terça-feira, 9 de outubro de 2018

FMI AVALIA PARA BAIXO O PIB BRASILEIRO


FMI revisa para baixo PIB do Brasil para 2018 e 2019

Estadão Conteúdo







O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as previsões para o crescimento do Brasil para 2018 e 2019, que passam agora a ser de 1,4% e 2,4%, respectivamente, segundo o documento Perspectiva Econômica Mundial, com o título "Desafios para crescimento constante".

A mudança para baixo da previsão para este ano foi uma das maiores feitas pelo FMI. Em julho, as projeções para o PIB do País estavam em 1,8% para 2018 e 2,5% para 2019. Em abril, o Fundo estimou que a economia do País avançaria 2,3% neste ano e 2,5% no próximo.

"A previsão de crescimento para 2018 é menor que a projeção de abril em 0,9 ponto porcentual por conta das interrupções causadas pela greve nacional dos caminhoneiros e condições financeiras externas mais apertadas, que são uma fonte de risco para a perspectiva", destacou o FMI.

Para o último trimestre de 2018, o FMI projeta que o PIB brasileiro deve crescer 1,7% ante o mesmo período de 2017 e subir 2,5% entre outubro a dezembro de 2019 em relação aos mesmos três meses deste ano.

A instituição multilateral ressalta que o País está numa rota de recuperação, com alta do PIB de 1,0% em 2017, depois de ter passado pela forte recessão de 2015-2016. Contudo, o FMI aponta que a retomada da economia em países emergentes, além de ser influenciada por fatores internos, sofre efeitos do processo de normalização da política monetária nos EUA, que afetou neste ano esses países em geral. O Fundo estima que, no médio prazo, a taxa de expansão do Brasil deve ser de 2,2%, marca que deverá ser alcançada em 2023.

Fiscal

"A reforma da Previdência Social é essencial para assegurar a sustentabilidade fiscal e garantir justiça, dado que os gastos com pensões são elevados e estão subindo e as aposentadorias são indevidamente generosas para alguns segmentos da população", destacou o Fundo, referindo-se ao Brasil. "Enquanto recentes medidas para elevar a transparência são bem-vindas, o arcabouço fiscal precisa ser reforçado, incluindo o aumento da flexibilidade do Orçamento."

O vice-diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas do Fundo Monetário Internacional, Gian Maria Milesi-Ferretti, afirmou que reformas estruturais no Brasil, especialmente a da Previdência, "são necessárias para a melhora das condições fiscais" no País.

Ao responder pergunta do jornal O Estado de S. Paulo e do Broadcast (serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado) sobre o que o FMI espera do próximo presidente do País na gestão das políticas fiscal e monetária, Ferretti respondeu: "A reforma da Previdência é fundamental para a estabilidade das contas públicas no longo prazo. Com as incertezas nos mercados globais, mudanças fiscais no Brasil tornam-se mais importantes".

OS PROBLEMAS BRASILEIROS ESTÃO LONGE DO FIM


Longe do fim

Manoel Hygino 











Embora de antemão se preconizasse o resultado das eleições do último 7 de outubro, para o que se esmeraram os institutos de pesquisas e os cientistas políticos, a verdade verdadeira é que o cidadão amanheceu a segunda-feira com aparência de perplexidade.
Aliás, o Brasil, diante da multiplicidade de informações, a que se acrescentaram as divulgadas por redes sociais, algumas com interesses escusos e confusos, o clima era de ressaca. A despeito da lei seca, também de validade duvidosa, perguntava-se: como é mesmo?
Os tempos mudaram... para pior. Candidatos em pencas, condutas indevidas por não poucos. Os opositores esmiuçaram tudo sobre a vida, os rendimentos, os patrimônios dos concorrentes para extrair dados comprometedores, o que não se revelava tão difícil com determinados casos e protagonistas e diante das circunstâncias atuais.
As plataformas dos candidatos não variaram. Permaneceram praticamente as de sempre, porque não se conseguiu efetivamente resolver de vez os problemas maiores que afligem a nação e comprometem o seu futuro, atormentando o cidadão-eleitor.
Feito o jogo, conhecidos os números, constata-se o que tampouco era ou é novidade: o que é imprescindível nova partida para se alcançarem os resultados possivelmente definitivos. A Justiça está aí para eliminar as divergências restantes, porque o Brasil é grande e não menores os interesses.
As eleições deste ano foram mais uma bela oportunidade para a nação, a fim de prepará-la para os imensos desafios que tem à frente a partir de 2019. Não são poucos e exigem, antes de tudo, real consciência nacional para superá-los, tal o grau de gravidade que os envolve. É missão para todos, por mais decênios, não necessitando, contudo, de Constituição nova para armá-la de meios indispensáveis á luta esperada.
Persistem a questão da Previdência, que não é só nosso, tanto que provoca manifestações nas vias públicas de Moscou, até junto aos muros do Kremlin. Quatro milhões de inativos e pensionistas do setor público no Brasil acarretam um déficit de previdência maior do que o gasto do Estado brasileiro com 37 milhões de crianças da escola pública.
Não há como onerar mais o contribuinte, já com carga tributária altíssima, da ordem de 34% do PIB, isto é, mais de um terço da renda nacional. O Estado gasta 10% do Produto Interno Bruto a mais do que arrecada – é o chamado déficit nominal. O Estado constitui um dragão concentrador de renda, e sua presença, do Estado, é quase metade da economia.
E se tem de manter a guerra contra a corrupção, que atingiu por aqui níveis que envergonham o brasileiro. O fenômeno mata a confiança, em níveis interno e externo. O ministro Rubens Ricúpero advertia que nenhum regime democrático sobrevive à corrupção sistêmica e institucional. Tudo, ademais, exige palavra final do Judiciário, a começar pelo STF, que há de ser menos político e menos falante. A organização do Supremo há de ser reestruturada, para que seus ministros mereçam a confiança que deles se espera.
Quando se toca no tema, não se pode deixar de recorrer ao direito romano, tão bem ensinado pelo professor Mello Cançado, na famosa Escolinha do Bispo, em Belo Horizonte: “Infinitas peccadi illebra, isto é: a impunidade estimula a delinquência”.


COLUNA ESPLANADA DO DIA 09/10/2018


Clima de guerra

Coluna Esplanada – Leandro Mazzini 









O aumento expressivo do apoio de forças federais na segurança dos Estados reflete o clima de beligerância nas eleições deste ano. No 1.º turno do pleito de 2014, as tropas federais atuaram em 279 cidades. Para amanhã, o Tribunal Superior Eleitoral já autorizou, até o momento, o envio de militares para 497 localidades. Número que tende a aumentar. O Estado que pediu mais apoio foi o Piauí – onde as tropas irão atuar em 122 cidades –, seguido de Rio Grande do Norte (97), Maranhão (72), Rio de Janeiro (69), Pará (60), Amazonas (26), Mato Grosso (19), Tocantins (12), Acre (11), Ceará (5) e Mato Grosso do Sul (4).

Nas municipais
Em 2016, no 1º turno, as tropas federais atuaram em 315 municípios de 13 Estados.

Cadê?
Campanha nas ruas, debates na TV e rádios, mas você viu os presidenciáveis falarem de proposta para incentivo ao esporte e inclusão social pelo esporte? Nós não.

Patriotismo
Domingo é o dia da maior festa da democracia brasileira. Exerça o seu direito. E respeite o outro, independentemente da cor do partido ou bandeira ideológica.

Homem do campo
Principal articulador da formalização do apoio da Frente Parlamentar da Agropecuária ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), o presidente da União Democrática Ruralista, Luiz Antonio Nabhan Garcia, ampliou sua cotação para chefiar ou emplacar um indicado no comando do Ministério da Agricultura no eventual governo do ex-capitão.

Ruralistas
Nabhan Garcia, um dos principais conselheiros da campanha de Bolsonaro, é defensor de uma “reforma agrária organizada”, sob controle de um órgão sem vínculo “ideológico ou político”. Avalia que a reforma feita nos últimos anos apenas jogou dinheiro fora e transformou a área rural em “uma grande favela”.

ZapFake
O comando da campanha do petista Fernando Haddad atribui às chamadas fake news o crescimento que chamam de “inesperado” do adversário Bolsonaro nas últimas pesquisas. Para conter a propagação de notícias falsas, o partido disseminou dezenas de contatos de Whatsapp em todo o País para denúncias de militantes. </CW>

Lula ‘na linha’
Tem até o “Zap do Lula”, com número de São Paulo, que traz a mensagem: “Lula e Haddad precisam de você: denuncie boatos e mentiras”.

Alerta de dentro
Presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Ângelo Fabiano Farias da Costa afirma que o País vive “uma crise desconstituinte” ao pontuar que Ministério Público do Trabalho passa por momentos difíceis, “inclusive no que diz respeito à atuação na esfera trabalhista, cujos direitos estão sendo esvaziados”.

Memória 
O PDT, do presidenciável Ciro Gomes, e o deputado Jair Bolsonaro (PSL) integraram o movimento na Câmara que culminou na aprovação, com folga, da punição para juízes e membros do Ministério Público Federal por abuso de autoridade. Foi em 2016 durante a discussão do pacote anticorrupção composto por medidas propostas pelo MPF.

Orbitando
Um caso simples reflete a crise no Correios, assaltado pelo PT e PTB nos últimos anos. Não chegou até hoje uma carta com AR enviada sábado passado de uma agência no Plano Piloto de Brasília para a cidade satélite de Brazlândia, a apenas 40km da capital.

Custo Brasil
Pelo rastreamento, o portal dos Correios informa que houve ‘mal encaminhamento’ da carta. O remetente pagou R$ 12 para o envio. Gastaria menos que isso de gasolina para ir e voltar ao local do destinatário para entregar a carta.

Boteco em Vegas
Morador de Las Vegas há 20 anos, o empresário carioca Marcus Fortunato abriu o Boteco na capital dos jogos, que fez grande sucesso no verão americano e virou point de turistas. Uma turma de brasileiros baixa lá esta semana, durante a Global Gaming Expo - G2E. Fortunato tem uma empresa que fabrica software para máquinas de jogos.

Pista jurídica 
Em sentenças recentes, a 99 POP se livrou de processos contra motoristas que tentaram na Justiça vínculos empregatícios contra o app que envolve motoristas com veículos próprios. Os juízes Luiz Gonçalves, da 37ª Vara do Trabalho de BH, e Patricia Seller, da 2ª Vara do Trabalho de Mauá (SP), acolheram os argumentos da empresa quanto à liberdade de escolha dos motoristas na utilização do aplicativo

VITÓRIA DE BOLSONARO NAS URNAS É DESTAQUE INTERNACIONAL


Imprensa internacional destaca 'ampla vantagem' de Bolsonaro no 2º turno

Estadão Conteúdo









Segundo o The New York Times, o descontentamento com a corrupção e a violência teve um peso forte, diante das promessas de Bolsonaro de "mão de ferro" na política

A imprensa internacional acompanha os resultados do primeiro turno no Brasil e registra a "contundente vitória" de Jair Bolsonaro (PSL) no primeiro turno, nas palavras do jornal argentino La Nación. Outro diário do país vizinho, o Clarín afirma em título que Bolsonaro "arrasa" e entra com "vantagem ampla" na disputa de segundo turno contra Fernando Haddad (PT). O britânico Financial Times, por sua vez, afirma que "a eleição do candidato de extrema-direita significaria uma mudança decisiva no maior país da América Latina".

O jornal The New York Times informa que a eleição foi ao segundo turno, com "o candidato de extrema-direita muito perto de uma vitória direta". Segundo o diário americano, o descontentamento com a corrupção e a violência teve um peso forte, diante das promessas de Bolsonaro de "mão de ferro" na política. O NYT diz ainda que o candidato representa uma ruptura com o establishment político, por ficar em primeiro lugar mesmo com um histórico de "declarações ofensivas".

O Wall Street Journal, por sua vez, diz que Bolsonaro atraiu votos de eleitores que buscavam "a opção menos pior". Outro diário americano, The Washington Post afirma que o resultado representa "um choque" para os brasileiros, em uma campanha que "dividiu a maior nação da América Latina em linhas de gênero e raciais".

Na França, Le Monde informa que haverá segundo turno, mas diz que ainda existe incerteza sobre quem pode vencer. Segundo Le Figaro, Bolsonaro é um candidato "populista da extrema direita", que obteve votos de brasileiros "exasperados pela corrupção e a violência". Para esse jornal, o candidato do PSL é um "nostálgico da ditadura", que se apresenta como "salvador da pátria".

No Reino Unido, The Guardian destaca que haverá segundo turno e aponta em análise que apenas uma grande coalizão poderia provocar uma reviravolta favorável a Haddad. Na Espanha, El País aponta o "claro triunfo" de Bolsonaro e diz que os evangélicos brasileiros "se convertem à ultradireita". Em análise, o diário afirma ainda que "a democracia recua" no País.

Na Colômbia, o jornal El Tiempo cita a vitória de Bolsonaro, mas também o fato de que ele não conseguiu evitar uma nova disputa nas urnas. O diário registra a força dos evangélicos na campanha do capitão reformado do Exército. No Chile, El Mercurio diz que Bolsonaro conseguiu "canalizar o mal-estar pela corrupção e a violência" e sai com 17 pontos de vantagem na reta final. Outro diário chileno, La Tercera avalia que os casos de corrupção e os votos contra o PT tiveram papel crucial na disputa. Em um de seus títulos, o mesmo jornal diz que o "Trump do Brasil", referência ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, conseguiu mexer no tabuleiro político do País, além de destacar a derrota da candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff ao Senado, em Minas Gerais.

No México, El Universal dá menos destaque à notícia, mas registra que Bolsonaro e Haddad vão ao segundo turno. Outro jornal mexicano, Reforma afirma que a eleição é uma das disputas mais duras da história brasileira.

MICHAEL STOTT EDITOR DO FINANCIAL TIMES ANALISA A SITUAÇÃO ECONÔMICA E POLÍTICA BRASILEIRA DO GOVERNO LULA

  Área econômica é o ponto mais fraco do governo...