Longe do fim
Manoel Hygino
Embora de antemão se
preconizasse o resultado das eleições do último 7 de outubro, para o que se
esmeraram os institutos de pesquisas e os cientistas políticos, a verdade
verdadeira é que o cidadão amanheceu a segunda-feira com aparência de
perplexidade.
Aliás, o Brasil,
diante da multiplicidade de informações, a que se acrescentaram as divulgadas
por redes sociais, algumas com interesses escusos e confusos, o clima era de
ressaca. A despeito da lei seca, também de validade duvidosa, perguntava-se:
como é mesmo?
Os tempos mudaram...
para pior. Candidatos em pencas, condutas indevidas por não poucos. Os
opositores esmiuçaram tudo sobre a vida, os rendimentos, os patrimônios dos
concorrentes para extrair dados comprometedores, o que não se revelava tão
difícil com determinados casos e protagonistas e diante das circunstâncias
atuais.
As plataformas dos
candidatos não variaram. Permaneceram praticamente as de sempre, porque não se
conseguiu efetivamente resolver de vez os problemas maiores que afligem a nação
e comprometem o seu futuro, atormentando o cidadão-eleitor.
Feito o jogo,
conhecidos os números, constata-se o que tampouco era ou é novidade: o que é
imprescindível nova partida para se alcançarem os resultados possivelmente
definitivos. A Justiça está aí para eliminar as divergências restantes, porque
o Brasil é grande e não menores os interesses.
As eleições deste ano foram mais uma bela oportunidade para a nação, a fim de prepará-la para os imensos desafios que tem à frente a partir de 2019. Não são poucos e exigem, antes de tudo, real consciência nacional para superá-los, tal o grau de gravidade que os envolve. É missão para todos, por mais decênios, não necessitando, contudo, de Constituição nova para armá-la de meios indispensáveis á luta esperada.
As eleições deste ano foram mais uma bela oportunidade para a nação, a fim de prepará-la para os imensos desafios que tem à frente a partir de 2019. Não são poucos e exigem, antes de tudo, real consciência nacional para superá-los, tal o grau de gravidade que os envolve. É missão para todos, por mais decênios, não necessitando, contudo, de Constituição nova para armá-la de meios indispensáveis á luta esperada.
Persistem a questão
da Previdência, que não é só nosso, tanto que provoca manifestações nas vias
públicas de Moscou, até junto aos muros do Kremlin. Quatro milhões de inativos
e pensionistas do setor público no Brasil acarretam um déficit de previdência
maior do que o gasto do Estado brasileiro com 37 milhões de crianças da escola
pública.
Não há como onerar
mais o contribuinte, já com carga tributária altíssima, da ordem de 34% do PIB,
isto é, mais de um terço da renda nacional. O Estado gasta 10% do Produto
Interno Bruto a mais do que arrecada – é o chamado déficit nominal. O Estado
constitui um dragão concentrador de renda, e sua presença, do Estado, é quase
metade da economia.
E se tem de manter a
guerra contra a corrupção, que atingiu por aqui níveis que envergonham o
brasileiro. O fenômeno mata a confiança, em níveis interno e externo. O
ministro Rubens Ricúpero advertia que nenhum regime democrático sobrevive à
corrupção sistêmica e institucional. Tudo, ademais, exige palavra final do
Judiciário, a começar pelo STF, que há de ser menos político e menos falante. A
organização do Supremo há de ser reestruturada, para que seus ministros mereçam
a confiança que deles se espera.
Quando se toca no
tema, não se pode deixar de recorrer ao direito romano, tão bem ensinado pelo
professor Mello Cançado, na famosa Escolinha do Bispo, em Belo Horizonte:
“Infinitas peccadi illebra, isto é: a impunidade estimula a delinquência”.
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