terça-feira, 13 de novembro de 2018

NOVO PRESIDENTE DO BNDES - JOAQUIM LEVY - GOVERNO BOLSONARO


Ex-ministro Joaquim Levy aceita convite de Bolsonaro e vai presidir o BNDES

Agência Brasil










Joaquim Levy foi ministro da Fazenda de janeiro a dezembro de 2015, no segundo mandato de Dilma Rousseff

O economista Joaquim Levy aceitou nesta segunda-feira (12) o convite para presidir o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Ele foi convidado pela equipe de Paulo Guedes, confirmado para o superministério da Economia, e a informação divulgada por sua assessoria.
É o primeiro na equipe econômica do governo de Jair Bolsonaro. Com experiência na administração pública, Levy foi ministro da Fazenda de janeiro a dezembro de 2015, no segundo mandato de Dilma Rousseff, com a promessa de realizar um ajuste fiscal para conter os gastos públicos.
Na semana passada, Bolsonaro afirmou que pretende "abrir a caixa-preta" do BNDES em referência a empréstimos suspeitos negociados em gestões anteriores. Segundo ele, a sociedade tem direito de saber como é utilizado o dinheiro público.
Histórico
Engenheiro naval de formação, Levy possui doutorado em economia da Universidade de Chicago (EUA), a mesma de Paulo Guedes. Ele também foi secretário do Tesouro Nacional entre 2003 e 2006, durante o primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva.
De 2010 e 2014, Levy foi diretor do banco Bradesco. Para assumir a presidência do BNDES, Levy deixará a diretoria financeira do Banco Mundial, cargo que ocupa atualmente.
O atual presidente do Banco Central, Ilan Goldjfan, também foi convidado para continuar no próximo governo, mas ainda não se pronunciou. Paralelamente, Guedes trabalha para ver aprovado o mais rápido o possível o projeto que garante a independência do Banco Central.
Há, ainda, expectativas sobre os novos comandos para a Petrobras e o Tesouro Nacional.
Ministros
O presidente eleito Jair Bolsonaro desembarca nesta terça-feira (13) em Brasília para intensificar a agenda de transição, definindo inclusive mais nomes para compor a equipe de governo.
Entre as prioridades da semana estão a definição de estratégia para a reforma da Previdência e a definição de, pelo menos, quatro nomes de ministros para as áreas de Meio Ambiente, Defesa, Saúde e Relações Exteriores.



COLUNA ESPLANADA DO DIA 13/11/2018


Na contramão da geração de emprego

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 










Em vigor há um ano, a reforma trabalhista permanece sob intenso questionamento na Justiça e, até o momento, não produziu os resultados anunciados pelo governo de Michel Temer no combate ao desemprego. Aprovadas pelo Congresso Nacional, as alterações nos dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foram promulgadas em julho de 2017 e passaram a vigorar no dia 11 de novembro. A aposta do Planalto era gerar um milhão de empregos após a implementação das novas regras. Contudo, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que pouco mais de 372 mil vagas foram criadas nos últimos 12 meses.
Honorários
Outro resultado da reforma foi a redução de 38% de processos trabalhistas. A queda se deve à regra que obriga a parte que perde a ação a pagar os honorários do advogado da outra parte.
Limbo 
Além disso, diversos trechos da reforma permanecem no limbo à espera de regulamentação. Uma Medida Provisória enviada por Temer ao Senado, para regulamentar regras polêmicas, não avançou e foi arquivada após perder a validade.

Efeitos 
O Ministério Público do Trabalho realiza hoje, em Brasília, seminário para debater os efeitos da reforma na visão do MPT e da Justiça do Trabalho. A palestra de abertura será proferida pelo procurador-geral do MPT, Ronaldo Fleury, um dos principais críticos das mudanças nas regras trabalhistas.

Propriedade privada 
Futura ministra da Agricultura do governo Jair Bolsonaro, a deputada Tereza Cristina (DEM-MS) acusou a Secretaria de Patrimônio da União (SPU), vinculada ao Ministério de Planejamento, de “capitanear” atos que “afrontam a ordem e a segurança, além de violarem a garantia constitucional de proteção à propriedade privada”.

Livre arbítrio
Acusação consta em ofício enviado em agosto ao ministério da Justiça no qual a parlamentar pede a suspensão de todos os processos embasados na Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais, adotada pelo governo Lula. No documento, Tereza cita demarcações de terrenos em Minas Gerais que, segundo ela, teriam sido realizadas “ao livre arbítrio” de servidores do SPU.

Cabide
Deputados e senadores da bancada ruralista que não foram reeleitos estão de olho nos cargos do Ministério da Agricultura. Mais de 50% dos parlamentares ligados ao agro não conseguiram renovar seus mandatos.

Previdência 
As negociações em torno da aprovação de mudanças nas regras da Previdência ainda este também envolvem ofertas de cargos. Os principais interlocutores do Congresso com as equipes de transição são ex-ministros e deputados aliados do presidente Temer derrotados nas urnas.

Impaciente
Na PF, pegou mal a forma como o delegado Mário Veloso, de Minas Gerais, tratou a imprensa na coletiva sobre a prisão de Joesley e Antonio Andrade. Ele mostrou impaciência e até criticou os jornalistas.
Moro
Em coletiva na semana passada, Sérgio Moro, futuro ministro da Justiça, teve o apoio da equipe da Justiça Federal e do jornalista Samuel Figueiredo. Moro respondeu a todas as questões. Samuel Figueiredo atende a Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil) e a Associação dos Delegados da Polícia Federal; o ministro do STF, Edson Fachin, também foi cliente da empresa de Figueiredo antes de chegar ao STF.

Cota
Preso em regime semiaberto (trabalha de dia no Senado e dorme no presídio da Papuda), o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) permanece com direito a todas as regalias previstas pela chamada “Cota para Exercício da Atividade Parlamentar”, como alimentação, locomoção, hospedagem e divulgação do mandato.
Crime 
O senador, preso há um mês, já gastou este ano cerca de R$ 300 mil em recursos públicos que bancam a cota parlamentar. Na semana passada, o plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve a pena de quatro anos e seis meses, em regime semiaberto, do parlamentar condenado por crime contra o sistema financeiro nacional.

HISTÓRIAS DOS POLÍTICOS E O PODER NO BRASIL


Os políticos e o poder

Manoel Hygino 









Novos governantes, habitações luxuosas para os que sonham com o poder, que proporcione benesses e pompa, como acontece comumente. É natural, embora haja aqueles outros que desprezam ou relegam a ostentação.
De tudo existe, em todas as épocas e lugares, mas algo é certo: os palácios favorecem o ambiente de adulação, de bajulação, com objetivos muitas vezes escusos, embora o correto senso de servir glorifique ou honre detentores do poder. Com este propósito, eles concorrem aos pleitos e fazem promessas populares em praça pública ou pelos modernos meios de comunicação. Há os que assim procedem e esquecem os compromissos.
Há casos curiosos. Na época da proclamação da República, aconteceu um dos episódios lembráveis. Deposto Pedro II, em 15 de novembro de 1889, ele recusou uma bela pensão que lhe ofereceram a bordo do navio que o levaria para o exílio. O “Alagoas” levantou ferros depois das duas da madrugada, enquanto o imperador mantinha a maior dignidade e a imperatriz chorava. Explicou-se: “como deixar de vertê-las ao sair de minha terra que nunca mais hei de ver?”.
No Rio de Janeiro, ficaram os muitos afoitos, elementos exaltados do Governo Provisório da República. Redigiram um decreto, assinado por Aristides Lobo, ministro interino da Justiça, declarando o confisco dos bens da Coroa. Entre estes, o Palácio Isabel, depois Palácio Guanabara.
Aí o engano ledo e cego, que permaneceu por muito tempo. O Palácio Isabel havia sido doado à princesa (que proclamara a libertação dos escravos um ano e pouco antes), por subscrição pública, como presente de núpcias, quando do seu casamento com o Conde d’Eu.
Era, deste modo, propriedade particular. Logo, deram de si e elaboraram um novo decreto, do qual se excluía o Palácio. No entanto, o edifício ficou esquecido: não pertenceu ao Estado do Rio, ao Estado da Guanabara, nem ao governo federal, ou à família imperial. Somente quando Epitácio Pessoa assumiu a Presidência da República, o exílio da família foi revogado e permitido o regresso ao Brasil dos jovens príncipes, que eram rapazes.
Os que sobreviveriam dos descendentes de Pedro II voltaram com sotaque francês, mas o presidente da República morava no Palácio Guanabara, despachando no Palácio do Catete. D. Pedro Gastão, o de Petrópolis, chefe da Casa Imperial, trocava. “Como é que podia eu chegar e requerer na Justiça o despejo do presidente da República, que tinha deixado a gente voltar para o Brasil? Não era possível”.
A família real constituiu advogado o mineiro San Tiago Dantas, que entrou com ação na Justiça. Acontece que, então, lá já despachava o general Mendes de Morais, o prefeito. A mesma situação de antes: como despejar um general chefe de executivo?
Com a saída de Mendes de Morais do cargo, a ação parecia ganhar espaço. Mas com San Tiago Dantas já no Partido Trabalhista Brasileiro, como entrar contra a família imperial, para tomar do povo do Rio de Janeiro o Palácio Guanabara? Assumiu a pendenga, naquela hora, o advogado Miguel Lins, por substabelecimento. A partir daí, faltam-me informações.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

DEPOIS DE 18 ANOS NO MUNDO CHEGOU AO BRASIL A ERA DO ROBÔ CIRURGIÃO


Era do robô cirurgião: tecnologia beneficia pacientes com câncer de próstata

Flávia Ivo









O aparelho só destrava para a operação com os olhos do cirurgião encostados na máquina; caso contrário, a ferramenta bloqueia os movimentos

Precisão nos movimentos, visão 3D e recuperação rápida são algumas das vantagens para médicos e pacientes trazidas pela cirurgia robótica. A ferramenta, presente no Brasil há oito anos e existente em Belo Horizonte há dois, foi um ganho em operações para retirada de tumores, especialmente na próstata. A glândula está em foco no mês em que os cuidados com a saúde masculina são lembrados –o Novembro Azul.
O maquinário, que leva o nome de Da Vinci – em referência às múltiplas habilidades do pintor renascentista –, é guiado pelo especialista por meio de um console, em que botões e pedais compõem espécie de joystick dos videogames. As funcionalidades permitem, dentre outras coisas, incisões certeiras, manipulação de estruturas delicadas e filtragem do tremor das mãos dos médicos.
“Na cirurgia por videolaparoscopia, por exemplo, olhamos para um televisor bidimensional. Tínhamos perdido a profundidade. O robô nos devolveu a visão tridimensional, o 3D real”, diz o urologista Pedro Romanelli, que preside a Seção Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Urologia e é proctologista do Hospital Felício Rocho.
O papel de Romanelli, que tem cinco anos de experiência na técnica, é, além de realizar o procedimento, orientar outros médicos que estejam começando na cirurgia robótica na unidade de saúde.
“Existente há 18 anos lá fora, hoje cerca de 95% das cirurgias são feitas com a tecnologia, principalmente para retirada de cânceres de próstata e de rim. São estruturas em local de difícil acesso”
Pedro Romanelli
Urologista especialista em cirurgia robótica
“Para operar no robô é preciso tirar uma espécie de ‘carteira de motorista’, certificação disponível nos Estados Unidos e na Colômbia. No entanto, nos primeiros casos, é preciso ter ao lado um cirurgião experiente”, destaca o profissional.
De acordo com o urologista, muita gente pensa que a cirurgia robótica é realizada exclusivamente por robô. Uma equipe inteira está envolvida no processo.
“Brinco que o robô é igual a uma Ferrari. Se você não souber dirigir, não adianta nada. O que fará com a melhor imagem e a precisão depende do cirurgião. É uma tecnologia fantástica, mas que precisa de treinamento e de uma equipe que está acostumada com a mecânica da cirurgia”, explica o especialista.
Prevenção
Na retirada do câncer na próstata, segundo tipo que mais mata homens no Brasil – estimativa para este ano é de 65 mil novos casos –, a ferramenta permite a preservação de estruturas importantes, reduzindo consideravelmente as chances de incontinência uri-nária e disfunção erétil, situações temidas pelos pacientes.
“Nem sempre é necessário tratar a doença de imediato. Tratamos excessivamente esse tipo de tumor na década de 1990, fazendo os homens sofrerem com as consequências. Hoje, fala-se muito de vigilância ativa, verificando periodicamente exames de sangue e de imagem”, descreve Ellias Lima, oncologista da Oncomed e Instituto Mário Penna.
Como qualquer tipo de câncer, se diagnosticado precocemente, o de próstata apresenta maior possibilidade de cura. “Queremos que as pessoas morram menos da doença. O exame de sangue (chamado PSA) consegue nos dizer se pode haver algo errado com a glândula, mas a enfermidade é confirmada apenas com a biópsia”, explica o médico.



Na mesa de cirurgia, presença de um segundo médico é essencial para o manejo das pinças e outras funções

Recuperação rápida é uma das vantagens do procedimento
A redução dos riscos de infecção e outros benefícios da cirurgia robótica foram determinantes para que o comerciante Joaquim Eustáquio Reis, de 63, decidisse pela retirada da próstata, há um ano.
Ele, que conviveu com o câncer durante três anos, ficou receoso em tratar com a radioterapia, opção dada por um dos médicos com os quais consultou. “Mas, minha avó sempre falava que é preciso cortar o mal pela raiz. Além disso, a radiação poderia afetar algum órgão próximo. Por isso, quando o robô chegou a Belo Horizonte, fui criando coragem para passar pelo procedimento”, conta.
Reis afirma que a única dor que sentiu durante todo o processo foi a da picada da agulha para a aplicação da anestesia. “Fiz a cirurgia às 15h do dia 15 de novembro de 2017. Vinte e quatro horas depois eu já seguia para a casa da minha filha para a recuperação. Voltei às minhas atividades normais em 30 dias”, relata o comerciante, que disse ter tido, por curto período, incontinência urinária. “Meu médico me encaminhou para a fisioterapia e logo consegui reter a urina”, expõe.



Dalton Laranjo fez a cirurgia há quase três meses


Satisfação
Há quase três meses, o empresário Dalton Laranjo, de 56 anos, passou por experiência semelhante à de Joaquim Reis com a cirurgia robótica. “Não senti dor alguma e, no dia seguinte, já saí para a recuperação em casa. Já estou bem recuperado, fazendo atividade física e retornei ao trabalho, mesmo que aos poucos, com duas semanas”.
O tumor de Laranjo já estava grande quando foi detectado, no último mês de junho. Após alteração no exame de sangue, o empresário fez a biópsia e logo decidiu pela operação, realizada em agosto. “Ele poderia se espalhar para outros órgãos, mas deu tempo, a ação foi rápida”, relembra.
Ambos os pacientes foram operados pelo urologista Pedro Romanelli, que ressalta a excelência dos resultados. “Com essa cirurgia, temos conseguido acelerar a recuperação. Hoje, a maioria deles consegue ter uma vida boa após o procedimento”, coloca.
Se o tumor for extirpado por completo e os exames de sangue estiverem normais, não há necessidade de tratamento complementar.
“Na maioria das vezes, o tratamento cirúrgico é o suficiente. Geralmente, se o paciente precisa, a radioterapia é combinada com tratamento hormonal. Em fase mais avançada da doença, no caso de metástase e recidiva, pode-se lançar mão de quimioterapia”, esclarece Ellias Lima, oncologista da Oncomed e do Instituto Mário Penna.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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