Crueldade velada no ambiente familiar
Simone Demolinari
A palavra
“crueldade” nos remete a algo premeditadamente ruim, feito com o único intuito
de prejudicar alguém. Sim. Crueldade é isso. Contudo, existe um comportamento
sutil, isento de maldade intencionada propriamente dita, mas nem por isso deixa
de ser cruel. Refiro-me às maldades emocionais, praticadas dentro de casa por
pessoas que amamos.
Alguns exemplos
comuns observados:
– Tratamento diferenciado aos filhos: pais que demonstram nítida preferência em relação a um filho. Deixam isso claro por meio de privilégios, que são dados a um em detrimento dos outros.
– Crítica: Muitos pais criam seus filhos criticando, apontando defeitos e ressaltando imperfeições. Acreditam que pela crítica conseguirão educar. Acabam com a autoestima dos filhos fazendo com que eles se sintam inferiorizados. Esse contexto pode ficar ainda mais perverso quando se justifica o ato o embalando de amor: “só te critico porque te amo”. Filhos muito criticados tendem a sentir medo do julgamento e, por isso, necessitam da aprovação alheia. Desenvolvem também um perfeccionismo, já que são pessoas que exigem demais de si e se submetem a um crivo muito apertado, nunca se consideram bons o suficiente.
– Frieza emocional: A ausência do aconchego afetivo se dá quando o ambiente familiar é seco, permeado de indiferença, falta de acolhimento e empatia. É o distanciamento da intimidade que amplia a sensação de vazio existencial. Filhos criados dessa maneira podem se tornar indivíduos carentes e com pavor da rejeição. Sentem dificuldade de romper vínculos, inclusive os doentios. Desenvolvem um comportamento generoso onde se doam de forma ilimitada e, por esse motivo, são constantemente explorados.
– Brincadeiras maliciosas: usam de deboches, ironias e apelidos. Chamam os filhos de “cabeção”, “E.T”, “gordo”, “Olívia Palito”, falam que eles foram trocados no hospital ou achados na lata de lixo. A criança não gosta, mas os pais justificam tal atitude como “brincadeira” – que parece agradar somente a eles.
– Comparação: Uma clássica falta de habilidade dos pais é a comparação entre irmãos. Agir assim, além de não somar, ainda estimula a disputa e a inimizade entre eles. O ideal seria acolher a limitação sem expor nem exigir de um o atributo do outro.
– Listar os sacrifícios da paternidade: Alguns pais “cobram a conta” do filho pela sua existência. Falam do sacrifício de levá-lo ao hospital, das noites mal dormidas, das horas em filas de espera para marcar consulta ou fazer matricula. Repetem como foi difícil criá-los, contam das privações, doações, sacrifícios e sofrimentos. “Se não fosse eu para te levar ao médico, você não estaria vivo”; “Quase morri para que você nascesse”; “Eu adoeci de tanto trabalhar para educar vocês”... Uma conta que imputa culpa e acumula dívida no filho.
– Fofoca: ocorre quando os pais falam mal de um irmão para o outro, delatando informações íntimas e estimulando a inimizade.
– Tratamento diferenciado aos filhos: pais que demonstram nítida preferência em relação a um filho. Deixam isso claro por meio de privilégios, que são dados a um em detrimento dos outros.
– Crítica: Muitos pais criam seus filhos criticando, apontando defeitos e ressaltando imperfeições. Acreditam que pela crítica conseguirão educar. Acabam com a autoestima dos filhos fazendo com que eles se sintam inferiorizados. Esse contexto pode ficar ainda mais perverso quando se justifica o ato o embalando de amor: “só te critico porque te amo”. Filhos muito criticados tendem a sentir medo do julgamento e, por isso, necessitam da aprovação alheia. Desenvolvem também um perfeccionismo, já que são pessoas que exigem demais de si e se submetem a um crivo muito apertado, nunca se consideram bons o suficiente.
– Frieza emocional: A ausência do aconchego afetivo se dá quando o ambiente familiar é seco, permeado de indiferença, falta de acolhimento e empatia. É o distanciamento da intimidade que amplia a sensação de vazio existencial. Filhos criados dessa maneira podem se tornar indivíduos carentes e com pavor da rejeição. Sentem dificuldade de romper vínculos, inclusive os doentios. Desenvolvem um comportamento generoso onde se doam de forma ilimitada e, por esse motivo, são constantemente explorados.
– Brincadeiras maliciosas: usam de deboches, ironias e apelidos. Chamam os filhos de “cabeção”, “E.T”, “gordo”, “Olívia Palito”, falam que eles foram trocados no hospital ou achados na lata de lixo. A criança não gosta, mas os pais justificam tal atitude como “brincadeira” – que parece agradar somente a eles.
– Comparação: Uma clássica falta de habilidade dos pais é a comparação entre irmãos. Agir assim, além de não somar, ainda estimula a disputa e a inimizade entre eles. O ideal seria acolher a limitação sem expor nem exigir de um o atributo do outro.
– Listar os sacrifícios da paternidade: Alguns pais “cobram a conta” do filho pela sua existência. Falam do sacrifício de levá-lo ao hospital, das noites mal dormidas, das horas em filas de espera para marcar consulta ou fazer matricula. Repetem como foi difícil criá-los, contam das privações, doações, sacrifícios e sofrimentos. “Se não fosse eu para te levar ao médico, você não estaria vivo”; “Quase morri para que você nascesse”; “Eu adoeci de tanto trabalhar para educar vocês”... Uma conta que imputa culpa e acumula dívida no filho.
– Fofoca: ocorre quando os pais falam mal de um irmão para o outro, delatando informações íntimas e estimulando a inimizade.
Esse tipo de
crueldade praticada no ambiente familiar pode deixar marcas profundas na vida
dos filhos, fazendo com que eles carreguem consigo sofrimentos difíceis de
serem dissolvidos na vida adulta.


