suas propostas para Kim não levaram a nenhuma medida significativa para acabar com o programa nuclear da Coreia do Norte. Em quase todas as vezes em que Trump apareceu diante das câmeras, incluindo o ponto de observação da DMZ, queixou-se de não ter recebido crédito suficiente por desarmar as tensões na Península Coreana.
"Houve um grande conflito aqui antes da nossa reunião em Cingapura", disse Trump sobre seu primeiro encontro com Kim no ano passado. Ele repetidamente criticou Barack Obama, dizendo que o ex-presidente tinha buscado reuniões com Kim, mas fora rejeitado. A alegação é refutada pelo vice-conselheiro de segurança nacional de Obama, Ben Rhodes.
Segundo reportagem do New York Times, por trás do encontro aparentemente sem planejamento estaria uma ideia que tem ganhado força dentro da administração Trump de que Washington passaria a aceitar o status quo, ou seja, a Coreia do Norte como uma nação nuclear, em troca de não desenvolver novas armas. Segundo o jornal, esse conceito poderia ser a base para a nova fase de negociações entre Trump e Kim. Membros do governo republicano têm afirmado com frequência que isso seria algo inaceitável.
O maior sucesso da reunião na DMZ foi um acordo para retomar as conversas, que não deram em nada desde que Trump saiu de uma cúpula em fevereiro com Kim em Hanói. Aquele encontro fracassou depois de Trump rejeitar o pedido de Kim de ajuda humanitária em troca do desmantelamento apenas do principal complexo nuclear da Coreia do Norte em Yongbyon.
Embora a retomada das negociações seja uma conquista, um alto funcionário do governo americano disse que a Coreia do Norte ainda não articulou o que para ele representaria uma verdadeira "desnuclearização".

Ceticismo

A próxima rodada de negociações "não terá nenhum resultado se a Coreia do Norte voltar com a mesma posição", disse Chun Yung-Woo, ex-negociador-chefe nuclear da Coreia do Sul com a Coreia do Norte. A Coreia do Norte continuou a construir "sem tréguas" seu arsenal nuclear, afirmou. "No geral, foi mais espetáculo e percepção do que diplomacia a sério", disse Chun. "Vou julgar o resultado com base em como a reunião se traduzirá no congelamento da produção de material físsil e na redução das capacidades nucleares da Coreia do Norte."
Trump disse que as sanções continuariam contra a Coreia do Norte, embora ele tenha indicado que poderia amenizá-las em algum ponto. O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, que participou de parte da conversa, tentou propor um caminho, sugerindo que Kim poderia obter alívio das sanções depois de "desmantelar completamente Yongbyon".
Kim resistiu até agora, em busca de melhores condições. Ele não ofereceu nenhuma indicação de que renunciaria a armas nucleares que o regime considera essenciais a sua sobrevivência. Recentemente, deu aos EUA um prazo até o fim do ano para apresentar uma oferta melhor.
Sem um progresso em direção a um acordo, as repetidas reuniões de Trump com Kim, servem para polir a reputação do ditador. Analistas dizem que o presidente americano corre o risco de passar a impressão de que os EUA aceitaram o status da Coreia do Norte como um país com armas nucleares.
Kim enfrenta alguma pressão política. Ele saiu de mãos vazias depois de enconrar Trump duas vezes, na esperança de ganhar alívio nas sanções internacionais. "Em algum momento, os apertos de mão terão de levar a resultados benéficos reais para ajudar a justificar a permanência nesse caminho", disse Jenny Town, editora-chefe do 38 North, site que fornece análise técnica e política sobre a Coreia do Norte.
A Coreia do Sul chamou o encontro de "uma flor de esperança para a Península Coreana". Horas depois, o regime norte-coreano classificou a reunião como "histórica" e "surpreendente". Ivanka Trump, que acompanhou o pai à DMZ com seu marido e conselheiro presidencial Jared Kushner, considerou a experiência "surreal".
Mintaro Oba, ex-diplomata americano que trabalhou em questões da Península Coreana, disse que Trump estava engajado em uma "diplomacia de desfibrilador" que mantém o processo vivo sem "tratar a doença subjacente". "Está claro que os dois lados ainda não avançaram em nenhum dos principais problemas, como diferenças em relação ao alívio de sanções", disse Oba. "Se os negociadores em operação não tiverem um mandato para lidar com esses problemas, é difícil ver a atmosfera positiva entre os líderes ser traduzida em resultados reais."

Repercussão

Em Washington, o encontro foi recebido com cautela pelos republicanos. Um dos senadores mais próximos de Trump, Lindsey Graham, aprovou a retomada do diálogo com o norte-coreano, mas ressaltou que o objetivo da Casa Branca deve ser a desnuclearização do país. Do lado democrata, a iniciativa foi usada pelos vários pré-candidatos à presidência para criticar o governo. / BLOOMBERG e EFE

Frases do encontro

"É bom ver você de novo. Nunca esperei encontrá-lo neste lugar"
"Isso (cruzar a fronteira) tem muito significado porque quer dizer que nós queremos pôr um fim ao passado desagradável e tentar criar um novo futuro. Então, esse é um ato muito corajoso e determinado"
Kim Jong-un
"Eu disse: 'Quer que eu cruze a linha?' Ele respondeu: 'Me sentirei muito honrado se você cruzar'. Eu realmente não sabia o que ele ia me dizer"
"Cruzar aquela linha foi uma grande honra. Um grande progresso foi feito. Essa tem sido uma grande amizade, em particular"
"Se ele não aparecesse, a imprensa ia me fazer parecer muito mal"
Donald Trump
"Acho que (negociadores) estão (vivos). Posso te dizer que a principal pessoa está. E espero que o restante esteja também"
Trump (ao ser questionado se negociadores norte-coreanos ainda estão vivos, após rumores de que teriam sido executados após o fracasso do encontro no Vietnã)

sábado, 29 de junho de 2019

BOLSONARO CONVERSA COM MACRON E MERCKEL SOBRE A AMAZONIA


Bolsonaro diz que ‘não se submete’ no G20 e critica ‘neurose’ ambiental

Da Redação 




                                                                                                                                                                                                              © Twitter/Reprodução Jair Bolsonaro e Emmanuel Macron durante a Cúpula do G20 - 28/06/2019

Direto de Osaka, no Japão, onde participa da cúpula do G20, Jair Bolsonaro concedeu entrevista para a rádio Jovem Pan, na noite desta sexta-feira 28, na qual celebrou suas conversas com Emannuel Macron, presidente da França, e Angela Merkel, chanceler da Alemanha, durante o evento internacional. Ele declarou que conversou de “igual para igual” com ambos, que antes haviam criticado a agenda ambiental do governo brasileiro. Sobre as políticas de meio ambiente, criticou antigos governos brasileiros pelo que chamou de “neurose ambientalista”.
Com Macron, Bolsonaro confirma que o convidou para conhecer a Amazônia: “Convidei para ir de Boa Vista a Manaus, são duas horas de voo. Você olha para baixo e não vê nada degradado. Nem quero comparar com a Europa, que não tem mais nada. A Amazônia, enquanto eu for presidente, é nossa. E nós pretendemos explorar de forma racional. Convido a explorá-la conosco. O mesmo eu falei a Angela Merkel”, afirmou.
“Merkel tinha uma postura de querer falar grosso comigo. Nos encontramos antes da reunião e conversei com ela. Foi uma conversa saudável e bacana. Na reunião, depois, ela nem tocou no assunto. Trocamos sorrisos amáveis. Faltava conversar com as autoridades de igual para igual. E não ficar se submetendo a caprichos”, disse. “Eles agem de maneira certa, defendendo interesses de seus países. Nós temos que defender os nossos. De igual para igual, sem sofrer pressões.”
Bolsonaro criticou presidentes anteriores do Brasil, que, segundo sua análise, iam a encontros internacionais e voltavam “demarcando 10, 20, 30 reservas indígenas” indiscriminadamente e fazendo, de acordo com ele, “um estrago nessa neurose ambientalista”.

MOURÃO CRITICA PLANO DE GOLPE SEM PÉ E NEM CABEÇA

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