terça-feira, 13 de novembro de 2018

HISTÓRIAS DOS POLÍTICOS E O PODER NO BRASIL


Os políticos e o poder

Manoel Hygino 









Novos governantes, habitações luxuosas para os que sonham com o poder, que proporcione benesses e pompa, como acontece comumente. É natural, embora haja aqueles outros que desprezam ou relegam a ostentação.
De tudo existe, em todas as épocas e lugares, mas algo é certo: os palácios favorecem o ambiente de adulação, de bajulação, com objetivos muitas vezes escusos, embora o correto senso de servir glorifique ou honre detentores do poder. Com este propósito, eles concorrem aos pleitos e fazem promessas populares em praça pública ou pelos modernos meios de comunicação. Há os que assim procedem e esquecem os compromissos.
Há casos curiosos. Na época da proclamação da República, aconteceu um dos episódios lembráveis. Deposto Pedro II, em 15 de novembro de 1889, ele recusou uma bela pensão que lhe ofereceram a bordo do navio que o levaria para o exílio. O “Alagoas” levantou ferros depois das duas da madrugada, enquanto o imperador mantinha a maior dignidade e a imperatriz chorava. Explicou-se: “como deixar de vertê-las ao sair de minha terra que nunca mais hei de ver?”.
No Rio de Janeiro, ficaram os muitos afoitos, elementos exaltados do Governo Provisório da República. Redigiram um decreto, assinado por Aristides Lobo, ministro interino da Justiça, declarando o confisco dos bens da Coroa. Entre estes, o Palácio Isabel, depois Palácio Guanabara.
Aí o engano ledo e cego, que permaneceu por muito tempo. O Palácio Isabel havia sido doado à princesa (que proclamara a libertação dos escravos um ano e pouco antes), por subscrição pública, como presente de núpcias, quando do seu casamento com o Conde d’Eu.
Era, deste modo, propriedade particular. Logo, deram de si e elaboraram um novo decreto, do qual se excluía o Palácio. No entanto, o edifício ficou esquecido: não pertenceu ao Estado do Rio, ao Estado da Guanabara, nem ao governo federal, ou à família imperial. Somente quando Epitácio Pessoa assumiu a Presidência da República, o exílio da família foi revogado e permitido o regresso ao Brasil dos jovens príncipes, que eram rapazes.
Os que sobreviveriam dos descendentes de Pedro II voltaram com sotaque francês, mas o presidente da República morava no Palácio Guanabara, despachando no Palácio do Catete. D. Pedro Gastão, o de Petrópolis, chefe da Casa Imperial, trocava. “Como é que podia eu chegar e requerer na Justiça o despejo do presidente da República, que tinha deixado a gente voltar para o Brasil? Não era possível”.
A família real constituiu advogado o mineiro San Tiago Dantas, que entrou com ação na Justiça. Acontece que, então, lá já despachava o general Mendes de Morais, o prefeito. A mesma situação de antes: como despejar um general chefe de executivo?
Com a saída de Mendes de Morais do cargo, a ação parecia ganhar espaço. Mas com San Tiago Dantas já no Partido Trabalhista Brasileiro, como entrar contra a família imperial, para tomar do povo do Rio de Janeiro o Palácio Guanabara? Assumiu a pendenga, naquela hora, o advogado Miguel Lins, por substabelecimento. A partir daí, faltam-me informações.

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

DEPOIS DE 18 ANOS NO MUNDO CHEGOU AO BRASIL A ERA DO ROBÔ CIRURGIÃO


Era do robô cirurgião: tecnologia beneficia pacientes com câncer de próstata

Flávia Ivo









O aparelho só destrava para a operação com os olhos do cirurgião encostados na máquina; caso contrário, a ferramenta bloqueia os movimentos

Precisão nos movimentos, visão 3D e recuperação rápida são algumas das vantagens para médicos e pacientes trazidas pela cirurgia robótica. A ferramenta, presente no Brasil há oito anos e existente em Belo Horizonte há dois, foi um ganho em operações para retirada de tumores, especialmente na próstata. A glândula está em foco no mês em que os cuidados com a saúde masculina são lembrados –o Novembro Azul.
O maquinário, que leva o nome de Da Vinci – em referência às múltiplas habilidades do pintor renascentista –, é guiado pelo especialista por meio de um console, em que botões e pedais compõem espécie de joystick dos videogames. As funcionalidades permitem, dentre outras coisas, incisões certeiras, manipulação de estruturas delicadas e filtragem do tremor das mãos dos médicos.
“Na cirurgia por videolaparoscopia, por exemplo, olhamos para um televisor bidimensional. Tínhamos perdido a profundidade. O robô nos devolveu a visão tridimensional, o 3D real”, diz o urologista Pedro Romanelli, que preside a Seção Minas Gerais da Sociedade Brasileira de Urologia e é proctologista do Hospital Felício Rocho.
O papel de Romanelli, que tem cinco anos de experiência na técnica, é, além de realizar o procedimento, orientar outros médicos que estejam começando na cirurgia robótica na unidade de saúde.
“Existente há 18 anos lá fora, hoje cerca de 95% das cirurgias são feitas com a tecnologia, principalmente para retirada de cânceres de próstata e de rim. São estruturas em local de difícil acesso”
Pedro Romanelli
Urologista especialista em cirurgia robótica
“Para operar no robô é preciso tirar uma espécie de ‘carteira de motorista’, certificação disponível nos Estados Unidos e na Colômbia. No entanto, nos primeiros casos, é preciso ter ao lado um cirurgião experiente”, destaca o profissional.
De acordo com o urologista, muita gente pensa que a cirurgia robótica é realizada exclusivamente por robô. Uma equipe inteira está envolvida no processo.
“Brinco que o robô é igual a uma Ferrari. Se você não souber dirigir, não adianta nada. O que fará com a melhor imagem e a precisão depende do cirurgião. É uma tecnologia fantástica, mas que precisa de treinamento e de uma equipe que está acostumada com a mecânica da cirurgia”, explica o especialista.
Prevenção
Na retirada do câncer na próstata, segundo tipo que mais mata homens no Brasil – estimativa para este ano é de 65 mil novos casos –, a ferramenta permite a preservação de estruturas importantes, reduzindo consideravelmente as chances de incontinência uri-nária e disfunção erétil, situações temidas pelos pacientes.
“Nem sempre é necessário tratar a doença de imediato. Tratamos excessivamente esse tipo de tumor na década de 1990, fazendo os homens sofrerem com as consequências. Hoje, fala-se muito de vigilância ativa, verificando periodicamente exames de sangue e de imagem”, descreve Ellias Lima, oncologista da Oncomed e Instituto Mário Penna.
Como qualquer tipo de câncer, se diagnosticado precocemente, o de próstata apresenta maior possibilidade de cura. “Queremos que as pessoas morram menos da doença. O exame de sangue (chamado PSA) consegue nos dizer se pode haver algo errado com a glândula, mas a enfermidade é confirmada apenas com a biópsia”, explica o médico.



Na mesa de cirurgia, presença de um segundo médico é essencial para o manejo das pinças e outras funções

Recuperação rápida é uma das vantagens do procedimento
A redução dos riscos de infecção e outros benefícios da cirurgia robótica foram determinantes para que o comerciante Joaquim Eustáquio Reis, de 63, decidisse pela retirada da próstata, há um ano.
Ele, que conviveu com o câncer durante três anos, ficou receoso em tratar com a radioterapia, opção dada por um dos médicos com os quais consultou. “Mas, minha avó sempre falava que é preciso cortar o mal pela raiz. Além disso, a radiação poderia afetar algum órgão próximo. Por isso, quando o robô chegou a Belo Horizonte, fui criando coragem para passar pelo procedimento”, conta.
Reis afirma que a única dor que sentiu durante todo o processo foi a da picada da agulha para a aplicação da anestesia. “Fiz a cirurgia às 15h do dia 15 de novembro de 2017. Vinte e quatro horas depois eu já seguia para a casa da minha filha para a recuperação. Voltei às minhas atividades normais em 30 dias”, relata o comerciante, que disse ter tido, por curto período, incontinência urinária. “Meu médico me encaminhou para a fisioterapia e logo consegui reter a urina”, expõe.



Dalton Laranjo fez a cirurgia há quase três meses


Satisfação
Há quase três meses, o empresário Dalton Laranjo, de 56 anos, passou por experiência semelhante à de Joaquim Reis com a cirurgia robótica. “Não senti dor alguma e, no dia seguinte, já saí para a recuperação em casa. Já estou bem recuperado, fazendo atividade física e retornei ao trabalho, mesmo que aos poucos, com duas semanas”.
O tumor de Laranjo já estava grande quando foi detectado, no último mês de junho. Após alteração no exame de sangue, o empresário fez a biópsia e logo decidiu pela operação, realizada em agosto. “Ele poderia se espalhar para outros órgãos, mas deu tempo, a ação foi rápida”, relembra.
Ambos os pacientes foram operados pelo urologista Pedro Romanelli, que ressalta a excelência dos resultados. “Com essa cirurgia, temos conseguido acelerar a recuperação. Hoje, a maioria deles consegue ter uma vida boa após o procedimento”, coloca.
Se o tumor for extirpado por completo e os exames de sangue estiverem normais, não há necessidade de tratamento complementar.
“Na maioria das vezes, o tratamento cirúrgico é o suficiente. Geralmente, se o paciente precisa, a radioterapia é combinada com tratamento hormonal. Em fase mais avançada da doença, no caso de metástase e recidiva, pode-se lançar mão de quimioterapia”, esclarece Ellias Lima, oncologista da Oncomed e do Instituto Mário Penna.

LÍDERES MUNDIAIS COMEMORARAM EM PARIS O ANIVERSÁRIO DO FIM DA 1ª GUERRA MUNDIAL


Líderes mundiais participam de evento em comemoração ao fim da 1ª Guerra Mundial

Estadão Conteúdo










Macron e Merkel fortalecem união em evento pelo centenário da Primeira Guerra Mundial


Líderes mundiais se reuniram em Paris neste domingo em um evento para marcar o fim da Primeira Guerra Mundial há 100 anos. Mais de 60 chefes de Estado e de governo, incluindo o presidente americano, Donald Trump,  participaram de uma cerimônia solene no túmulo do soldado desconhecido, o símbolo mudo e poderoso de sacrifício por milhões que morreram de entre 1914 e 1918.

O evento em memória começou tarde, ultrapassando o horário exato há cem anos, às 11h da manhã, que o silêncio da paz se fez presente. O presidente francês, Emmanuel Macron, e outros líderes ainda estavam a caminho para o local do centenário no Arco do Triunfo.

Trump chegou separadamente em uma carreata que passou por duas dois manifestantes de topless com slogans anti-guerra. Elas conseguiram ultrapassar os seguranças e foram rapidamente impedidas pela polícia de se agrupar. O grupo Femen reivindicou a responsabilidade do ato.

O último a chegar no evento foi o presidente russo, Vladimir Putin. A chanceler alemã, Angela Merkel, foi posicionada em um lugar de destaque entre Trump e Macron, um poderoso símbolo de vencedores e vencidos agora de pé juntos, ombro a ombro.

Hoje pela manhã, o presidente americano cancelou uma visita planejada a um cemitério de americanos mortos na Primeira Guerra Mundial, citando o  mau tempo e questão de segurança de seu helicóptero, informou a Casa Branca.

Trump tinha sido programado para colocar uma coroa de flores e fazer um minuto de silêncio no Cemitério e Memorial Americano Aisne-Marne, localizado em Belleau Wood, cerca 100 quilômetros.

BOLSONARO PROMETE UM GOVERNO FELIZ PARA TODOS OS BRASILEIROS


Bolsonaro liga para Silvio Santos e diz que vai trabalhar por um país em que todos sejam felizes

Agência Brasil










Bolsonaro liga para Silvio Santos em pleno Teleton, apresentador se desmancha em elogios e faz previsão

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou que tem intenção de fazer com que todos vivam bem e em harmonia no Brasil. Segundo ele, é preciso “transformar o nosso país” em um local onde todos consigam conviver mais felizes. O esforço, de acordo com Bolsonaro, é conjunto de todos aqueles que contribuem para o governo eleito.
“Tem como transformar o nosso país. Mas não só habitável, mas [um lugar em] que as pessoas possam viver em harmonia e mais felizes.”
Bolsonaro surpreendeu no sábado (10) à noite o empresário Silvio Santos, que conduzia o Teleton, uma campanha do SBT em favor de ajuda financeira para a Associação Brasileira de Assistência para a Criança Brasileira (AACB). O presidente eleito ligou direto para o apresentador para pedir doações.
“Sou um fã teu. Tenho acompanhado o Teleton à medida do possível, realmente há um reconhecimento muito grande por parte da sociedade”, disse. “A grande contribuição não é minha. É pedir, respeitosamente, para quem votou em mim ou não, mas é fã do Silvio Santos, que faça uma doação que seja de R$ 5.”
Elogios
Por pouco mais de seis minutos, Silvio Santos conversou, por telefone ao vivo, com Bolsonaro. Fez elogios especialmente à escolha do juiz federal Sergio Moro para o Ministério da Justiça (que agregará a Segurança Pública e parte do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf).
“O mérito é dele [Sergio Moro], de atacar o crime organizado”, destacou o presidente eleito. “O homem que nos deu esperança de viver em um país sem corrupção ou com menos corrupção e que possa atacar o crime organizado”, acrescentou.
Silvio Santos agradeceu a Bolsonaro e fez questão de dizer que não o conhece pessoalmente, mas tem uma impressão positiva sobre ele. “A impressão que eu tenho é que é um carioca risonho e brincalhão.”
O empresário afirmou ainda que foi a primeira vez que um presidente da República ligou para ele durante o Teleton e pediu que Bolsonaro não anunciasse publicamente o valor da sua doação.
“É a primeira vez que um presidente me dá este prazer e teve a gentileza de ligar para mim. Gostaria de parabenizá-lo, sei que o Brasil não é um peso leve”, disse Silvio Santos.