sábado, 28 de julho de 2018

REFLEXÕES SOBRE O VOTO NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES


E SE O CANDIDATO QUE VOCÊ DETESTA GANHAR A ELEIÇÃO?

Frei Beto








Praticar a democracia não é nada fácil. Uma roda de amigos conversava sobre preferências eleitorais. Fiz a pergunta: E se Bolsonaro for eleito presidente? Houve repúdio geral: “Saio do país”, disse um; “Ditadura de novo, nem pensar!”, reagiu outro. Um terceiro surpreendeu a todos ao declarar que talvez vote nele.
E se Lula for candidato e ganhar? Novas reações de apoio e rejeição. “Nenhum governo fez tanto para o povo brasileiro como o PT”; “Seria legitimar a corrupção”, falou outro.
O fato é que lidamos mal com a democracia. Exceto quando seus ventos sopram a favor de nossos interesses. Se o candidato que odeio for eleito cubro a democracia de maldições. Malditos eleitores que não sabem votar! Com certeza as urnas foram manipuladas! Ah, quem dera um novo golpe derrube o eleito!
Porém, se o candidato de minha preferência for eleito presidente da República, viva o povo brasileiro! Afinal, predominou o bom senso! Os oportunistas foram derrotados!
“Tudo em um Estado democrático deve ser um meio para atingir a democracia, mas a única coisa que não pode, nunca, tornar-se um meio é a própria democracia. Uma concepção meramente instrumental da democracia é a negação, cedo ou tarde, de uma sociedade democrática. Quem se vale da democracia para alcançar os próprios objetivos políticos acabará, em um momento ou outro, sufocando-a”, escreveu Norberto Bobbio (Entre duas Repúblicas - as origens da democracia italiana, Brasília/São Paulo, editora UnB/Imprensa Oficial de São Paulo, 2001).
É equivocado, nas eleições deste ano, centrar o foco apenas em candidatos a presidente. Qualquer um que for eleito terá que se submeter às decisões do Congresso Nacional. Por isso é de suma importância votar bem para eleger deputados federais e senadores. Renovar o parlamento. Evitar que sejam eleitos ou reeleitos candidatos lobistas, interessados apenas em defender interesses corporativos, em geral por meios escusos.
Na roda de amigos todos concordamos que é preciso pôr fim à carreira política daqueles que sempre defenderam os privilégios da minoria contra os direitos da maioria.
Pelo nosso voto podemos fechar as portas do Congresso Nacional aos corruptos, oportunistas e nepotistas. O Brasil merece sair do atraso, ampliar suas políticas de proteção social, aumentar os recursos na saúde e na educação, reduzir drasticamente a desigualdade social, fonte da violência que assola o país.
Menos cadeias e mais escolas. Menos agrotóxicos e mais agricultura orgânica. Menos veículos particulares e mais transportes coletivos. Menos especulação financeira e mais produtividade. Menos criminalização dos movimentos sociais e mais respeito à diversidade. Menos maracutaias e mais transparência. Menos autocracia e mais democracia.
Vote no projeto Brasil. E eleja quem é capaz de aglutinar forças sociais capaz de torná-lo realidade.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

FACEBOOK PASSA POR CRISE FINANCEIRA


Facebook perde US$ 119 bilhões e tem maior queda diária de Wall Street

Estadão Conteúdo









O Facebook perdeu US$ 119 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira, 26, e se tornou a empresa com a maior queda diária da história de Wall Street. A baixa acontece depois da divulgação do balanço da empresa para o segundo trimestre de 2018, quando a empresa anunciou projeções pessimistas para o futuro em termos de crescimento de receita e usuários, bem como queda nas suas margens de lucro.

O resultado já havia desanimado os investidores após o fechamento do pregão da quarta-feira, 25, quando as ações caíram mais de 20% e fizeram a empresa perder US$ 128 bilhões em valor de mercado. Ao longo desta quinta-feira, a rede social comandada por Mark Zuckerberg conseguiu recuperar parte desse valor, encerrando o dia cotada a US$ 510 bilhões - no pregão da quarta-feira, estava em US$ 629 bilhões.

Entenda o caso

A perda de valor de mercado registrada nesta quinta-feira é muito próximo ao valor de empresas como Nike (US$ 125,1 bilhões) e General Electric (US$ 114 bilhões). Só o presidente executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, perdeu US$ 15,4 bilhões, tendo agora uma fortuna avaliada em US$ 67,1 bilhões. Ele caiu duas posições no ranking dos mais ricos do mundo da revista Forbes - agora, ele está em sexto, depois de ser ultrapassado pelo megainvestidor Warren Buffett (US$ 82,6 bilhões) e pelo dono da Zara, Amancio Ortega (US$ 72,3 bilhões). O mais rico do mundo segue sendo Jeff Bezos, presidente executivo da Amazon, com fortuna avaliada em US$ 148,6 bilhões, segundo a Forbes.

Além disso, a perda de valor do Facebook supera de longe os US$ 95 bilhões de desvalorização que a empresa teve no auge do caso Cambridge Analytica. O caso mostrou como o Facebook tomou uma série de decisões erradas nos últimos anos ao não proteger a privacidade de seus usuários - no escândalo, a consultoria obteve indevidamente as informações de 87 milhões de pessoas pela rede social. A empresa também enfrentou críticas por permitir a propagação de notícias falsas durante a campanha presidencial dos EUA, em 2016.

A onda de notícias negativas fez o Facebook mudar suas políticas de privacidade e segurança. Mark Zuckerberg, cofundador da rede social, deu explicações nos EUA e na Europa. O trabalho de contenção de crise parecia ter dado resultado - em três meses, a empresa conseguiu recuperar seu valor de mercado antes da crise. No entanto, a conta chegou agora. "A credibilidade do Facebook com investidores foi afetada. Se os resultados e projeções fossem bons, o impacto poderia não acontecer. Mas não foi o caso", disse o professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Pedro Waengertner.

Usuários

No fim de junho, o Facebook atingiu 2,23 bilhões de usuários ativos mensalmente em sua rede social - aumento de 1,54% na comparação com o primeiro trimestre de 2018. É o menor ritmo de crescimento de usuários da empresa em três anos - e metade da média para o período, que ficou acima de 3% por trimestre. Em mercados desenvolvidos, o resultado foi ainda pior: nos EUA, a empresa ficou estável em 241 milhões de usuários. Na Europa, onde uma nova legislação de privacidade de dados entrou em vigor em maio, o Facebook perdeu 1 milhão de usuários, caindo para 376 milhões de cadastros ativos todos os meses.

No segundo trimestre de 2018, o Facebook viu sua receita atingir US$ 13,2 bilhões, crescimento de 42%, abaixo do ritmo dos últimos períodos - no primeiro trimestre, a empresa viu a métrica subir 50%, por exemplo.

E não há previsão de melhora no horizonte. O diretor financeiro da empresa anunciou que espera ver mais quedas na expansão da receita nos próximos trimestres. "É uma combinação de fatores, entre câmbio, foco em novas experiências, como (as mensagens efêmeras) Stories, e (medidas para) dar mais poder de privacidade aos usuários", disse David Wehner, diretor financeiro da empresa, em conferência com investidores na quarta-feira.

MUITAS CRIANÇAS IMIGRANTES CONTINUAM SEPARADAS DOS SEUS PAIS NOS EUA


Mais de 700 menores permanecem separados das famílias nos EUA

Agence France-Presse









Menina participa de manifestação em Chicago contra a separação de famílias migrantes


Mais de 700 menores imigrantes que foram separados dos adultos com os que entraram nos Estados Unidos a partir do México permanecem sob custódia das autoridades americanas e não foram reunidos com seus familiares nesta quinta-feira (26), como havia determinado um juiz federal.
Os menores fazem parte de um segundo grupo de 2.551 crianças e adolescentes de cinco a 18 anos, dos quais 1.820 saíram dos abrigos do Escritório de Reassentamento de Refugiados (ORR) para serem entregues a seus pais ou representantes.
O juiz Dana Sabraw fixou há um mês um prazo para que 2.500 a 3.000 menores fossem entregues a seus pais: primeiro os menores de cinco anos, depois os de cinco a 18 anos.
O Departamento de Justiça (DoJ) indicou nesta quinta-feira, em um documento enviado à corte, que esperava que todos os menores "considerados elegíveis para reunião" seriam entregues a suas famílias antes de terminado o prazo legal, à meia-noite, horário de Los Angeles (07h00 GMT, 04h00 de Brasília).
Dos 1.820, 1.420 foram reunidos com seus pais em instalações da polícia migratória ICE e 378 libertados em "outras circunstâncias", como os entregues ao pai ou outro familiar em liberdade.
"O governo não vai reunir todas as famílias que separou", disse Lee Gelernt, advogado da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU), que apresentou a demanda em San Diego, levando o juiz Sabraw a fixar o prazo.
Neste informe legal, a ACLU fixou posição. Destacou que, "segundo os próprios dados da defesa, dezenas de crianças separadas ainda não tinham sido reunidas a um pai e cerca de 1.000 pais permaneciam separados de seus filhos. Isto inclui quase 500 pais que foram expulsos do país, muito provavelmente sem seus filhos".
Estes imigrantes ilegais deportados (431) fazem parte do grupo com o qual não puderam se reunir 711 menores "não elegíveis", o que implica também em que os vínculos familiares não puderam ser confirmados ou que os pais sofrem de doença contagiosa ou que não foram localizados.
Segundo o DoJ, os pais de 120 menores decidiram pela não reunião.
Este balanço será discutido em uma audiência nesta sexta-feira, em San Diego, e se Sabraw considerar que o governo não cumpriu com o prazo, poderia declará-lo em desacato e puni-lo.
As polêmicas separações começaram em maio, no âmbito da política de "tolerância zero" de Donald Trump, quando os imigrantes que entravam no país pela fronteira sul, ilegalmente ou pedindo asilo, eram detidos e processados em massa. Consequentemente, milhares de crianças foram separadas dos pais ou tutores e enviados a albergues em todo o país.
Essa política gerou uma onda de críticas dentro e fora dos Estados Unidos, especialmente após a difusão de um áudio - supostamente gravado em um abrigo - no qual se ouve crianças pequenas chorando e chamando pelos pais, que em sua maioria migraram para fugir da violência das gangues da América Central.
O governo de Donald Trump anunciou o fim desta política após aplicá-la por seis semanas, permitindo a reunião de centenas de famílias.
"É um desastre que eles criaram", disse Gelernt.
"Sequestro e abuso infantil"
Entre as petições do ACLU, destaca a exigência de um prazo de sete dias desde a reunião para que as famílias possam discutir seu passo seguinte: se lutam pelo asilo, se o adulto sai e o menor fica ou se ambos aceitam ser deportados.
"O plano do governo é reuni-los e removê-los, acreditamos, inclusive que no mesmo dia sem tempo para nenhuma discussão", indicou o advogado, que denunciou que muitos imigrantes assinaram, sem compreender, uma permissão confusa para renunciar à custódia de seus filhos e ser deportados sozinhos,.
De fato, em seu informe, o DoJ aceita "a evidência" do ACLU de que "muitos pais não entenderam que estavam renunciando a seu direito de se reunir com seus filhos. De fato, muitos desejam ser reunidos".
"A parte acusadora está buscando se assegurar que todos os pais que supostamente renunciaram à  reunião possam falar com os advogados".
Parlamentares democratas, que visitaram recentemente centros de detenção perto da fronteira, acusaram o governo de continuar separando famílias.
Até o momento, o Departamento de Saúde e Serviços Humanos tinham sob custódia, em refúgios por todo o país, 11.500 crianças classificadas como Menores Estrangeiros Não Acompanhados (UACs, em inglês).
Esta cifra inclui crianças e adolescentes que entraram ilegalmente nos Estados Unidos sem a companhia de um adulto. Mas também contabiliza menores que entraram com suas famílias, foram separados e depois, reclassificados como UACs, ao chegar aos abrigos.

Até 16 de julho, 44.210 imigrantes adultos estavam sob custódia das autoridades migratórias dos Estados Unidos.

HISTÓRIA DA VIDA DE FIDEL CASTRO - DITADOR DE CUBA


O aniversário de Fidel

Manoel Hygino 








Não sei se era sexta-feira, mas foi em 13 de agosto, no remoto 1926, que nasceu Fidel, em Birán, pequeno povoado da província de Holguín, em Cuba. Se fosse vivo, completaria 94 anos em 2018. Filho de imigrantes espanhóis e proprietários rurais, estudou em Santiago de Cuba e Havana. Em 1944, recebeu o prêmio de atleta estudantil e, no ano posterior, ingressou no curso de Direito da Universidade, tornando-se em seguida, dirigente da Federação dos Estudantes Universitários. Alina, a filha rebelde, como tal considerada por não poucos, conta que, na Faculdade, não concluiu o curso e não aprendeu qualquer ofício. Tentou todas as possibilidades no comércio, desde criar galinhas a granel no sótão do prédio em que se instalara, até vender frituras num esquina de Havana Velha.
O parágrafo seguinte é todo dela: “Foi, então, que decidiu usar astúcia na política. Conseguiu livrar-se dos rivais e, numa ascensão pontilhada de convenientes acidentes, atingiu o status de líder estudantil... Tinha uma estatura irrepreensível e o encanto de sem-vergonhice”.
Fidel conseguiu subir e se contrapôs a Fulgencio Batista, ex-sargento-taquígrafo do Exército. Este começou a agir conquistando apoio de círculos militares. Fez-se general e, em março de 1952, se nomeou presidente da República.
Fidel adotou a política anti-imperialista de esquerda, enquanto estudava Direito. Depois de rebeliões contra os governos de direita na República Dominicana e Colômbia, planejou a derrubada do presidente Batista, lançando um ataque fracassado ao Quartel Moncada em 1953. Depois de um ano de prisão, viajou para o México, onde formou um grupo revolucionário, com seu irmão Raúl Castro e Che Guevara. Voltando a Cuba, assumiu papel fundamental na Revolução Cubana, liderando o movimento em uma guerrilha, na Serra maestra. Após a derrota de Batista em 1959, assumiu o poder militar e político como primeiro-ministro de Cuba. Os Estados Unidos ficaram alarmados com as relações amistosas de Castro com a União Soviética e tentaram removê-lo através de assassinato, bloqueio econômico e contrarrevolução, invasão da Baía dos Porcos em 1961.
Adotando um modelo marxista-leninista de desenvolvimento, Castro converteu Cuba em uma ditadura socialista sob comando do Partido Comunista, o primeiro do hemisfério ocidental. As reformas introduziram o planejamento econômico central e levaram Cuba a alcançar índices elevados de desenvolvimento humano e social, como a menor taxa de mortalidade infantil.
O mundo todo sabe sobre Fidel, diante das posteriores dificuldades internas e falta de investimentos soviéticos. Em julho de 2006, doença nos intestinos, levando Fidel a transferir a presidência ao irmão Raúl. Em 2008, anuncia que não se candidataria á presidência. Bom esclarecer que Fidel nunca foi eleito por via direta. Em 25 de novembro de 2016, aos 90 anos, falece.
Entre 13 próximo e 15 de novembro, haverá em Cuba consulta sobre mudanças fundamentais. O termo “comunismo” é eliminado da Carta Magna, reconhece-se a propriedade privada e a possibilidade de casamento entre pessoas do mesmo gênero. Os ossos de Fidel devem estar tremendo sob a terra cubana.