A importância de um pai presente
Simone
Demolinari
Em 1984, o mercado
publicitário lançou uma campanha que ficou famosa pelo slogan: “Não basta ser
pai, tem que participar”. Um bordão cujo mote era chamar a atenção para a
importância da presença paterna na criação dos filhos.
Atualmente, isso
parece óbvio, porém, antigamente o estilo educativo dominante era bem
diferente. Ao pai era atribuído exclusivamente a responsabilidade garantir o
sustento da casa, enquanto a mãe cuidava sozinha da prole.
Dessa forma, era
muito comum o pai não acompanhar a criação dos filhos, não participar das
apresentações escolares, não leva-los ao médico e não saber nada sobre o dia a
dia. O pai era uma figura distante, que só aparecia quando precisava mostrar
sua autoridade. Tal papel fazia com que os filhos sentissem verdadeiro medo
dele.
Aos poucos, esse
cenário foi mudando. Os pais, antes distantes, foram ficando cada vez mais
próximos e atuantes. Embora nos dias de hoje ainda encontramos a figura do pai
autoritário, ela parece estar em declínio, dando lugar a um pai cada vez mais
carinhoso.
Essa proximidade só
contribui para a formação de crianças mais seguras emocionalmente e com maior
senso de limites. Isso porque é também através da figura paterna que a criança
se conecta de forma mais segura com o mundo e desenvolve respeito às regras.
Mas encontrar o
equilíbrio continua sendo um desafio. Muitos pais, com medo de repetir o modelo
autoritário que receberam, se tornaram o extremo oposto na hora de educar e vão
para o outro lado: o da superproteção e permissividade excessiva. Por medo de
errar, erram.
Proteger e mimar
demais os filhos pode ser o ambiente perfeito para o desenvolvimento da
popularmente chamada “Síndrome do Imperador”.
Crianças
“imperadores” são mandonas, ditadoras e exigentes. Determinam, através do seu
comportamento tirano, os padrões de comportamento da casa. Impõem as regras que
todos deverão seguir. Escolhem a comida, o canal da televisão, onde a família
irá passar férias, a hora que vai dormir, etc.
Se seus caprichos
não forem cumpridos, pegam birras, se comportam de maneira inadequada ou até
agridem.
O desenvolvimento
dessa síndrome tem a ver com:
–Pais com
dificuldade de impor limites. As vezes por culpa, as vezes por acreditar que é
mais fácil ceder para evitar conflito.
–Ausência de disciplina no lar, uma casa sem regras.
–Forma de criação diferente entre pai e mãe. Estando os pais juntos ou separados, quando há dois modelos de criação os critérios ficam em desalinho, deixando a brecha para a criança manipular.
–Personalidade da criança, aliada às questões anteriores.
–É mais frequente em filhos únicos.
–Ausência de disciplina no lar, uma casa sem regras.
–Forma de criação diferente entre pai e mãe. Estando os pais juntos ou separados, quando há dois modelos de criação os critérios ficam em desalinho, deixando a brecha para a criança manipular.
–Personalidade da criança, aliada às questões anteriores.
–É mais frequente em filhos únicos.
O papel do pai é
fundamental na vida das crianças, tanto para formação da personalidade, quanto
moral e emocional. É necessário que ele esteja presente, não apenas
fisicamente, mas que contribua ativamente na formação do filho. O resultado é
sempre compensatório. Como nos lembra o filósofo Aristóteles: “A educação tem
raízes amargas, mas os seus frutos são doces”.
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