quinta-feira, 9 de agosto de 2018

CRESCE O NÚMERO DE GOLPES VIRTUAIS CONTRA EMPRESAS


Empresa reféns: novo golpe virtual impõe resgate para reaver dados sequestrados

Tatiana Moraes







Empresas com sistemas de rede vulneráveis são alvos de novo golpe virtual que tem consequências danosas – e caras – no mundo real. Chamada ransomware, o crime consiste no sequestro dos dados das companhias dos mais variados portes e até mesmo de pessoas físicas. Para ter acesso às informações novamente, empresários precisam pagar resgate aos criminosos. Em um dos casos, o valor chegou a R$ 400 mil. O golpe é um dos mais comuns da atualidade, segundo o delegado responsável pela delegacia Especializada em Crimes Cibernéticos de Belo Horizonte, Felipe Carvalho.
Normalmente, os bandidos criptografam o banco de dados das empresas. Assim fica impossível encontrar nome do cliente, valor da venda ou o número da nota fiscal, por exemplo. Em alguns casos, as quadrilhas conseguem, até mesmo, acessar remotamente alguns pontos das companhias. Se o ar condicionado é controlado via internet, é possível que até ele fique bloqueado.
A senha para “destravar” a empresa só é cedida após pagamento do resgate, normalmente em bitcoin. A moeda virtual custa cerca R$ 30 mil cada e faz parte de um sistema financeiro alternativo, difícil de rastrear.
“Eles costumam cobrar dois ou três bitcoins. Depende do tamanho da empresa”, afirma o consultor da Associação Brasileira de Tecnologia da Informação em Minas Gerais (Assespro-MG) e advogado especialista em direito digital, Frederico Félix.
Na avaliação de economistas do Serasa Experian, a retomada econômica e o aumento do crédito no mercado estão entre os fatores que contribuem para o crescimento das fraudes virtuais. Além da melhora econômica, o delegado Felipe Carvalho afirma que a quantidade de crimes virtuais aumenta à medida que há elevação no número de usuários de internet.
Mercado crescente

Segundo dados da Teleco Consultoria, 67% dos brasileiros tinham acesso à internet em 2017. O índice é 26 pontos percentuais superior ao registrado em 2010. A disponibilidade de internet mais ágil também foi ampliada. No período de 12 meses, de julho de 2017 a junho de 2018, 1.417 novas cidades foram conectadas ao 4G, o que corresponde a um crescimento de 53%.
“Hoje, 160 milhões de pessoas usam a internet. Como são mais pessoas usando a ferramenta, existe chance maior de elas serem alvos de bandidos”, diz o delegado. A quantidade de casos registrados em Belo Horizonte ainda não é estimada. “É uma cifra negra”, afirma.
Segurança
Para evitar a instalação de um ransonware na empresa, a saída é endurecer o sistema de segurança virtual. “Treinar funcionários e instaurar senhas fortes é fundamental para não cair nas mãos de golpistas”, afirma o presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet), Eduardo Parajo. A principal dica, ainda de acordo com ele, é fazer backup periodicamente.
Conforme o especialista, há duas formas de ataque. Na primeira, e mais comum, funcionários recebem um e-mail com um arquivo aparentemente inofensivo, como um documento em pdf ou foto. Ao clicar no anexo, um arquivo é executado a empresa é invadida. Em outros casos, hackers invadem o sistema quebrando a senha de acesso. O pedido de resgate pode ser enviado por e-mail ou, até mesmo, como mensagem de alerta na tela do computador.
Em um ataque recente, um badalado restaurante teve todos os dados comprom etidos por um hacker. “Lista de reservas sumiu, contabilidade foi apagada, relação de estoque também. Não era possível abrir a casa”, conta. O restaurante não quis ser identificado.
“Normalmente, os ladrões de dados utilizam diferentes técnicas para conseguir isso como phishing, engenharia social e até acesso a sites de comando e controle. A partir do domínio do dispositivo do cliente, é possível multiplicar esse controle como se tornar administrador de toda rede ou compartilhar arquivos confidenciais, entre muitas outras possibilidades ruins”, explica Rodolfo Mendes, especialista em segurança da informação da IT-One.

Cresce o número de denúncias em delegacia da capital
Todos os dias, pelo menos 40 pessoas procuram a delegacia especializada em crimes cibernéticos de Belo Horizonte. Embora o ransomware encabece a lista dos crimes virtuais, as fraudes são as mais diversas, conforme afirma o delegado Felipe Carvalho. “Os crimes são os mais inimagináveis”, diz o delegado.
A relações públicas Flávia Pestana está entre as pessoas que procuraram a delegacia depois de ser lesada. Após ver um anúncio no Instagram, no mês passado, ela comprou um kit com 30 refeições fit. Antes de fazer a aquisição, Flávia pesquisou o Facebook da empresa, que possuía boas avaliações, e o site da companhia, que aparentava ser extremamente profissional.
Toda a conversa foi realizada pelas redes sociais. Depois do depósito feito, a entrega das refeições foi agendada algumas vezes, sem sucesso. “Eu ficava esperando, desmarcava reuniões na empresa, mas a entrega nunca era feita. Até que cancelei o pedido e pedi o reembolso, conforme prevê a lei”, diz.

Mal sabia Flávia que o perfil no Instagram e a empresa renomada não tinham ligação. “A pessoa copiou o nome de uma empresa de São Paulo. Copiou as fotos, a logomarca, tudo. Quando entrei em contato com a empresa para reclamar, disseram que não existia filial em Belo Horizonte. Foi aí que eu descobri que tinha caído em um golpe”, afirma.
A pessoa que se apresentava como proprietária da empresa concordou com a devolução do dinheiro, mas até o fechamento desta edição não havia feito o reembolso. “Ela fez o mesmo com pelo menos outras três pessoas”, afirma.
Conforme o gerente do Procon Assembleia, Gilberto Dias de Souza, a relações públicas também pode acionar a Delegacia de Defesa ao Consumidor. “Neste caso, a pessoa lesada sabe quem cometeu a fraude. Por isso, conseguimos notifica-la. No entanto, na maioria das vezes quem comete a fraude usa documentos falsos e não aparece em momento nenhum”, diz.




A NASA VAI EXPLORAR O SOL - VELOCIDADE DA SONDA PARKER 692.000 KM/H


Sonda Parker será lançada com o objetivo de 'tocar o Sol'

Agence France Presse








A sonda Parker será lançada com o objetivo de "tocar o Sol" e responder dúvidas de cientistas


Dotada com um escudo de alta tecnologia para protegê-la do intenso calor, a sonda Parker será lançada no sábado (11) com o objetivo de "tocar o Sol" e tentar responder a uma pergunta que instiga os cientistas: por que sua coroa é infinitamente mais quente que sua superfície?
A sonda, que decolará no sábado de Cabo Canaveral, Flórida, será o primeiro objeto construído pelo homem para lidar com as condições infernais desta parte da atmosfera do Sol, e a passará 24 vezes a 6,2 milhões de quilômetros da sua superfície durante os sete anos que a missão está prevista para durar.
Para sobreviver, a nave está equipada com um escudo composto de carbono de 12 centímetros de espessura que deve protegê-la de uma temperatura de 1.400 graus - suficiente para fundir o silício - e manter funcionando os instrumentos científicos a cômodos 29 graus.
Estes instrumentos devem permitir medir as partículas de alta energia, as flutuações magnéticas e fazer imagens para compreender melhor esta coroa, que é "um ambiente muito estranho, desconhecido para nós", diz Alex Young, um especialista no Sol da Nasa.
De fato, a observação à distância chegou ao seu limite, diz Nicky Fox, membro do Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins e responsável científica da missão.
"Temos que ir aonde isto ocorre, onde acontecem todas estas coisas misteriosas", diz.
Quanto mais longe, mais quente
Diferentemente de uma fogueira, onde a parte mais quente está no centro, a temperatura aumenta à medida que você se afasta do Sol.
"Quando você passa da superfície do Sol, que está a 5.500 graus Celsius, para a coroa, nos encontramos rapidamente a milhões de graus", explica Young.
O especialistas espera que Parker, a única nave da Nasa que leva o nome de um cientista ainda vivo - o famoso astrólogo de 91 anos Eugene Parker -, ajude a dar respostas ao que a Nasa chama de o "problema do aquecimento da coroa".
O assunto também é importante para prever melhor o clima espacial.
As tempestades solares chegam a ser sentidas até na Terra, onde podem perturbar o funcionamento da rede elétrica, mas também provocar falhas nos satélites que orbitam o planeta ou inclusive pôr em perigo a vida dos astronautas.
"É tão importante para nós sermos capazes de prever o clima espacial como de prever o clima na Terra", afirma Young.
Parker, que se tornará a nave espacial mais rápida construída pelo homem, com uma velocidade máxima de 692.000 km/h, deve decolar em 11 de agosto da base espacial em Cabo Canaveral às 03H48 (04H48 em Brasília).
O veículo, que tem o tamanho de um automóvel e custou 1,5 bilhão de dólares, já está instalado na parte superior do foguete Delta IV-Heavy, que o levará ao espaço.

NEM O STF E NEM OS ADVOGADOS DE LULA QUEREM DISCUTIR A SUA INEGIBILIDADE


Fachin homologa desistência de pedido de liberdade de Lula no STF

Agência Brasil








No recurso, a defesa almejava que fosse discutida somente uma eventual soltura de Lula, mas evitava entrar no mérito sobre a inelegibilidade

O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), homologou nesta segunda-feira (8) a desistência da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva do recurso no qual pedia que ele tivesse assegurado seu direito de recorrer em liberdade contra a condenação no caso do triplex em Guarujá (SP). O caso poderia ser julgado nesta semana na Corte.
O recuo da defesa foi feito para evitar uma discussão antecipada sobre a inelegibilidade de Lula. Isso porque mesmo podendo ser enquadrado na Lei da Ficha Limpa, por ter sido condenado na segunda instância da Justiça Federal, o ex-presidente ainda pode ser beneficiado por uma liminar que o autorize a disputar a eleição.
No recurso, a defesa almejava que fosse discutida somente uma eventual soltura de Lula, mas evitava entrar no mérito sobre a inelegibilidade, questão que deve ser julgada primeiro pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), antes de chegar ao STF. O ex-presidente tem até 15 de agosto para pedir o registro de sua candidatura.
Ao enviar o recurso para julgamento em plenário, em 22 de junho, Fachin entendeu que a inelegibilidade deveria ser logo discutida no Supremo. A defesa recorreu do entendimento, e agora desistiu do recurso, depois de o ministro defender publicamente celeridade na definição da situação eleitoral de Lula.
No pedido de desistência, os advogados alegaram também que “relevantes acontecimentos” ocorridos durante o recesso do Judiciário necessitavam de esclarecimento antes de o recurso ser julgado no STF. Eles se referiram à batalha de liminares sobre a soltura de Lula envolvendo o desembargador Rogério Favreto e o juiz Sergio Moro, ocorrida em julho e ao fim da qual o ex-presidente permaneceu preso.
Lula está preso desde 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal (PF) em Curitiba, onde cumpre a pena de 12 anos e um mês pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, imposta pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal

NÃO BASTA SER PAI, TEM QUE PARTICIPAR.


A importância de um pai presente

Simone Demolinari 








Em 1984, o mercado publicitário lançou uma campanha que ficou famosa pelo slogan: “Não basta ser pai, tem que participar”. Um bordão cujo mote era chamar a atenção para a importância da presença paterna na criação dos filhos.
Atualmente, isso parece óbvio, porém, antigamente o estilo educativo dominante era bem diferente. Ao pai era atribuído exclusivamente a responsabilidade garantir o sustento da casa, enquanto a mãe cuidava sozinha da prole.
Dessa forma, era muito comum o pai não acompanhar a criação dos filhos, não participar das apresentações escolares, não leva-los ao médico e não saber nada sobre o dia a dia. O pai era uma figura distante, que só aparecia quando precisava mostrar sua autoridade. Tal papel fazia com que os filhos sentissem verdadeiro medo dele.
Aos poucos, esse cenário foi mudando. Os pais, antes distantes, foram ficando cada vez mais próximos e atuantes. Embora nos dias de hoje ainda encontramos a figura do pai autoritário, ela parece estar em declínio, dando lugar a um pai cada vez mais carinhoso.
Essa proximidade só contribui para a formação de crianças mais seguras emocionalmente e com maior senso de limites. Isso porque é também através da figura paterna que a criança se conecta de forma mais segura com o mundo e desenvolve respeito às regras.
Mas encontrar o equilíbrio continua sendo um desafio. Muitos pais, com medo de repetir o modelo autoritário que receberam, se tornaram o extremo oposto na hora de educar e vão para o outro lado: o da superproteção e permissividade excessiva. Por medo de errar, erram.
Proteger e mimar demais os filhos pode ser o ambiente perfeito para o desenvolvimento da popularmente chamada “Síndrome do Imperador”.
Crianças “imperadores” são mandonas, ditadoras e exigentes. Determinam, através do seu comportamento tirano, os padrões de comportamento da casa. Impõem as regras que todos deverão seguir. Escolhem a comida, o canal da televisão, onde a família irá passar férias, a hora que vai dormir, etc.
Se seus caprichos não forem cumpridos, pegam birras, se comportam de maneira inadequada ou até agridem.
O desenvolvimento dessa síndrome tem a ver com:
–Pais com dificuldade de impor limites. As vezes por culpa, as vezes por acreditar que é mais fácil ceder para evitar conflito.
–Ausência de disciplina no lar, uma casa sem regras.
–Forma de criação diferente entre pai e mãe. Estando os pais juntos ou separados, quando há dois modelos de criação os critérios ficam em desalinho, deixando a brecha para a criança manipular.
–Personalidade da criança, aliada às questões anteriores.
–É mais frequente em filhos únicos.
O papel do pai é fundamental na vida das crianças, tanto para formação da personalidade, quanto moral e emocional. É necessário que ele esteja presente, não apenas fisicamente, mas que contribua ativamente na formação do filho. O resultado é sempre compensatório. Como nos lembra o filósofo Aristóteles: “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”.

AS ARMADILHAS DA INTERNET E OS FOTÓGRAFOS NÃO NOS DEIXAM TRABALHAR

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